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Pesquisa e Prática de Ensino em Matemática II

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia


Licenciatura em Matemática com Enfoque em Informática

FELIPE DOURADO DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

ENSINO DA GEOMETRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Jequié – BA
2021
FELIPE DOURADO DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

ENSINO DA GEOMETRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Relatório final de pesquisa, apresentado como requisito para apresentação do


seminário da matéria Pesquisa e Prática do Ensino de Matemática II do curso de
Matemática com Enfoque em Informática da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia

Orientadora: Prof. Ms. Eliana Maria de Jesus

Jequié – BA
2021
RESUMO

A geometria é uma parte fundamental da matemática, seus conteúdos e aplicações são


essenciais para a formação de um aluno, contribuindo para a aprendizagem matemática com
figuras, dinâmicas, equações, cálculos e diversos outros meios e para a aprendizagem em
geral, pois a geometria está presente no cotidiano dos docentes desde o início de sua vida
escolar até sua vida como adulto. Porém abordá-la têm se tornado um grande desafio para a
educação brasileira, principalmente no ensino fundamental. Podemos citar diversos pontos
que contribuem para esse esquecimento do ensino da geometria no ensino fundamental, são
eles: a questão curricular, o processo histórico, a má qualidade da educação em geral, a falta
de recursos infraestruturais, a incapacidade dos professores, dentre muitos outros. A pesquisa
foi realizada por meio de um formulário e entrevistas, tendo o objetivo de coletar opiniões e
relatos de ações dos professores em prol ensino de geometria, além de evidenciar a
necessidade de atingir a qualidade do ensino dela por meio de novas políticas curriculares que
farão com que o ensino da geometria seja mais valorizado e respeitado.

Palavras-chave: Ensino fundamental. Geometria. Qualidade da educação.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................5

2 RESULTADOS DA PESQUISA...........................................................................................7

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................8

4. REFERÊNCIAS..................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO

A geometria é uma parte essencial da matemática, ensiná-la desde o início da


formação educacional deve ser primordial, pois nela obtemos vários instrumentos que serão
utilizados pelos discentes tanto na própria matemática e se estendendo para outras disciplinas
como física, química, biologia, história, geografia e até em cursos mais específicos como o
direito, ou seja, a geometria estará presente no cotidiano de qualquer indivíduo. Porém
conseguir ensinar a geometria no nosso sistema de ensino não é nada fácil, por diversos
motivos a geometria passou por um processo histórico conturbado, a matemática em si como
nós sabemos é considerada uma matéria muito difícil pela maioria da população e trazer
outros campos dela que dificultarão mais o ensino foi pontuado rapidamente, dessa maneira o
ensino da geometria foi cada vez mais menos abordado ao decorrer do tempo.
Atrelado a esse esquecimento gradual a incapacidade dos professores foi outro fator
preponderante para a não abordagem da geometria no ensino fundamental ou a aprendizagem
significativa da mesma, é notável que durante muito tempo muitos professores que ensinavam
matemática não eram matemáticos, ou seja, não eram preparados para o ensino da matemática
muito menos da geometria, esse temor fez com que a geometria fosse deixada de lado pois
muitos professores não ficavam confortáveis ao ensiná-la.
Nossa educação conta com diversos documentos responsáveis para seu
funcionamento, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Plano Nacional de Educação
(PNE) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), são exemplos de documentos que
fomentam a educação nacional, neles questões de gestão escolar, infraestrutura,
comportamento docente, destinação de verbas, currículos e diversos outros são organizados.
Porém muitas vezes esses documentos apesar de fazerem alusão a questão sociocultural da
escola, são desconexos da sua realidade no cotidiano. Um exemplo muito interessante é o
vivido durante a pandemia e o Ensino Remoto Emergencial (ERE), os cadernos de apoio
feitos pelo Estado e destinados às instituições de ensino, são completamente ultrajantes desde
a quantidade de conteúdos, sugestões de aula, modos de abordagem, dinâmicas, dentre outros,
ou seja, o ensino que é proposto pelo Estado na maioria das vezes não e alcançado pelos
professores por conta do tempo e são deixados para trás. Desse modo notamos que a
geometria também é afetada por todas essas questões, mas destacamos o tópico curricular,
pois a matemática como sabemos, é uma matéria que o tempo é extremamente escasso por
necessitar de um desenvolvimento teórico preciso e com pausas, além de a extrema
importância da correção da prática e correção de atividades, ou seja, em todo esse processo o
ensino de geometria é deixado em segundo plano.
A pesquisa foi feita na intenção de coletar informações e opiniões de três professores
que ensinam matemática no ensino fundamental, realizada com dois desses professores
responderam por um formulário no google e o terceiro professor por WhatsApp, as perguntas
tinham direcionamento ao ensino presencial, porém uma pergunta foi feita considerando a
situação atual (pandêmica). No próximo tópico irei desenvolver com relação a essas respostas
e relacionando com minhas opiniões sobre o ensino da geometria no ensino fundamental. Os
questionamentos realizados aos professores, têm ligação com o ensino da geometria, alguns
aspectos pessoas, pandemia e outros fatores, são eles: qual a sua formação? Quantos anos
você leciona a disciplina de matemática? Ensino (considerando apenas a docência no ensino
fundamental)? Você trabalha com o ensino da geometria durante o ano letivo? Como a
geometria está inserida no currículo durante o ano letivo? Quais conteúdos da geometria você
costuma abordar em suas aulas? Como você costuma abordar esses conteúdos? Você utiliza
algum material/recurso tecnológico para abordar os conteúdos de geometria na sala de aula?
Durante a pandemia, o ensino da geometria nas aulas remotas sofreu muitas alterações em
relação ao ensino presencial? Você encontra dificuldades para realizar o ensino da geometria?
Para você, o ensino da geometria traz benefícios para a formação dos alunos?

