Você está na página 1de 32

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – UFT

CAMPUS DE TOCANTINÓPOLIS
CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO

LARISSA BARBOSA ALENCAR

CAPÍTULO II
CAPÍTULO TEÓRICO

TOCANTINÓPOLIS (TO)
2020
Capítulo Teórico

Neste presente capítulo abordo alguns tópicos construídos a partir da


troca de ideias com alguns autores presentes nas leituras feitas em artigos,
livros e documentários sobre a fotografia e o seu uso como documentação na
história.

A Fotografia

Para muitos hoje em dia a fotografia é apenas uma tecnologia avançada


que permite com alguma facilidade registrar diferentes momentos de sua vida,
ou para postar em alguma mídia social ou mesmo para fins profissionais ou
acadêmicos. Porém, há décadas atrás, uma fotografia ia, além disso, pois era
bastante escassa e o ato de tirar uma foto era considerado um marco naquela
época foi quando a fotografia começou a ser usada no lugar da pintura
segundo Cunha p.3 fotografia começa a substituir a pintura, fazendo com que
essa última entre em crise na arte, no qual a fotografia passou a representar o
mundo com outro olhar, com outra realidade, outros valores e imagens, mas
desta vez, não pela mão do artista, mas pela máquina.

Segundo Cunha p.6


Passa-se a valorizar a estética das imagens e a fotografia enquanto
material artístico, o que vai torná-la, no início do século 21 como uma
das principais artes de nossa época.

É importante ressaltar que a arte-fotografia, ao substituir “a mão do


artista”, a habilidade manual de produzir imagens por um “saber-fazer
tecnológico”

Parecia estranho para as pessoas de aquele tempo substituir a mão do


homem pela maquina se questionando como isso era possível obter a imagem
desta maneira.

Nesse sentido, Kubrusly (2003) afirma que.

“Parecia mágico - quase bruxaria – que uma máquina pudesse produzir imagens tão perfeitas
de qualquer coisa que colocasse diante dela” (p. 01)

Era como se a imagem fosse considerada viva de tão próxima da realidade que
a imagem final ficava. Antigamente nem todos podia ter acesso, como podem
ter nos dias de hoje, é tanto que a maiorias das fotos antigas que vemos,
inclusive de livros quando a máquina fotográfica era enorme, são bem
marcadas com todos os membros da família, eram fotos tiradas para mostrar
todos juntos à famosa foto da família, com as melhores roupas, fotos de
momentos realmente importantes para que ficassem eternizados.

De acordo com Molina (2015, p. 458)

Se a imagem é testemunha de um acontecimento, experiência ou


fato, suas decodificações e interpretações são possíveis de serem
tateadas a partir de um investimento de sentido. Temos então a
fotografia tomada como pista, indício ou documento para se recontar
uma história ou como texto e monumento para apresentar um
passado ou memória, habilitando-nos assim, a conhecer aspectos e
situações passadas

Com o uso da fotografia podemos interpretar o que as pessoas sentiam,


ou demostravam está sentindo naquele momento em que foi registrada
determinada imagem. Assim, com uma análise de alguns elementos da
fotografia seria possível identificar até mesmo o horário que o momento foi,
composição do ambiente, e assim identificar uma possível data, época que o
registro feito. Mauad (2011), temos a fotografia tomada como pista, indício ou
documento para se recontar uma história ou como texto e monumento para
apresentar um passado ou memória, habilitando-nos, assim, a conhecer
aspectos e situações passadas.

Segundo Gomes 2003, p.42

A fotografia é uma fonte histórica que demanda um novo tipo de


crítica e uma nova postura teórica de caráter transdisciplinar. As
imagens por ela geradas são históricas e dependem das variáveis
técnicas e estéticas do contexto que as produziram, assim como das
diferentes visões de mundo que concorreram no jogo das relações
sociais.

Com o passar dos anos a fotografia foi se atualizando e com ela sempre
trazendo o traço de eternizar momentos e guardar as histórias. Mas fotografia é
só eternizar momentos? Não. A fotografia vai muito além de registrar um
momento que mesmo que seja repetida não será igual, pois ela é documento,
conta historia, arranca sorrisos, conta tristezas, causa drama, registra a ciência
e inúmeras outras coisas que ela pode proporcionar, por isso tão difícil explicar
o que é fotografia.

A história sendo contada através de imagens

A partir do momento que a primeira imagem surgiu no mundo no ano de


1826, desde então a história começou a ser contada através delas, muitas
vezes um documento, a foto de um monumento, formas de contar a história e
resgatar a memória de determinado lugar pessoa ou situação.

Segundo Franco (1999, p. 41)

A fotografia surge no ocidente sob o signo da modernidade, sob a


razão iluminista e sob a influência renascentista. Nesse rico e vasto
universo da história dos homens e das linguagens, dos discursos e
das interpretações que eles constróem, é que discutimos nossa
possibilidade de investigação, adotando a interpretação da fotografia
como fonte histórica.

A fotografia pode contar a historia de monumentos, cidades, pessoas e


de diversas outras coisas, as pessoas mais idosas, ao verem fotos de locais
antigos conseguem dar depoimentos de como era aquele local ou monumento,
conta o que faziam por lá, esses depoimentos podem resgata uma historia que
tinha sido esquecida ou não registrada, a parti deste momento, isso pode ser
catalogado, documentado, exposto ao mundo, esta historia a parti dali será
encontrada por qualquer pessoa que queira saber mais sobre determinado
assunto.

Para que a fotografia conte a historia de determinada ocasião, o uso de


algumas técnicas como a iconográfica, onde ela busca desvendar a historia , a
cultura que está escondida por trás daquele registro de acordo com Unfried p. 5
ele diz que a análise iconográfica corresponde à investigação da “realidade
exterior”, ou seja, da segunda realidade - do documento - criada a partir do
instante do clique. Por meio deste mecanismo torna-se possível a recuperação
de informações preciosas para a reconstituição histórica. Já a análise
iconológica corresponde à investigação da “realidade interior”, ou primeira
realidade, anterior à tomada. Sendo assim busca reunir todas as informações
codificadas naquele registro.

De acordo com Unfried p.5

Como base os conceitos de iconografia e iconologia adaptados à


fotografia, bem como os conselhos de Kossoy acerca da recuperação
histórica de um determinado lugar e em uma determinada época -
com o auxílio de pessoas idosas ou contemporâneas às imagens
tomadas aliado à pesquisa de registros escritos acerca da época
retratada.

Por isso a importância do pesquisador ter um bom conviveu com a com as


pessoas do local, que ele está produzindo a pesquisa. A fotografia é muito
usada como recurso para pesquisa de campo, pois a foto registra os dados do
campo daquela pesquisa, possibilitando o leitor ter uma visão do que foi
pesquisado e até mesmo entra no universo da pesquisa. Segundo Mauad
(2011), o papel assumido pelas imagens tem revelado distintas possibilidades
de abordagem e de tratamento do material visual nos domínios da História.

O uso da fotografia como recurso de pesquisa requer um certo olhar


diferenciado , segundo SOUSA p.79

a leitura de imagens requer uma “alfabetização do olhar”, isto é, para


a compreensão da imagem é preciso submetê-la a uma crítica que
leve em consideração a interação fotógrafo, a tecnologia empregada
na produção da fotografia e o objeto registrado. Portanto, a análise
exige uma crítica externa, isto é, das condições de produção da
fotografia e uma crítica interna relacionada ao conteúdo da imagem.

Segundo ela essa é a visão dos autores KOSSOY (1995), LEITE (1993,
1998), FABRIS (1991), BARROS (1992) por isso podemos analisar diversas
fases de uma só imagem, da mesma maneira o que a imagem repassa através
da sua estética pode também descontruir a historia de quem produziu a
determinada imagem, podendo assim a imagem ser usada como comprovação
de uma determinada informação, ou até mesmo fazer o leitor investigar, pensar
o que estaria acontecendo, ou o que a imagem está querendo retratar.
A imagem também pode não contar sua história sozinha, pois muitas
vezes é de suma importância um comentário ou um texto juntamente com a
foto, para ajudar nas possíveis interpretações e hipóteses, o que vai depender
da leitura visual da pessoa que está lendo essa imagem.

Nesse sentido, de acordo com Calvino (1990 p.460)

Na organização desse material, que não é apenas visivo, mas,


igualmente conceitual, chega o momento em que intervém minha
intenção de ordenar e dar um sentido ao desenrolar da História – ou
antes, o que faço é procurar estabelecer os significados que podem
ser compatíveis ou não com o desígnio geral que gostaria de dar à
História.

