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ARTIGO

Terræ Didatica

Esponjas de água doce na América do Sul: o estado da


arte da produção científica no Brasil
Freshwater sponges in South America: the state of the art of scientific production in Brazil

Elaine Cristina Zavadovski Kalinovski1, Mauro Parolin2, Edvard Elias de Souza Filho3

1- Progr. Pós-Grad. Geografia, Univ. Est. Maringá, UEM,


Av. Colombo, 5790, Maringá, PR, elaine_kalinovski@hotmail.com
2 - Lab. Est. Paleoamb. Fecilcam, Univ. Est. Paraná, Unespar, Av. Com. Norberto Marcondes, 773, Campo Mourão, PR.
3 - Univ. Est. Maringá, UEM, Av. Colombo, Maringá, PR

ABSTRACT: This work presents an updated review of scientific studies involving the Manuscrito:
fauna of freshwater sponges in South America, especially of studies conducted in Recebido: 27/04/2015
Brazil. A study was conducted of the scientific production regarding the occurrence Corrigido: 30/10/2015
and distribution of freshwater sponges, and of the use of their siliceous spicules, Aceito: 30/11/2015
preserved in sedimentary deposits, as proxy for paleoenvironmental reconstruction
studies. The studies are relatively more developed in the South-Central and North Citation: Kalinovski E.C.Z., Parolin M., Souza Filho
of the country. However, it is evident that there is a need for more comprehensive E.E. 2016. Esponjas de água doce na América do
and intensive studies of the description of current species and their identification Sul: o estado da arte da pro­dução científica no
in sedimentary sequences. Brasil. Terræ Didatica, 12(1):4-18. <http://www.
ige.unicamp.br/terraedidatica/>.

Keywords: Freshwater sponges, Siliceous spicules,


paleoenvironmental reconstruction.