2 RESULTADOS DA PESQUISA

Primeiramente vamos conhecer brevemente os professores que responderam a


pesquisa. A Professora 1 é graduada em pedagogia e leciona matemática há um ano no ensino
público. O Professor 2 é graduado em matemática e leciona matemática e geometria há sete
anos no ensino privado. O Professor 3 é mestre em matemática e leciona matemática e
geometria há 13 anos no ensino privado e público. Notamos uma diferença de experiência de
todos os professores e um daqueles casos que apontamos acima, um não matemático
ensinando matemática, vamos nos aprofundar nas respostas dos professores.
O primeiro resultado é animador pois todos os professores trabalham com a geometria
durante o ano letivo, mas notaremos a diferença desse tipo de abordagem. Logo observamos
um grande abismo entre o ensino privado e público, pois quando questionados os professores
apontaram que no ensino público a geometria é apenas abordada sendo inserida na matéria
matemática, já no ensino particular a geometria é uma matéria individual, ou seja, ela é
trabalhada com mais tempo e precisão. Particularmente eu fiz toda minha trajetória escolar no
ensino privado, e tive a geometria como uma matéria individual, e posso afirmar que fui
muito sortudo disso, pois a geometria contribuiu significativamente para minha formação e
noto esses benefícios nos dias de hoje.
Em relação aos conteúdos abordados todos os professores percorreram denominadores
comuns, claro que na sua devida proporção em relação ao tempo para a abordagem, assuntos
que são fundamentais foram pontuados, são eles: geometria plana, ângulos, retas, formas,
congruência, semelhança, teorema de Pitágoras, círculos, segmento da reta e polígonos.
Porém esse é o nosso limite, pois todos os professores se limitam a sala de aula, e quando
perguntados sobre a utilização de recursos tecnológicos dois não utilizam e um apenas
utiliza o computador para mostrar slides e gráficos. Esse ponto já era esperado por mim,
apesar da geometria permitir diversas dinâmicas, as vezes as metas colocadas pela
instituição acaba sendo o objetivo principal do professor e romper as barreiras da sala de
aula se tornam mais complicadas.
Quando perguntados sobre a alterações do ensino da geometria tivemos três
respostas bem distintas. A Professora 1 avaliou que o ensino durante a pandemia sofreu
bastante alterações, mas o ponto positivo foi que a aproximou de alguns recursos
tecnológicos apesar de não conseguir levar para a escola por conta da falta de recursos
tecnológicos, ela citou que a aproximação para formular as aulas foi muito proveitosa. Por
outro lado, o Professor 2 pontuou que o ensino da geometria e geral foi bastante
prejudicado por conta do distanciamento que dificultou a relação professor-aluno, porém
como a Professora 1 o Professor 2 se aproximou mais dos recursos tecnológicos utilizando
uma ferramenta que agrega bastante para o ensino que é o Geogebra durante suas aulas
remotas. Já o Professor 3 relatou que conseguiu aplicar de uma forma significativa o uso
dos recursos tecnológicos durante a pandemia na escola privada pois a maioria de seus
alunos tem acesso a um computador, por meio do Geogebra e o Paint 3D recebiam e
produziam materiais utilizados durante as aulas, porém no ensino público ele também
usufruiu desses recursos mais de uma maneira para apenas apresentar em sua aula pois
muitos dos alunos não tinham acesso a computadores que suportavam esses arquivos.
Em relação as dificuldades apresentadas para o ensino da geometria, a Professora 1
foi direta em sua resposta e disse que não encontrava dificuldades, para a minha surpresa.
Já o Professor 2 foi mais preciso em sua resposta, ele pontuou que durante a aula não
encontra dificuldades, mas durante o processo escolar, apesar de em sua instituição de
ensino, a escola disponibilizar um horário semanal para a geometria, ela passa por alguns
dilemas curriculares para conseguir esse horário durante a semana e o professor tem papel
fundamental para a preservação deste momento da geometria. Por fim, o Professor 3
relatou que os dois lugares de ensino diferem bastante, pois no ensino privado ele tem uma
maior liberdade e tempo para conseguir ensinar a geometria, já no público, seu horário é
mais escasso e o ensino da geometria se torna bem mais corrido.
O ultimo questionamento fazia alusão, aos benefícios do ensino da geometria
durante o processo fundamental, e todos tiveram a mesma opinião, a de que a geometria é
imprescindível para o desenvolvimento do aluno, e isso se deu por diversos fatores, o dia a
dia, a compreensão da matemática, o desenvolvimento a partir de imagens, o exercício do
raciocínio todos esses são pontos que a geometria é fundamental.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que o ensino da geometria se encontra em dois estágios, no ensino público


