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Apostila Capitulo 5 Radiacao Solar
Apostila Capitulo 5 Radiacao Solar
5.1. Introdução
A energia gerada pelo Sol (Figura 5.2) se propaga em todas as direções sem
haver a necessidade de um meio material. Como descrito acima, esse processo de
transferência é denominado de radiação. Assim a radiação é a energia e também o
próprio processo de transferência dessa energia.
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Q Qa, Qr , Qt , (5.4)
Q Qa , Qr , Qt ,
1 r a t (5.5)
Q Q Q Q
Figura 0.6. Processos de transmissão (Qt,λ), absorção (Qa,λ) e reflexão (Qr,λ) da radiação
incidente (Qλ).
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Figura 0.8. Corpo hipotético que absorve toda a radiação incidente sobre ele (corpo
negro).
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A lei de Kirchhoff afirma que para um dado comprimento de onda () e uma
dada temperatura absoluta (T), a absortividade de um corpo é igual a sua emissividade,
ou seja, aλ= λ.
Assim, materiais que são fortes absorvedores num comprimento de onda
particular são também fortes emissores neste comprimento de onda; analogamente
absorvedores fracos são fracos emissores.
Pode-se aplicar a lei de Kirchhoff à atmosfera, assumindo-se a condição de
equilíbrio radiativo para a radiação de ondas longas e, em alguns casos, para a
componente difusa da radiação solar global (mostrado a seguir).
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A radiação emitida pelo Sol e que incide na Terra é denominada radiação solar
ou irradiância solar. A radiação solar compreende na sua maioria o espectro de 180 a
4000 nm, distribuídos aproximadamente nas seguintes proporções: (i) 9% ultravioleta,
(ii) 41% visível e (iii) 50% infravermelho.
A radiação solar no topo da atmosfera (irradiância solar extraterrestre) é a
parcela da radiação solar que atinge o topo da atmosfera numa superfície plana e
horizontal paralela ao plano do horizonte local (Figura 5.10). No topo da atmosfera,
indica que a radiação solar ainda não sofreu os processos de absorção, reflexão e
difusão (espalhamento), decorrente da interação da radiação com os constituintes
atmosféricos.
A radiação solar no topo da atmosfera (Qo) varia basicamente com a latitude,
época do ano e hora do dia. Devido a isso, para facilitar a sua estimativa estabeleceu-
se a constante solar.
A Constante Solar é a densidade de fluxo de radiação solar incidente sobre uma
superfície plana de área unitária, perpendicular aos raios solares, no topo da atmosfera, e
a uma distância média Terra-Sol (1 Unidade Astronômica – 1 UA).
A determinação do valor da constante solar tem sido objeto de muitas pesquisas
e atualmente o valor mais aceito é igual a aproximadamente 1396 2% W/m2.
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A radiação solar global pode ser divida em duas componentes: radiação solar
direta (Qd) e difusa (Qc) (Figura 5.12). A radiação solar direta (Qd) é a radiação que
não sofre desvio em sua trajetória, ou seja, provém diretamente do disco solar, enquanto
a radiação solar difusa (Qc) é resultante do processo de espalhamento da atmosfera e
que atinge o local após sofrer um ou mais desvios. De forma que:
Qg Qd Qc (5.9)
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A razão Qd/Qc varia ao longo do dia (ângulo de incidência dos raios solares) e
com as condições de nebulosidade. Os processos de absorção e difusão da radiação na
atmosfera resultam em perdas, de modo que Qg sempre é menor que Qo. A razão Qg/Qo
representa a transmitância atmosférica global (), visto que Qo é a radiação incidente no
topo da atmosfera e Qg é a parcela transmitida pela atmosfera e que atinge a superfície.
A transmissividade depende principalmente do local, época do ano e da nebulosidade.
Qg n
a b (5.10)
Qo N
2
d
Qo 37,60 180 H sen sen cos cos senH (5.11)
D
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Tabela 5.2. Radiação solar no topo da atmosfera (Qo) no 15º dia de cada mês em função
da latitude (MJ/m2 x dia).
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A radiação solar (onda curta) que incide no topo da atmosfera (Qo) ao interagir
com a atmosfera sofre processos de atenuação (absorção, difusão e reflexão) e incide na
superfície (Qg). Parte de Qg sofre nova reflexão ao incidir na superfície e parte é
absorvida. Assim, o balanço de radiação de ondas curtas (Qoc) representa o total
absorvido pela superfície terrestre da seguinte forma:
Qoc Qg Qg Qg 1 (5.13)
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Qol Qa Qs
(5.14)
Portanto, o balanço de radiação (Qn) é dado então pela seguinte relação:
Qol 4,903 10 9 Tar4 0,044 e 0,34 (0,1 0,9
n
N
) (5.16)
0,044 e 0,34 (0,1 0,9
n
N
).
Qol Qs (5.17)
O fluxo de energia radiante emitida pela superfície (Qs) pode também ser obtido
através da Tabela 5.3, em função da temperatura média do ar (oC).
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Tabela 5.3. Fluxo de energia radiante emitida pela superfície em função da temperatura
do ar (Qs) (MJ/m2 x dia).
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Piranômetro - Medidor
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# Constituição:
Órgão Sensível: Um dos mais usados é o piranômetro Eppley, cujo elemento
sensível é composto por uma série de junções cobre-constantan (termopares), dispostas
radialmente, formando uma termopilha (Latimer, 1971). As junções quentes são
pintadas de tinta preta e as frias recebem um revestimento de sulfato de bário pintadas
de branco.