Introdução Este trabalho atualiza o estado da arte das princi-


As esponjas são animais exclusivamente aquá- pais pesquisas sobre o registro e ocorrência de espon-
ticos (marinhos e/ou dulciaquícolas) membros do jas de água doce na América do Sul, com destaque
filo Porifera. São metazoários, de vida bentônica para o Brasil, assim como da sua utilização como
séssil, que vivem aderidos a substratos rochosos dado proxy em estudos de reconstrução paleoam-
ou mesmo sobre restos de vegetação submersa, biental, através das espículas presentes em colunas
incrustando raízes de macrófitas, galhos ou tron- de sedimentos, sendo observadas majoritariamente
cos de árvores em regiões que sofrem inundações em depósitos lacustres do Quaternário.
sazonais, como nas várzeas dos grandes rios ama- Até a primeira metade do século XX, os levanta-
zônicos (Volkmer-Ribeiro 1999, Volkmer-Ribeiro mentos e descrições da fauna de esponjas continen-
e Pauls 2000). Uma característica fundamental tais brasileiras eram escassos e incipientes, atingindo
comum a todas as esponjas é sua função filtrado- maior notoriedade e repercussão no meio científico
ra, atuando no meio aquático como verdadeiras a partir da década de 1960, incluindo as pesquisas
bombas aspirante-prementes, uma vez que a água operadas por um considerável número de especia-
do ambiente é absorvida pelos poros, filtrada nas listas dedicados ao estudo e compreensão dessas
câmaras coanocitárias e expelida novamente para comunidades bênticas. Por sua vez, a produção
o meio aquático através dos ósculos, orifícios de científica relativa à utilização de espículas de esponjas
saída de água (Volkmer-Ribeiro e Parolin 2010). O continentais como indicadoras de condições paleo-
esqueleto das esponjas é constituído por espículas ambientais, adquiriu maior regularidade na segun-
(silicosas ou carbonáticas) que ao entrelaçarem-se da metade do século XX, com a intensificação das
formam uma trama complexa que dá sustentação investigações no início do século XXI, destacando-se
ao corpo principal e proporciona uma estrutura de as abordagens principalmente na região Centro-Sul
sustentação para as células vivas do animal. e Norte do Brasil.
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Poríferos continentais no reservatório de Itaipu (PR) (Volkmer-Ribeiro
et al. 2010).
Nossa pesquisa analisou a produção científica
Características gerais das esponjas de água doce sobre esponjas de água doce na América do Sul, com
Como outros grupos de animais aquáticos, cuja enfoque para o Brasil, delineando os percalços e as
origem está nos oceanos (crustáceos, moluscos, pei- perspectivas para o desenvolvimento dos estudos
xes, etc.) e que ao longo das eras geológicas deram nesse campo do conhecimento.
origem a vários grupos taxonômicos continentais ao
invadirem as águas doces dos continentes, algumas Materiais e métodos
esponjas marinhas também mostraram potencia-
lidade para ocupar as águas doces dos ambientes Considerando tratar-se de atualização biblio-
continentais, dando origem a novas espécies, gêneros gráfica, para o levantamento dos trabalhos de teses,
e famílias (Volkmer-Ribeiro e Parolin 2010). Nes- dissertações, artigos em periódicos, artigos em even-
se aspecto, os autores apontam que as esponjas de tos científicos e resumos expandidos foi utilizado o
água doce se originaram de esponjas marinhas em buscador de periódicos da CAPES (www.periodicos.
épocas geológicas passadas, que em algum momento capes.gov.br), Google Scholar® (www.scholar.goo-
da história evolutiva migraram dos oceanos para as gle.com.br), o acesso ao currículo Lattes (www.lattes.
águas continentais. No entanto, ao que tudo indica, cnpq.br) dos principais pesquisadores sobre o tema
apenas as esponjas marinhas com espículas silicosas no Brasil e solicitação via e-mail aos mesmos para o
tiveram sucesso na adaptação aos ambientes de águas envio dos trabalhos. Para a espacialização geográfica
continentais, uma vez que todas as esponjas de água das pesquisas foi utilizado o software CorelDraw x7®.
doce conhecidas atualmente possuem esqueleto
composto por espículas silicosas, ou seja, de opa- Estudos sobre esponjas na América do Sul e
la, ressaltando que essas espículas são elementos
fundamentais para a determinação das categorias
Brasil
taxonômicas, permitindo a identificação em nível de
espécie (Volkmer-Ribeiro e Parolin 2010). A espongiofauna continental sul-americana: estado
Esses elementos endo-esqueletais silicosos
da arte das pesquisas
incluem as seguintes categorias: Megascleras ou
macroscleras - espículas que integram a rede esque- Atualmente, a comunidade de poríferos bentô-
letal e geralmente são as maiores espículas presentes; nicos inclui 8.532 espécies válidas conhecidas em
Microscleras - espículas de tamanho reduzido, loca- âmbito mundial (Van Soest et al. 2014). Deste total,
lizadas preferencialmente na pinacoderme, superfí- estima-se que apenas 220 espécies estão distribuídas
cie externa da esponja; estas espículas são utilizadas nos ecossistemas aquáticos continentais, exigindo
na identificação taxonômica de gêneros e espécies; novos estudos e intensificação dos levantamen-
Gemoscleras - espículas que revestem as gêmulas tos dessa fauna dulciaquícola para a ampliação e o
das esponjas de água doce e que constituem o cará- conhecimento mais exato do número de espécies
ter morfológico mais importante na caracterização que ocorrem no planeta.
de famílias, gêneros e espécies (Volkmer-Ribeiro e Em termos de biodiversidade, é importan-
Pauls 2000). te destacar que a América do Sul abriga uma das
A distribuição e proliferação de esponjas de água maiores diversidades mundiais de esponjas de água
doce são regidas por fatores sazonais, relacionados doce, em sua maioria, detectadas para as bacias dos
às flutuações do nível da água, temperatura, tur- rios Amazonas, Paraná e Uruguai, principalmente
bidez, iluminação e disponibilidade de nutrientes nos seus cursos médio e inferior. Todavia, ainda
(Frost 1991). Relacionam-se com determinados existem muitas áreas geográficas inexploradas, que
tipos de habitats, ocorrendo em ambientes lóticos requerem maior trato das questões pertinentes à
ou lênticos, permanentes ou temporários, além da totalidade da fauna de esponjas presentes, como é o
colonização de reservatórios de hidroelétricas con- caso das bacias dos rios sul-americanos da vertente
forme demonstrado por Volkmer-Ribeiro e Hata- do Pacífico e parte do Caribe (Volkmer-Ribeiro e
naka (1991), como no lago da Usina Hidrelétrica Pauls 2000). Na América do Sul, o Brasil é o país que
de Tucuruí (PA), na região amazônica, bem como apresenta a maior diversidade de espécies conhecidas
até o momento, seguido da Argentina e Venezuela
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(Ezcurra de Drago 1977, Volkmer-Ribeiro 1981). no ano de 1970, uma vez que ampliaram o registro
O catálogo de poríferos brasileiros, produzido de esponjas conhecidas para as águas continentais
por Muricy et al. (2011) reúne uma compilação de argentinas. Em suas pesquisas, listaram quinze
todas as espécies já reportadas para o país e a biblio- espécies provenientes dos afluentes do alto rio
grafia referente ao tema até o ano de 2010, incluindo Paraná, na província de Misiones, Argentina, com
486 referências devidamente listadas e averiguadas. descrição de três novas espécies: Radiospongilla ornata,
Neste catálogo, o Brasil mostra 53 espécies válidas Trochospongilla tenuissima e Spongilla (Stratospongilla)
de esponjas de água doce, distribuídas nas famílias atrata. Evidenciaram ainda a presença de duas outras
Spongillidae (com 28 espécies identificadas) além espécies originárias do rio Uruguai e até então não
de Potamolepidae e Metaniidae. identificadas para a área: Drulia uruguayensis Bonetto
Volkmer-Ribeiro (2007) apresenta o estado da e Ezcurra de Drago, 1968 e Spongilla (Stratospongilla)
arte das pesquisas sobre as esponjas continentais na ponsi Bonetto e Ezcurra de Drago, 1968.
América do Sul, salientando que as primeiras des- Anos mais tarde, Ezcurra de Drago (1979) iden-
crições foram produzidas no século XIX, a partir tificou um novo gênero sul-americano de esponjas
de espécimes obtidos dos rios Orinoco, Amazonas de águas continentais, analisando materiais de Corvo-
e Uruguai. Estudos taxonômicos mais aprofun- meyenia australis Bonetto e Ezcurra de Drago, 1966 e
dados foram desenvolvidos em meados do século de C. heterosclera Ezcurra de Drago, 1974. Constatou-