Desta forma posso narrar um contexto para aquela imagem, posso criar
minhas versões dos fatos, importante para criar um debate com o fotógrafo
quis retratar naquela imagem. Algumas imagens na maioria das vezes vem
acompanhada de uma legenda, isso não é uma forma obrigatória, isso não
quer dizer que a fotografia não possa ser usada sozinha, quando a imagem
não vem acompanhada de uma legenda isso permite ao pesquisador poder ter
novos olhares, conhecer universos diferentes através da interpretação de
algumas pessoas.

A fotografia usada no campo de pesquisa

A fotografia começou a ser usada pelos estudiosos para auxiliar a


pesquisa logo após que foi criada por volta do século XIX (LEONARD,1986).
Para esse autor, as fotos eram usadas apenas com a função de ilustrar os
resultados obtidos em estudos, atuando como uma espécie de prova visual da
veracidade das conclusões da pesquisa. Sendo assim, era muito utilizado e
valorizado o método quantitativo, no qual as tabelas, gráficos e quadros
ocupavam o lugar das fotografias com a função de confirmar algum desses
dados gerados. Para ser bem preciso esse trabalho do uso de imagem no
campo de pesquisa necessita se de uma leitura da Imagem, que segundo
SARDELICH (2006) p.453.
A expressão leitura de imagens começou a circular na área de
comunicação e artes no final da década de 1970, com a explosão dos
sistemas audiovisuais. Essa tendência foi influenciada pelo
formalismo, fundamentado na teoria da Gestalt, e pela semiótica.

Conforme a imagem passa a ser compreendida, e que nela exista inúmeros


códigos, a sua leitura pede a compreensão destes código, este fundamento
veio inspirado no trabalho de Rudolf Arnheim, que buscava identifica as
categorias visuais, com base na percepção, onde buscava encontrar
categorias do tipo: equilíbrio, forma, figura, desenvolvimento, espaço, luz cor,
movimento, dinâmica e expressão. Deste modo quem vê a imagem pode
desvendar suas categorias, ate encontra a configuração da imagem.
Já nos dias de hoje, segundo Simson (1996), a tendência é utilizar o recurso da
fotografia em todas as fases da pesquisa. Ele afirma isso pois a fotografia
serve como comprovação de dados coletados da pesquisa.

Assim, não faz muito tempo que a imagem iconográfica começou a ser
utilizada como fonte histórica na área da educação, isso começou com a
organização de acervos fotográficos e outros tipos de fontes, a área que esse
estudo pertence é a de comunicação e ciências sociais.

Segundo Gomes 2003 p.40

“Inicialmente os trabalhos se concentraram mais na atividade de identificação e organização de


acervos fotográficos e de outros tipos de fontes. Em geral, as referencias para o estudo das
imagens iconográficas são da área de comunicação e ciências sociais.”

A fotografia passa a ser usada como prova das conclusões de pesquisa,


sendo muito usada nas pesquisas quantitativas.

De acordo com Nunes (1996 p.41),

Parte da dificuldade que os historiadores da educação têm ao lidar


com imagens na produção de sua pesquisa vem não só do fato de
que são treinados principalmente para trabalhar com textos escritos,
mas sobretudo porque estão preocupados com a interpretação do
passado, dispensando pouca atenção à interpretação das práticas
visuais e das questões críticas que elas comportam e que remetem a
uma teoria ou teorias da imagem.
Pois os mesmos estão mais preocupados com a interpretação do
passado, que dar atenção a práticas visuais de leitura de imagens. Este uso
tem sua importância, deixando uma pesquisa mais abrangente, pois imagens
também transmitem informações e significados, podendo também traçar uma
cronologia.

LARISSA, COLOQUE AQUI O RESUMO SOBRE O LIVRO.

Testemunha Ocular

História e imagem

A invisibilidade do visual?

A invisibilidade do visual, parte das observações de um historiador da


arte, onde ele observa que a maiorias dos historiadores não usam tanto a
imagem, procuram usar mais documentos escritos para suas pesquisas, e
quando as usam as deixam simplesmente avulsas sem comentários sobre elas,
dificilmente as imagens são usadas para dar resultado ou criar determinadas
questões. Segundo Raphael Samuel somos visualmente analfabetos de acordo
com ele “Criança na década de 1940, ele foi e permaneceu, usando sua própria
expressão,” completamente pré – visual”. Sua educação, tanto na escola
quanto na universidade, foi um treinamento em ler textos.”
Os poucos que usavam imagens para evidenciar acontecimentos, era
pois era bem complicado escrever essas historias, através de relatos escritos,
pois existiam grande evidencias de imagens um exemplo era as pinturas nas
cavernas de Altamira e Lascaux, suas imagens contavam as praticas que os
povos tinham de como conseguir seu alimento.Com isso o uso da imagem foi
usado para contar historia das civilizações Francis Haskell usou o emprego de
imagens para conta sobre as pinturas nas catacumbas romanas, onde foram
estudadas no século 17, outro exemplo foi as Tapeçarias de Bayeux que
passaram a ser fonte histórica por alguns estudiosos no século 18.Algumas
pinturas de portos marítimos franceses feitas por Joseph Vernet se tornaram
conhecidas.
De acordo com Burke 2004 p.13
Foi elogiada por um critico que declarou que, se mais pintores
seguissem o exemplo de Vernet, os trabalhos seriam de utilidade
para posterioridade porque “nas pinturas seria possível ler a história
das praticas, das artes e das nações.

Os quadros de Raphael e Van Eyck foram usados pra contar a historia


sobre o Renascimento e o outono da Idade média pelos historiadores culturais
Jacob Burckhardt (1818- 1897) e de Johan Huinzinga (1872 – 1945), onde
tinham interpretações da cultura da Itália e Holanda. Burckhardt escrevia sobre
a cultura do Renascimento, descrevendo as figuras de imagem como “
testemunhas de etapas passadas do desenvolvimento humano” onde através
delas era possível representar a determinada época.
Já Huizinga segundo Burke 2004 proferia a conferencia inaugural na
Universidade de Groningen em 1905 sobre o tema “O elemento estético no
pensamento histórico” comparando a compreensão histórica á “visão” ou “
sensação”. Outro historiador que fico bastante conhecido na mesma época foi
Aby Warburg ele possuía o mesmo estilo de Burckhardt, o fim de sua carreira
buscava produzir a historia baseada em textos e imagens.
De acordo com Burke a evidencia de pinturas e fotografias também foi
utilizada na década de 1930 pelo sociólogo- historiador brasileiro Gilberto
Freyre, ( 1900-1987), onde descrevia a si mesmo como pintor histórico ao estilo
de Ticiano e seu foco na historia social era do impressionismo, onde buscava a
tentativa de surpreender a vida em movimento.Robert Levine publicou uma
serie de fotografias da vida na America Latina, entre o século 19 e 20 seguindo
os passos de Freyre.
Philippe Ariès (1914-1982) realizou dois grandes estudos com o uso de
imagens, um deles era uma historia da infância, quando o outro era a história
da morte, ambas foram usada como ‘ evidencia de sensibilidade e vida” onde
foram consideradas iguais a literatura e documentos de arquivos, o conceito de
Ariés foi seguido pelo também historiador Michel Vovelle, que pesquisava
sobre a Revolução Francesa e sobre o antigo regime.
Historicamente os historiadores se referem aos documentos como
fontes, como se estivessem apanhando todas as verdades que fossem
surgindo, tornando a suas historias cada vez mais próximas das origens,
segundo Burke p.16 a metáfora é vivida, mas também ilusória no sentido de
que implica a possibilidade de um relato do passado que não seja contamidado
por intermediários. Ou seja basicamente se torna impossível estudar o passado
sem ter acesso a todo os estudos que foram feitos pelos primeiros
historiadores, e a documentos registrados por eles. O historiador Gustaaf
Renier, ( 1892-1962) sugeriu que substituir a idéia de fontes por indícios do
passado no presente.
De acordo com Burke 2004
O termo “indícios” refere-se a manuscritos, livros impressos, prédios,
mobília, paisagem( como modificada pela exploração humana), bem
como muitos tipos de diferentes imagens: pinturas, estatuas,
gravuras, fotografias.

