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Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg (1901-1976), criado em 1926, estabeleceu


que não é possível calcular a posição e a velocidade de um elétron em um mesmo instante, ou
seja, quanto maior for a precisão da determinação da medida da posição do elétron, menor
será a precisão da medida de sua velocidade e vice-versa.
Por isso, os cientistas passaram a adotar o conceito de “orbital”, que se refere à região no
espaço ao redor do núcleo do átomo onde é maior a probabilidade de se encontrar
determinado elétron. No modelo de orbitais, o elétron tem característica dual, isto é, como
onda-partícula que se desloca no espaço, mas que está dentro de uma região (orbital) ao redor
do núcleo, como uma nuvem eletrônica.
Esse movimento do elétron passou a ser descrito por Erwin Schrödinger por meio de uma
equação matemática que associava a natureza corpuscular do elétron, ou seja, sua natureza
como partícula, sua energia, carga e massa.
Durante o processo algébrico da solução da equação de Schrödinger, surgiram
naturalmente códigos matemáticos relacionados com a energia do elétron, que são denominados
de números quânticos. Existem quatro números quânticos: número quântico principal (n),
número quântico secundário ou azimutal (l), número quântico magnético (m ou m l) e número
quântico spin (s ou ms).
O conjunto de números quânticos nunca se repete para dois elétrons em um átomo.
Portanto, esse conjunto de números quânticos serve para identificar cada elétron na eletrosfera
de um átomo. Então, vejamos como determinar cada um:
1. Número quântico principal (n): Refere-se ao nível de energia do elétron.
Segundo o modelo atômico de Rutherford-Bohr, os elétrons movimentam-se ao redor do núcleo
em órbitas circulares com quantidades de energia bem definidas e características, sendo,
portanto, chamadas de níveis de energia ou camadas eletrônicas. Para os elementos
conhecidos até o momento, a quantidade máxima de níveis de energia são sete, sendo
representados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, indo da camada mais próxima ao núcleo para
a mais distante. Essas camadas correspondem respectivamente aos números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e
7.
Assim, os valores de n variam de 1 a 7, de acordo com o nível de energia do elétron. Quanto
maior o número quântico principal, maior é a energia do elétron.
Relação entre o nível de energia e o número quântico principal

2. Número quântico secundário ou azimutal (l): Refere-se ao subnível de energia do elétron.


Conforme explicado no texto Distribuição eletrônica, os elétrons distribuem-se nas camadas
eletrônicas de acordo com subníveis de energia, que são identificados pelas letras s, p, d, f,
que aumentam de energia nessa ordem. Cada nível comporta uma quantidade máxima de
elétrons distribuídos nos subníveis de energia.
Para os elementos até então conhecidos, temos apenas quatro tipos de subníveis:
Tabela da relação entre o subnível de energia e o número quântico secundário

Isso significa que, para um número quântico principal n, o número quântico secundário será l =
n - 1.
3. Número quântico magnético (m ou ml): Refere-se à orientação dos orbitais no espaço.
O orbital do tipo s possui forma esférica e, portanto, só há uma orientação possível para ele.
Desse modo, só haverá um valor possível para o número quântico magnético, que será igual a
0:

Representação do orbital s

Veja que o orbital é representado por um quadrado.

Em relação ao subnível do tipo p, conforme a figura abaixo indica, existem três orientações
espaciais possíveis, porque ele apresenta-se na forma de um duplo ovoide. Então, para o
subnível p, há três números magnéticos possíveis, -1, 0, +1, que são representados por três
quadradinhos:
Representação dos orbitais p
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Já o subnível d possui cinco orientações espaciais possíveis, sendo que o número magnético
pode apresentar os seguintes valores: -2, -1, 0, +1, +2:

Representação dos orbitais d

Por fim, o subnível f possui sete orientações espaciais possíveis, sendo que o número
magnético pode apresentar os seguintes valores: -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3:

Representação dos orbitais f*

Desse modo, temos as seguintes possibilidades:


Tabela da relação entre orbitais e o número quântico magnético

Esses orbitais costumam ser representados de acordo com um diagrama energético, como o
mostrado a seguir, em que cada “escada” corresponde ao nível e cada “degral” corresponde ao
subnível.