XX, ressaltando as pesquisas pioneiras efetuadas por -se diferenças marcantes entre estas espécies regis-
Argentino A. Bonetto e Inês D. Ezcurra de Drago, tradas para a América do Sul em comparação com as
que divulgaram trabalhos envolvendo a descrição descrições já disponíveis para as outras espécies do
e ocorrência de esponjas continentais para a região gênero, como C. everetti Mills, 1884 e C. carolinensis
Neotropical, atentando-se para o exame das comu- Harrison, 1971, ambas com distribuição na América
nidades de poríferos argentinos. Setentrional. Dessa maneira, baseando-se no critério
Em 1966, os autores publicaram o registro de estabelecido por Penney e Racek (1968) no que se
um novo gênero de esponja, Houssayella, tendo por refere aos elementos diagnósticos considerados para
base a identificação da espécie Houssayella iguazuensis, a diferenciação de gêneros, a autora definiu para as
observada no Salto “San Martin”, nas cataratas do espécies sul-americanas o gênero Corvoheteromeyenia.
Iguaçu, província de Misiones, na Argentina. No A maior coleção de esponjas de água doce detec-
trabalho também realizaram a primeira descrição das tadas na Argentina encontra-se depositada no Ins-
espécies Corvospongilla seckti e Corvomeyenia australis, tituto Nacional de Limnologia – INALI, em Santa
respectivamente, na localidade de Paso de la Patria, Fé, sendo, portanto, resultado de uma profunda e
província de Corrientes (nas proximidades da con- exaustiva atividade científica empreendida, prin-
fluência do alto Paraná com o rio Paraguai) e laguna cipalmente, por Argentino Aurelio Bonetto e Inês
Guadalupe, na província de Santa Fé. Ezcurra de Drago. Os autores iniciaram e impul-
Posteriormente, em trabalhos contíguos, Bonet- sionaram as pesquisas sobre essa fauna aquática
to e Ezcurra de Drago (1969) apresentaram relevan- no país, propondo a descrição de novas espécies e
tes notas sistemáticas sobre o gênero Uruguaya Car- gêneros com base na análise de seus componentes
ter, 1881, propondo a criação de um novo gênero, espiculares, bem como a redescrição de eventuais
denominado de Uruguayella, incluindo cinco espé- grupos taxonômicos, contribuindo sobremaneira
cies, todas sul-americanas e anteriormente descritas para estudos mais detalhados no tocante a riqueza
como do gênero Uruguaya, quais sejam: Uruguayella de esponjas na América do Sul.
repens, com ocorrência no rio Uruguai e afluentes da Não obstante, convém igualmente salientar
porção superior do rio Paraná; U. macandrewi, no rio a literatura especializada sobre poríferos no Bra-
Paraguai e nos cursos superior, médio e inferior do sil, onde os primeiros registros datam da segunda
rio Paraná; U. pygmaea, do rio Paraguai e Uruguai; metade do século XIX, sobre espécimes coletados
U. amazonica, do rio Amazonas e U. ringueleti, do alto principalmente na Amazônia por naturalistas e via-
Paraná e rio Uruguai. No mesmo ano, Ezcurra de jantes europeus. Os materiais foram identificados
Drago e Bonetto (1969) caracterizaram a fauna ben- por especialistas da época e depositados no Museu de
tônica dos saltos do rio Uruguai, em seu médio cur- História Natural de Londres (Inglaterra) e no Museu
so, com especial referência à ecologia dos poríferos. de Zoologia de Berlim (Alemanha), totalizando um
Merece destaque a contribuição substancial registro de 17 espécies, das quais 13 constituem ainda
dos estudos desenvolvidos pelos mesmos autores espécies válidas (Volkmer-Ribeiro 1999).
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Em 1863, em sua monografia de esponjas de de modo que, entre 1963 e 2010 a autora aludida
água doce, James Scott Bowerbank descreveu sete publicou mais de 130 trabalhos, incluindo artigos,
espécies para o Brasil, todas com ocorrência na região capítulos de livros e anais de congressos que se
amazônica: Metania reticulata, Uruguaya corallioides, tornaram imprescindíveis para o conhecimento
Trochospongilla gregaria, Trochospongilla paulula, Acalle de esponjas, sobretudo de ambientes de água doce
recurvata, Drulia brownii e Spongilla baileyi. Ao fazer (Muricy et al. 2011).
a revisão da literatura sobre poríferos brasileiros, Dessa forma, no desencadear de suas pesquisas,
Muricy et al. (2011) certificam que de 1890 à 1960 Volkmer-Ribeiro (1970) erigiu o gênero Oncosclera,
relativamente poucos estudos foram publicados. tendo como espécie tipo Oncosclera jewelli, definida
Em 1895, Weltner também apresentou o registro pela mesma autora como Spongilla jewelli no ano de
de esponjas de água doce para os bentos de um rio 1963. Ainda na década de 1970, cabe mencionar o
amazônico, ao descrever Uruguaya amazonica para o trabalho de Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa
rio Amazonas. (1978) que elencaram um novo gênero de espon-
Por sua vez, Lutz e Machado (1915) registraram jas de água doce a partir de material coletado no
Drulia brownii Bowerbank, 1863 como Spongilla rio Turvo, afluente do Paranaíba, na localidade de
franciscana para o rio São Francisco. Na sequência, Paraúna, no Estado de Goiás e no rio Itararé, afluente
Carvalho (1942) identificou Radiospongilla amazonen- do rio Paranapanema, na localidade de Carlópolis,
sis Volkmer-Ribeiro e Maciel, 1983 como Ephydatia no Estado do Paraná. As autoras realizaram a des-
crateriformis para o rio Ribeira de Iguape, no litoral de crição da espécie Sterrastrolepis brasiliensis e diante da
São Paulo, sendo o primeiro registro da espécie para peculiaridade dos materiais estudados justificou-se a
o Brasil. Em 1947, Machado iniciou os levantamen- proposição do novo gênero Sterrastrolepis. No mesmo
tos de esponjas na bacia Araguaia/Tocantins, com a ano, Ezcurra de Drago (1978) descreveu e ilustrou
detecção de Tubella meloleitaoi para um contribuinte Stratospongilla brasiliensis, que evidenciou as mesmas
da margem esquerda do rio Araguaia (rio Tapirapés). características espiculares de Sterrastrolepis brasiliensis
Anos depois a espécie foi posta em sinonímia, parte Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa, 1978. Logo,
em Metania reticulata Bowerbank, 1863 e parte em as espécies então descritas podem ser interpretadas
Trochospongilla pennsylvanica Potts, 1882, por Volkmer- como sinônimo, tendo em vista que a análise baseou-
-Ribeiro (1984). -se na mesma localidade e material tipo.
A partir da década de 1960 houve o incremento Posteriormente, Volkmer-Ribeiro & De Rosa-
dos estudos e numerosos trabalhos foram publica- -Barbosa (1979), dando continuidade aos seus
dos. Destacam-se as pesquisas realizadas por Cecília estudos do conjunto da bentobiota dulciaquícola
Volkmer-Ribeiro e demais pesquisadores colabora- da região Neotropical, posicionaram o novo gênero
dores, que através de uma vasta e fecunda atividade Sterrastrolepis na família Potamolepidae Brien, 1967,
científica, ampliaram a coleção de esponjas coligidas restrita até então à região Etiópica. Além desse,
no Brasil. Neste período, nota-se a contribuição outros gêneros foram incluídos na família, entre eles
referente aos estudos taxonômicos, com a revisão e Uruguaya Carter, 1881; Potamolepis Marshall, 1883;
criação de gêneros, inventários e descrições de novas Potamophloios Brien, 1970; Stratospongilla Annandale,
espécies, bem como a proposta de uma nova família 1909 e Oncosclera Volkmer-Ribeiro, 1970.
(Metaniidae Volkmer-Ribeiro, 1986), tendo como Por sua vez, De Rosa-Barbosa (1979) redescre-
ponto de partida, o estudo abrangente das esponjas veu o material tipo de Ephydatia facunda, original-
de água doce produtoras de gêmulas, de Penney e mente descrita por Weltner (1895) a partir de um
Racek em 1968 (Volkmer-Ribeiro 1999). único espécime coletado em uma pequena lagoa do
No Brasil foram executados estudos abrangen- Rio Grande do Sul. A autora salienta que a descrição
tes, principalmente na região amazônica e no Rio original foi feita de maneira sucinta, incompleta e
Grande do Sul. Em 1963, nos primórdios de seus sem ilustrações, julgando necessário ampliar e ilus-
estudos sobre a comunidade de esponjas brasilei- trar a descrição do holótipo de E. facunda, visando a
ras, Volkmer-Ribeiro efetuou o registro de esponja manutenção do “status” de espécie.
incrustando rochas de fundo de rios, com a des- Volkmer-Ribeiro e Maciel (1983), dedicando-se
crição de Spongilla jewelli para o rio Tainhas, bacia ao estudo de novas coleções de esponjas de água doce