Levando em conta todos os indícios leva se em conta também o impacto


da imagem na imaginação histórica, fazendo nos levar a, não verbais e
conhecer a historia do passado através, das estatuas, pinturas, levando a
possibilidade de imaginar o passado, fazendo com que nos questionemos, qual
motivo daquela imagens, o que acontecia em determinado período em que foi
feita, o porque foi feita. Seguindo assim a idéia de nos colocar face a face com
a historia, idéia essa do critico Stephen Bann.
Desde que a historia da fotografia surgiu foi bastante discutida como
forma de auxilio da historia, George Francis em 1888 indicou a coleção
sistemática de fotografias segundo Burke 2004 como “a melhor forma possível
de retratar nossas terras, prédios e maneiras de viver.” A discusão sobre isso
esteve sempre em ate onde se pode confiar nessas imagens. Na época a frase
bastante usada pra da confiança nas imagens era que “a câmera nunca mente”
onde parte da cultura do instantâneo, que é o que as pessoas criaram o habito
de fazer, se registra, e registrar a família em férias, viagens, registrar
momentos, no qual estão passando. O historiador francês Paul Valéry (1871-
1945) começou o questionamento “poderia tal e tal fato, como foi narrado,ter
sido fotografado?” os jornais usavam bastante a fotografia como evidencia de
autenticidade, do mesmo modo a televisão usava as mesmas para os mesmos
fins, o critico Roland Barthes (1915-1980) denominava essa situação como
“efeito da realidade” um exemplo era com as fotografias de antigas cidades,
quando ampliadas e colocadas na parede dava a sensação de entrar na
fotografia, ate mesmo de andar naquelas ruas.Em 1930 surgio nos Estados
Unidos o termo fotografia documental, e com o tempo passo a ser conhecida
por filme documentário, era usado para demostrar o cotidiano das pessoas
comuns, mais precisamente os mais desfavorecidos, essas imagens eram
registradas pelas lentes de Jacob Riis (1849-1914), Dorathea Lange (1895-
1965) e Lewis Hine (1874-1940) onde seu trabalho era conhecido por
Fotografia Social. Se acordo com Burke 2004 esses “ documentos” precisam
ser contextualizados. Mas de certo modo isso nunca é muito fácil, que por suas
vez na maioria das vezes tanto os fotografados, quanto os fotógrafos são
desconhecidos, mas também possuem os documentos famosos feitos pos Riis,
Lange e Hine onde as imagens foram feitas como campanhas publicitárias para
campanhas de reforma social e serviços para algumas intituiçoes como Charity
Organisation Society, National Child Labour Committee e California State
Emergency Relief Administration.Focadas no trabalho infantil, acidentes de
trabalho e vidas em cortiços, onde buscava despertar do espectadores, a
solidariedade. Existiram também as fotografias de gravuras em madeiras e
entalhes, onde passava a imagem de mais antigas, essas texturas também
traziam mensagens um exemplo era as de Sarah Graham-Brown que segundo
Burke 2004 “uma fotografia em sépia suave pode produzir uma calma aura de “
passado” ao passo que uma imagem em preto e branco pode “ transmitir um
sentido de dura realidade””.
O tempo foi passando e a fotografia foi trazendo novas versos, em 1880
existiu a era da câmera de tripé, onde nessas fotografias, os fotógrafos
posicionavam as pessoas e diziam como elas deviam se comporta, assim em
estúdios ou em registros ao ar livre. Alguns fotógrafos montavam cenas de
encontros de família, ou vida social, como cenas holandesas de tavernas,
camponeses, mercados e outros. O britânico Rafhael Samuel na década de 60
dizia que nossa ignorância dos artifícios da fotografia Vitoriana, ele dizia que
aquilo que reproduzíamos com amor e observávamos era falso, usando assim
o exemplo de um registro de um moleque de rua tremendo de frio, feita por G.
Rejçander, onde ele pagou um menino para posar, o vestiu de farrapos e sujou
seu rosto com fuligem, uns modificavam a cena mais que outros, como
exemplo temos a imagens feitas por Margaret Bourke-White onde ela fazia bem
mais intervenções pra reproduzir as fotos da guerra civil americana, os
“cadáveres” que apareciam na imagem, eram soldados vivos que posavam
para as câmeras.Segundo Burke 2004 a fotografia mais famosa da guerra civil
espanhola era Death of a soldier de Robert capa, onde o argumento estava em
“ fotografias nunca são evidencia da historia: elas próprias são a historia”.
Vemos as fotografias como precisas onde podemos vejas realmente
como registro de imagem no espelho ou realmente o momento especifico em
que ela foi feita.
De acordo com Burke 2004 p.31
O retrato pintado é um gênero artístico que, como outros gênero,é
composto de acordo com um sistema de convenções que muda
lentamente como tempo. As posturas e gestos do modelos e os
acessórios e objetos representados à sua volta seguem um padrão e
estão freqüentemente carregados de sentido simbólico.

A idéia era apresentar os modelos de forma que ficasse favorável, de


maneira especial, mesmo com a possibilidade que Goya ter satirizado o
modelo do quadro Carlos IV e família (1800), onde o duque Urbino, Federico de
Montefeltre , tinha perdido o olho em um torneio , mas era representado de
perfil, onde sua mandíbula protuberante onde nada o favorecia, os pintores
costumavam disfarça as deformidades, que não foi esse o caso. A idéia era
que os modelos vestissem suas melhores roupas para o momento, realizar
gestos elegantes saindo do que fazem no dia a dia. Nesses casos o sociólogo
Erving Goffman descrevia como “câmera inocente”, onde o artista e o modelo
eram cúmplices.
De acordo com Burke 2004 p.32
Os acessórios representados junto com os modelos geralmente
reforçavam suas auto-representações. Esses acessórios podem ser
considerados como “propriedades” no sentido teatral do termo.

Onde as colunas utilizadas para fazer esses retratos representavam a


Roma antiga, e também usavam cadeiras semelhantes a tronos para da um ar
de realeza ao retrato.Costumavam também usar alguns acessórios vivos, nos
retratos renascentistas por exemplo um cão de grande porte foi usado para ser
associado a caça e representar a masculinidade aristocrática, enquanto em um
retrato feminino, foi utilizado um cão pequeno onde representava a fidelidade.
As pinturas foram bastante comparadas às janelas e espelhos, como se
as imagens constantemente estivessem refletindo o mundo visível ou o mundo
da sociedade, onde surge o questionamento de como as imagens podem ser
usadas para evidencias históricas? Para os historiadores as imagens sim
podem pois fornecem evidencias de aspectos da realidade social onde alguns
textos não mostram explicitamente como nos do Egito antigo, por outro lado
algumas também distorcem bastante a realidade social que ela transmite,
podendo assim serem mal interpretadas.
De acordo com Burke 2004 p.37

O processo de distorção é, ele próprio, evidencia de fenômenos que


muitos historiadores desejam estudar, tais como mentalidades,
ideologias e identidades. A imagem material ou literal é uma boa
evidencia de “imagem” mental ou metafórica do eu ou dos outros.
Em certos aspectos a imagens são fontes não confiáveis, como em
alguns retratos já citados, ao mesmo tempo que as imagens ajudam pode
atrapalha para os historiadores da mentalidade, traiçoeiras porque tem suas
próprias convenções, suas modificações, e elementos acrescentados nelas,
por outro lado elas expõem questões que são evitadas em alguns textos, onde
podem falar por si só. As imagens de haréns de autores do século 19 nos
trazem pouca informação do mundo domestico, por outro lado, dizem muito
sobre a fantasia dos europeus, onde as imagem podem mostra a sensibilidade
coletiva de um período histórico.
Iconografia e iconologia foram termos que surgiram por volta das
décadas de 1929 e 1930. O uso desses termos foi associado a uma reação
contra a analise formal de pinturas, das suas composições ou cores.
Segundo Burke 2004 p.44
A pratica da icnografia também implica uma critica da pressuposição
do realismo fotográfico em nossa “cultura de instantâneos”. Os
“iconografistas” como seria conveniente denominar esses
historiadores da arte, enfatizam o conteúdo intelectual dos trabalhos
de arte, sua filosofia ou teologia implícitas.

