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PEDOFILIA:
DEFINIÇÕES E PROTEÇÃO
POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS
PEDOFILIA:
DEFINIÇÕES E PROTEÇÃO
Coordenação Geral
Dra. Cinara Maria Moreira Liberal
Subcoordenação Geral
Dr. Marcelo Carvalho Ferreira
Coordenação Didático-Pedagógica
Rita Rosa Nobre Mizerani
Coordenação Técnica
Dr. Helbert Alexandre do Carmo
Conteudista:
Dr. Guilherme da Costa Oliveira Santos
Dra. Isabela Franca Oliveira
Larissa Dias Paranhos
Produção do Material:
Polícia Civil de Minas Gerais
Revisão e Edição:
Divisão Psicopedagógica – Academia de Polícia Civil de Minas Gerais
Reprodução Proibida
SUMÁRIO
2 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 27
1 A REDE DE PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Art. 227 – É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988).
Artigo 34
Os Estados Partes comprometem-se a proteger a criança contra todas as formas de exploração e abuso
sexual. Para tanto, os Estados Partes devem adotar, em especial, todas as medidas em âmbito nacional,
bilateral e multilateral que sejam necessárias para impedir:
o incentivo ou a coação para que uma criança dedique-se a qualquer atividade sexual ilegal;
a exploração da criança na prostituição ou em outras práticas sexuais ilegais;
a exploração da criança em espetáculos ou materiais pornográficos (ONU, 1990).
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1.2 A Lei nº 13.431, de 04 de abril de 2017, e o sistema de garantia de direitos
da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência
Art. 4º – Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas criminosas, são formas de
violência:
I - violência física, entendida como a ação infligida à criança ou ao adolescente que ofenda sua integridade
ou saúde corporal ou que lhe cause sofrimento físico;
II - violência psicológica:
a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou desrespeito em relação à criança ou ao adolescente
mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento,
ridicularização, indiferença, exploração ou intimidação sistemática (bullying) que possa comprometer seu
desenvolvimento psíquico ou emocional;
b) o ato de alienação parental, assim entendido como a interferência na formação psicológica da criança ou
do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem os tenha sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao repúdio de genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou
à manutenção de vínculo com este;
c) qualquer conduta que exponha a criança ou o adolescente, direta ou indiretamente, a crime violento contra
membro de sua família ou de sua rede de apoio, independentemente do ambiente em que cometido,
particularmente quando isto a torna testemunha;
III - violência institucional, entendida como a praticada por instituição pública ou conveniada, inclusive quando
gerar revitimização (BRASIL, 2017).
Art. 21 – Constatado que a criança ou o adolescente está em risco, a autoridade policial requisitará à
autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedimentos de investigação e
responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção pertinentes, entre as quais:
I - evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência com o suposto
autor da violência;
II - solicitar o afastamento cautelar do investigado da residência ou local de convivência, em se tratando de
pessoa que tenha contato com a criança ou o adolescente;
III - requerer a prisão preventiva do investigado, quando houver suficientes indícios de ameaça à criança ou
adolescente vítima ou testemunha de violência;
IV - solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família nos atendimentos a que têm
direito;
V - requerer a inclusão da criança ou do adolescente em programa de proteção a vítimas ou testemunhas
ameaçadas; e
VI - representar ao Ministério Público para que proponha ação cautelar de antecipação de prova,
resguardados os pressupostos legais e as garantias previstas no art. 5º desta Lei, sempre que a demora
possa causar prejuízo ao desenvolvimento da criança ou do adolescente (BRASIL, 2017).
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Para fins de conhecimento, segue quadro contendo as medidas protetivas
previstas na Lei Maria da Penha e as medidas de proteção do ECA:
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Antes mesmo da referida lei entrar em vigor, algumas cidades, como Brasília,
Rio de Janeiro, Porto Alegre e Teresópolis, já haviam implantado iniciativas nesse
sentido (SANTOS; GONÇALVES, 2017). Reúnem em um mesmo espaço diversos
serviços públicos de áreas como Saúde, Assistência Social, Segurança Pública e
perícia médica, dentre outros. Cada um tem formato
particular, baseado na realidade institucional, social,
cultural e econômica em que estão inseridos.
Nos centros, é ofertado o atendimento integrado,
protetivo e de articulação do Sistema de Garantias de
Direitos, mediante o estabelecimento de fluxos que promovem a integração dos
órgãos, a qualidade e a celeridade dos procedimentos. Em geral, eles concentram o
provimento de serviços de atenção em um único espaço físico, visando evitar
sofrimento adicional aos menores, que, para serem atendidos no modelo tradicional,
têm que percorrer vários locais, o que quase sempre resulta em revitimização.