do Taquari-Antas, no Rio Grande do Sul. Desde da região amazônica, apresentaram a primeira descri-
então, a produção científica voltada ao estudo da ção de Spongilla spoliata e Radiospongilla amazonensis,
fauna espongiológica alcançou notável crescimento, com ilustração de seus componentes espiculares. No
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trabalho, os autores ainda fizeram o primeiro registro de caráter ecológico, tendo as esponjas como indi-
de ocorrência de Trochospongilla variabilis Bonetto e cadoras ambientais e listaram os registros até então
Ezcurra de Drago, 1973 e Trochospongilla pennsylvanica feitos para a fauna espongiológica no curso inferior
Potts, 1882 para a Amazônia brasileira, sendo essa da bacia do rio Araguaia. Do mesmo modo, na região
última o primeiro registro para a região neotropical. Sudeste, Pinheiro et al. (2003) ampliaram o registro
Em 1984, Volkmer-Ribeiro propondo a revisão do de ocorrência de esponjas para águas continentais
gênero Metania Gray, 1867, realizou a redescrição do Estado de São Paulo, fornecendo a redescrição
de duas espécies neotropicais de águas amazônicas, de três espécies pela primeira vez registradas para
isto é, Metania reticulata Bowerbank, 1863 e Metania a Bacia do Alto Paraná: Oncosclera navicella Carter,
spinata Carter, 1881. 1881; Uruguaya corallioides Bowerbank, 1863 e Corvos-
De Rosa Barbosa (1988) descreveu Corvospon- pongilla seckti Bonetto e Ezcurra de Drago, 1966. Os
gilla volkmeri procedente da Lagoa Dourada, Paraíba, espécimes coletados no Rio Tietê, no município de
bem como efetivou o primeiro registro de ocor- Itapura/SP, elevaram para nove o número de espécies
rência de Corvospongilla seckti Bonetto e Ezcurra de conhecidas no Estado.
Drago, 1966 para o Brasil, no Rio Grande do Sul, Em 2005, Volkmer-Ribeiro & Parolin publica-
visto que a espécie era conhecida, até então, apenas ram o segundo registro de Sterrastrolepis brasiliensis
na Argentina. Volkmer-Ribeiro & De Rosa-Barbosa, 1978 para a
Da mesma forma, na década de 1990 foram Bacia do Paraná. A espécie foi detectada no fundo
divulgados novos estudos sobre sistemática e distri- rochoso do rio Piquiri, associada com Oncosclera
buição de esponjas de água doce no Brasil. Cita-se navicella e Oncosclera tonolli, ressaltando que essa últi-
Volkmer-Ribeiro (1990), que dissertou a respeito ma teve seu primeiro registro para águas brasileiras
da sistemática, evolução e taxonomia de esponjas e para a Bacia do Paraná, uma vez que a mesma foi
continentais, com importantes considerações sobre descrita originalmente por Bonetto e Ezcurra de
o gênero Metania e sua extensão para a região neotro- Drago (1968) somente para a bacia do rio Uruguai.
pical. Tavares (1994), em sua dissertação de mestra- Extensas coleções feitas ao longo da costa bra-
do, abordou o estudo das comunidades bênticas de sileira resultaram em grande número de novas
substratos rochosos de rios amazônicos, com rede- espécies e novos registros de esponjas. Destaca-se
finição e chave taxonômica das espécies do gênero o trabalho de Volkmer-Ribeiro & Machado (2007),
Drulia Gray, 1867. No levantamento correspondente que conduziram os levantamentos para a detecção
as esponjas de água doce do Estado de São Paulo, de esponjas dulcícolas em diversos corpos d’água
apenas seis espécies haviam sido registradas, com de ambientes costeiros na América do Sul, particu-
informações pertinentes a sua posição taxonômica larmente no Brasil, demonstrando que as espécies
e hábitos de ocorrência (Volkmer-Ribeiro 1999). recorrentes são indicadoras de habitats. Ainda no ano
Um número significativo de trabalhos publica- de 2007 as investigações realizadas por Pinheiro, que
dos por diferentes autores marca o início do século em sua tese de doutoramento discutiu a taxonomia
XXI, caracterizado por um crescimento exponencial e biogeografia das esponjas de águas continentais,
da literatura sobre Porifera. Vários grupos foram mostra que as áreas com menor número de regis-
redescritos em estudos recém-publicados, com tros de esponjas no Brasil são justamente os estados
notícias de novos registros de espécies, contribuindo, litorâneos da Região Nordeste. O autor indagou
desse modo, para um conhecimento mais sólido da que um dos prováveis motivos para essa escassez de
fauna sul-americana de esponjas com ocorrência em registros na região está atrelado à ausência de inven-
ecossistemas aquáticos continentais brasileiros. Para tários espongiológicos e esforços amostrais, existindo
a região Centro-Oeste do Brasil, Batista e Volkmer- lacunas a serem preenchidas para um conhecimento
-Ribeiro (2002) realizaram o levantamento das biogeográfico mais preciso.
comunidades de esponjas do leito de rios à jusante Em relação à Região Sul, notícias sobre a exis-
das barragens da Usina Hidrelétrica de Corumbá tência de uma fauna de esponjas de água doce
(bacia do Paraná) no Estado de Goiás e da Usina podem ser constatadas no Paraná, em estudo desen-
Hidrelétrica do rio Manso (bacia do Paraguai) no volvido por Volkmer-Ribeiro e Parolin (2010). Os
Estado do Mato Grosso, com redescrição de Oncos- autores apresentaram uma listagem das espécies
clera schubarti Bonetto e Ezcurra de Drago, 1967. detectadas para o Estado, tanto por suas espícu-
Para a Amazônia Central, merece destaque o las presentes em sedimentos de paleoambientes,
trabalho de Batista et al. (2003), que fizeram estudo quanto pela ocorrência de esponjas vivas no lei-
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to de diversos rios (ambientes lóticos) ou ainda ainda não são suficientemente compreendidas. A
em substratos mergulhados em águas represadas esse respeito, Custódio & Hajdu (2011) comentam
(ambientes lênticos). que as esponjas são historicamente consideradas um
Com o propósito de levantamento da espon- grupo de taxonomia complexa, sendo comuns dis-
giofauna paranaense, foram abordadas no trabalho cussões em torno da sua sistemática. Disto decorre
seis bacias hidrográficas, das quais apenas as bacias que muitos grupos ainda não possuem uma posição
do Ivaí, Paraná 2, Paraná 3 e Piquiri revelaram taxonômica precisamente definida, havendo pro-
resultados positivos, enquanto para as bacias da blemas de sinonímia e com chaves de identificação,
região litorânea, do Paraná 1, Ribeira e Tibagi não cenário que orienta para a necessidade de contínua e
houve o registro de esponjas. Os autores alertam profunda revisão dos táxons julgados válidos, obje-
que as bacias que apontaram resultados negativos, tivando assim uma base taxonômica mais sólida.
requerem avaliações mais detalhadas e abrangentes, Adicionalmente, com relação à biogeografia desses
sendo bastante promissoras as possibilidades de organismos, existem muitas regiões e localidades
detecção dessa fauna, especialmente para a bacia do que não foram tomadas como objeto de investigação
Paraná 1, visto que a maioria dos rios exibem águas da fauna espongiológica, e desse modo, carecem de
com baixa carga suspensa, dispondo de segmentos avaliação e de inventário mais completo (Muricy
caracterizados por corredeiras e pequenas quedas et al. 2011).
d’água, portanto ideais para a presença de esponjas. Estudos menos expressivos sobre descrição,
A coleção de referência de esponjas de água registro, taxonomia e distribuição de esponjas con-
doce do Brasil encontra-se no Museu de Ciências tinentais na América do Sul também foram produ-
Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande zidos, de maneira pontual, no Chile (Ezcurra de
do Sul, em Porto Alegre/RS, compondo um rico Drago 1974, Kilian e Wintermann-Kilian 1976),
acervo das espécies até recentemente amostradas Suriname (Ezcurra de Drago 1975), Bolívia (Boury-
no país. Atualmente, essa fauna tem representação e -Esnault e Volkmer-Ribeiro 1991). Na Venezuela,
abundância excepcionais na região amazônica e em os trabalhos de Bonetto e Ezcurra de Drago (1973),
certos ambientes formados por pequenas lagoas no ofereceram relevantes aportes ao conhecimento das
cerrado (Volkmer-Ribeiro 1999). No Estado do Rio esponjas coletadas no rio Orinoco, com primeira
Grande do Sul, onde o levantamento foi iniciado em descrição das espécies Drulia conifera, Stratospongilla
1960, Volkmer-Ribeiro e Parolin (2010) informam spinifera e Stratospongilla intermedia, estas duas últi-
que contabiliza até o presente momento o registro mas colocadas posteriormente no gênero Oncosclera
