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ESTRUTURAS DE CONCRETO II

PROF. SÉRGIO A. DE MIRANDA


Estruturas de Concreto II – Tema 4 - Torção em vigas

TEMA 4:
TORÇÃO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

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Estruturas de Concreto II – Tema 4 – Torção

I.
I -INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

“Dizemos que uma peça de concreto armado está sujeita


à torção pura (ou simples), quando tem por solução
única, um momento de torção T, isto é, está submetida a
um momento cujo eixo é paralelo à diretriz da peça,
fazendo-a girar em torno do seu próprio eixo.”

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Estruturas de Concreto II – Tema 4 – Torção

a) Alguns exemplos de torção

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TORÇÃO DE EQUILÍBRIO

TORÇÃO DE COMPATIBILIDADE

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FORMAS DE RUPTURA POR TORÇÃO:

Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob ação de torção


pura pode ocorrer de alguns modos:

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FORMAS DE RUPTURA POR TORÇÃO:

Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob ação de torção


pura pode ocorrer de alguns modos:
RUPTURA POR TRAÇÃO: Escoamento dos estribos, da
armadura longitudinal ou escoamento de ambas as
armaduras;

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FORMAS DE RUPTURA POR TORÇÃO:


Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob ação de torção pura pode ocorrer de alguns
modos:

 RUPTURA POR TRAÇÃO: Escoamento dos estribos, da armadura longitudinal ou


escoamento de ambas as armaduras;

RUPTURA POR COMPRESSÃO: Esmagamento do concreto


comprimido antes do escoamento das armaduras;

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FORMAS DE RUPTURA POR TORÇÃO:


Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob ação de torção pura pode ocorrer de alguns
modos:

 RUPTURA POR TRAÇÃO: Escoamento dos estribos, da armadura longitudinal ou


escoamento de ambas as armaduras;

 RUPTURA POR COMPRESSÃO: Esmagamento do concreto comprimido antes do


escoamento das armaduras;

RUPTURA DOS CANTOS: Compressão dos cantos da viga;

Professor: Sérgio A. de Miranda


Estruturas de Concreto II – Tema 4 – Torção

FORMAS DE RUPTURA POR TORÇÃO:


Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob ação de torção pura pode ocorrer de alguns
modos:
 RUPTURA POR TRAÇÃO: Escoamento dos estribos, da armadura longitudinal ou
escoamento de ambas as armaduras;
 RUPTURA POR COMPRESSÃO: Esmagamento do concreto comprimido antes do
escoamento das armaduras;
 RUPTURA DOS CANTOS: Compressão dos cantos da viga;

RUPTURA DA ANCORAGEM: Insuficiência de ancoragem dos


estribos, acarretando o seu deslizamento e das barras
longitudinais.
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b) Seções cheias x vazadas


Após ensaios de laboratórios, em peças de concreto
submetidas a torção pura, pôde-se observar que após a
fissuração:

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b) Seções cheias x vazadas


Após ensaios de laboratórios, em peças de concreto
submetidas a torção pura, pôde-se observar que após a
fissuração:
• Somente uma casca de concreto junto a face externa colabora na
resistência da peça;

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b) Seções cheias x vazadas


Após ensaios de laboratórios, em peças de concreto submetidas
a torção pura, pôde-se observar que após a fissuração:
• Somente uma casca de concreto junto a face externa colabora na
resistência da peça;
• Uma peça quadrada cheia apresenta a mesma capacidade de uma
peça vazada de mesmo contorno externo e mesma área e mesma
disposição de armadura;

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b) Seções cheias x vazadas


Após ensaios de laboratórios, em peças de concreto submetidas a
torção pura, pôde-se observar que após a fissuração:
• Somente uma casca de concreto junto a face externa colabora na
resistência da peça;
• Uma peça quadrada cheia apresenta a mesma capacidade de uma
peça vazada de mesmo contorno externo e mesma área e mesma
disposição de armadura;
• As seções cheias podem ser calculadas através de um modelo de
seção vazada quadrada com praticamente a mesma solicitação.