Em Belo Horizonte, em novembro de 2017, foi inaugurado o Centro Integrado
de Defesa e Proteção à Criança e ao Adolescente, que é formado pela Vara
Especializada de Crimes Contra Crianças e Adolescentes, o Ministério Público, a
Polícia Militar e a Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Proteção à
Criança e ao Adolescente.
SAIBA MAIS!
O art. 14 da Lei nº 13.431/2017 traz as diretrizes para a implementação de centros integrados de
<
atendimento integrado à criança e ao adolescente vítima. Confira na Lei!
SAIBA MAIS!
Aprofunde seus conhecimentos e leia o documento Centros de Atendimento Integrado de Crianças e
Adolescentes Vítimas de Violência – Boas Práticas e Recomendações para uma Política Pública de Estado, que
se encontra disponível no material complementar, e aprenda alguns aspectos primordiais a serem observados para a criação de novos
<
ATENÇÃO!
A lei inova ao determinar que qualquer pessoa que tiver conhecimento ou presenciar ação ou omissão que
constitua violência contra criança ou adolescente tem o dever de comunicar o fato imediatamente ao serviço de
recebimento e monitoramento de denúncias, ao Conselho Tutelar ou à autoridade policial. O Código de Processo Penal (CPP) – Decreto-
lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941 –, em seu art. 5º, § 3º, dispõe que qualquer pessoa tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá comunicar à autoridade policial, sendo, portanto, uma FACULDADE. Com a
entrada em vigor da Lei nº 13.431/2017, caso, qualquer pessoa tenha conhecimento da ocorrência de violência contra criança ou
adolescente deverá, ou seja, está OBRIGADO a comunicar o fato ao Conselho Tutelar, à Autoridade Policial ou ao serviço de
recebimento de denúncias, em atendimento ao princípio da proteção integral.
Trata-se de uma instituição essencial ao “Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente”,
instituído pela Lei nº 8.069/90 com o objetivo de proporcionar, de maneira efetiva, a “proteção integral”
prometida à criança e ao adolescente já pelo citado art. 1º, do citado Diploma Legal. Evidente, no entanto, que
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agindo de forma isolada, por mais que o Conselho Tutelar se esforce, não terá condições de atingir tal objetivo
e/ou de suprir o papel reservado aos demais integrantes do aludido “Sistema de Garantias”, não podendo
assim prescindir da atuação destes.
Um dos desafios a serem enfrentados pelo Conselho Tutelar, portanto, é fazer com que os diversos órgãos,
autoridades e entidades que integram o referido “Sistema de Garantias” aprendam a trabalhar em “rede”,
dialogando e compartilhando ideias e experiências entre si, buscando, juntos, o melhor caminho a trilhar,
tendo a consciência de que a efetiva e integral solução dos problemas que afligem a população infanto-juvenil
local, é de responsabilidade de TODOS.
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manutenção da criança ou adolescente junto à família natural, além de promover e
incentivar, na comunidade e grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.
Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário
o afastamento do convívio familiar, comunicará o fato imediatamente ao Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as
providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família.
É importante ressaltar que as decisões do Conselho Tutelar somente poderão
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
O ECA, em seu art. 13, prevê que os casos de suspeita ou confirmação de
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou
adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências legais. O Estatuto traz, em seu art.
56, a obrigatoriedade de comunicação ao Conselho Tutelar dos casos de maus-tratos
envolvendo os alunos pelos dirigentes de estabelecimentos de ensino. Assim, ao
tomar conhecimento da suspeita ou confirmação de violência contra menores, caberá
ao Conselho Tutelar aplicar as medidas de proteção cabíveis ao caso concreto para
garantir, com absoluta prioridade, a efetivação dos seus direitos. Vale reforçar que o
Conselho Tutelar deve atuar de forma integrada e articulada com os demais órgãos
da rede de proteção de cada município, como Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério
Público, Poder Judiciário, além da saúde, educação, assistência social, dentre outros.
Por fim, vale acrescentar que o Conselho Tutelar aplica as medidas de
proteção, mas a execução delas é de responsabilidade do Poder Público, das famílias
e da sociedade civil em geral.
DICAS DE CONTEÚDO!
A campanha Defenda-se promove a autodefesa de crianças contra a violência sexual por meio de vários
vídeos educativos com linguagem acessível, amigável e preventiva, apropriados para meninas e meninos entre
4 e 12 anos de idade. As histórias apresentam situações do dia-a-dia em que os meninos e meninas têm condições reais de agir
<
preventivamente para sua autodefesa, especialmente pelo reconhecimento dos seus direitos sexuais e de estratégias que dificultam a
ação dos agressores. Acesse o site em <https://defenda-se.com/videos/#pt> e mostre os vídeos para as crianças de sua convivência!