de 22 espécies dessa fauna brasileira, que ocupam por Volkmer-Ribeiro e Pauls (1980). Estudos mais
rios, arroios, lagoas e banhados costeiros, lagos de amplos e recentes sobre as coleções de esponjas de
hidrelétricas e açudes em propriedades rurais. ambientes de águas continentais venezuelanas foram
Todavia, Volkmer-Ribeiro (1999) adverte a executados por Volkmer-Ribeiro e Pauls (2000), que
necessidade de coletas mais abrangentes na região teceram considerações quanto à morfologia, habitat,
Neotropical, asseverando que os bentos profun- distribuição e produziram chave taxonômica para as
dos dos grandes rios do planeta não foram ainda esponjas da bacia do rio Orinoco.
meticulosamente prospectados, em virtude das As pesquisas sobre a ecologia atual das espécies
dificuldades de realização de amostragens nesses de esponjas de água doce, seu ambiente de distri-
ambientes. A possibilidade de amostrar exten- buição, características morfológicas e o conheci-
sivamente as comunidades de esponjas que se mento da sistemática do grupo são imprescindí-
desenvolvem no leito profundo de grandes rios veis e podem auxiliar estudos paleoambientais. O
brasileiros surgiu, nas últimas décadas, por oca- estabelecimento de coleções com as descrições e
sião da intensificação da construção de barragens representações dos conjuntos espiculares caracte-
para a formação dos lagos de hidrelétricas. Nesses rísticos de táxons de esponjas modernas, torna-se
momentos, os leitos à jusante das barragens ficam referencial importante para a identificação taxonô-
expostos, permitindo coletas representativas e o mica dessas espículas presentes em colunas sedi-
estudo das assembleias de esponjas, porventura mentares quaternárias, permitindo a determinação
fixadas nesses locais (Volkmer-Ribeiro 1999, Batista específica e validando o uso desse instrumento
e Volkmer-Ribeiro 2002). como recurso (dado proxy) para o entendimento e
Apesar das numerosas pesquisas feitas no Bra- reconstituição dos eventos e processos que incidem
sil, a taxonomia e distribuição da fauna de esponjas nas mudanças ambientais.
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Significado paleoambiental das espículas de enfoque para o hemisfério norte, demonstrando a
esponjas validade do uso de espículas de esponjas continen-
tais como ferramenta analítica em estudos dessa
As espículas de esponjas constituem uma fer-
natureza.
ramenta auxiliar eficaz em reconstruções paleoam-
No Brasil, os estudos envolvendo a utilização
bientais e paleolimnológicas, dado as suas carac-
de espículas de esponjas continentais como proxy na
terísticas intrínsecas para a deposição e acúmulo
interpretação paleoambiental foram produzidos ini-
junto a sedimentos, principalmente do Quaternário.
cialmente na Amazônia - Serra dos Carajás. Salienta-
Isto se deve a composição silicosa do esqueleto de
-se o trabalho de Martin et al. (1992), que discutiram
esponjas de água doce, fator que confere excepcional
a respeito de algumas alterações climáticas registra-
resistência a esses elementos frente ao processo de
das na América do Sul no intervalo de 7.000 anos
decomposição.
AP., relacionadas provavelmente às condições do El
O emprego das espículas de esponjas como
Niño. Para tanto, os autores analisaram sedimentos
indicador proxy, teve início em meados da década
de um perfil amostrado na Serra dos Carajás, no
de 1960, quando Racek (1966) proveu a primeira
Estado do Pará, contemplando a variação de pólen e
tentativa de utilização das espículas de poríferos con-
espículas de esponjas continentais, com a identifica-
tinentais como ferramenta diagnóstica de mudanças
ção da espécie Corvomeyenia thumi Traxler, 1895, que
paleoambientais. Destarte, estudando sedimentos de
segundo observações apuradas pelos autores, trata-
laguna da Guatemala, o autor apresentou ilustração
-se de uma esponja de água doce típica de ambiente
dos conjuntos espiculares observados, sem, contu-
lacustre com lâmina d’água rasa, adaptada às secas
do, proceder à identificação das espécies. A escassez
episódicas, portanto, um importante bioindicador
de estudos da fauna atual de esponjas continentais,
dessas condições ambientais.
somado a taxonomia confusa e inexistência de dados
Em trabalho subsequente, Sifeddine et al. (1994)
ecológicos para a época, emerge como uma das pro-
coletaram dois perfis de sedimentos em dois lagos
váveis causas para o insucesso na identificação das
localizados na Serra Sul dos Carajás (Amazônia
espículas preservadas no registro sedimentar.
Oriental), constatando variações no regime hidro-
Não obstante, Harrison et al. (1979) analisaram
lógico nos últimos 30.000 anos AP. Os resultados
sedimentos oriundos do Lago Okeechobee, na Flo-
das análises do conteúdo de carvão, espículas de
rida, conseguindo chegar a uma identificação espe-
esponjas, com a presença de gemoscleras de C. thumi,
cífica das espículas ocorrentes, com a determinação
aliado aos dados palinológicos, evidenciaram sequ-
de Ephydatia fluviatilis Linnaeus, 1758, Spongilla alba
ências interrompidas pela ocorrência de paleoin-
Carter, 1849 e Trochospongilla leidyi Bowerbank, 1863.
cêndios, convergindo para períodos sucessivos de
A datação por radiocarbono permitiu estimar
seca, com coluna de água reduzida. Cabe a ressalva
uma idade entre 4.000 e 3.000 anos AP, para os
que Volkmer-Ribeiro e Turcq (1996), estudando os
sedimentos estudados. Os autores constataram evi-
mesmos perfis de sedimentos provenientes da Serra
dências de eutrofização do lago, valendo-se de estu-
dos Carajás, já descritos e abordados por Sifeddine
dos disponíveis sobre a ecologia atual das espécies
et al. (1994), processaram o exame pormenorizado
de esponjas continentais para discutir e interpretar
das espículas da espécie C. thumi em Microscó-
os sedimentos pretéritos. Posteriormente, Hall e
pio Eletrônico de Varredura (MEV). As avaliações
Herrmann (1980) realizaram estudo paleolimno-
mostraram que períodos extremamente curtos de
lógico com três espécies de esponjas de água doce,
imersão causaram uma série gradual de formações
com base em espículas recuperadas de sedimentos
incompletas de espículas facilmente observadas ao
obtidos de um lago montanhoso situado no Colo-
MEV, sendo assim, sujeitas a correlação com perí-
rado, Estados Unidos. Os sedimentos datados por
odos curtos e longos de imersão ou com disponi-
14
C revelaram idade igual a 6.680 ± 400 anos AP.
bilidade de águas/chuvas para o sistema. Portanto,
Os autores também apresentaram discussão sobre
quanto ao grau de desenvolvimento das espículas
a ecologia atual das esponjas identificadas, propor-
analisadas, foi possível concluir uma sequência de
cionando uma caracterização precisa das condições
períodos secos e úmidos.
ambientais pretéritas.
Do mesmo modo, Cordeiro et al. (1997) eluci-
Em trabalhos congêneres, Harrison (1988),
daram as mudanças ambientais na Região da Serra
efetuou pesquisa abordando a utilização de esponjas
dos Carajás (Pará, Brasil) durante o Holoceno, a
de água doce em estudos paleolimnológicos, com
partir de um testemunho sedimentar lacustre (68,5
10 ISSN 1679-2300 TERRÆ DIDATICA 12-1,2016
cm) coletado em um lago situado em uma depressão, -Ribeiro, 1992, sendo essa última a única espécie
sobre um platô laterítico na Serra Norte da área de atualmente ocorrente no lago. Os constituintes
estudo e datado em 6.803 ± 50 anos AP. Na pesquisa espiculares fósseis em comparação com o material
também foram identificadas espículas de C. thumi, atual de D. pydanieli confirmaram a identificação
que juntamente às análises dos conteúdos de matéria específica. Entretanto, os autores apontaram e ilus-
orgânica e carvão, bem como a presença de colônias traram modificações das microscleras dessa espécie
de Botryococcus braunii (Chlorococcales), permitiram recuperadas do testemunho analisado (190 cm de
a interpretação da existência de duas fases distintas profundidade), interpretando essas variações como
para a região, sendo uma em torno de 6.800 a 4.000 uma possível resposta ou adaptação às mudanças
anos AP. e outra mais recente, de 4.000 anos AP. até paleoambientais vigentes durante o Holoceno.
o presente. A quantidade de espículas da esponja Volkmer-Ribeiro et al. (2001a) citaram exemplos
continental C. thumi, associado à ocorrência de colô- de três casos já publicados de utilização de espículas
nias da alga B. braunii, atestaram que o lago já fora de esponjas de água doce em estudos de reconstru-
