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CAMPUS DE TOCANTINÓPOLIS
CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
CAPÍTULO II
CAPÍTULO TEÓRICO
TOCANTINÓPOLIS (TO)
2020
Capítulo Teórico
A Fotografia
“Parecia mágico - quase bruxaria – que uma máquina pudesse produzir imagens tão perfeitas
de qualquer coisa que colocasse diante dela” (p. 01)
Era como se a imagem fosse considerada viva de tão próxima da realidade que
a imagem final ficava. Antigamente nem todos podia ter acesso, como podem
ter nos dias de hoje, é tanto que a maiorias das fotos antigas que vemos,
inclusive de livros quando a máquina fotográfica era enorme, são bem
marcadas com todos os membros da família, eram fotos tiradas para mostrar
todos juntos à famosa foto da família, com as melhores roupas, fotos de
momentos realmente importantes para que ficassem eternizados.
Com o passar dos anos a fotografia foi se atualizando e com ela sempre
trazendo o traço de eternizar momentos e guardar as histórias. Mas fotografia é
só eternizar momentos? Não. A fotografia vai muito além de registrar um
momento que mesmo que seja repetida não será igual, pois ela é documento,
conta historia, arranca sorrisos, conta tristezas, causa drama, registra a ciência
e inúmeras outras coisas que ela pode proporcionar, por isso tão difícil explicar
o que é fotografia.
Segundo ela essa é a visão dos autores KOSSOY (1995), LEITE (1993,
1998), FABRIS (1991), BARROS (1992) por isso podemos analisar diversas
fases de uma só imagem, da mesma maneira o que a imagem repassa através
da sua estética pode também descontruir a historia de quem produziu a
determinada imagem, podendo assim a imagem ser usada como comprovação
de uma determinada informação, ou até mesmo fazer o leitor investigar, pensar
o que estaria acontecendo, ou o que a imagem está querendo retratar.
A imagem também pode não contar sua história sozinha, pois muitas
vezes é de suma importância um comentário ou um texto juntamente com a
foto, para ajudar nas possíveis interpretações e hipóteses, o que vai depender
da leitura visual da pessoa que está lendo essa imagem.
Desta forma posso narrar um contexto para aquela imagem, posso criar
minhas versões dos fatos, importante para criar um debate com o fotógrafo
quis retratar naquela imagem. Algumas imagens na maioria das vezes vem
acompanhada de uma legenda, isso não é uma forma obrigatória, isso não
quer dizer que a fotografia não possa ser usada sozinha, quando a imagem
não vem acompanhada de uma legenda isso permite ao pesquisador poder ter
novos olhares, conhecer universos diferentes através da interpretação de
algumas pessoas.
Assim, não faz muito tempo que a imagem iconográfica começou a ser
utilizada como fonte histórica na área da educação, isso começou com a
organização de acervos fotográficos e outros tipos de fontes, a área que esse
estudo pertence é a de comunicação e ciências sociais.
Testemunha Ocular
História e imagem
A invisibilidade do visual?
Um exemplo que foi analisado foi os gestos da mão de Buda, tocar com
a mão direita com o intuito de conclamar a terra, testemunhar sua iluminação,
para chega a esse significado é preciso saber das escrituras budista, do
mesmo modo no hinduísmo é necessário o conhecimento deles para identificar
certas serpentes como divindades ou ate mesmo para identificar que a imagem
humana com cabeça de elefante representa deus Ganesha para eles.
Por isso era de suma importância para a época a iconografia, pois as
imagens eram uma forma realmente de doutrinação, O Papa Gregório, o
Grande, dizia que as pinturas são colocadas nas igrejas para que os que não
lêem livros possam ler, através das imagens que estão lá nas paredes,era
como se as pinturas fossem a Bíblia dos analfabetos, mas essa idéia era
bastante criticada, pois eram pinturas complexas, para serem compreendidas
por pessoas comuns,e com a iconografia, as ilustrações poderiam ser
explicadas oralmente pelo clero.
As imagens tem significado muito mais profundos que simplesmente
disseminar o conhecimento religioso, por exemplo na cristandade oriental, de
acordo com Burke 2004 os ícones ocupavam um lugar muito especial sendo
exibidos sozinhos quanto como parte da iconóstase, a tela que esconde o altar
dos leigos durante os serviços religiosos.Um exemplo a pose de Cristo, da
Virgem ou dos santos, sempre são visto de forma frontal olhando para quem os
observa, assim tratando o objeto como uma pessoa.Na Alta Idade Media, as
pessoas oravam pra determinadas imagens entre elas Verônica ou a de Cristo
que ficava na igreja de São Pedro em Roma, onde buscavam a remissão do
tempo no purgatório.Outros faziam grandes peregrinações para ver estas
imagens, se ajoelhavam, as beijavam e pediam favores, a imagem de Santa
Maria dell’ Impruneta, era levada freqüentemente para procissão com o intuito
de trazer chuva , ou proteger contra ameaças políticas.