Outra indicação é a série “Que corpo é esse?”, lançada em 2018, através de parceria com a Childhood Brasil e a Unicef Brasil e
disponível em <https://www.childhood.org.br/crescer-sem-violencia>. Os vídeos buscam alertar educadores, crianças, adolescentes
e famílias sobre o conhecimento do próprio corpo, a importância da autoproteção e do respeito ao direito à sexualidade. Os vídeos são
excelentes para conscientizar crianças e adolescentes e prevenir a prática de violência sexual.
Por fim, como sugestão de leitura, indica-se o livro infantil “Pipo e Fifi”, que opera como uma ferramenta de proteção, explicando
às crianças, a partir dos 3 anos de idade, conceitos básicos sobre o corpo, sentimentos, convivência e trocas afetivas. De forma simples
e descomplicada, ensina-se a diferenciar toques de amor de toques abusivos, apontando caminhos para o diálogo e a proteção.
Configuração de privacidade nas redes sociais, especialmente dos dados relacionados com
geolocalização, data de nascimento, telefone, e-mail, nome dos pais e qualquer outro referente a
informações pessoalmente identificáveis;
Ajustes no WhatsApp para ocultar informações sobre fotos de perfil, permissão para adição em grupos,
compartilhamento de status além de habilitar a configuração em duas etapas para evitar a “clonagem”
do WhatsApp;
Orientação na postagem de conteúdo;
Cautela com smart toys e outros devices conectados;
Cuidados com o acesso remoto de dispositivos, especialmente de webcams. Recomenda-se a utilização
de adesivos ou outro meio que permita sua ocultação quando não estiver em uso e;
Atenção para os games online e os recursos de configuração de privacidade e segurança (BARRETO;
FONSECA, 2020).
Quanto mais bem informados os pais estiverem, mais fácil será a conversa com
os filhos, orientando-os sobre os riscos existentes e a supervisão da navegação. Para
realizar essa supervisão, é possível criar filtros nos celulares, tablets e jogos
online. Há várias formas de monitorar ou impedir o acesso a conteúdos
impróprios para crianças e adolescentes. Ative o Controle Parental (ou Controle
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dos Pais), que “é um conjunto de recursos de segurança disponível em diversos
sistemas operacionais, sites e equipamentos, como roteadores e consoles de jogos.
Também pode ser instalado por meio de aplicativos pagos ou gratuitos” (CERT.BR,
2019, p. 12). Sobre este assunto, Barreto e Fonseca (2020) assinalam que existem
diversos softwares com ferramentas para restrição de acesso, definição de horários e
monitoramento de assuntos a serem acessados
pelas crianças. E adolescentes. Dentre as várias
opções existentes, eles indicam as seguintes: Bark
(www.bark.us), para o monitoramento de redes sociais;
Qustodio (www.qustodio.com), para o controle de
adolescentes; Net Nanny (www.netnanny.com), para o
controle de crianças, e, também, o Kaspersky Safe Kids (www.kaspersky.com/safe-kids), com
funções semelhantes.
DICAS DE CONTEÚDO!
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, atentando-se à importância e necessidade de munir os pais e
responsáveis do conhecimento necessário para proteger as crianças e os adolescentes no ambiente virtual,
disponibilizou através do link <https://www.justica.gov.br/seus-direitos/classificacao/Controle-parental> informações sobre como
<
Atitudes como minimizar ou fechar aplicativos, trancar a porta do quarto, bloquear o celular ou tablet
e ficar nervoso quando você está por perto podem indicar que seus filhos estão tentando esconder
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algo e, possivelmente, correndo riscos. Esse é o momento para tentar conversar e entender o que
está ocorrendo. A relação de confiança é o mais importante. Converse e ouça antes de julgar, para que eles
não tenham medo de relatar algum incômodo (CERT.BR, 2019, p. 9). (grifo nosso)
De imediato, 1) Verifique todos os canais por meio dos quais a criança ou adolescente teve contato com o possível criminoso e não
apague nenhuma das conversas e conteúdos (vídeos ou fotos) compartilhados. 2) Se o diálogo se deu em uma rede social, por exemplo,
copie a URL1 (link) do perfil e o nome do usuário (veja como fazer mais adiante). 3) Tire cópia de todas as conversas e demais conteúdos;
salve em um CD ou pendrive, se for preciso. 4) Anote o(s) dia(s), horário(s) e a cidade(s)/UF(s) em que o menor estava durante as conversas
com o suposto criminoso. 5) De posse dessas informações e, se possível, acompanhado do menor de idade, dirija-se à Delegacia mais
próxima e registre um boletim de ocorrência.