mais raso devido a episódios de seca no Holoceno. ções paleoambientais na América do Sul, compre-
Turcq et al. (1998) atentando-se para o estudo endendo depósitos lacustres quaternários dispostos
de um novo perfil de sedimentos lacustres coletado na Serra dos Carajás, no Pará, Brasil (Sifeddine et
na Serra Sul dos Carajás, no Estado do Pará, Brasil, al. 1994, Cordeiro et al. 1997) e em Roraima, no
reportaram-se aos eventos desencadeados nos últi- extremo norte do país (Cândido et al. 2000). Tais
mos 7.000 anos AP. e indicaram as mesmas conside- estudos reforçam a importância desses compostos
rações ambientais já apresentadas na região durante de sílica biogênica como parâmetro paleoindicador,
esse intervalo que abrange o Holoceno. Para tanto, uma vez que, associado a outros proxy (análise mul-
ressalta-se que a pesquisa adotou a palinologia, con- tiproxy), permitem a compreensão da evolução da
templando, igualmente, a análise da concentração paisagem e as mudanças ambientais ocorridas em
de sílica biogênica de espículas da espécie C. thumi, uma região ao longo de um determinado espaço de
como referenciais instrumentais para a interpretação tempo geológico.
da dinâmica ambiental regional pretérita. Nesse sen- Volkmer-Ribeiro et al. (2001b) realizaram a
tido, ao descrever as variações ocorridas na Floresta prospecção de esponjas vivas e análise do conteúdo
Tropical Amazônica, os autores elencaram condi- de espículas de esponjas continentais dispersas em
ções climáticas propícias para o desenvolvimento testemunhos sedimentares no lago do Caçô, na
de florestas, no entanto, ponderando que essas eram região nordeste do Estado do Maranhão, notando
eventualmente acometidas por sucessivos eventos ainda a presença de frústulas de diatomáceas. Os
de incêndios, marcados por episódios de clima seco. resultados obtidos indicaram tanto a ocorrência de
Cabe destaque as inferências acerca dos paleo- exemplar vivo de M. spinata, quanto o registro de
ambientes e paleoclimas quaternários na região espículas dessa espécie nos sedimentos amostrados.
amazônica, mais precisamente na Serra dos Carajás, Os autores concluíram que as fases de disponibili-
embora auxiliada por diferentes proxies, teve substan- dade hídrica do ambiente propiciavam condições
cial contribuição de bioindicadores fósseis de sílica favoráveis para a colonização da fauna de esponjas,
biogênica, com a identificação de espículas de uma sem a necessidade de produção de gêmulas. Já os
única espécie de esponja, isto é, de C. thumi, que estratos com ausência desses bioindicadores, suge-
nesse caso, se configurou como uma ótima indica- riam interrupção abrupta e episódica de alimentação
dora paleoambiental. hídrica do sistema, porém nunca suficientes para
Todavia, estudos paleoambientais, com base determinarem a formação de um ambiente tipica-
em espículas de esponjas continentais, também mente lêntico, sujeito a reduções estacionais de água,
foram executados por Cândido et al. (2000), ao tendendo assim, mais para um ambiente semi-lótico
observarem espículas presentes em sedimentos do semelhante ao atual.
Lago Caracaranã, localizado no Estado de Roraima, Para a região mais continental, Parolin et al.
extremo norte do Brasil. Os dados evidenciaram a (2003) ofereceram a caracterização paleoambiental
ocorrência pretérita de esponjas características de de sedimentos de três lagoas (Samambaia, Linda e
lagoas do bioma Cerrado: Metania spinata Carter, Dos 32) na região de Taquaruçu, no Mato Grosso
1881; Radiospongilla amazonensis Volkmer-Ribeiro do Sul, tendo como foco a avaliação de espículas
e Maciel, 1983; Trochospongilla variabilis Bonetto e silicosas de esponjas de água doce. Os resultados
Ezcurra de Drago, 1973 e Dosilia pydanieli Volkmer- apontaram que essas lagoas, embora próximas, apre-
TERRÆ DIDATICA 12-1,2016 ISSN 1679-2300 11
sentaram gêneses distintas, corroborando a predo- do Sul, utilizando espículas de esponjas de água
minância de um clima mais seco na região antes do doce. Foram estudados e caracterizados sedimentos
Holoceno e durante o Holoceno Médio. da Formação do rio Luján, na Província de Buenos
No mesmo ano, convém mencionar que Pisera Aires, Argentina, datados pelo método do Carbono
e Sáez (2003) publicaram o primeiro registro fóssil 14, revelando idades entre o final do Pleistoceno e
de esponjas de água doce do gênero Ephydatia no início do Holoceno. A pesquisa mostrou não ser
Hemisfério Sul. Os restos fósseis foram encontrados possível a identificação e ilustração de espículas da
em sedimentos lacustres de diatomitos da Formação espécie E. facunda, assinalando um período de sedi-
Quillagua, na região de Atacama, porção central dos mentação lacustre em 11.060 a 10.420 anos AP, cuja
Andes, no norte do Chile, com posição no Mioceno espécie de esponja sugere o estabelecimento de um
Tardio. Porquanto, no curso de suas investigações, ambiente costeiro lagunar, confirmado ainda pela
os autores definiram uma nova espécie de esponja, ocorrência da diatomácea Hyalodiscus subtilis (Bailey).
correspondente a Ephydatia chileana, que apresentou Da mesma forma, Parolin et al. (2007) demons-
um padrão morfológico de espículas similar aos des- traram as mudanças paleoambientais no Alto rio
critos para a espécie atual de E. fluviatilis e se mostrou Paraná durante o Holoceno, com base na análise de
uma boa indicadora de condições paleoambientais. espículas de esponjas de água doce em amostras de
Posteriormente, Volkmer-Ribeiro et al. (2004) sedimentos turfosos, obtidas em duas perfurações
traçaram um panorama da evolução costeira de na região de Taquarussu, no Estado do Mato Grosso
sete lagoas que integram o Sistema Hidrológico do do Sul, Brasil. Datações por 14C indicaram idades
TAIM, no Rio Grande do Sul, Brasil, com respal- que oscilaram entre 11.570 ± 80 anos AP (240 cm
do da análise do conteúdo espicular presente nos de profundidade) e 4.010 ± 80 anos AP (29-35 cm).
sedimentos recolhidos dessas lagoas. Nesse senti- No estudo foram detectadas espículas de Hete-
do, identificaram e ilustraram espículas da espécie rorotula fistula Volkmer-Ribeiro e Motta, 1995, R.
Ephydatia facunda Weltner, 1895, típica de lagoas de amazonensis, ambas as espécies típicas de ambientes
ambientes costeiros, avaliando a ocorrência quanti- lênticos, bem como de Corvospongilla seckti Bonetto
tativa das espículas que revestem as gêmulas (gemos- e Ezcurra de Drago, 1966 e Trochospongilla repens
cleras). Verificaram a maior produção de esponjas no Hinde, 1888, essas duas últimas com comunidades
ambiente enriquecido de matéria orgânica, evoluin- características de ambientes lóticos. Verificou-se a
do para o sistema de banhado. alternância na ocorrência de espículas dessas espécies
Parolin et al. (2005) detalharam as mudanças ao longo da coluna sedimentar, com inferências de
paleoambientais na região de Taquarussu, no Mato pulsos de inundação na planície do rio Esperança,
Grosso do Sul, tendo em vista sedimentos de dois que acredita-se serem responsáveis pela formação
testemunhos de sondagem recuperados da lagoa da turfa. Os resultados apresentados reiteram os
Samambaia. Estudou-se a variação da composição estudos palinológicos já produzidos para a região e
das assembleias de esponjas através de espículas con- constitui o primeiro registro fóssil datado para H.
tidas nos sedimentos, bem como se observaram as fistula e T. repens.
sequências sedimentares com predomínio de espícu- Parolin et al. (2008) deram continuidade as
las de espécies de esponjas indicadoras de condições pesquisas empreendidas na região de Taquarussu,
paleoambientais locais, as quais os autores cunharam no Mato Grosso do Sul, levando a efeito discussões
o termo espongofácies. Os dados obtidos descreve- previamente abordadas em estudos precedentes.
ram significativas alterações ambientais e hidroló- No presente trabalho, sedimentos recuperados da
gicas na região, marcada por fases secas, lacustres Lagoa Samambaia foram datados pelo método de
e fluviais desde o final do Pleistoceno e durante o termoluminescência. A identificação taxonômica
Holoceno, com indícios da existência de paleodre- das espículas detectadas no material sedimentar
nagens na área. Mais uma vez se demonstrou a con- mostrou a ocorrência pretérita das esponjas D.
fiabilidade da utilização das espículas de esponjas em pydanieli, M. spinata, R. amazonensis, Corvospongilla
