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Kenedy Peixoto dos Santos

Corpo Freudiano Nova Friburgo

Trabalho módulo:Transferência e repetição.

Título: Empatia e suposto saber.

A empatia, tal como é proposta no popular, diz que seu conceito resume-me no
exercício de se colocar no lugar do outro. O desafio em questão abre precedentes
para um debate, sobre sua possibilidade e sobre a função.
Em primeiro lugar, a viabilidade de se colocar no lugar do outro, é de maneira
explícita uma atividade impossível. Tomando como ponto de partida, a realidade
psíquica sobre as contingências, cada sujeito percebe e transfere algo íntimo de si.
Geralmente, a atitude “empática” vem seguida de sentenças como: “Eu entendo. Eu
sei.” que no fundo são projeções mal feitas sobre algum ocorrido ou ideia, falando
de experiências, sentimentos e perspectivas que se assemelham, com intuito de
falar de mim e não do outro. Sendo assim, dois monólogos.
Em diversas psicoterapias, a empatia, tal como descrita, tem um lugar de destaque.
Porém, visto de longe, nota-se que ela pode ocupar duas funções que a psicanálise
nomeia muito bem, em Freud podemos ler como uma atitude de sugestão, já em
Lacan poderíamos dizer que o comportamento empático, em alguma medida é
assumir a figura do suposto saber.
A psicanálise se difere das psicoterapias em inúmeros pontos, um dos mais
interessantes é o manejo da transferência. O desafio de conseguir intervir de modo
não sugestivo, fazem de um analista, alguém empático de fato. A partir disso, o
conceito é deslocado do popular e trazido para um novo sentido. O que há no outro
e há em si, é o não saber. Desse lugar é possível emergir a voz de um sujeito. Há
um “estranho” (não saber) em nós, um vazio e um desamparo, que nos situa em
paridade ao outro e não no mesmo lugar.

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