Existiram alguns argumentos contrários a respeito das pinturas feitas na


Holanda, em meados do século 15 e 18, onde o realismo de Jan van Eyck ou
Pieter de Hooch ser superficial, onde escondia mensagens religiosas, ou um
simbolismo disfarçado. As pinturas para os iconografistas não são feitas
apenas para serem observadas, mas para serem lidas também.
O Frances Nicolas Poussin (1594-1665) escreveu sobre os quadros
israelitas dizendo “leiam a historia e a pintura”, já o historiador francês Emile
Mâle( 1862-1954) escreveu a “leitura” de catedrais.Um grupo bem famoso de
iconografistas era encontrado em Hamburgo, este grupo era composto por Aby
Warburg (1866-1971), Fritz Saxl (1890-1948), Erwin Panofsky (1892-1968) e
Edgar Wind(1900-1971),eram estudiosos que tinham interesse em literatura,
historia e filosofia,o foco desse grupo foi sintetizado no ensaio de Panofsky,
publicado em 1939.Onde foi dividido por níveis, o primeiro, era a descrição pré
iconográfica, buscando o significado natural, onde buscava identificação de
objetos como arvores, prédios, animais e pessoas. O segundo nível foi voltado
para analise iconográfica, voltado para o significado convencional (exemplo
reconhecer uma ceia em a Ultima ceia). Já o terceiro nível e o mais principal se
tratava da interpretação iconológica, onde era diferente da iconografia, voltado
para identificar as atitudes de uma nação, um período, uma crença religiosa, ou
filosófica.
Algumas interpretações de pinturas foram feitas, e as mais importantes
foram na escola de Warburg, um dos casos foi chamada de Sacred and
Profane Love uma obra de Ticiano, onde pelo primeiro nível de pré iconografia,
pode se descrever a figura de duas mulheres, onde uma esta nua e a outra
vestida, uma criança, e um tumulo usado como fonte de paisagem.Levando em
conta a iconografia, trata se de que esteja familiarizando com uma arte
renascentista.
De acordo com Burke 2004 p.48
Por assim dizer, brincadeira de criança identificar a criança como
Cupido, mesmo que decodificar o que expressa o resto do quadro
não seja tão fácil. Uma passagem no dialogo de Platão o Symposium
fornece uma pista essencial para a identidade das duas mulheres; a
fala de Pausanias sobre as duas Afrodites, a “celestial” e a “vulgar”,
interpretadas pelo humanista Marsílio Ficino como símbolo do espírito
e da matéria, amor intelectual e desejo físico.

Já no nível mais profundo, iconológico, a pintura possui uma excelente


ilustração por Platão e seus discípulos no movimento neoplatonico da
renascença italiana, a pintura também da evidencia pra o ambiente de Ticiano,
no norte da Itália,no século 16.
Por outro lado o método iconográfico é bastante criticado por ser intuitivo
demais, muito questionável para que possamos confiar nele.
De acordo com Burke 2004 p.50
Programas iconográficos estão ocasionalmente registrados em
documentos que foram preservados, porem, em termos genéricos,
temos de inferi-los, a partir das próprias imagens, caso em que a
sensação de diferentes peças de um quebra-cabeças se encaixando,
embora vivida, é bastante subjetiva.

Como nas interpretações de Primavera, é bem mais simples identificar


elementos que compreender a lógica de sua combinação. A iconologia é ainda
mais questionável, os iconologistas correm grande risco de descobri nas
imagens àquilo que eles já sabiam que iria esta lá.
As imagens desempenham um papel crucial da experiência do sagrado
em algumas religiões, existem religiões que possuem visões de deuses
demônios, santos, pecadores, céus e infernos, por volta do século 14 eram
raras as imagens de fantasmas, e as de demônios eram bem raras antes do
século 12, mas foram encontradas a partir do século 9. De acordo com Burke
2004 a figura do diabo, cabeluda, com chifres, garras, cauda, asas como um
morcego e um forcado em uma das mãos, foi elaborada durante um longo
tempo.
Na década de 60, o historiador Michel Vovelle e sua esposa, estudaram
uma serie de retabulos de altar da Provença, onde era representado pelas
almas do Purgatório, eles descreram a imagem como um dos registros mais
importantes das atitudes humanas em relação à morte.Ele analisaram também
as temáticas das imagens notando a representação de santos como
intercessores; eles contribuíram também para a historia local da Contra –
Reforma, onde ia acontecer mudanças nas ordens religiosas.
De acordo com Burke 2004 p.58
A necessidade de certos tipos de conhecimentos como pré-condição
para a compreensão do significado de imagens religiosas está
suficientemente evidente para a maioria dos ocidentais, no caso de
imagens de outras tradições religiosas.

Um exemplo que foi analisado foi os gestos da mão de Buda, tocar com
a mão direita com o intuito de conclamar a terra, testemunhar sua iluminação,
para chega a esse significado é preciso saber das escrituras budista, do
mesmo modo no hinduísmo é necessário o conhecimento deles para identificar
certas serpentes como divindades ou ate mesmo para identificar que a imagem
humana com cabeça de elefante representa deus Ganesha para eles.
Por isso era de suma importância para a época a iconografia, pois as
imagens eram uma forma realmente de doutrinação, O Papa Gregório, o
Grande, dizia que as pinturas são colocadas nas igrejas para que os que não
lêem livros possam ler, através das imagens que estão lá nas paredes,era
como se as pinturas fossem a Bíblia dos analfabetos, mas essa idéia era
bastante criticada, pois eram pinturas complexas, para serem compreendidas
por pessoas comuns,e com a iconografia, as ilustrações poderiam ser
explicadas oralmente pelo clero.
As imagens tem significado muito mais profundos que simplesmente
disseminar o conhecimento religioso, por exemplo na cristandade oriental, de
acordo com Burke 2004 os ícones ocupavam um lugar muito especial sendo
exibidos sozinhos quanto como parte da iconóstase, a tela que esconde o altar
dos leigos durante os serviços religiosos.Um exemplo a pose de Cristo, da
Virgem ou dos santos, sempre são visto de forma frontal olhando para quem os
observa, assim tratando o objeto como uma pessoa.Na Alta Idade Media, as
pessoas oravam pra determinadas imagens entre elas Verônica ou a de Cristo
que ficava na igreja de São Pedro em Roma, onde buscavam a remissão do
tempo no purgatório.Outros faziam grandes peregrinações para ver estas
imagens, se ajoelhavam, as beijavam e pediam favores, a imagem de Santa
Maria dell’ Impruneta, era levada freqüentemente para procissão com o intuito
de trazer chuva , ou proteger contra ameaças políticas.
Outra coisa bastante comum na época era encomendar que artistas
produzissem imagens como forma de agradecer favores, por entender que a
imagem tinha evitado acidente ou ate mesmo curando das doenças.
Existem algumas imagens chamadas de votivas, que não são
unicamente Cristãs de acordo com Burke 2004 p.63

Elas podem ser encontradas em altares japoneses, por exemplo,


revelando preocupações semelhantes com doenças e naufrágios.
Elas também eram elaboradas em épocas pré-cristãs. Em Agrigento,
na Sicília, há uma igreja repleta de ex-votos( objetos feitos para
pagamentos de promessas).Mãos, pernas, olhos de prata ( ou de
plástico, mais recentemente).
Essas imagens são de grande importância para ajudar os historiadores
de a religião recontar a historia do paganismo e o cristianismo.
As imagens devocionais ao agradava todos os públicos, existia o medo
que as pessoas estivessem adorando a própria imagem,em vez de está
cultuando o que a imagem realmente representava,as observações que
Gregório o Grande fez, em relação aos quadros colocados nas igrejas, foram
feitas em relação a noticia de um incidente iconoclástico em Marselha, houve
uma explosão de iconoclastia no século 8.Segundo Burke 2004 atos coletivos
de destruição nos auxiliam a recuperar as atitudes de pessoas comuns que não
deixaram evidencia escrita de suas opiniões,uma estratégia usada na época
em relação aos extremos de destruição de imagens ou culto delas, foi a mídia
visual como arma. Protestantes usaram as imagens, feitas em madeira baratas,
e que eram fáceis para transportar, na Reforma alemã; no intuito de que
pudessem atingir o maior numero de pessoas, analfabetas e semi-analfabetas ,
essas impressões feitas pelos protestantes, baseava se num repertorio extenso
de humor popular, onde tentavam destruir a igreja católica, tornando assim
como uma chacota para a sociedade.
O artista Lucas Cranach (1472-1553) produzia muitas imagens
polêmicas, uma delas ficou bastante famosa na época, Cristo Passional e
Anticristo onde fazia a leitura da vida simples de Cristo com a magnífica e
orgulho do Papa.