Outra coisa bastante comum na época era encomendar que artistas
produzissem imagens como forma de agradecer favores, por entender que a
imagem tinha evitado acidente ou ate mesmo curando das doenças.
Existem algumas imagens chamadas de votivas, que não são
unicamente Cristãs de acordo com Burke 2004 p.63
Mas por outro lado a imagem deixa a passar uma informação falsa, a
que todo indígena come carne humana, assim essa informação acabou os
definindo como “canibais”. Para os leitores de hoje, é bem difícil que eles levem
a serio essa idéia das raças monstruosas.
Imagens podem evidencias e ajudar na organização de cenários
de grandes ocorridos, como batalhas, assassinatos, tratados de paz, greves,
revoluções, concílios de igrejas, esses exemplos estão presentes na pintura de
Concílio de Trento que ficam na catedral feita por Ticiano, outro exemplo é a
coroação de Napoleão.
Nesta era chamada de daguerreótipo eram feitas imagens memoráveis
como o encontro dos cartistas em Kennington Common em 1848.
Em 1901, um jornalista brasileiro chamado de Olavo Bilac, previu que a
profissão de jornalista iria ser extinta, pois a fotografia substituiria a descrição
que era feita pela escrita.
Segundo Burke 2004 p.175
Na era da televisão a percepção de acontecimentos em curso é
virtualmente inseparável das imagens mostradas na tela. A
quantidade dessas imagens e a velocidade com a qual elas se
transmitem são novidades, mas a revolução da televisual na vida
cotidiana não nos deve fazer esquecer a importância de imagens de
acontecimentos em períodos anteriores.
Isso acontecia, pois o titulo era de suma importância para o filme; o filme
permite o expectador ter a sensação de testemunhar o evento como se tivesse
acontecendo, mas isso também se tornava perigoso, na questão de
interpretação onde poderia passa uma sensação ilusória, contraria do que
realmente aconteceu; esse é o ponto essencial de qualquer historia, a
interpretação seja ela filmada, contada, escrita ou pintada.
Os filmes tentavam passar a imagem de sentimentos de determinada
época, o filme de Roberto Rossellini Luiz XIV toma o poder, Rossellini usou a
biografia de Luis, publicada pelo historiador Philippe Erlanger em 1965, onde
também empregou o próprio para consultor histórico do filme, foi usado
também textos escritos pó La Rochefoucauld, onde conta que Luiz lia as
memórias do Duque de Saint-Simon; o filme foi montado no estilo testemunha
ocular, onde um ator amador interpretou as cenas.
Outro filme histórico que marcou a época foi Martin Guerre(1982) de
Daniel Vigne; onde conta o que aconteceu no sul da França no século 16; onde
uma camponês abandona sua esposa, para se tornar soldado; passado os
tempos um homem retorna dizendo ser Matin, sendo aceito pela esposa de
Martin Bertrande, mas a família não foi convencida; como já esperado o
personagem chegou deixando o homem que estava fingindo desmascarado, e
acaba sendo executado.
Segundo Burke 2004, p 206
A maioria dos bons filmes históricos trata do passado relativamente
recente. A seguir, portanto, concrentrar-me-ei na história do século 20
e no papel que os diretores de cinema tiveram de ajudar seus
contemporâneos a interpretar eventos que todos experimentaram;
1917,1933,1945,1956 e assim por diante, tendo como foco dois filmes
dirigidos, respectivamente por Gillo Pontecorvo e Miklós Jancsó.
Assim os filmes graças a estilo ser fotográfico e com o uso de atores não
profissionais se tornam um relato de testemunha ocular.
Depois de passar por diferentes tipos de imagem, voltamos novamente
para o método, Erwin Panofsky, publicou um ensaio sobre iconografia chamado
de “Hercules at the Cross-Roads”, mas a frente o titulo foi adaptado para
“Iconography at the Cross-Roads onde o questionamento era a possibilidade
de que os historiadores de imagem continuassem a seguir ou não o trabalho de
Panofsky.
O foco psicanalítico usado para imagem não é o significado do
consciente, mas sim esta nos símbolos e associações do inconsciente como
Freud identificou em Interpretation of Dreams; de acordo com Burke 2004,
p.214
Este enfoque é de fato tentador. É difícil negar que o inconsciente tem
um papel importante na criação de imagens ou textos. Freud não
ofereceu, freqüentemente. Interpretações de imagens especificas - a
não ser pelo seu celebrado e controvertido ensaio sobre Leonardo da
Vinci- mas sua preocupação com pequenos detalhes, especialmente
na Psychopathology of Everyday Life [..]
Referências