Diagrama energético indicando o número quântico magnético

4. Número quântico spin (s ou ms): Refere-se ao sentido da rotação (no inglês, spin significa


rotação) do elétron.
Dois elétrons conseguem ficar em um mesmo orbital e não se repelirem porque eles giram em
sentidos opostos, o que causa uma força magnética de atração. Assim, o magnetismo em
razão do spin de um elétron é anulado pelo magnetismo do spin oposto, ficando um sistema
estável.

É por isso que cada orbital possui no máximo dois elétrons com spins opostos, que são
simbolizados por setas. Isso é dito pelo Princípio da Exclusão de Pauli.
Por convenção, adotamos o seguinte: a seta para cima corresponde a m s= -1/2, e a seta para
baixo corresponde a ms= +1/2.
ms = -1/2 ou +1/2
ms = ↑ ou ↓
Segundo a Regra de Hund ou Regra de máxima multiplicidade, o preenchimento dos
orbitais de um subnível deve ser feito de uma forma que contenha o maior número possível de
elétrons desemparelhados (isolados). Por isso, temos que preencher primeiro os orbitais
(quadradinhos), colocando somente as setas para cima, e depois voltamos preenchendo as
setas para baixo.
Vejamos um exemplo:

Indique os quatro números quânticos para o elétron mais energético do Cobre (Z = 29):
Resolução:
Primeiro realizamos a distribuição eletrônica no Diagrama de Pauling dos 29 elétrons do cobre:

Distribuição eletrônica do cobre no diagrama de Pauling

Veja que o subnível mais energético é o último a ser preenchido, ou seja, o 3d9.

Subnível mais energético do cobre e sua relação com os números quânticos

*O nível é o M, ou seja, o número principal é: n =3.


*O subnível é o d, então, o número quântico secundário é: l = 2.
* Visto que são nove (9) elétrons e queremos saber o do nono elétron, que foi o último a ser
preenchido e que é o mais energético, vamos realizar a distribuição deles nos orbitais para
descobrir o número quântico magnético e o spin. Lembrando que primeiro vamos preencher
com todas as setas para cima e depois preencher com as setas para baixo:

Distribuição eletrônica nos orbitais do subnível mais energético do cobre

A última seta a ser preenchida, que é o elétron mais energético, ficou no +1, então, o valor do
número quântico magnético é: ml = +1.
*Visto que a seta está para baixo, por convenção, adotamos que o número quântico spin
é: ms = +1/2.
A fórmula percentual ou centesimal, como o próprio nome diz, é aquela que indica a porcentagem
(%) de cada elemento presente na substância, ou seja, a massa de cada elemento químico em 100
partes de massa da substância.
Por exemplo, se temos a fórmula percentual C75%H25%, quer dizer que em 100 gramas dessa
substância há 75 g de carbono e 25 g de hidrogênio.
É possível estabelecer essa relação de proporção de massa porque isso se baseia na lei das
proporções constantes vista no texto “A lei das proporções constantes de Proust”. Ela diz que as
massas das substâncias que reagem em uma determinada reação e as massas das
substâncias que são produzidas sempre se encontram em uma proporção fixa e constante, o
que nos leva a concluir que toda substância pura contém uma proporção fixa de elementos,
que é independente da massa da amostra (é uma propriedade intensiva).
Muitas vezes, nos laboratórios, os químicos não sabem qual é a composição de certa
substância, por isso é necessário analisá-la por meio de algumas técnicas, como a análise de
combustão, para descobrir a massa de cada elemento constituinte. Com esses valores em mão
e sabendo a massa total da amostra, é fácil descobrir a fórmula percentual ou centesimal.

Isso pode ser feito de duas formas, e a primeira delas é simplesmente aplicar uma regra de três
básica. Por exemplo, uma análise de uma amostra de 3,16 g de determinada substância desconhecida
revelou que ela possui 2,46 g de carbono, 0,373g de hidrogênio e 0,329 g de oxigênio. Qual é a fórmula
centesimal dessa substância?
Através de regras de três, temos:

% de C: % de H: % de O:  
3,16 g ----- 100% 3,16 g ----- 100% 3,16 g ----- 100%
  
2,46 g ----- x 0,373 g --- y 0,329 g ---- z
x = 77,8% y = 11,8% z = 10,4%   

Assim, a fórmula percentual dessa substância é C77,8%H11,8%O10,4%.


