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Fatec Taubaté

Motores de Combustão Interna I

Princípios de Funcionamento dos


Motores de Combustão Interna
1ºS_2021
Flávio Groh Motores a Combustão Interna I
Fatec Taubaté

Histórico
O primeiro motor aplicado num veículo.
Motor Benz de 1 cilindro - 0,75 cv/900 rpm.
Uma evolução do mostrado
na prática por Otto em 1876.

Bertha Benz ganha filme inspirador para celebrar seus 170 anos – UNIVERSO MOTOR
Bertha Benz: The journey that changed everything - YouTube

Flávio Groh Motores a Combustão Interna I


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Definições

Afinal o que é um motor?

É um conjunto de peças fixas e móveis


que transformam qualquer tipo de
energia em energia mecânica.

https://www.youtube.com/watch?v=Knpk9Hmn4kQ

Flávio Groh Motores a Combustão Interna I


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Definições
Motor de Combustão Interna

Conjunto de peças fixas e


móveis que transformam a
energia química do
combustível em energia
mecânica.

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Princípios básicos

Os principais componentes de um MCI são:

Peças fixas Peças móveis


1. bloco do motor 1. pistão (êmbolo)
2. cabeçote 2. Biela
3. cárter 3. árvore de manivelas
4. válvulas de admissão e escape
5. árvore de comando de válvulas

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Bloco do motor
É o motor propriamente dito.

Nele são usinados os cilindros ou os


furos para a colocação destes; os
motores arrefecidos a ar levam
cilindros aletados, possuindo,
geralmente, bloco baixo permitindo
que os cilindros fiquem expostos à
circulação do ar de arrefecimento.

Na parte inferior do bloco estão os


alojamentos dos mancais centrais,
onde se apoia o eixo de manivelas
(virabrequim).

Nos motores horizontais de cilindros opostos, o eixo de manivelas acha-se no centro do


bloco, este, por sua vez, é composto de duas partes justapostas, afixadas por parafusos.

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Cabeçote
É uma espécie de tampa do motor.

Contra o cabeçote o pistão


comprime a mistura, ar
combustível.

O cabeçote possui furos


com roscas onde são
instaladas as velas de
ignição ou os bicos injetores
e onde estão instaladas as
válvulas de admissão e
escape com os respectivos
dutos.

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Carter
Parte inferior do bloco, cobrindo os componentes inferiores do motor, e onde está
depositado o óleo lubrificante.

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Pistão ou êmbolo

É a parte móvel da câmara de combustão, recebe a


força de expansão dos gases queimados, transmitindo-
a à biela, por intermédio de um pino de aço (pino do
pistão). É em geral fabricado em liga de alumínio.

Biela
Braço de ligação entre o pistão e o eixo de manivelas;
recebe o impulso do pistão, transmitindo-o ao eixo de
manivelas (virabrequim). É importante salientar que o
conjunto biela-virabrequim transforma o movimento
retilíneo do pistão em movimento rotativo do
virabrequim.

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Arvore de manivelas ou
Virabrequim
Eixo motor propriamente dito, o qual, na
maioria das vezes, é instalado na parte
inferior do bloco, recebendo ainda as bielas
que lhe imprimem movimento.

Válvulas
Existem dois tipos: de admissão e de escape. A primeira abre-
se para permitir a entrada da mistura combustível/ar (ou ar
puro, conforme o caso) no interior do cilindro. A outra, de
escape, abre-se para dar saída aos gases queimados.

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Arvore de comando de válvulas


A função deste eixo é abrir as válvulas de admissão e escape, respectivamente, nos
tempos de admissão e escapamento. É acionado pelo eixo de manivelas, através de
engrenagem, corrente ou ainda, correia dentada. É dotado de ressaltos que elevam o
conjunto: tucho, haste, balancim abrindo as válvulas no momento oportuno.

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Princípio de funcionamento dos motores de combustão interna
O Ciclo mecânico pode ser resumido da seguinte forma:
1. Introduz-se o fluido ativo no cilindro;
2. Comprime-se o combustível;
3. Queima-se o mesmo;
4. Ocorre a expansão dos gases resultantes da combustão, gerando trabalho;
5. Expulsão dos gases.

Nos motores a pistão, este ciclo pode completar-se de duas maneiras:


• ciclo de trabalho a quatro tempos;
• ciclo de trabalho a dois tempos.

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Princípio de funcionamento dos motores de combustão interna

No primeiro tempo, com o pistão em movimento descendente, dá-se a admissão, que


se verifica, na maioria dos casos, por aspiração automática da mistura ar-combustível.

No segundo tempo, ocorre a compressão, com o pistão em movimento ascendente.


Pouco antes do pistão completar o curso, ocorre a ignição por meio de dispositivo
adequado.

No terceiro tempo, com o pistão em movimento descendente, temos a ignição, com a


expansão dos gases e transferência de energia ao pistão (tempo motor).

No quarto tempo, o pistão em movimento ascendente, empurra os gases de escape


para a atmosfera.

