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Leonora Carrington

Leonora Carrington nasceu na Inglaterra e foi uma artista rebelde que viveu e viajou
por vários países, até se estabelecer no México. Apreciada por muitos, Leonora era
considerada como uma das últimas artistas originais do surrealismo, destacando-se na
arte com as suas esculturas e pinturas de mundos abstratos.
Leonora Carrington nasceu no seio de uma família rica e aristocrática. Educada para se
casar com um homem da nobreza, teve seu primeiro contato com o Surrealismo aos
17 anos, ainda em Londres. Com 19 anos consegue a autorização dos pais para
estudar artes plásticas em Paris. Então sua vida ganha novos rumos.
Ela passou três anos em Paris onde conviveu com outros artistas dos movimentos
modernistas como Joan Miró, Salavador Dalí, Pablo
Picasso e Max Ernst, o seu então namorado.
Sobre essa época, em entrevista feita ao
jornal El País Leonora disse: “Eram um
grupo essencialmente de homens, que
tratavam as mulheres como musas.
Isso era bastante humilhante. Por isso,
não quero que me chamem de musa
de nada nem de ninguém. Jamais me
considerei uma mulher-criança, como
André Breton queria ver as mulheres.
Nunca quis que me entendessem assim, nem
tão pouco ser como os outros. Eu caí no
surrealismo porque sim. Nunca perguntei se podia entrar”.
Nesse período, durante a Segunda Guerra, os nazistas passaram a perseguir os
modernistas e Ernst foi preso pela polícia francesa e depois enviado pelas autoridades
nazistas para um campo de concentração.
Leonora Carrington viu-se assim obrigada a fugir, primeiro para Espanha e depois para
Lisboa, onde conheceu Renato Leduc, um escritor mexicano, e com quem se mudou
para o México em 1941. Relação que também não foi bem-sucedida e que acabaria
dois anos depois.
No Mexico, Carrington retomou contato com Remedios Varo, artista surrealista
espanhola, que havia conhecido em Paris alguns anos antes. A partir de então as duas
nutririam uma estreita amizade e grande parceria por cerca de duas décadas até a
morte de Varo, em 1963. Em livro publicado em 2010, chamado Surreal Friends,
Stefan van Raaij explora os frutos dessa relação entre as pintoras.
Em 1964, ela termina uma de suas obras mais reconhecidas, o mural El mundo mágico
de los mayas. O trabalho foi criado para um concurso de arte da escola do Museu
Nacional de Antropologia e História do México (onde se encontra) e para criá-lo
Leonora passou meses no sul de Iucatán estudando as variadas religiões e tradições da
cultura Maia. Com mais de quatro metros de largura, o mural exibe um cenário de
uma comunidade maia e seus diversos aspectos culturais do mundo pré-colombiano
como a medicina tradicional, a religião, a astronomia e a relação entre as pessoas e as
forças da natureza.
Uma vida agitada, com muitas aventuras pelo meio, e que valeu à escritora Elena
Poniatowska, sua amiga durante mais de 50 anos, o prémio Biblioteca Breve 2011,
com o livro sobre a sua vida, “Leonora”.
“Leonora é uma pintora do tamanho de Frida Kahlo e a última figura que existe do
surrealismo”, disse ao El País Elena Poniatowska.
A sua arte chegou à Rainha Isabel de Inglaterra, que a condecorou com a Ordem do
Império Britânico, em 2005.
Morreu de pneumonia em 2011 na Cidade do México onde viveu desde 1942, em uma
casa no bairro de Roma.
Leitura da obra: “self portrait”por Leonora Carrington.

Nós a vemos sentada no meio de uma sala quase vazia, vestida com culotes e botas
vitorianas de salto alto. Todos os elementos que a cercam refletem seu desejo de
liberdade e o que estava acontecendo com ela naquele momento. A estranha cadeira
em que ela está sentada tem braços humanos e está usando botas de cano curto,
assim como ela. Certamente, alude à vida elegante, chata e burguesa que seus pais
planejaram para ela. 

Atrás da artista, vemos um cavalo de balanço voando em direção à janela. Ele está


tentando escapar do ambiente doméstico claustrofóbico para poder correr livre no
campo. Este cavalo de brinquedo, que não tem crina, é a própria Leonora Carrington
fugindo de seus pais: sua crina é a crina selvagem da artista.

A figura de Leonora é plana como uma tábua, enquanto a hiena tem seios humanos,
símbolo de sua sexualidade, que ela teria que reprimir se tivesse ficado em casa,
sentada na cadeira que seus pais prepararam para ela.

Referências Bibliográficas:
https://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/view/117774/64134
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonora_Carrington

https://www.elcuadrodeldia.com/post/111059712364/leonora-carrington-autorretrato-1937-1938

Imagens

1: https://rascunho.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Leonora.jpeg

2: https://collectionapi.metmuseum.org/api/collection/v1/iiif/492697/2045122/restricted

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