trabalhos de interpretações paleoambientais, pois os sp. e Oncosclera sp., sugerindo uma alternância de
resultados apresentados corroboram levantamentos fases lóticas e lênticas. Os autores introduziram o
paleoclimáticos já descritos para a região. termo espongofácies para descrever as sequências
Em 2007, Volkmer-Ribeiro et al. realizaram o sedimentares nas quais espículas de espécies de
primeiro estudo de reconstituição paleoambiental esponjas continentais predominam e indicam con-
com datação absoluta em área costeira da América dições paleoambientais específicas, reassegurando
12 ISSN 1679-2300 TERRÆ DIDATICA 12-1,2016
a sua viabilidade como um dado proxy. do Estado do Paraná. Em pesquisa comparativa, vale
As contribuições sobre o uso de espículas de notar que as espículas identificadas na área sele-
esponjas de água doce como indicadores de paleo- cionada por Rezende (2010), revelaram afinidades
ambientes podem ser constatadas, igualmente, no taxonômicas com os materiais descritos por Parolin
trabalho de Almeida et al. (2009). O estudo teve (2006) para as lagoas da região de Taquarussu, no
como objetivo caracterizar depósitos de espongilito sudeste do Mato Grosso do Sul, mostrando que
de lagoas situadas na região de João Pinheiro, no muitas das espécies de esponjas registradas, através
noroeste do Estado de Minas Gerais, Brasil, identi- de espículas contidas nos sedimentos, são comuns a
ficando espículas de esponjas formadoras de espon- ambas as regiões e podem traduzir ambientes sujei-
gofacies e que integram espécies com ocorrência tos à secas estacionais. As interpretações apresentadas
atual no Bioma Cerrado. Os resultados assinalam no referido trabalho confirmam um paleoclima mais
uma variação ambiental na época da formação dos seco no final do Pleistoceno e a ocorrência de diver-
depósitos analisados, alternando períodos de clima sas oscilações climáticas no Holoceno, com fases
mais úmido e frio e de clima mais seco com chuvas mais secas durante o Holoceno Inferior e Médio,
torrenciais no espaço de tempo que compreende o registrando-se um aumento da umidade desde o
Pleistoceno Superior e Holoceno. Holoceno Superior aos dias atuais.
Machado (2009) informou a ocorrência de Em sua tese de doutoramento, Kuerten (2010)
espículas de esponjas continentais e camadas de realizou a compartimentação geomorfológica e a
espongilitos intercaladas por diatomitos (depósitos reconstituição das mudanças paleoambientais e
com predominância de frústulas de diatomáceas) em paleo-hidrológicas do Pantanal do Nabileque, assim
estudo operado no Afloramento Paleolago Cemité- conhecido para se referir a uma das sub-regiões que
rio, que compreende um depósito lacustre localiza- integram o Pantanal Mato-Grossense. A análise
do no município de Catalão, sudeste do Estado de circunstanciada dos compartimentos da área pos-
Goiás, Brasil. As análises taxonômicas das espículas sibilitou a sua caracterização como um sistema de
no depósito confirmaram a existência de uma antiga megaleque fluvial, construído pelo rio Paraguai, no
comunidade de esponjas, tanto de ambiente lêntico qual foram reconhecidas três principais unidades
quanto lótico, evidenciando a contribuição de um geomorfológicas, assim definidas: a) planície aluvial
sistema lótico no início da formação do Paleolago, degradada; b) cinturão de meandros abandonados e
marcado por um aporte significativo de águas com c) cinturão de meandros atual. Ao utilizar espículas
fluxo devido ao padrão das espículas detectadas. Por como indicadores proxy, o autor concluiu que o
ora, com base em suas investigações, a autora propôs cinturão de meandros abandonado do megaleque
dois paleoambientes diferenciados para o Paleolago do Nabileque, experimentou mudanças de ambiente
Cemitério, denotando a ocorrência inédita de diato- fluvial mais úmido para ambiente lêntico mais seco,
mitos e espongilitos em um mesmo depósito, além inferindo uma mudança de curso do rio Paraguai
de efetuar o primeiro registro de espículas da espécie entre 6.700 e 3.900 Ka AP.
Corvoheteromeyenia australis Bonetto e Ezcurra de Dra- Guerreiro (2011) dissertou sobre a evolução
go, 1966 em comunidade formadora de espongilitos. geomorfológica e paleoambiental nos terraços da
Ressalta-se que a pesquisa registrou no depósito margem esquerda do alto rio Paraná, no noroeste do
estudado espículas de esponjas que são características Estado do Paraná, próximo à cidade de Querência do
de espécies consideradas indicadoras de lagoas típicas Norte. Digno de nota, as evidências de espículas em
de Cerrado, sugerindo a existência desse Bioma, na sedimentos lacustres, que segundo interpretações
região central do Brasil, já no final do Pleistoceno efetuadas pelo autor, descartam a contribuição de
e apontando para a presença de ambiente pretérito ambientes lóticos na gênese e evolução das lagoas
similar, na região sudeste de Goiás. que ocorrem na região.
Estudos mais recentes dedicados ao reconhe- Da mesma forma, a contribuição de Silva et al.
cimento de mudanças ambientais no Quaternário (2012), apresentou o primeiro estudo no Centro-Sul
foram realizados por Rezende (2010), que baseando- do Brasil sobre caracterização de níveis marinhos
-se na análise micropaleontológica de espículas de com base em espículas e datações absolutas. Os
esponjas recuperadas de testemunhos de sedimentos autores detalharam as mudanças paleoambientais
lacustres, obtidos da Lagoa Fazenda (município de na região do baixo curso do rio Ribeira de Igua-
São Tomé) e Lagoa Seca (município de Japurá), deli- pe (Iguape/SP), no sudeste do Brasil, onde foram
neou a conjuntura paleoambiental na região noroeste detectadas espículas de esponjas de água doce e
TERRÆ DIDATICA 12-1,2016 ISSN 1679-2300 13
marinhas, indicando fases com grandes oscilações Conclusões
do nível do mar entre 6.240 e 4.500 anos AP, e fases
com predomínio de fluxos de água doce entre 4.500 O trabalho realizou uma síntese acerca das ocor-
e 2.920 anos AP. Os autores também postularam uma rências de esponjas de água doce na América do Sul,
possível mudança do canal do rio Ribeira de Iguape, com enfoque para o Brasil, e sua aplicação como
para oeste do local amostrado, durante o Holoceno. ferramenta de interpretação paleoambiental, por
Recentemente, Guerreiro et al. (2013) relata- meio das espículas silicosas preservadas em depósitos
ram as condições paleoambientais em cinco teste- sedimentares de idade quaternária.
munhos recuperados de lagoas e leque aluvial da Do que foi levantado conclui-se que o conheci-
margem esquerda do alto rio Paraná, no noroeste mento é incipiente, incompleto, e somente a partir
do Estado do Paraná, a partir da análise do conteú- da década de 1960, houve o incremento dos estu-
do de espículas silicosas de esponjas de água doce. dos envolvendo os levantamentos e descrições da
A determinação específica das esponjas possibilitou espongiofauna de ambientes de água doce no Brasil,
reconstituir condições ambientais mais secas que as sendo que, nesse período, nota-se a contribuição
atuais no alto rio Paraná do Pleistoceno Tardio até referente aos estudos taxonômicos, com a revisão e
o início do Holoceno, registrando a transição de criação de gêneros, inventários e descrições de novas
climas secos pleistocênicos para climas úmidos no espécies. Estudos abrangentes foram executados,
Holoceno, com formação de leque aluvial, datado principalmente, na região amazônica e no Estado
em 7.540 anos AP. Os resultados alcançados nesse do Rio Grande do Sul.
estudo estão de acordo com outros trabalhos que As publicações que tratam do emprego das espí-
sugerem semelhantes condições climáticas para esse culas de esponjas de água doce como ferramenta
período do Quaternário, as quais já foram retratadas para reconstrução paleoambiental, indicam que as
em estudos antecedentes desenvolvidos pelos mes- abordagens com essa temática no Brasil, iniciaram na
mos autores (Guerreiro et al. 2010, Guerreiro 2011). Amazônia – Serra dos Carajás, no decurso da década
A figura 1 mostra a distribuição das ocorrências de 1990 e se encontram relativamente desenvolvidas
de espículas de esponjas de água doce e sua aplicação no país, principalmente para a região Centro-Sul e
como instrumento de interpretação paleoambiental Norte, onde há maior número de trabalhos publi-
no Brasil. cados. Por fim, o trabalho evidencia o estágio atual
dos estudos sobre a espongiofauna sul-americana,
destacando as perspectivas e a necessidade da realiza-

