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‘Garo de Ditto Invmaciens Pico Numa ideia muito apertada, bi autores®? que entendem que o direito inter- Stoney Guerea nacional é c direito aplicével & sociedade internacional. Esta ideia singela cons- PerDoutr, Dazore Mesre em Dieta ‘tata uma evidéncia que distingue a sociedade internacional da sociedade interna. ‘Bpecishes io Dict Ieroaciml- Acai de Die fnerncimn a sis ‘De fato, o Diteito Internacional pode ser concebido como um conjunto demnor- : ‘Profsor Tita ds Tniveridade do Grade Bio sane} : i eee Profesor Adjuno I ds Unveridade Foerl do Rio de enciro mas (regras e principios) que regem 0s sujeitos ¢ demais atores internacionais no ‘rofesor do Popraa de Mera de Pclnde de Divito de Campos Ambito dz sociedade internacional e que tem por escopo a busca da manutencio da az, da justica internacional, bem como promover o desenvolvimento dos povos. 3, A Norma Internacional Como afirma a boa doutrina,® para a existincia do Diceito Internacional ; » . Piblico dever ser observados alguns fatores ot pressupostos, sem os quais no Ala2 > forckmonita @ Duatiems/ Monismve- seria justificével 0 funcionamento do mesmo. Assim 6 que sio apontados a plu- nlidade de Estados soberanos, o comércio internacional e prinepios juridicos cuincidentes, Gomo visto no capitulo 1, a Sociedade Internacional reconhecia apenas como sujeitos de direta os Estados soberanos. Na media em que se apresenta uma estratura como essa no plano das relagdesinternacionais, & dbvio que sur- Curso DE DiREITO INTERNACIONAL PUBLICO jam varias questdes que precisam ser resolvidas pelo direito. f Ora, se existe uma sociedade tio heteragénea, constituida de Estados sobe- Medigio ranos de todos os cantos do planeta, 6 natural que ocorram conflitos de toda espécie e que sejam harmonizadas por um direito constituido no plano interna- ional ¢ no de um direito interno de um dos Estados envolvidos na contends. ‘Também ¢ 0 caso do comércio internacional. A necessidade de fomentar relagdes de comércio entre os povos data desde 2 Antignidade e no seria razoé: vel que houvesse a prevaléncia de um direito intemo de um Estado em det ‘mento de outro para regular as relagSes de comércio internacional. i indubitével que o comércio internacional se como um des fato- ¢ justilcam e Hetesidade de se consticuir uma orem Juridica 2o plane ‘que taduzem os anseios dos Estados que compéem a sociedade intemacional na “construcSo” de uma norma- tiva internacional. Se niio houvesse convicgSes comuns entre os Estados, nio poderia mencionar o surgimento do direito internacional. Rio ée Janeiro, 2009 7 . DINE Nguyen Quoc: DAULLIER, Penick: PHLLET, Allin. Dato inmrconal pty 2. isos: | r Fandsjto Caloase Gulbenkian, 248, p37. a 3 MELLO, Colo Atruquereue, op ct, p64. 7 : : O ‘Sidney Goer Todavia, como acentma Mello,24 nesse ponto o diceito internacional apre- senta alguzoas contradigées: soberania do Estado e a necessidade de cooperagao: co Direito Internacional procura assegurar a paz e a seguracca, mas existem ay ex sgéncias revoluciondrias nacionais; a soberania ¢ igualdade dos Estados e por jutro lado enorme poder dos supergrandes. De fito, a0 se constitmir uma ordem juridica internacional evidenciam-se virios aspectos que se assemelbam a um sistema juriico de um Estado-nacdo: é ‘uma ordem normativa; ¢ dotado de sangao; e tem a mesma nogio de ato ilicito. Observa-se também que as normas internacionais poseuem caracteristicas roprias,tais como: sio poucas ema niimer, si9 abetratas, So atributivas, por esta- belecerem uma competéncia sem assinalarem a materialidade da acao a executar.