1
URL significa Uniform Resource Locator (Localizador Padrão de Recursos) e, neste curso, será utilizada apenas para indicar o endereço ou link
de um site, como, por exemplo, www.policiacivil.mg.gov.br.
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FAÇA VOCÊ MESMO!
COMO SALVAR A URL (ou LINK) DE UM PERFIL? Uma das primeiras medidas a ser adotada quando ocorre a prática de um crime
em uma rede social é coletar os dados do titular da conta ou perfil. E isso a própria vítima (ou responsável) pode fazer. Tratando-se de
crime praticado no Facebook ou Instagram, por exemplo, deve-se coletar de imediato a URL (ou link) da conta a ser investigada, isto é,
o seu endereço web completo.
Quando o acesso ao Facebook é feito através de um computador, a URL pode ser identificada na barra de endereços do navegador,
conforme imagem abaixo:
No Instagram, quando o acesso é feito a partir do computador, a identificação da URL do perfil opera-se de maneira semelhante,
isto é, a partir da barra de endereços do navegador. Veja:
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Quando o acesso ao Facebook é feito através de um computador, a URL pode ser identificada na barra de endereços do navegador,
conforme imagem abaixo:
Esse é um procedimento deve ser usado em relação a quaisquer crimes praticados nessas redes sociais. É muito simples e
representa uma ajuda muito importante para a investigação criminal. NÃO SE ESQUEÇA!
DICAS DE CONTEÚDO!
O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.BR), juntamente
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.BR),
criaram uma cartilha com o título “Internet segura para seus filhos: sua participação é muito importante”, que dá diversas dicas
<
para os pais sobre como orientar seus filhos a navegarem com segurança na internet, atentando-se para os riscos existentes. Acesse
o conteúdo em: <https://internetsegura.br/pdf/guia-internet-segura-pais.pdf>.
No mesmo sentido é a Cartilha “Navegar com Segurança: por uma infância conectada e livre da violência sexual”, da
CHILDHOOD BRASIL, que dá maior enfoque à proteção das crianças e adolescentes contra as várias formas de violência sexual e pode
ser acessada pelo endereço <https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/childhood/navegue_com_seguranca_3ed_2012.pdf>.
As denúncias também
podem ser feita na POLÍCIA
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MILITAR. Nos casos de urgência, a Polícia Militar deve ser acionada através do
número 190, e policiais militares comparecerão ao local dos fatos para a condução
dos envolvidos à Delegacia de Polícia, em estado de flagrante ou lavratura do Boletim
de Ocorrência.
É possível, ainda, fazer as denúncias no CONSELHO TUTELAR. Como
estudado neste capítulo, o Conselho Tutelar é um órgão essencial na proteção de
crianças e adolescentes e pode receber informações de violências praticadas contra
meores, ocasião em que comunicará aos órgãos cabíveis, como a Polícia Civil e o
Ministério Público, além de adotar de forma imediata medidas de proteção.
As unidades de saúde deverão notificar os casos suspeitos ou confirmados de
violência contra crianças e adolescentes no Sinan (setor Saúde) e ao Conselho
Tutelar, de forma obrigatória, conforme previsto no art. 13 da ECA. No mesmo sentido,
as unidades de ensino também deverão notificar ao Conselho Tutelar os casos de
maus tratos envolvendo seus alunos, de acordo com o art. 56 do ECA.
O MINISTÉRIO PÚBLICO, através das Promotorias de Justiça que atuam na
defesa dos direitos das crianças e adolescentes, também está apto a receber
denúncias da prática de violência sexual.
Por fim, é possível realizar denúncias na INTERNET, através da SaferNet
Brasil, cujo site pode ser acessado através do endereço https://new.safernet.org.br/denuncie#.
A SaferNet Brasil oferece um serviço de recebimento de denúncias anônimas de
crimes e violações contra os Direitos Humanos na Internet, contando com
procedimentos efetivos e transparentes para lidar com as denúncias. Caso encontre
imagens, vídeos, textos, músicas ou qualquer tipo de material que seja atentatório aos
Direitos Humanos, faça a sua denúncia.
Vê-se, portanto, que muitos são os canais para proceder à denúncia de crimes
de violência sexual contra crianças e adolescentes, os quais devem ser usados por
todos nós para a proteção dos meninos e meninas em condição de violência e risco.
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2 CONCLUSÃO
CASTRO, Joelíria Vey de; BULAWSKI, Cláudio Maldaner. O perfil do pedófilo: uma
abordagem da realidade brasileira. Revista Liberdades, São Paulo, n. 6, jan./abr.
2011. Disponível em:
<http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rco
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de maio de 2019. Disponível em: <http://www.vidaeacao.com.br/como-reconhecer-
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