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Princípio de funcionamento dos motores de combustão interna

Um ciclo de trabalho estende-se por duas rotações da


árvore de manivelas, ou seja, quatro cursos do pistão.

Durante os quatro tempos – ou duas rotações – transmitiu-se trabalho ao


pistão só uma vez.
Para fazer com que as válvulas de admissão e escapamento funcionem
corretamente, abrindo e fechando as passagens nos momentos exatos, a
árvore de comando de válvulas (ou eixo de cames) gira a meia rotação do
motor, completando uma volta a cada ciclo de quatro tempos.

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1º Tempo - Curso de Admissão

Estando o pistão no Ponto Morto Superior (PMS), o


mesmo começa a descer estando aberta a válvula
de admissão (VA) e fechada a válvula de descarga
(VD)
O êmbolo, ao descer gera um “vácuo” no interior
do cilindro, aspirando a mistura ar-combustível
(Ciclo Otto) ou somente ar (Ciclo Diesel) até o
Ponto Morto Inferior (PMI), quando a VA se fecha,
cumprindo-se meia volta do virabrequim (180º).

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2º Tempo - Curso de Compressão

Estando VA e VD fechadas, a medida que o pistão


desloca-se para o PMS, o mesmo comprime o
conteúdo do cilindro, aumentando a sua
temperatura e pressão interna
O virabrequim gira outros 180º, completando o
primeiro giro (volta completa - 360º).

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3º Tempo - Curso de Combustão e Expansão

Nesta fase produz-se a energia que será


transformada em trabalho mecânico
Pouco antes do pistão atingir o PMS com VA e VD
fechadas, a mistura ar-combustível é queimada
A energia liberada nesta combustão dá origem a
uma força no êmbolo, deslocando-o do PMS ao
PMI
Esta força é transmitida do êmbolo, através da
biela, ao virabrequim girando-o (executa meia
volta - 180º).

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4º Tempo - Curso de Escape

Com a VA fechada e a VD aberta, o êmbolo, ao


deslocar-se do PMI para o PMS, expulsa os
produtos da combustão
O virabrequim executa outra meia volta - 180º,
completando o ciclo (720º).

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O motor de ciclo Otto

1 Pistão
2 Biela
3 Árvore de manivelas
4 Válvula de admissão
5 Válvula de escape
6 Vela de ignição
7 Cilindro
8 Câmara de
combustão

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(volume morto +volume deslocado)

𝑉 … 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑡𝑜 (volume da câmara de combustão)

.
Eq. 001

.
Eq. 002

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Eq. 003

Da Eq. 001

temos então

Eq. 004

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Taxa de compressão
Taxa de compressão é a relação matemática que
indica quantas vezes a mistura ar/combustível
aspirado para dentro dos cilindros pelo pistão é
comprimido dentro da câmara de combustão
antes que se inicie o processo de queima.

Valores Típicos

Combustível Relação ou taxa de


compressão
Gasolina E22~E27 8,5:1 até 13,0:1
Etanol Hidratado 10,0:1 até 14,0:1
Bi combustível ( A / G) ~11:1
Diesel 15,0:1 até 24,0:1
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Relação diâmetro x curso


A relação diâmetro curso estabelece um valor que indica a tendência da
característica do motor.

Motor QUADRADO Diâmetro igual ao curso


Desempenho equilibrado

Motor SUPER QUADRADO Diâmetro é maior que o curso


Desempenho esportivo

Motor SUB QUADRADO Diâmetro é menor que o curso

Desempenho em baixas rotações

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Exemplo 01- Um motor alternativo tem 4 cilindros de diâmetro 8,2 cm e curso 7,8 cm e
uma taxa de compressão 8,5:1. Pede-se:
 A cilindrada ou deslocamento volumétrico do motor em cm³;
 O volume morto;
 O volume total de um cilindro;
 Qual a classificação.

A cilindrada do motor em cm³; O volume morto. O volume total de um cilindro


Eq. 002
Eq. 004

𝑉 = 411,9193456 + 54,92257941
∗ ,
4
cm³

Qual a classificação
diâmetro 8,2 cm e curso 7,8 cm
1.647,68 cm³
SUPER QUADRADO
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Exemplo 2 - Um motor de 6 cilindros tem uma cilindrada de 5,2 L. O diâmetro dos
cilindros é 10,2 cm e o volume morto é 74,2 cm³. Pede-se:
 O Curso;
 A taxa de compressão;
 O volume total de um cilindro;
 Qual a classificação.
O Curso A taxa de compressão O volume total de um cilindro

𝜋. 𝑑
𝑉 = .𝑆 .𝑁
4

a classificação.
diâmetro 10,2 cm e curso 10,6 cm

SUB QUADRADO
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Tarefa - Dadas as características dos motores abaixo, pede-se calcular cilindrada a
taxa de compressão e a classificação.

Número de Volume da
Taxa de
Diâmetro Curso cilindros câmara Cilindrada
compressão Classificação
(cm) (cm) (cm³) (cm³)

8,10 7,74 4 47,48


8,64 6,74 4 44,40
7,45 7,64 3 31,71
8,3 9,04 5 55,91
9,2 8,38 6 58,02

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