*> Com efeito, a partir das anilises acima estabelecidas é que se pode afirmar que 2s normas internacionais encontram-se em profunda transformagio @ Fara que o Direito Internacional Publico seja melhor compreendido deve-se levar em consideragao também o seu aspecto politico. Entretanto, nao se pode olvidar que @ politics fornece a medida do possivel exi dado momento ¢ em determinadas circunstincias, isto 6, faculta regras para ‘2. ago num dado contexto temporal e espacial. A politica se encontre erm muta- ‘cdo constante e procura se adequar &s exigéncias da sociedade internacional. O Diteito, por outro lado, oferece estabilidade, certezae seguranga, formula regras que disciplinam a vida do grupo social: regras que respondem As opgies feiras pela politica.25 Levando-se em consideragéo que o direito deve propiciar estabilidade, cer- teza e, sobretudo, seguranga juridica, 0 foco principal de andlise da normativa internacional recaird no estudo da norma juridica internacional que esté intima- mente ligado ao estudo das fontes do direita intemacional. 'Nio se pode olvidar, entrezanto, que a doutrina tem apresentado o estudo da norma internacional sob trés formas: a cortesia internacional; a moral inter- PEREIRA, Andsé Gonalves QUADROS, Fests op. p40. "ARAUJO, ine rath Armor, op ct, p. 9: "No &poaive enleto Dic da Gents com a corceia Sncernacioal (comias genta), complexe de wes obecrvaos pels Esatos por sxe comviahives © ‘Cuno ds Ditie LteaconalPubico ‘A cortesia internacional slo aqueles usos seguidos na sociedade internacio- zal por conveniéncia, como por exemplo: 0 cerimonial maritime. Como destaca ‘Mello, o Direito Internacional Pablico se distingue da cortesia internacional 20 sentido de que a violagio de uma norma de comitas gentium niio acarreta a res- ponsabilidade do antor desta violagio. ‘A sua violacio nfo configura um ato ilfcito, sendo apenas um ato inzmisto- 50, com as suas sancées (opinilio pablica). A cortesia internacional pode ser trans- formada em costume e vice-versa, como no caso do cerimonial maritimo. No caso da moral internacional evidencia-se que no se pode conceber a ‘excsténcia do Direito Internacional sem que ela exista. A nogo da moral inter- nacional relaciona-se aqueles princfpios morais aplicados pelos sujeitos do Direito Internacional Pablico nas suas relagSes recfprocas apontando-se como ‘principais a lealdade, a moderacio, o auxilio miituo, o respeito, o espirito de jus- tiga e a solidariedade. (Os doutrinadoree que advogam om sentido contririo alertam que a moral internacional nio ¢ considerada obrigatéria, todavia, no Direito Intemacional smanifesta-se com bastante incidéncia « reciprocidade. A titulo exemplificetivo, se o Brasil nio auxiliar a Nicerigua num terremoto, provavelmente no futuro esse pais no ajudard o Brasil nema situacéo qualquer. ‘Finalmente, o estudo da norma juridica internacional € 0. tis interes- sa paisa Dseia Tatertaconalcalendo avert, porlm, que a visio erica do to Internacional Publico Ger exercida 26 eis mo juridico e partirmos de certos valores como 0 de justiga social que deriva de eee —F norma juridica internacional surge com as fontes do Direito Intema- ional, expressss no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiga * Artigo 38 . 1. A Corte, cuja fungio é decidir de acordo com Direito Internacionsl as controvérsias que Ihe forem submetidas, aplicardé: : a) as convenc5es internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabel ‘gam regras expressamente reconhecilas pelos Estados Htigantes; 'b) 0 costume, como prova de uma pritica geral accita como sendo o direito; ©) 08 principios gersis do cireito reconhecidos pelas nagées civilizadas; 25 MELLO, Cabo Albuquerque op. ci. 80. Nese seatde, GUERRA, Stney. Tralee e convensées iaemacianait Rio de Jairo: Frits Bases, a8 Sn ae GAYA COPIAS ENCADERNACOES i Sideey Guera 4) sob ressalva das disposiges do artigo 59 as decisées judiciérias e a dou- ‘ina dos publiciscas mais qualificados das diferentes nagées, como meio sauxiliar para a determinagao des regras de direito. 