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c) Tensões atuantes
Barra de seção circular submetida a um momento de torção:

Tensões normais principais de tração (linhas contínuas) ocorrem na


direção da rotação e de compressão (linhas tracejadas) na direção
contrária, ao longo de todo o perímetro da peça.
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Tensões atuantes numa peça submetida a torção:

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VÍDEOS: VIGA EM “L”


SUBMETIDA A TORÇÃO

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MORSCH (Entre 1904 e 1921): As tensões principais de tração e


compressão são inclinadas a 45° (MODELO TRELIÇA CLÁSSICA);

RAUSH (1929), LAMPERT E THURLIMANN (décadas de 60 e 70): As


tensões principais de tração e compressão apresentam ângulos
variáveis (MODELO TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA)
ADOTADO NOS DIAS DE HOJE, INLCUSIVE PELA NBR 6118:2014, que
diz:

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MORSCH (Entre 1904 e 1921): As tensões principais de tração e compressão são


inclinadas a 45° (MODELO TRELIÇA CLÁSSICA);
RAUSH (1929), LAMPERT E THURLIMANN (décadas de 60 e 70): As tensões
principais de tração e compressão apresentam ângulos variáveis (MODELO
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA) ADOTADO NOS DIAS DE HOJE,
INLCUSIVE PELA NBR 6118:2014, que diz:

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Como “transformar” estas tensões atuantes em


um modelo para dimensionamento de uma viga
em concreto armado com seção vazada?
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O modelo assumirá que:


Após a fissuração do concreto, o funcionamento da viga seja
equivalente ao de uma treliça espacial na periferia da seção com
diagonais comprimidas a 45° (representadas pelo concreto).

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E forças de tração absorvidas por armações, decompostas em duas


direções: uma longitudinal e outra transversal (estribos). A
decomposição da armadura em duas direções se deve ao fato de ser
construtivamente complicada a armação a 45°; ou em torno do eixo
da peça.

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d) Forças atuantes
Diagonais comprimidas = Representadas pela força Dd
Tração resistida pelos estribos=Representadas pela força HWD
Tração resistida por barras longitudinais=Representadas pela força HLD

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Para combater a TORÇÃO PURA:


ARMADURA (estribos + barras
longitudinais) + CONCRETO.

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Momento em relação a qualquer :

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II.
II –CRITÉRIOS
CRITÉRIOSDE
DE RESISTÊNCIA
RESISTÊNCIA

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II.
II –CRITÉRIOS
CRITÉRIOSDE
DERESISTÊNCIA
RESISTÊNCIA

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a) Verificação da compressão diagonal do concreto

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b) Verificação da parcela resistida pelos estribos

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c) Verificação da parcela resistida pelas barras longitudinais

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III.
III –ARMADURA
ARMADURAMÍNIMA
MÍNIMA

• Armadura para combater a torção deve ser constituída por estribos


verticais periféricos normais ao eixo do elemento estrutural e,
• Barras longitudinais distribuídas ao longo do perímetro da seção
resistente.
• A taxa geométrica mínima para armadura longitudinal será:

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Asw=As,90=A90= é a área da seção transversal de um ramo vertical do


estribo

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IV.
IV –GEOMETRIA DASEÇÃO
GEOMETRIA DA SEÇÃO RESISTENTE
RESISTENTE

a) Seções cheias
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Caso A/u resulte menor que 2c1, pode-se adotar


he=A/u < bw-2c1 e a superfície média da seção celular equivalente
Ae definida pelos eixos das armaduras do canto (respeitando o
cobrimento exigido nos estribos).

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b) Seções vazadas

Deve ser considerada a menor espessura de parede entre:

• A espessura real da parede, ou

• A espessura equivalente calculada supondo a seção cheia


de mesmo contorno externo da seção vazada.