Outra forma de resolver essa questão seria por usar a seguinte fórmula:

Porcentagem em massa do elemento = massa do elemento na amostra . 100%


                                                              massa total da amostra
Veja que dá no mesmo:

% de C = 2,46 g . 100%            % de H = 0,373g . 100%           % de O = 0,329 g . 100%


                3,16 g                                        3,16 g                                         3,16 g
 % de C = 77,8%                       % de H = 11,8%                        % de O = 10,4%
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Em muitos exercícios, podemos usar a massa molecular da substância para descobrir a


porcentagem em massa do elemento. Veja um exemplo assim:

(Cesgranrio-RJ-1994) A síntese da aspirina (ácido acetilsalicílico) foi uma das maiores conquistas da
indústria farmacêutica. Sua estrutura é:
Fórmula do ácido acetilsalicílico

Qual é a porcentagem em massa de carbono na aspirina?


Dados: Massas molares: C = 12 g/mol; O = 16 g/mol; H = 1 g/mol)
a) 20 %      b) 40 %      c) 50 %      d) 60 %      e) 80 %
Resolução:
- Primeiro temos que descobrir a massa total da amostra, que, no caso, é a massa molecular.
Se você tiver alguma dúvida sobre como chegar à massa molecular, leia o texto que
explica esse processo.
Veja na fórmula que há 9 átomos de carbono, 8 átomos de hidrogênio e 4 átomos de oxigênio,
então a fórmula molecular da aspirina é: C9H8O4:
C = (9 . 12 g/mol) = 108 g
H = ( 8 . 1 g/mol) = 8 g
O = (4. 16 g/mol) = 64 g
MM(C9H8O4) = 180 g/mol
- Agora que já sabemos a massa total, podemos usar a fórmula mostrada no texto ou regra de
três para chegar ao valor da porcentagem em massa de cada elemento na amostra. O
exercício pede somente a porcentagem em massa do carbono, mas faremos de todos para
exemplificar:

* Por regras de três:

% de C: % de H: % de O:  
180 g ----- 100% 180 g ----- 100% 180 g ----- 100%
  
108 g ----- x 8 g --- y 64 g ---- z
x = 60% y = 4,4% z = 35,6%   

* Pela fórmula:

% de C = 108 g . 100% % de H = 8 g . 100% % de O = 64 g . 100%  


                180 g              180 g               180 g
 
% de C = 60% % de H = 4,4% % de O = 35,6%
 

A resposta certa é a alternativa “d”.


No ano de 1806, o químico e farmacêutico Joseph Louis Proust (1754-1826) enunciou a lei das
proporções constantes, também conhecida como lei das proporções definidas ou,
ainda, Lei de Proust. Essa lei é muito importante porque forneceu as bases para o atomismo e
também é usada para a obtenção de outras fórmulas químicas importantes, tais como a fórmula
molecular, a fórmula percentual ou centesimal e a fórmula mínima ou empírica.
A lei das proporções constantes de Proust pode ser enunciada da seguinte forma:

Enunciado da Lei de Proust

Para entender o que diz essa lei, considere um exemplo: Ao realizar experimentos,
observamos que 10,0 g de cobre metálico reagem com 5,06 g de enxofre, formando como
produto 15,06 g de sulfeto cúprico.

 Cu(s)   +    S(s)    →   CuS(s)


↓      ↓      ↓ 
10,0 g     5,06 g     15,06 g
Segundo a lei de Proust, essa reação sempre ocorrerá nessa mesma proporção de massas.
Por exemplo, se dobrarmos o valor do cobre metálico usado, veja o que acontecerá:

  Cu(s)  +   S(s)   →  CuS(s)  +  Cu(s)


↓      ↓      ↓      ↓
20,0 g     5,06 g     15,06 g     10,0 g
parte em excesso                               parte que não reagiu

Veja que os 10 gramas de cobre sobraram como excesso e só reagiu a massa que a proporção
definiu.
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O mesmo ocorre se dobrarmos a quantidade de enxofre:

Cu(s)   +   S(s)    →   CuS(s)   +  S(s)


↓             ↓              ↓              ↓ 
10,0 g     10,12 g     15,06 g     5,06 g
                      parte em excesso           parte que não reagiu

Viu, só?! Isso ocorre com qualquer quantidade a mais que acrescentarmos. Por exemplo, se
usarmos 10 g de cobre e 8 g de enxofre, sobrarão 2,94 g de enxofre.

