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CIRCEL (PROF MASSIMO) – CORRENTE CONTÍNUA

CAPÍTULO IV - TÉCNICAS DE RESOLUÇÃO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

C o n s i d e r a ç õ e s i n i c i ai s : De ve re mos ini c ialment e comp ree nder q ue “resol ve r ” um


circu ito e l é tr i co , si g ni f i ca a d et erm i n a ç ã o d a s s u a s t e n s õ e s e d a s s u a s c o r re nte s;
p a r a t a n t o , q u a l q u e r q u e s ej a o m é t o d o u t i l i z a d o , t o r n a - s e f u n d a m e n t a l o d o m í n i o
da 1 0 Lei de Oh m e das Leis de Ki rcho ff. Vere mos a seg u ir os p rin cipais mét odos
de resolução de circuitos elétricos:

1)Re soluç ã o po r as soci ação sér i e p a r a le lo : T a l p r o c e s s o , u t i l i z a a a p l i c a ç ã o d o s


con ceitos d e r esi st o res equi val ente s d e a s s o c ia ç õ e s s é r ie -p a r a le lo , r e d u z i n d o -se o
circuito p ropos to a u ma úni ca malh a: gerado r-resisto r, dete r mina ndo a co rrent e
princip al do circ uit o e p oste r iormen te vol tand o-se ao ci rc uito o rigi n al.

Em principio somente é possível a utilização direta deste processo em circuitos


que poss ua m u m ú ni c o g e r a d o r de te nsão; Daremos a s eguir u m exe mplo prátic o
da apl icaç ão des te process o, através d a res oluç ão de u m circuito :

Resol v er complet a me nte o c i rcuito ab aixo :

Co mec e mos entã o a resol v er as assoc i ações i m ediatas e a red esen har o ci rc uito;
Not e mos que R 1 e s t á e m s é r i e c o m R 2 ; R 8 e m s é r i e c o m R 1 0 ; e ai n d a R 5 e m s éri e
c o m R 6 ; r esol v en do es t as pr i m e ir a s a s s o c ia ç õ e s , e r e d e s e n h a n d o o c i rcu i t o
tere mos:
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Obs erva r ent ão q ue a gora R S 1 es t á e m p ara l el o c o m R 3 ; e q u e R S 2 e s t á e m


paral elo c om R 9 ; p orta nto te m-s e:

12 × 4 20 × 5
RP1 = = 3Ω ; RP2 = = 4Ω : Red esenha nd o o ci rcuit o te m-se :
12 + 4 20 + 5

Not e mos que a gora te m-se a série d e R p 1 c o m R 4 e aind a a séri e de R p 2 c o m R 7 ;


resol ve nd o e redes enhan do obte m -se:

Veri fica mos en tão que R S 4 e s tá e m pa ral el o c o m R S 5 (ob s erve que R S 4 e R S 5 es tã o


conecta do s entre o s mes mo s pontos A e B ) port anto , encont ran do o resi st o r
equi val ent e pa ralel o :

10 × 15
RP = = 6Ω ; re des enhan do o circui to te m-se :
10 + 15

Tendo -se reduzi do f inal men te o circuit o a u ma ú n ica malha , calcula - se a cor re nte,
dete r mina ndo-s e o sentido da mes ma (le mb ra mos q ue resistor e s são bi polos
passi vos, port anto c om tens ão e cor ren t e ao c ont r ário) :
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Volt a mos agor a p asso a p asso pa ra o circu it o ori ginal , do fi m para o co meç o:
Le mbr and o que o r esistor eq uivalen te de 10 Ω , vei o da s érie d e 4 Ω com 6 Ω , e
lembra nd o que e m resisto res e m sé rie te m-se a mes ma co rren te i re mos te r:

Aplica ndo -se a Lei de Oh m, i ndi vidu al me nte p ar a cada r e sistor, e mais u ma vez,
lembra nd o que e m resisto res tensã o e corre nte s ão ao con trári o t ere mos :