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V.
V –DISPOSIÇÕES
DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS
CONSTRUTIVAS

a) Estribos

Os estribos para torção devem ser fechados em todo o seu


contorno, envolvendo as barras das armaduras longitudinais
de tração, e com as extremidade adequadamente ancoradas
por meio de ganchos em ângulo de 45°. As seções poligonais
devem conter em cada vértice dos estribos de torção, pelo
menos uma barra (NBR 6118:2014, item 18.3.4).

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Espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo


longitudinal do elemento estrutural, deve ser suficiente para permitir
a passagem do vibrador e o espaçamento máximo (na longitudinal)
dever ser:

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b) Armadura Longitudinal

“A armadura longitudinal de torção, de área total Asl, pode ter


arranjo distribuído ou concentrado, mantendo-se
obrigatoriamente constante a relação ΔAsl/Δu, onde Δu é o
trecho de perímetro, da seção efetiva, correspondente a cada
barra ou feixe de barras de área ΔAsl. Nas seções poligonais,
em cada vértice dos estribos de torção, deve ser colocada pelo
menos uma barra longitudinal.” (NBR 6118:2014, item
17.5.1.6).
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Consideram-se efetivos na resistência os ramos dos estribos e


as armaduras longitudinais contidos no interior da parede
fictícia da seção vazada equivalente.

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c) Armadura de pele (costela)

• A mínima armadura lateral deve ser 0,10% Ac,alma em cada face


da alma da viga e composta por barras de aço CA-50 e CA-60 e
não superior a
5 cm²/m por face;
• Espaçamento máximo ≤ 20 cm;
• Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser
dispensada a utilização da armadura de pele;
• As armaduras principais de tração e compressão não podem ser
computadas no cálculo da armadura de pele.
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VI.
VI –SOLICITAÇÕES COMBINADAS
SOLICITAÇÕES COMBINADAS

a) Flexão e torção

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b) Força Cortante e torção

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b) Força Cortante e torção

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b) Força Cortante e torção

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MODELOS DE CÁLCULOS (I E II) (para Vrd2)

Segundo a NBR 6118/14:


● O modelo de cálculo I admite diagonais de compressão inclinadas de

θ = 45° em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural.

● O modelo de cálculo II admite diagonais de compressão inclinadas de θ


em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural, com θ variável
livremente entre 30° e 45°.
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Para determinar VRd2, serão utilizadas as equações


simplificadas desenvolvidas por BASTOS (2015), que se
encontram nas tabelas a seguir. As equações presentes nas
tabelas são principalmente utilizadas para o
dimensionamento de vigas ao cisalhamento.

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Quando a torção não for necessária ao equilíbrio, caso da


torção de compatibilidade, é possível desprezá-la, desde que o
elemento estrutural tenha a capacidade adequada de
adaptação plástica e que todos os outros esforços sejam
calculados sem considerar os efeitos por ela provocados.
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Em regiões onde o comprimento do elemento sujeito à torção seja


menor ou igual a 2h, para garantir um nível razoável de capacidade
de adaptação plástica (TORÇÃO DE COMPATIBILIDADE), deve-se
respeitar a armadura mínima de torção e limitar a força cortante, tal
que:

Onde VSd é a força cortante atuante no elemento e VRd2 é a máxima


força cortante admitida pela diagonal de compressão.
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Referência bibliográfica:

• Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Projeto de Estruturas de


Concreto - Procedimento – NBR 6118: 2014. ABNT, Rio de Janeiro, 2014.

• Carvalho, Roberto Chust; Pinheiro, Líbano Miranda. Cálculo e detalhamento de


estruturas usuais de concreto armado, volume 2. Editora Pini. São Paulo, 2009.

• Bastos, P.S.S. Torção em vigas de concreto armado – Disciplina 2323: Estruturas


de Concreto II – Notas de Aula. UNESP – Bauru, SP. 2015.

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