Mas se seguirmos a proporção e aumentarmos ou diminuirmos igualmente todas as massas, a


reação ocorrerá de forma completa, sendo consumidos todos os reagentes, e a massa do
produto também seguirá sempre as mesmas proporções:
Dados experimentais em reação entre cobre e enxofre com formação de sulfeto cúprico confirmam a lei das proporções constantes

Essa é uma lei porque se aplica a todas as reações que envolvem substâncias puras. Mas
observe que isso ocorre somente com substâncias puras (simples ou compostas), e não com
misturas.

Outro ponto que podemos perceber nos dados mostrados na tabela acima é que essas reações
também seguem a Lei de Lavoisier (Lei da conservação da massa), que diz que a massa do
produto é igual à soma das massas dos reagentes.
Tanto a Lei de Lavoisier quanto a Lei de Proust são exemplos de Leis Ponderais, ou seja, são
leis que relacionam as massas dos participantes de uma reação química.
As reações químicas podem ser classificadas de diversas formas, mas as que são inorgânicas
geralmente são subdivididas segundo o número de substâncias formadas, número de
reagentes e presença ou não de substâncias simples e compostas.

Temos que os principais tipos de reações inorgânicas são quatro:

 Reações de síntese ou adição: São aquelas em que dois ou mais reagentes unem-se para formar
um único produto.

Ilustração para demonstrar como ocorre a reação de síntese ou adição

Por exemplo, o carbono une-se ao oxigênio para formar o dióxido de carbono:

C + O2 → CO2
 Reação de decomposição ou análise: É o contrário da reação anterior, ou seja, uma substância é
decomposta em duas ou mais.

Ilustração para demonstrar como ocorre a reação de decomposição ou análise

Essa decomposição pode ocorrer em virtude de um aquecimento (pirólise) ou da passagem de


corrente elétrica pela substância fundida ou em meio aquoso (eletrólise), ou o agente da
decomposição pode ser a luz (fotólise).
Por exemplo, quando os airbags de um automóvel são acionados, ocorre a decomposição da
azida de sódio, por calor, como mostrado abaixo:

Reação de decomposição da azida de sódio que ocorre dentro dos airbags

É o gás nitrogênio liberado que infla a bolsa, protegendo o motorista de alguma lesão. O sódio
liberado na reação acima ainda reage com outro composto, o nitrato de potássio. Essa reação
libera ainda mais nitrogênio para inflar a bolsa.
Os airbags dos carros inflam graças a uma reação de decomposição

 Reação de simples troca ou deslocamento: Nesse caso, uma substância simples reage com uma
composta, originando outra substância simples e outra composta, ou seja, há a troca dos ligantes.

Ilustração para demonstrar como ocorre a reação de simples troca, deslocamento ou oxirredução

No exemplo abaixo, observe que a substância simples era o Cobre (Cu); mas ele ligou-se ao
íon nitrato (NO-3), formando uma nova substância composta, o nitrato de cobre II (Cu(NO3)2), e
uma nova substância simples, a prata (Ag):
Cu + 2 AgNO3 → Cu(NO3)2 + 2 Ag
Essa reação é classificada em Físico-Química como uma reação de oxirredução, pois há
transferência de elétrons entre as substâncias envolvidas. No caso acima, a transferência dos
elétrons ocorre da substância simples para a composta. Observe o Nox.

Assim, na prática, notamos que quando se coloca uma fita de cobre em uma solução de nitrato
de prata, com o tempo, a solução de nitrato de prata vai deixando de ser incolor, ficando
azulada, e a fita fica em um tom prateado. Isso ocorre porque a prata da solução vai sendo
deslocada pelo cobre da fita. O tom azulado da solução deve-se à formação de íons cobre em
solução. Você pode ver essa reação na imagem abaixo:
Precipitação de prata em cobre a partir de uma solução de nitrato de prata [1]
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 Reação de dupla troca ou metátese: Ocorre entre duas substâncias compostas, em que seus
elementos ou radicais fazem “trocas” entre si, formando novas substâncias compostas.