Figura 1. Distribuição das ocorrências de espículas de esponjas de água doce utilizadas como instrumentos de reconstrução
paleoambiental no Brasil. Fonte: Base cartográfica do IBGE (2010)

14 ISSN 1679-2300 TERRÆ DIDATICA 12-1,2016


ção de trabalhos mais abrangentes e intensivos, para dae. Proc. Zool. Soc. London, p. 440-472.
ampliar o conhecimento dessa fauna nas áreas que Cândido J. L., Volkmer-Ribeiro C., Simões Filho F. L.,
carecem de um esforço amostral e de levantamentos Turcq B. J., Desjardins T., Chauvel A. 2000. Mi-
mais pormenorizados para a detecção de esponjas, crosclere variations of Dosilia pydanieli (Porifera,
Spongillidae) in Caracaranã lake (Roraima – Bra-
além da importância da elaboração de uma coleção
zil): Palaeoenvironmental implication. Biociências,
de referência com as descrições das espículas pre-
Porto Alegre, 8(2): 77-92.
sentes em táxons de esponjas atuais, como subsídio Carvalho J. P. 1942. Ocorrência de Ephydatia crateriformis
aos estudos paleoambientais. (Potts) na América do Sul. Bol. Fac. Filos., Cienc. e
Letras Univ. São Paulo, 6: 267-269.
Cordeiro R. C., Turcq B., Suguio K., Volkmer-Ribeiro
Agradecimentos C., Silva A. O., Sifeddine A., Martin L. 1997. Ho-
Os autores agradecem ao Conselho Nacional de locene environmental changes in Carajás Region
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq (Pará, Brazil) recorded by lacustrine deposits. Verh
processo 471385/2012-3). A primeira autora agrade- Int. Verein Limnol., Stuttgart, 26: 814-817.
ce à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Custódio M. R., Hajdu E. 2011. Checklist de Porifera
Pessoal de Nível Superior) pela concessão da bolsa do Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotrop., Su-
pl. 1, 11: 427-444.
de mestrado e o segundo e terceiro autores agrade-
De Rosa-Barbosa R. 1979. Redescrição do material tipo
cem a bolsa de produtividade da Fundação Araucária. de Ephydatia facunda Weltner, 1895 (Porifera-Spon-
gillidae). Iheringia Ser. Zool., Porto Alegre, 54: 27-34.
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RESUMO: Este trabalho apresenta atualização bibliográfica da produção científica envolvendo a fauna de esponjas continentais na
América do Sul, destacando os estudos efetuados no Brasil. Para isso foi realizado o levantamento das principais pesquisas que
tratam do registro das ocorrências de esponjas de água doce, e daquelas sobre a utilização de suas espículas silicosas, preservadas
em depósitos sedimentares, como dado proxy em estudos de reconstrução paleoambiental. Os estudos encontram-se relativamente
mais desenvolvidos na região Centro-Sul e Norte do país. No entanto, fica evidente a necessidade de pesquisas mais abrangentes
e intensivas na descrição de espécies atuais e de identificação em sequências sedimentares.

Palavras-chave: Esponjas de água doce, espículas silicosas, reconstrução paleoambiental.

18 ISSN 1679-2300 TERRÆ DIDATICA 12-1,2016

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