De acordo com Burke 2004 p.70


Um par de gravações em madeira mostra Cristo fugindo dos judeus
porque eles estão tentando torná-lo seu rei, enquanto o Papa, por
outro lado, defende com a espada a tese do poder temporal sobre os
estados da igreja(uma clara referencia ao papa beligerante Júlio II,
que morreu em 1513).Do mesmo modo, Cristo foi coroado com
espinhos, o papa com a coroa tripla ou tiara.Cristo lavou os pés de
seus discípulos, mas o papa apresenta o pé para ser beijado pelos
cristãos.Do mesmo modo, Cristo viaja a pé, o papa é carregado, e
assim por diante.

Assim o a imagem que os protestantes demonstravam sobre o papa era


a ganância pelo dinheiro e o orgulho por poder.
A grande importância da imagens para a historia do vestuário é
inquestionável, existem diversos tipos de vestimentas que são vistas ate hoje,a
facilidade de você encontra imagens e ver o que as pessoas vestiam em
determinada época é incrível, o historiador francês Fernand Braudel (1902-
1985) fazia suas pinturas com as evidencias da moda espanhola e francesa
nos séculos 17 e 18. Outro historiador que também utilizou esse método, e as
pinturas também foi o francês Daniel Roche com uma famosa obra A refeição
dos camponeses de 1642 pra retratar a historia da vestimenta na França.
Mais um exemplo que a historia seria pobre sem as imagens é na
historia sobre a tecnologia, como os historiadores poderiam mostrar como eram
algumas tecnologias usadas na época, como as carruagens usadas anos antes
de cristo na China, Egito, e Grecia; como contar sobre o aparelho de ver
estrelas, construído para o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601).
Segundo Burke 2004 p.100
Historiadores da agricultura, da tecelagem, da impressão de papeis,
da guerra, da mineração, da navegação e das outras atividades
praticas, a lista é virtualmente infinita, tem-se baseado intensamente
no testemunho de imagens para reconstruir maneiras pelas quais
arados, teares, maquinas impressoras, arcos, armas de fogo, e assim
por diante, eram utilizados bem como para mapear as mudanças
súbitas ou graduais por que passaram as concepções desses
instrumentos.

Assim como na pintura A Batalha de San Romano, de Paolo Uccelo


(1397-1475) é um exemplo entre outros existentes sobre as armas. Também
existiram pinturas japonesas em forma de rolo, no século 18, não fornece
tantas informações, mas é possível observar os detalhes do equipamento,
como as ancoras ao canhão e das lanternas aos fogões da conzinha. Assim
que surgiu a Associação Nacional de Registro Fotográfico em 1897, na
Inglaterra, o intuito era fazer fotografias para colecionar no Museu Britanico,
mas a idéia dos fundadores era de apenas registrar prédios e outras formas
tradicionais de cultura material.O uso da imagem como testemunha da historia
tem a vantagem de que ela por si só se comunica facilmente,seus detalhes
estão ali completamente expostos, enquanto os textos você leva um
determinado tempo para descrever, assim facilitando para os que não sabiam
ler, um exemplo bem claro temos a Encyclopédie francesa( 1751-1765) onde o
livro possuem referencias que deixava os artesãos e os estudiosos ao mesmo
nível. Uma gravura trazida como exemplo mostrava aos leitores como os livros
eram impressos em uma gráfica em seus vários processos.
De acordo com Burke 2004, é seguramente perigoso tratar ilustrações
desse tipo como uma reflexão não problemática do estado da tecnologia num
determinado lugar ou época, sem gerar criticas das fontes, como identificar os
artistas, ou fontes nas quais os artistas se inspiraram. Nesse caso tinha
gravuras que não era baseada nas observações diretas, eram versões
revisadas de ilustrações anteriores contidas na Cyclopedia de Chamber.
Os historiadores urbanos dedicavam seus estudos ao que eles
chamavam de “a cidade como artefato”. A imagens também são importantes
para contar sobre a historia urbana; como exemplo temos a aparecia de
Veneza no século 15, onde o seu pano de fundo usado nas pinturas tinham um
estilo testemunha ocular, como no quadro Milagre em Rialto do artista
Carpaccio.
Segundo Burke 2004, p.103
Que mostra não apenas a ponte de madeira que antecedeu a atual de
pedra( construída no final do século 16)mas também detalhes tais
como um tipo raro de chaminé em forma de funil, que desapareceu
ate mesmo de palácios renascentes da época e que em certo tempo
dominaram o horizonte veneziano.

No século 17 essas paisagens de cidades, se tornaram um gênero


pictórico independente, surgindo na Holanda, onde Delft e Haarlem foram se
expandindo no século 18. Giovanni Antonio Canaletto(1697-1768) foi o que
ficou mais conhecido por expor esse gênero na Itália, com a obra Vistas. Era
comum o uso de gravuras ou águas –tintas de alguns prédios , exemplo temos
as vistas das faculdades de Oxford e a Cambridge, que foram feitas pelos
artistas Rudolph Ackerman em 1816, e por David Loggan em 1675 e 1690.
Os primeiros a pintar essas vistas externas de cidades e interiores domésticos,
foram os da republica holandesa, e foi de bastante valia para a época,
buscavam a observação dos detalhes, chamavam essa técnica de
microscópico, com isso o holandês Cornelis Drebbel, inventou o microscópio, e
o primeiro a utiliza- lo foi o holandês Jan Swammerdam onde seu primeiro uso
foi em insetos.
Esse detalhamento na imagem tinha um grande valor e serviu e
muito,um exemplo temos o ocorrido na cidade de Varsóvia, onde ela foi
destruída em 1944, e pode ser reconstruída depois da Segunda Guerra
Mundial, através dos materiais impressos e com o uso de algumas pinturas de
Bernardo Bellotto. Os historiadores de arquitetura utilizam as imagens para
reconstruir os prédios antes da sua demolição, ampliação ou restauração, onde
temos o caso da Catedral de São Paulo em Londres e também da prefeitura de
Amsterdã, já os historiadores urbanos, usam as pinturas e fotografias para
possibilitar que seja despertada a imaginação do leitor onde ele possa ter uma
noção de como era a aparência da cidade, o foco deles não é só nos prédios e
casas, mas também nos animais que passavam nas ruas, das arvores, de toda
a composição da cidade.
A imagem voltada para a publicidade, já pode ajudar que os
historiadores do futuro, reconstruir cenários que foram se perdendo no decorrer
dos anos, no futuro são muito usadas como fontes de estudo, como formas de
exemplo têm os vidros de perfumes, onde podemos observas as atitudes das
pessoas e sua relação com as mercadorias.
De acordo com Burke 2004 p.115
O Japão foi de modo bem pertinente um dos pioneiros nesse aspecto;
prova que está nas referências a produtos de marca, como o saquê,
em certos impressos de Utamaro (1753-1806).Na Europa, o final do
século 18 testemunhou o aparecimento da publicidade através de
imagens tais como o novo tipo espreguiçadeira (chaise longue)
ilustrado num periódico alemão especialmente dedicado a inovações
no mundo do consumo, o Journal de Luxus und dês Moden.

A segunda fase da historia da publicidade foi marcada pelo


surgimento do pôster, no século 19, se tratava de uma litografia colorida, em
tamanho grande, colocadas a exposição de todos nas ruas, os primeiros
percussores responsáveis pelos pôsteres foram Jules Chéret (1836-1932) e
Alphonse Mucha (1860-1939) ambos em Paris, onde criaram uma serie de
propagandas de peças, salões de danças, bicicletas, perfumes, cervejas e
entre outros como forma de chamar atenção as espectadores, onde os
desputariam o ato de comprar.
Mais a frente no século 20 os publicitários começaram a apelar
para o inconsciente dos consumidores, onde traziam técnicas subliminares
onde desperatava ainda mais o consumismo sem que as pessoas
percebessem.
De acordo com Burke 2004 p.116
Na década de 1950, por exemplo, flashes de duração de segundos de
publicidade de sorvete eram mostrados durante a apresentação de
filmes nos Estados Unidos. A platéia não se dava conta de que havia
visto essas imagens, mas apesar disso, o consumo de sorvete
aumentava.