Ilustração para demonstrar como ocorre a reação de dupla troca ou metátese

Exemplo: Quando se coloca para reagir uma solução de cal hidratada com uma de sulfato de
alumínio (ambas incolores), há a formação de um precipitado branco, como mostra a reação e
a imagem abaixo:

3 Ca(OH)2(aq) + Al2(SO4)3(aq) → 2 Al(OH)3(s) + 3 CaSO4(s)


hidróxido de cálcio  sulfato de alumínio  hidróxido de alumínio  sulfato de cálcio

Reação entre hidróxido de cálcio e sulfato de alumínio origina precipitado branco [2]
Observe na reação que o cálcio, que antes estava ligado ao hidróxido, une-se ao sulfato, e o
alumínio, que antes estava ligado ao sulfato, une-se ao hidróxido, formando dois novos
compostos.

Agora que já ficou tudo explicado, veja vários tipos de reações inorgânicas abaixo e tente
classificá-las. Depois você pode conferir na resolução abaixo:

Reações:

3H2(g) + N2(g) → 2 NH3(g)

CaCO3(s)   CaO(s) + CO2(g)


CaO + H2O → Ca(OH)2
HCl + NaOH → NaCl + H2O
2 Fe(s) + 6 HCl(aq) → 2 FeCl 3(aq) + 3 H2(g)
NaCl + AgNO3 → AgCl + NaNO3
HCl + NaOH → NaCl + H2O

H2O2(l)   2 H2O (l) + 1/2 O2(g)


2 NaN3 (s) → 2 N2 (g) + 2 Na(s)
CuSO4 + 2NaOH → Na2SO4 + Cu(OH)2
Zn + 2HCl → ZnCl2 + H2

NaCl(l)   2 Na(s) + Cl2(g)


NaHCO3 + HCl → NaCl + H2CO3 → NaCl +CO2 +H2O
Pb(NO3)2(aq) + NaI(aq) → PbI2(s) + 2 NaNO3(aq)
Os óxidos são compostos inorgânicos formados por átomos de dois elementos diferentes,
sendo que um deles é sempre o oxigênio. Nesses compostos, o oxigênio possui Nox (número
de oxidação) igual a 2- e pode se unir tanto a metais como a ametais.
Dependendo do tipo de elemento ao qual o oxigênio se liga, tanto o composto formado quanto
a nomenclatura a ser utilizada variam. Veja os dois casos possíveis:

 Óxidos formados por ligações entre metais e o oxigênio formam compostos iônicos, que
seguem a seguinte regra de nomenclatura estabelecida pela IUPAC (União Internacional da Química
Pura e Aplicada):

Regra de nomenclatura para óxidos iônicos

Exemplos:

Na2O: óxido de sódio;


CaO: óxido de cálcio;
Ag2O: óxido de prata;
ZnO: óxido de zinco.
No caso de metais que possuem mais de uma valência, como é o caso do ferro (Fe), podem
ser adotados dois tipos de nomenclatura. O primeiro é através da mudança do sufixo. Se for o
óxido com metal de menor valência, o sufixo será “oso”; mas se for o de maior valência, o
sufixo será “ico”:

FeO: óxido ferroso;


Fe2O3: óxido férrico.
A segunda forma de nomear esses compostos é a partir do uso de algarismos romanos que
indiquem o valor do Nox do metal:
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FeO: óxido de ferro II (Nox do ferro = +2);


Fe2O3: óxido de ferro III (Nox do ferro = +3).
 Óxidos formados por ligações entre metais e o oxigênio podem formar compostos
moleculares ou de rede covalente. A regra de nomenclatura para tais óxidos é dada por:

Regra de nomenclatura dos óxidos formados com ametais

Os prefixos indicados são mono, di, tri, tetra, etc., sendo que o prefixo “mono” para indicar a
quantidade de elementos do ametal não é obrigatório.