muito sucateado distante de ser aceitável e/ou com alguma qualidade, são as diversas soluções
que podem acontecer, desde a raiz do sistema educacional brasileiro, a gestão e destinação de
verbas para a educação, o combate a desonestidade, a melhoria urgente na infraestrutura,
oferecimento de bibliotecas, transporte escolar, sala de informática, sabemos que pensar assim
as vezes é sonhar muito, a gestão curricular, permitir um horário específico para a geometria
ser trabalhada com calma e claro com competência que está ligada diretamente a capacidade
profissional, cabe ao professor não ter medo de ensinar a geometria, saber trabalhar com ela
com destreza e levar dinâmicas aos alunos, sabemos que a geometria permite ao professor
romper as barreiras da sala, como por exemplo levar para a quadra, fazer uma gincana,
aproveitar e trabalhar com formas geométricas, todo aluno se diverte quando trabalhamos com
algo novo. Para o ensino particular o caminho se torna bem mais simples, mas também está
longe de ser perfeito, trabalhar a geometria exige empenho e criatividade por parte dos
responsáveis pela educação.
A tecnologia vem para ficar e quando utilizada da maneira correta se torna o braço
direito do ensino, são diversos os recursos que podemos usufruir, Geogebra, Paint, vídeos,
redes sociais e muitíssimos outros. O currículo é outro que deve ser extremamente melhorado,
a geometria tem a necessidade de ser tornar uma matéria específica, realmente ela é parte da
matemática, mas uma parte particular e extensa, ou seja, o melhor para ela é se tornar uma
disciplina oficial para os órgãos educacionais.
Para atingir a aprendizagem significativa nos falta muito, mas começando o mais
rápido possível iremos atingir melhorar a qualidade da educação e o ensino da geometria
desde o ensino fundamental I é um passo importantíssimo para isso, vamos valorizá-la nos
currículos, no dia a dia e na sala de aula, ela será umas das chaves para a melhora da educação
no nosso país contribuindo para a formação pessoal do aluno e do professor, a geometria é
essencial e não podemos abandoná-la.
4. REFERÊNCIAS

GUIMARÃES, S. D.; VASCONCELLOS, M.; TEIXEIRA, L. R. M. O ensino de geometria nas séries


iniciais do ensino fundamental: concepções dos acadêmicos do normal superior. Zetetike, Campinas,
SP, v. 14, n. 1, p. 93–106, 2009.

https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5544_3272.pdf

https://www.scielo.br/j/rbedu/a/xzRGKxDRJ6XS4ZXxLnBTkFL/?format=pdf&lang=pt

https://periodicos.ufop.br/redumat/article/view/1998/1536

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