Assim as agencias de publicidade faziam meio que um


processo de manipulação consciente, onde seus fotógrafos buscavam entrar
na mente de modo que era inconsciente para que tava vendo, outro exemplo
bem claro era a imagem que o carro passava para o expectador, dava o ar de
poder, agressividade e virilidade, onde quem buscava demonstrar isso,
acabava consumindo o produto; outro exemplo bem claro foi a propagando do
Camay, onde a imagem trazia uma sala de leilão bem elegante, onde a um
home, de boa aparência e bem vestido, prestando atenção em trabalhos de
arte.
O fotografo alemão August Sander, fez uma coleção chamada
de “Espelho dos alemães” feita em 1929, onde trazia a retratação de indivíduos
tipicos através de fotografias, do mesmo modo o fotografo Roy Stryker fez fotos
onde ele as denominava como documentarias, onde capturou cenas do social.
De acordo com Burke 2004 Stryker convidou os historiadores a examinarem
“quase toda a historia social contando os adjetivos e as passagens descritivas”
onde as técnicas eram vistas como uma tentativa de evocar imagens gráficas
que as fotografias podem oferecer.
Esses fotógrafos buscavam captura cenas do cotidiano, George Caleb
Bingham foi um pintor que na época fico conhecido por “historiador social”,
justamente por causa desse tipo de imagem.
Existiam também os historiadores da dança do esporte, teatro e
entre outros, onde estudavam cuidadosamente cada detalhe, justamente por
esse cuidado deles foi possível reconstituir a pratica do futebol na Florença
renascentista. Os holandeses eram mestre desse gênero por volta do século
17, mas a frente o fotografo William Henry Fox Talbot (1800-1877) segundo
Burke 2004 diz que ele se referia ao trabalho deles como “Nós temos
autoridade suficiente na escola holandesa de arte para tomas como temas de
representação cenas do cotidiano e fatos familiares”. E desconhecido o motivo
pelo qual eles escolheram esses tipos de tema; mas a pintura de acordo com
Bingham, tinha poder de “perpetuar um registro de acontecimento”, ou seja, ela
podia registra exatamente o que estava acontecendo naquele momento.
Os trabalhos de Bingham retratavam a vida, os comerciantes,
os condutores de chatas e a vida nas pequenas cidades, principalmente os
festejos que ocorriam durante as eleições. August Sander também fazia suas
imagens nesse sentido, ele possuía uma coleção de fotografias onde retrava a
crise social da classe media na época.
Fotografias de crianças volta e meia era analisada por
historiadores sociais, foi em um desses casos que perceberam que as crianças
de rua de Washington, estavam bem vestidas, mas por outro lado pareceiam
ter poucos brinquedos,porem o uso geral de fotos de crianças era para
documentar a historia da infância. Philippe Ariés foi um dos percussores do uso
dessas fotografias, como não é comum encontrar crianças nesses arquivos, foi
necessário buscar em outras fontes, entre elas, diários, cartas, pinturas e
outras imagens.
De acordo com Burke 2004 p.129
Ariés estava especialmente impressionado por uma lacuna, pela
escassez de representações de crianças nos primórdios da arte
medieval, bem como pelo fato de que as imagens medievais de
crianças mostram-nas como adultos em miniatura.

Já em meados dos séculos 16 e 17 na França e em outros


lugares era possível encontrar essas imagens, onde tinham retratos e túmulos
para crianças passando a se chama de infantilidade, onde separava os
diferentes mundos sociais de adulto e crianças.
Entre os primeiros exemplos, temos a edição do livro Séculos
de infância, onde tinha 26 pinturas, e retratos feitos por Hans Hobein e Philippe
de Champaigne, as pinturas eram de Jan Steem e dos irmãos Le Nain. Um dos
retratos que mostra com muita precisão, infância no século 18, é o retrato As
Crianças Graham de William Hogarth; pintado em 1742, este retrato trás
brincadeiras, e mostra a diferença entre as personalidade de quatro irmãs, a
mais velha mostra uma autoconsciência maternal, mostrada em sua expressão.
Ariés foi criticado por subestima o uso de imagem onde as
crianças sempre eram representadas de duas maneiras; a primeira, era como
parte de grupo de família, como em As crianças de Graham, onde geraria, mais
como historia de família, e não no sentido de conta a historia da infância; e o
outro modo era que crianças eram vistas como símbolo de inocência, onde
algumas pinturas as crianças era pintadas de forma alegórica.

Segundo Burke 2004 p.133


Um estudo de crianças no retratismo da família americana entre 1670
e 1810 adotou em enfoque serial (mais sistemático do que o de
Ariés), examinando 334 retratos representando 476 crianças e
observando o aumento nas representações de brinquedos e outros
sinais de infância.

Daí conclui se que a infância estava começando a ser


representada, e assim deixando de que as crianças fossem miniaturas de
adultos e passando a realmente existir a historia infantil.
Bastante comum que como nas historias das crianças as das
mulheres seguissem o mesmo caminho, onde a parti de arquivos, eram criadas
por homens, onde tinha o seu interesse masculino envolvido, como aconteceu
com os historiadores do Egito antigo, onde baseados em documentos oficiais
as historias eram feitas, onde as mulheres eram representadas por
representarem atividades se dedicando a lugares e épocas. Tendo alguns
exemplos na China,Japão e índia, onde eram cenas de rua, onde podiam se
encontra diversos tipos de pessoas em determinado período e cultura, um rolo
de papel pintado onde representava a rua na cidade de Kaifeng na China, onde
a o população representada na rua era toda masculina, e tinha apenas uma
mulher sentada numa liteira em primeiro plano.Song um historiador da época,
conclui que era facilmente encontrar homens em qualquer zona comercial, já
mulheres era raro.Mas era possível encontra o contrario dessas imagens, um
exemplo era um impresso japonês de 1780 representando uma rua de Edo, na
imagem pode se notar que é noite, nela mostra mulheres em uma multidão de
atores, espectadores, comerciantes.
Um grande exemplo que mostra muitas mulheres em imagens, são um
conjunto de 132 cenas de Viena gravadas pelo Artista Saloman Kleiner entre
1724 e 1737, onde há muitas mulheres nas ruas,bem vestidas, a figura também
as mostra cumprimentado umas as outras.
Algumas imagens também podiam representa os tipos de trabalhos que
esperavam que mulheres realizassem como economia informal, onde não se
encontrava em documentos oficiais esses relatos. Mas de acordo com Burke
2004, p.135
Um pergaminho chinês do século 13 mostra mulheres bobinando
seda. Uma impressão japonesa do século 18 mostra uma mulher em
pé do lado de fora de um restaurante, tentando atrair um transeunte
para seu estabelecimento,uma outra mostra uma mulher
mascateando livros, mascateando um pacote de volumes amarrados
a suas costas, e um maço de materiais impressos numa das mãos.

E assim por diante existe outros inúmeros exemplos, desde


mulheres em canteiros de obra, quebrando pedras ou subindo em telhados
com grandes pesos. Em antigas fotografias do Oriente Médio é possível
também ver mulheres capinando campos e debulhando trigo.
Existem também alguns exemplos de mulheres sendo
instruídas, como em um vaso grego, onde mostra duas moças de mãos dadas,
onde uma esta carregando em sua mão, tábuas escritas o que leva a entender
que a moça estaria a aprender a escrever. Outro exemplo é o uma outra
imagem onde mostra uma escola francesa do século 18 onde possui uma
mesa para escrever sendo utilizadas por homens, enquanto as mulheres estão
sentas com a mão no colo, o que leva crer que estão aprendendo a ler e não a
escrever. No entanto essa segunda observação para a mulher é bastante
representada, a da mulher lendo, como em varias imagens da Anunciação
onde a Virgem Maria estaria lendo um livro. De acordo com Burke 2004 houve
um declínio das imagens da Virgem lendo após 1520 parece ter sido uma das
primeiras respostas ao que pode ser dominado “demonização” da leitura pela
igreja católica, que seguiu à reforma, quando o crescimento da heresia foi
imposto que o acesso a livros por parte dos leigos.
Mas após isso acabou ficando bem comum esse tipo de
representatividade que foi o caso do Rembrandt onde ele pintou a sua própria
mãe lendo a Bíblia; as pinturas de Jean- Honoré Fragonard (1732-1806) onde
começou a pintar mulheres segurando livros, onde trouxe a evidencia que a
leitura foi disseminada na França no século 18.
Com o passar do tempo surgiu também o interesse pela idéia do “Outro”,
começar a pensar em pessoas diferentes de nós, os historiadores culturais
sentiram a necessidade de estudar, esse estudo andava junto com o interesse
que também tinham pela identidade cultural, fazendo debates sobre o
multiculturalismo e levantando questões sobre o passado.
De acordo com Burke 2004 p.153
No caso de grupos confrontados com outras culturas, ocorrem duas
reações opostas. Uma seria negar ou a ignorar a distância cultural,
assimilar os outros a nós mesmos ou a nossos vizinhos pelo uso de
analogia, seja esse artifício empregado consciente ou
inconscientemente. O outro é visto como o reflexo do eu.