Volt e mos agor a mai s um p as so, obse r va ndo q u e o resist or de 6 Ω foi ger ado pela
associaçã o e m pa r alelo d e 10 Ω com 15 Ω e le mb ran do que nu ma associaç ão e m
paral elo t emos a mesma ten são ;se le mb rar mos que a tensão no r esistor de 6 Ω é
de 60 V s entido de A → B, e ntão co nc luire mos que sej a no resis to r de 1 0 Ω , seja
no resisto r de 15 Ω a tensão ta mbé m s erá de 60 V sentid o de A → B, no esq ue ma
que era a nteri or a esse. No resisto r d e 4 Ω tud o conti nua igual por não ter h avi do
mu danç as:
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As correntes I 1 e I 2 são facil me nte de t er miná vei s pela apl icação dir eta da Le i de
Oh m nos resisto res de 15 Ω e 10 Ω , uma vez con hecida a t ensão de 60V; vol ta ndo-
se mais u m passo , ou seja: ma nten do -se as condições s obre o re sistor de 4 Ω , e
notan do q ue o resi stor de 1 5 Ω vei o d a s éri e d e 3 Ω c o m 12 Ω (Por tanto a mesma
corre nte de 4A) e ainda q ue o resi stor de 1 0 Ω veio da série de 4 Ω c o m 6 Ω
(por tant o a mes ma corre nte d e 6A) , e ainda co m a a plic ação cons eqüen te d a Lei
de Oh m s obre os r e sistores d as séri es obte re mo s:

Volt e mos mais u m passo manten do as condiç ões sobr e os resi stores q u e não
sofre ra m mu danç as e not and o que o r esistor de 3 Ω foi or iginad o p ela associ açã o
em par ale lo de 1 2 Ω c o m 4 Ω (po rtan to, a tens ão sob re estes r esi stores s e rá de
12V) e ai nda n ota ndo q ue o resist or de 4 Ω f oi ori gina do pel a associaçã o e m
paral elo d o resisto r de 5 Ω co m o r esist or de 2 0 Ω (port ant o sendo a tensão s o bre
estes r esi stores de 24V)Co m as te nsõ es conh e cidas faci lme nte de ter min a mos as
corre ntes I 3 , I 4 , I 5 , I 6 sobr e os resist ore s atra vés da Lei de Oh m:

Co mo últ imo pass o, fin al mente volt emos ao circuit o origi nal mante n do as
condiçõ es sobre os resisto re s que nã o muda ra m e obse rvand o qu e o resist or d e
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12 Ω f oi g erad o p el a s ér i e d e 8 Ω c o m 4 Ω (po rt anto, a c orre nte n estes resi stores


será d e 1,0A) qu e o resist or de 20 Ω foi o ri ginad o pe la série de 12 Ω c om 8 Ω
(por tant o, sendo a corre nte n estes resi stores de 1,2A), e fi nal men te notan do q ue o
resistor de 4,0 Ω (q ue est á e m s érie c om o g er ador ) foi origin ado pela ass o ciaçã o
em séri e de 3 Ω c o m 1 Ω (se ndo p ort a nto a c or r ente nest es resist o res de 10 A). A
subsequ e nte a plica ção d a L ei de Oh m for nece:

VE RI FI CA ÇÃ O P OS SÍV EI S:

a) Pode mos inicial me nte ver ificar a Le i dos Nós para cada Nó ; ou se ja:

Nó A: Ent ra m 10 A; sae m 1 A, 3A , 4 ,8 A e 1, 2A . Obs er ve que 1+ 3 + 4,8 + 1,2 =


10A (so ma das que ent ra m = soma das que sa e m)

Nó C: En t ra m 3 A e 1A; s ae m 4A ( veri fic ado)

Nó D: En t ra m 4 A e 6A; s ae m 10A ( ve rif icado)

Nó E: En t ra m 4 ,8A e 1,2 A; sa em 6 A ( ve rificad o)

b) Pode mos ta mb é m verific a r a L ei d as Malh a s para ca da mal ha, efet uan d o a


circuitaç ã o das mes mas :

- Malh a CBAC: + 4 + 8 - 12 = 0 ( ve rific ada)

- Malh a CADC: + 12 + 3 0 - 10 0 +1 0 + 4 8 = 0 ( ve ri ficada )

- Malh a DAED: - 1 0 + 1 00 - 3 0 - 24 - 3 6 = 0 ( ve ri ficada )

- Malh a AFEA: - 14 , 4 - 9,6 + 24 = 0 ( ve rificad a)

- Malh a BAF EDCB ( mal ha e xt erna ) + 8 - 14 ,4 - 9, 6 - 36 + 4 8 + 4 = 0 (verific ad a)


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2 - GERADORES REAIS E EQUIVALÊNCIAS: (Equivalência Northon-Thevenìm)


Uma outra ferramenta poderosa utilizada na resolução de circuitos elétricos, é
baseada no princípio da equivalência de geradores, ou na Equivalência Northon-
Thevenìm, que consiste em substituir a associação em série de um gerador de
tensão com um resistor, pela associação em paralelo de um gerador de corrente
com o mesmo resistor. Demonstremos então a equivalência, imaginando
inicialmente um gerador de tensão de valor E (Qualquer), associado em série com
um resistor de valor R e determinando a curva característica (i x v) do bipolo
equivalente. Analogamente imaginemos um gerador de corrente de valor I ,
associado em paralelo com um resistor de valor r e também determinemos a curva
característica (i x v) do bipolo equivalente; teremos:
R.i
A A