Veja exemplos de como isso é feito:

CO: monóxido de carbono;
CO2: dióxido de carbono;
NO: monóxido de nitrogênio;
NO2: dióxido de nitrogênio;
N2O: monóxido de dinitrogênio;
N2O5: pentóxido de dinitrogênio;
SiO2: dióxido de silício;
Cl2O7: heptóxido de dicloro;
P2O5: pentóxido de difósforo;
SO3= trióxido de enxofre.
Essa regra também pode ser aplicada no caso do ferro e de outros átomos de elementos que
possuem mais de uma valência:

Fe2O3: trióxido de diferro;
FeO: monóxido de ferro.
Conforme explanado no texto “Ácidos”, segundo a Teoria de Arrhenius, os compostos
pertencentes a essa função inorgânica são aqueles que, em meio aquoso, liberam como único
cátion o hidrogênio (H+(aq)).
Para realizar a nomenclatura dos ácidos, temos primeiramente que verificar se eles são
hidrácidos (ácidos que não contêm oxigênio) ou oxiácidos (contêm oxigênio).

A nomenclatura dos hidrácidos é mais fácil, pois segue a seguinte regra geral:

Regra de nomenclatura dos hidrácidos

Por exemplo, o HC? é um hidrácido, e o seu ânion é o cloreto (C? -). Assim, substitui-se a
terminação “eto” por “ídrico” e seu nome é ácido clorídrico.
Outros exemplos:

HBr – ácido bromídrico


HI – ácido iodídrico
HCl – ácido clorídrico 
H2S: ácido sulfídrico
HCN: ácido cianídrico
No caso dos oxiácidos, os ácidos padrões formados pelos ânions de cada família (famílias 14,
15, 16 e 17 da Tabela Periódica) seguem a regra geral abaixo:

Regra geral de nomenclatura de oxiácidos

Por exemplo, o nitrogênio forma com o oxigênio o ânion nitrato (NO3-). Assim, ao ligar-se ao
hidrogênio, forma-se o ácido HNO3, esse ácido é chamado, portanto, de ácido nítrico, pois a
terminação “ato” foi trocada por “ico”.
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Outros exemplos:

HClO3 : ácido clórico


H3PO4: ácido fosfórico
H2SO4: ácido sulfúrico
H2CO3: ácido carbônico
No entanto, existem outros ácidos que se formam com um mesmo elemento central. Assim,
para nomeá-los, nós nos baseamos nos ácidos padrões mencionados acima e na quantidade
de oxigênio, seguindo a seguinte regra:
Regra geral de nomenclatura de mais de um oxiácido

Por exemplo, vimos acima que o HClO3 é o ácido padrão, por isso ele termina em “ico”, agora
veja os nomes dos outros ácidos formados pelos elementos hidrogênio, cloro e oxigênio:
HClO4 (4 átomos de oxigênio – um oxigênio a mais que o ácido padrão): ácido perclórico
HClO2 (2 átomos de oxigênio – um oxigênio a menos que o ácido padrão): ácido cloroso
HClO (1 átomo de oxigênio– dois oxigênios a menos que o ácido padrão):
ácido hipocloroso
As bases são compostos inorgânicos que, em meio aquoso, liberam como único ânion o
hidróxido (OH-), e seus cátions variam, sendo, geralmente, metais.
A nomenclatura desses compostos baseia-se nessa sua formação, em que sempre se escreve
primeiro “hidróxido de” seguido do nome do cátion.

Nomenclatura das bases com uma valência

Veja alguns exemplos:

NaOH: Hidróxido de sódio


Ca(OH)2: Hidróxido de cálcio
Al(OH)3: Hidróxido de Alumínio
AgOH: Hidróxido de prata
NH4OH: Hidróxido de Amônio
Zn(OH)2: Hidróxido de zinco
No entanto, essa regra aplica-se somente no caso de bases em que seus cátions só possuem
uma eletrovalência, isto é, uma única carga. Mas existem aqueles casos em que os cátions
podem apresentar mais de uma eletrovalência e formar bases diferentes, como é o caso do
ferro, que pode perder dois ou três elétrons, formando, respectivamente, os cátions Fe2+ e Fe3+ e
as bases Fe(OH)2 e Fe(OH)3.
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Nesse tipo de caso, a nomenclatura pode acontecer de duas formas:

(1) Acrescenta-se o algarismo romano que indica o número da carga. Assim, no caso do ferro,
teríamos:

Fe(OH)2: Hidróxido de ferro II


Fe(OH)3: Hidróxido de ferro III
(2) Acrescenta-se o sufixo “oso” para o cátion de menor carga e o sufixo “ico” para o sufixo que
tiver maior carga:

Nomenclatura das bases de duas valências

No caso das bases do ferro, temos:

Fe(OH)2: Hidróxido ferroso


Fe(OH)3: Hidróxido férrico
Outros exemplos:
Sn(OH)2: Hidróxido de estanho II ou Hidróxido estanoso
Sn(OH)4: Hidróxido de estanho IV ou Hidróxido estânico
Cu(OH)2: Hidróxido de cobre II ou Hidróxido cúprico
CuOH: Hidróxido de cobre I ou Hidróxido cuproso
No texto Sais, é mostrado que eles são compostos inorgânicos que, segundo a teoria eletrolítica
de Arrhenius, em meio aquoso, sofrem dissociação iônica e liberam pelo menos um cátion
diferente do H+ (ou H3O+) e um ânion diferente do OH-.
Além disso, os sais são formados pela reação de um ácido com uma base, em que o cátion da
base une-se aos ânions do ácido para formar o sal. Assim, essas substâncias sempre possuem
em suas fórmulas um ânion e um cátion, que irão participar na formulação de sua
nomenclatura.

Basicamente, a nomenclatura dos sais é realizada escrevendo-se o nome do ânion que veio do
ácido, trocando-se a sua terminação, conforme mostrado abaixo, terminando com o nome do
cátion que veio da base.

Regra de nomenclatura dos sais

Por exemplo, o NaC? é obtido a partir da seguinte reação:

Ácido + Base       →      Sal + Água


2 HCl(aq) + NaOH(aq)→ NaCl2(aq) + 2 H2O(l)
Ácido          Hidróxido
clorídrico   de sódio
Observe que o ânion do ácido lhe confere o nome “clorídrico”, assim, para dar o nome ao sal,
vamos substituir a terminação “ídrico” por “eto”, ficando cloreto. Assim, temos:
Nome do ânion + de + nome do cátion
NaCl = Cloreto de sódio
Veja mais exemplos:

 HNO3(aq)+ KOH(aq) → KNO3(aq)+ H2O(l)


Ácido         Hidróxido      Nitrato
nítrico     de potássio   de potássio
Nesse caso, trocou-se “ico” por “ato”.
 HNO2(aq)+ KOH(aq) → KNO2(aq)+ H2O(l)
Ácido        Hidróxido         Nitrito
nitroso    de potássio     de potássio
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Nesse caso, trocou-se “oso” por “ito”.

 2 HCl(aq) + Ca(OH)2(aq) → CaCl2(aq) + 2 H2O(l)


Ácido          Hidróxido         Cloreto
clorídrico    de cálcio       de cálcio
 H2SO4(aq) + 2 NaOH(aq) → Na2SO4(aq) + 2 H2O(l)
Ácido           Hidróxido          Sulfato
sulfúrico      de sódio         de sódio
 H2SO4(aq) + Mg(OH)2(aq) → MgSO4(aq) + 2 H2O(l)
Ácido            Hidróxido           Sulfato
sulfúrico    de magnésio     de magnésio
Outra forma mais fácil de se realizar a nomenclatura dos sais é por usar diretamente a tabela
de ânions e de cátions, como a mostrada abaixo:
Tabela dos principais ânions e cátions que compõem os sais

Por exemplo, considere que você deseja saber o nome de um sal cuja fórmula é Fe2(SO4)3.
Sabendo que os índices (números que aparecem na parte inferior direita do elemento indicando
sua quantidade na fórmula) são os valores das cargas dos íons trocadas, temos que os íons
que formam esse sal são:
Fe2(SO4)3 → Fe3+ e SO42-
Se olharmos na tabela, veremos que o nome do ânion SO42- é sulfato e o nome do cátion
Fe3+ é ferro III ou férrico. Assim, o nome do sal Fe2(SO4)3 é sulfato de ferro III ou sulfato férrico.

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