Assim o explorador Vasco da Gama que foi visto entrando em um templo


indiano pela primeira vez, pode interpretar uma escultura de Brahma, já
Vishunu e Shiva comparado a imagem da santíssima trindade,do mesmo modo
em que os chineses entenderia as imagens da Virgem Maria representando a
deusa Kuan Yin.
A outra reação era em relação à cultura, onde inconsciente ou
conscientemente era contraria da nossa própria cultura.
Segundo Burke 2004 p.154
Nesta ótica, seres humanos como nós são vistos como “outros”.Assim
a Canção de Rolando descreveu o Islão como uma inversão diabólica
do cristianismo, e apresenta uma imagem de muçulmanos adorando
uma trindade infernal composta de Apolo,Muhammad e um certo
“Termagant”. O historiador grego Herodoto apresentou uma imagem
antiga da cultura egípcia como o inverso da grega, observando que
no Egito as pessoas escreviam da direita para a esquerda em vez de
da esquerda para a direita.

Nesse sentido a imagem era usada em sentido imaginário, onde as


evidencias vinham de textos; para que fosse feito a recuperação ou a
reconstrução, era indispensável.Os escritores podiam fazer seus documentos
de forma em que pudessem esconder informações enquanto os artistas eram
forçados a fazer suas representações seguindo o que estava escrito.Como
exemplo tem a as gravuras holandesas do século 17, onde um índio brasileiro
foi equipado com um arco e flechas, deste modo, quando se tratava de índios
eram considerados os bárbaros do Mundo antigo; outro exemplo uma gravura
que representa a embaixada da Companhia Holandesa Oriental da Índia, na
China, onde pode se vê um padre católico com um rosário; na imagem também
usam um chapéu, que comparam o chapéu do lama, onde lembra o dos
cardeais, as vestimentas com mangas largas comparada a roupa dos
franciscanos. Ou seja, quando ocorriam encontros entre as culturas, a imagem
era estereotipada. De acordo com Burke 2004 estereotipo originalmente uma
placa da qual uma imagem podia ser impressa, como a palavra clichê, onde
eles poderiam exagerar em traços da realidade ou simplesmente omitir eles.
Alguns estereótipos eram positivos como os do nobre selvagem
expressão criada pelo poeta John Dryden em 1972, onde trazia o oposto do
que era retratado, o canibalismo.
Existiu um processo chamado de raças monstruosas, onde os antigos
gregos acreditavam que existia na Índia, Etiópia ou Catai, essas imagens eram
retratadas como pessoas com cabeças de animais, ou ate mesmo sem cabeça,
ou com apenas uma perna; mulheres de apenas um seio. Um exemplo que
trazia esses estereotipo, foi a Historia Natural do escritor Plínio; outro bem
presente era Otelo onde as pessoas tinham cabeças que cresciam abaixo dos
ombros.Essas raças podiam ter sido inventas para ilustrar sobre a influencia do
clima, onde acreditava se que pessoas que viviam em lugares extremamente
frios não eram totalmente humanos.
Uma imagem que representava o canibalismo era uma gravação em
madeira que tinha na Alemanha, no centro da imagem era possível ver um
corpo humano mutilado, e dependurado em uma arvore, enquanto um
selvagem devora o braço do humano. Para ajudar esclarecer o estereotipo,
mesmo ele não sendo de totalmente falso pode ser afirmado por Burke 2004, p
159
Alguns índios brasileiros, os machos adultos da tribo tupinambá, por
exemplo cujos costumes foram descritos detalhadamente por alguns
viajantes europeus no final do século 16, realmente comiam carne
humana, notadamente a de seus inimigos em certo momentos
ritualizados.

Mas por outro lado a imagem deixa a passar uma informação falsa, a
que todo indígena come carne humana, assim essa informação acabou os
definindo como “canibais”. Para os leitores de hoje, é bem difícil que eles levem
a serio essa idéia das raças monstruosas.
Imagens podem evidencias e ajudar na organização de cenários
de grandes ocorridos, como batalhas, assassinatos, tratados de paz, greves,
revoluções, concílios de igrejas, esses exemplos estão presentes na pintura de
Concílio de Trento que ficam na catedral feita por Ticiano, outro exemplo é a
coroação de Napoleão.
Nesta era chamada de daguerreótipo eram feitas imagens memoráveis
como o encontro dos cartistas em Kennington Common em 1848.
Em 1901, um jornalista brasileiro chamado de Olavo Bilac, previu que a
profissão de jornalista iria ser extinta, pois a fotografia substituiria a descrição
que era feita pela escrita.
Segundo Burke 2004 p.175
Na era da televisão a percepção de acontecimentos em curso é
virtualmente inseparável das imagens mostradas na tela. A
quantidade dessas imagens e a velocidade com a qual elas se
transmitem são novidades, mas a revolução da televisual na vida
cotidiana não nos deve fazer esquecer a importância de imagens de
acontecimentos em períodos anteriores.

Com o surgimento do cinema era possível que os espectadores


pudessem imaginar que estivem vendo a ascensão de Hitler.
Com a imagem impressa começou a ser possível a produção de
acontecimentos, que estavam em curso ainda ou que tivessem acontecido a
pouco tempo, fazendo assim com que surgissem as folhas de notícias ou
pictórico de jornais, essa invenção é do século 17. Esse tipo de imagem foi a
de Lutero na Dieta de Worms, ou a coroação de Carlos V.Esta produção
começou realmente a aumentar durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648);
as gravuras estavam presentes nas folhas de noticias, trazendo os principais
acontecimentos da guerra, conforme eles iam acontecendo, depois eram
vendidas separadamente.
Algumas pinturas também passaram a ser encomendadas no intuito de
comemorar algum acontecimento, um exemplo foi à revolta de Nápoles em
1647, organizada pelo pescador Masaniello, que foi pintada por Michelangelo
Cerquozzi (1602-1660). Outra pintura encomendada foi um conjunto de
pinturas para comemorar o Congresso de Estphalia e a Paz de Munster que
ocorreu pondo um fim na Guerra dos Trinta Anos; algumas delas tinham nome
como Oficiantes celebrando a paz de Munster em Haarlem de Cornelis Beelt e
a A prestação de juramento da ratificação da paz de Munster do Gerard Ter
Borch.
Uma pintura bastante famosa que tem esse segmento é a Declaração da
independência, feira pelo pintor americano John Trumbull (1756-1843) que foi
feita através de informações passadas por Jefferson que participou do evento.
As pinturas narrativas geram alguns problemas tanto para pintores e
para os leitores, segundo Burke 2004 o uso do espaço para substituir ou para
representar o tempo, onde o artista tem que condensar ações sucessivas numa
única imagem, em alguns casos pega momento exato do clímax, onde essa
redução pode deixa o expectador com vários modos de interpretação.
Segundo Burke 2004 p.179
[...] como o da distinção entre partidas e chegadas, ou- como no caso
da famosa pintura de Watteu retratando a loja de um marchand- entre
o ato de colocar o retrato de Luís XIV numa caixa ou de retira-
lo.Algumas vezes o contexto oferece a resposta, como no caso de
Watteau, uma vez que o trabalho foi pintado após a morte do rei na
atmosfera muito diferente da Regência.