R Ii iv Ii
ir
+
E I ir
- iv iv

B B
a) - Gerador de tensão ; b) - Gerador de corrente
em série com um resistor R : em paralelo com um resistor r :
v
v = E - R . i ∴ ; I = i + ∴
r

⎪ se: i = 0 ⇒ v = E ⎧se: i = 0 ⇒ v = r ⋅ I
⎪ ⎪
∴ ⎨ ; ∴ ⎨
⎪ E ⎪⎩ se: v = 0 ⇒ i = I
⎪se: v = 0 ⇒ i =
⎩ R

De posse das equações características de cada bipolo equivalente determinemos


então as curvas características dos mesmos. Observando-se que as equações são
lineares, as curvas poderão ser obtidas a partir de dois pontos para cada equação
(V. Acima) :

a) - Curva Característica de b) - Curva Característica de


um Gerador de tensão um Gerador de corrente
em série com um resistor R em paralelo com um resistor r
ii ii

E
I
R

E Iv R.I Iv
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Para que exista equivalência entre os dois bipolos em qualquer circunstância, é


necessário que as duas curvas características sejam absolutamente iguais. Nestas
condições , como estamos lidando com retas, bastará impor que dois pontos de uma
curva característica sejam idênticos a dois pontos da outra ;ou seja:
E
= I ; e ainda : E = r .I
R

donde, combinando as equações obtemos: R = r ; e ainda: E = R . I

Portanto, se entre dois pontos “A” e “B” de um circuito, tivermos um gerador de


tensão em série com um resistor, poderemos substituir esta associação, entre os
mesmos pontos por um gerador de corrente associado em paralelo com o mesmo
resistor, da forma como se segue:

A A

R
+ E
E R
- R

B B

De maneira análoga, se entre dois pontos “A” e “B” de um circuito, tivermos um


gerador de corrente em paralelo com um resistor, poderemos substituir esta
associação, entre os mesmos pontos por um gerador de tensão associado em série
com o mesmo resistor, da forma como se segue:

A A

Ir
+
I ir Ir . I
-

B B

Exercício de Aplicação: Para o circuito a seguir, pede-se determinar a tensão V


indicada entre os pontos “A” e “B” pelo utilização do processo de equivalência de
geradores:
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30Ω 12Ω

+ 20Ω
60V +
- V 48V
+ -
20V
-

Considerando-se que entre os pontos A e B temos um gerador de tensão de 12V em


série com um resistor de 6Ω ; ainda que temos um gerador de 9V em série com um
resistor de 3Ω, e finalmente também temos um gerador de 10V em série com um
resistor de 2Ω, poderemos entender o circuito equivalente com sendo:

2A 30Ω 1A V 20Ω 12Ω 4A

Determinando o resistor equivalente em A


paralelo da associação, e ainda substituindo
os três geradores de corrente por um único
7A 6Ω V = 42V
equivalente, facilmente determina-se a tensão
entre os pontos “A” e “B” :
B

Ao voltarmos para o circuito original, com o conhecimento da tensão entre os pontos


“A” e “B”, facilmente determinamos todas as tensões e correntes restantes; de fato :

18V 6V
0,6A A 0,5A

30Ω 12Ω

+ 22V 20Ω 48V


60V V
42

42 42V
+
V

- 1,1A -
+
20V -

B
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EXERCÍCIOS:

1 O ) Para os c ircu i tos a ba i xo , p ed e-se , a deter minaç ão d as corr entes I 1 e I 2 :

1Ω I1 20Ω I2

+
60V 3Ω 30Ω
-

2Ω 12Ω

I1 I2
10Ω 1Ω

+
15Ω 4Ω 120V
-

12Ω 1Ω

2) Dado o circuito a o lado ,


pede -se dete r min ar o
val or d as corre ntes I 1 e I 2
indicad as

Resp osta: I 1 = 9 A ; I2 = 4A
3) Dado os circuitos a seguir, pede-se a sua resolução, pelo uso de transformação
de geradores:

20Ω 6Ω

30Ω 12Ω 2A +
+ 30V
40V
- + + -
4A 90V 48V
- -

15Ω 1Ω 5Ω

10Ω 20Ω 3A +
+ 30V
30V
- + + -
1A 30V 5A 20V
- -

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