Funcionamento: Quando as junções quentes e frias são expostas à radiação solar,
produzem corrente elétrica, posteriormente amplificada e registrada em unidades
apropriadas (Figura 5.14). Existem diferentes modelos, de acordo com o número de
junções usadas. E vista disso, o piranômetro Eppley pode ser facilmente empregado
para medir radiação refletida.
Dados Obtidos: O piranômetro é normalmente conectado a um Sistema
Automático de Aquisição de Dados (datalogger), que permite realizar medidas
automáticas em intervalos de tempo pré-definidos, de forma continua, durante longos
períodos de tempo e armazenar essas medidas, sem a necessidade de um observador
meteorológico. Esse instrumento é normalmente encontrado em Estações
Meteorológicas Automáticas.
Instalação: É instalado ao ar livre em suporte horizontal (nivelado) a 1,5 m
acima da superfície, com horizontes livres para que obstáculos não sombreiem o
instrumento.
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Actinógrafo - Registrador
# Finalidade: Registrar a quantidade de radiação global solar (Cal) que atinge a unidade
de área (cm2) na unidade de tempo (min.), consequentemente a unidade de medida é
cal/cm2 x min.
# Constituição:
a. Órgão Sensível: é constituído por uma placa de metal montada horizontalmente,
constituídas de outras três placas bimetálicas pretas (centro) e três placas
bimetálicas brancas dispostas abaixo das pretas. Ele é protegido por uma cúpula
(campânula) de vidro ótico polido semiesférico das intempéries do tempo; é
transparente às radiações de ondas curtas (provenientes do Sol) e opaca para as
radiações de ondas longas (terrestre).
b. Funcionamento: O movimento de dilatação diferencial da placa preta exposta à
radiação é transmitido a uma pena que registra diariamente a intensidade da
radiação em um diagrama (actinograma) colocado no tambor giratório do
actinógrafo e que é acionado por um mecanismo de relojoaria, o qual completa
uma volta em 24 horas. A diferença da dilatação das placas é proporcional à
radiação solar incidente.
c. Manejo: Troca-se diariamente o diagrama sempre às 21 horas (18 horas GMT -
Greenwich Mean Time) e dá corda no sistema de relojoaria. Para evitar a
condensação do vapor d´água no interior do aparelho, usa-se sílica gel, onde azul
indica seca e a cor rosa úmida. Assim, deve- verificar sempre a sua cor.
d. Dados Obtidos: O diagrama, chamado de actinograma, fornece a radiação em
cal/cm2 x min.
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# Constituição:
Órgão Sensível: é constituído por uma placa de metal montada horizontalmente,
sendo o elemento sensível do saldo radiômetro normalmente representado por duas
placas retangulares de resina sintética, dotadas de termopares, tendo uma das faces preta
e a outra polida, normalmente branca.
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5.7.3. Insolação
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Heliógrafo - Registrador
# Finalidade: Registrar o número real de horas de brilho solar – insolação. Este aparelho
foi inventado em 1853 por J. F. CAMPBELL.
# Constituição: é constituído de um órgão sensível suportado por uma concha de metal e
na concha existe uma graduação em graus de latitude.
a. Órgão Sensível: Este aparelho, mesmo sendo um registrador não usa tambor de
relojoaria. Ele possui uma lente esférica de cristal, funcionando como uma lente
biconvexa. Os raios solares incidentes sobre essa lente, convergem para o seu
centro e saem com maior intensidade opostamente, provocado pelo efeito da
lente. O diâmetro da lente é de 96 mm (Figura 5.5).
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Figura 0.18. Diferentes tipos de tiras heliográficas usadas na região Tropical. Fonte:
Varejão- Silva (2006).
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n
r (5.18)
N
N eb N n (5.19)
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Referências do Capítulo
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Exercícios Resolvidos
Teóricos
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Práticos
Qual a radiação solar no topo da atmosfera (Qo) para um local situado na latitude
de 25º S, sabendo-se que para o dia 01 de fevereiro a declinação solar ( = -17,52º?
dia = 01/fev.; nj = 32
2
d
Qo 37,60 180 Hsen .sen cos . cos .senH
D
2
d 360 360
1 0,033. cos n j . = 1 0,033. cos 32 = 1 0,033. cos31,56
D 365 365
= 1+0,033 x 0,85 = 1+ 0,028 = 1,028
H arccos tg tg = arccos tg 25o tg 17,52 =
arccos 0,47 0,32 = arccos 0,15 = 98,63º
o
Qo 37,60 1,028
98,63 sen 25 sen 17,52 cos 25 cos 17,52 sen 98,63
o o
180
= 37,60 1,028 3,14 98,63 0,43 0,30 0,91 0,95 0,99
180
= 37,60 1,028 3,14 12,72 0,86 = 37,60 1,028 3,14 12,72 0,86
180 180
= 37,60 1,028 0,22 0,86 = 37,60 x 1,028 x 1,08 = 41,75 MJ/m .d 2
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Exercícios Propostos
O que é albedo?
A radiação solar global é composta por duas componentes, quais são elas?
O total de radiação solar que chega ao topo da atmosfera (Qo) para um local
situado na linha do equador durante o mês de julho foi de 42 MJ/m2 x dia e a razão de
insolação foi de 0,80. Deseja-se saber o balanço de radiação médio diário, para uma
cultura de batata, cujo albedo é de 20% implantada neste local. A temperatura do ar (t) e
a pressão de vapor (e) mensais do citado mês foram respectivamente 25oC e 2,93 kPa.
Qs = 21,80 MJ/m2 x dia.
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