Nesse sentido, o retrato de Luis XIV faz sentido no contexto político,


onde pode ser tirado de lá e ser exposto ou não. Os leitores que vivem em
épocas ou cultura distintas as que imagem foi produzida, tem ainda mais
problemas que os contemporâneos, onde um deles é o problema para
identificar as narrativas, onde as figuras podem ser representadas diversas
vezes na mesma cena. Um exemplo esta em um manuscrito grego do século 6,
chamado Gênese de Viena, onde a historia pode ser contada da esquerda para
direita e da direita para a esquerda.
Com o aumento da pintura histórica, coincidiu com o crescimento do
romance histórico como o de Sir Walter Scott (1771-1832) e Alessandro
Manzoni (1785-1873) onde eles buscavam não só contar o que acontecia no
passado como também descrever a forma de vida e a mente das pessoas em
determinada época.
Esse tipo de pintura exigia que a pesquisa fosse bem profunda,alguns
artistas seguiam esse gênero um exemplo temos o pintor Willian Holman
Hunt(1827-1919) em 1850, onde foi ate a Palestina para da vida as cenas
sobre a Biblia, alguns pintores escolhiam temas militares, muito populares no
século 19, onde as pesquisa se baseavam nos uniformes, e equipamentos,
estes foram pintados pelo francês Ernest Meissonier (1815-1891); esse tipo de
trabalho dava esses historiadores o reconhecimento de serem chamados de
historiadores de pleno direito.
Esses historiadores aprenderam com o trabalho de historiadores
profissionais que eram vistos cada vez mais em universidades no século 19; a
historia que eles retratavam era as historias nacionais, movidas pelo
nascionalismo, onde Meissonier pintou vitorias francesas, e Menzel as alemãs;
o polonês Jan Matejko ( 1838-1893) fazia representações da historia polonesa,
entre suas obras tinha Stanczyk.
Em 1916 um livro chamado de A câmera como historiadora, foi lançado
na Inglaterra, onde foi dada bastante ênfase em a mão que segura uma
câmera e o olho e do cérebro que a direciona, onde podia se disser que o
cinegrafista era como um historiador. Assim dando ênfase nos filmes um titulo
dos mais importantes, foi Birth of Nation de 1915 um filme sobre a Guerra Civil
Americana de acordo com Burke 2004 p.200
Em uma frase que aparecia na tela, durante a apresentação, o
significado do titulo é reforçado com as palavras “ A agonia que o Sul
suportou para que uma nação pudesse nascer”

Isso acontecia, pois o titulo era de suma importância para o filme; o filme
permite o expectador ter a sensação de testemunhar o evento como se tivesse
acontecendo, mas isso também se tornava perigoso, na questão de
interpretação onde poderia passa uma sensação ilusória, contraria do que
realmente aconteceu; esse é o ponto essencial de qualquer historia, a
interpretação seja ela filmada, contada, escrita ou pintada.
Os filmes tentavam passar a imagem de sentimentos de determinada
época, o filme de Roberto Rossellini Luiz XIV toma o poder, Rossellini usou a
biografia de Luis, publicada pelo historiador Philippe Erlanger em 1965, onde
também empregou o próprio para consultor histórico do filme, foi usado
também textos escritos pó La Rochefoucauld, onde conta que Luiz lia as
memórias do Duque de Saint-Simon; o filme foi montado no estilo testemunha
ocular, onde um ator amador interpretou as cenas.
Outro filme histórico que marcou a época foi Martin Guerre(1982) de
Daniel Vigne; onde conta o que aconteceu no sul da França no século 16; onde
uma camponês abandona sua esposa, para se tornar soldado; passado os
tempos um homem retorna dizendo ser Matin, sendo aceito pela esposa de
Martin Bertrande, mas a família não foi convencida; como já esperado o
personagem chegou deixando o homem que estava fingindo desmascarado, e
acaba sendo executado.
Segundo Burke 2004, p 206
A maioria dos bons filmes históricos trata do passado relativamente
recente. A seguir, portanto, concrentrar-me-ei na história do século 20
e no papel que os diretores de cinema tiveram de ajudar seus
contemporâneos a interpretar eventos que todos experimentaram;
1917,1933,1945,1956 e assim por diante, tendo como foco dois filmes
dirigidos, respectivamente por Gillo Pontecorvo e Miklós Jancsó.

Assim os filmes graças a estilo ser fotográfico e com o uso de atores não
profissionais se tornam um relato de testemunha ocular.
Depois de passar por diferentes tipos de imagem, voltamos novamente
para o método, Erwin Panofsky, publicou um ensaio sobre iconografia chamado
de “Hercules at the Cross-Roads”, mas a frente o titulo foi adaptado para
“Iconography at the Cross-Roads onde o questionamento era a possibilidade
de que os historiadores de imagem continuassem a seguir ou não o trabalho de
Panofsky.
O foco psicanalítico usado para imagem não é o significado do
consciente, mas sim esta nos símbolos e associações do inconsciente como
Freud identificou em Interpretation of Dreams; de acordo com Burke 2004,
p.214
Este enfoque é de fato tentador. É difícil negar que o inconsciente tem
um papel importante na criação de imagens ou textos. Freud não
ofereceu, freqüentemente. Interpretações de imagens especificas - a
não ser pelo seu celebrado e controvertido ensaio sobre Leonardo da
Vinci- mas sua preocupação com pequenos detalhes, especialmente
na Psychopathology of Everyday Life [..]

Algumas observações feitas por Freud sobre sonhos das inúmeras


pistas para interpretar pinturas, um exemplo os conceito que ele da para
deslocamento e condensação; onde foi feito através de uma analise do
trabalho do sonho.
Psicanalistas poderiam dizer que algumas imagens estereotipadas, como,
harém, são fantasias sexuais, e imagem de canibalismo poderia ta ligada a
bruxas, todas essas projeções no outro pode ser desejos auto-reprimidos.
O que podemos concluir é que à medida que o uso de imagens é feito na
historia, o foco psicanalítico é necessário e impossível, onde as possíveis
evidencias já se perderam.
Para estudiosos como Arnold Hauser, via arte como reflexa da
sociedade, já para Francis Haskell era concentrar no pequeno mundo da arte
na relação dos artistas e patrocinadores.
Segundo Burke 2004, p. 226
Dois enfoques mais recentes sobre imagens, inspirados pela teoria
feminista e pela teoria da recepção, podem também, se incluídos sob
este guarda-chuva. Por “enfoque feminista” eu entendo a analise da
história social da arte em termos não de classe social, mas de
gênero, mesmo se o foco estiver no gênero do artista,do patrocinador,
dos personagens representados no próprio trabalho, ou audiência
pretendida ou real.

Pessoas que repercutiram esse movimento foram Linda Nochlin e


Griselda Pollock. Do mesmo modo que as feministas enriqueceram o
patrimônio interpretativo no sentido que ficou difícil ignorar o tópico do gênero
sexual quando se trata de analise de imagens; do mesmo modo era difícil
também ignora as classes sociais.
Outra abordagem feita sobre a historia social da arte tem o foco em
respostas das imagens ou na recepção dos trabalhos, em termos literários “
teoria da recepção” e “resposta do leitor”.
Onde podemos ver a resposta é na obra de David Freedberg o The
Power of Images e a historia da relação física entre o espectador e imagem era
vista na obra Absorbtion and Theatricality.
Também existiu o iconoclasmo feminino, sendo representado pela obra
Vênus ao espelho de Velázquez na National Gallery em 1914 em Londres, feita
por uma suffragette que desejava chamar atenção para a causa; já o
iconoclasmo estético era visto nas esculturas do Pensador de Rodin, chamada
de Prisioneiro político desconhecido de Reg Butler.

Referências

ARAÚJO, Gustavo Cunha de. A fotografia: entre documento e arte


contemporânea.

BURKE, Peter. Testemunha Ocular: História e imagem. Edusc, 2004. 238 p.

GOMES, Luiz Claudio Gonçalves. A história da educação através de


imagens fotográficas e outras fontes complementares. Vários espelhos de
um mesmo objeto, mai/ago 2003.

KUBRUSLY, Cláudio. O que é Fotografia. São Paulo: Editora Brasiliense,


2003. (Coleção Primeiros Passos; 82

MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: fotografia e história interfaces. P


73-98,1996.
MOLINA, ANA HELOISA. A História contada por imagens: as escolas
normais do início do século XX e o uso de fotografias para a historiografia
contemporânea. 2015.

SARDELICH, Maria Emília. Leitura de imagens, cultura visual e prática


educativa. 451-472, 2006.

SOUZA, Rosa Fátima de. Fotografias escolares: a leitura de imagens na


história da escola primária. p. 75-101, 2001.

SOUZA, Rosa Fátima de. Fotografias escolares: a leitura de imagens na


história da escola primária. p. 75-101.2001.

UNFRIED, Rosana Aparecida Reineri. O uso da iconografia e da iconologia


para a análise de fotografias e recuperação da história de londrina. 2014.

Você também pode gostar