2, A presente disposicio nao prejudicard a faculdade da Corte de decidir ‘uma questio ex aequo et boo, se 2s partes com isto concordarem. Para se entender o Diteito Internacional Piblico é preciso explicitar 0 seu aspecto politico, pois este podera explicar a existéncia das normas juridicas, ‘bem como a relatividade existente ma sua aplicasao. No Direito Intemacional Piblico o tinico critério para identificar se & ou ‘aio uma norma juridica é pela analise de sua fonte formal. Em verdade 2 norma internacional ¢ elaborada por uma série de atos unila~ ‘erais, soja para dar origem a wm tratado ou a um costume e so os Estados ‘mais fortes que fixam os precedentes. Para que haja melhor compreensdo da legitimidade da norma juridica inter- nacional é que se apresenta o estudo do fandamento do Direito Interna ional, ou seja, o local de onde provém sua obrigatoriedade. 4|Fundamento}do Direito Internacional. A identificagio do fundamento do direito internacional é importante para ‘que possa ser explicitada 2 forga obrigatéria do mesmo, No campo do direito internacional a matéria se apresenta de forma comple- xa por tratar-se de circunstincias que acabam por determinar aos Estados, que s#o soberanos, o cumprimento de uma ordem. A doutzina, por vezes, para apresencar as varias teorias existentes sobre @ ‘atéris, consagra um rol enorme de questionamentos que somente podem ser respondides partindo do estudo dos fundamentos do direito internacional. Esse € 0 caso do estudo formulado por Aréchaga que lanca as seguintes indagagbes: “Cual es Ia esencia que proporciona 2 la comunidad de Estados los elemen- ‘0s de unidad material y moral necesarios para que los principios y reglas a splicar leguen a tener autoridad legal? Por qué hay nermas que obligan los Estados? Por qué las acatan y siguen los Estados y funciona el sistema? Qué raz6n existe para que todo ello no sea uma mera fantasia? Por qué poseen valor y los sujetos quieren esas.reglas? Por qué no otras? Por qué no estas 1hoy, maiana aquellas y em los dias siguientes diferentes soluciones? De qué ‘Gio de Digit Internacional Palco magia disponen para dar certeza, seguridad y acercarse al ideal de justicia? (Qué razones las justifican?”=0 As grandes correntes de ideias sobre os fundamentos do Direito Internacional se cristalizam em sistemas, de acordo com o elemento que serve de base dltima a sua forca obrigatéria St Embora existam virios sistemas para fustificar o fundamento do direito ional serio demonstradas as feorias voluntarista, fociologi nosso sentir, tim maior relevincia para os estudos do direito inter- ue, nacional. A teoria que contempla o voluntarisino é constituida pelo estudo que justi- fica 0 fundamento do Direito Internacional na vontade dos Estados. O volunta- 4 idela da soberania absoluta do Estado, ‘Esta referéncia, segundo alguns autores, coloca o vohuntarismo perante um dilema: 3 falta de autoridade superior na ordem internacional, privada de ‘suporte institucional sobre 9 qual se apéia para fundamentar o cardter obrigat6- Ho-do dineite intemo, questiona-se como pode explicar que um Estado soberano possa se vincular unicamente pela sua puipria vontade? Diante desse impasse & que os voluntaristas tentam justficar a aplicacio da teoria levando-se em consideragao alguns aspectos: a a.solimitacko do Estado; ‘vontade.comum ¢ a existéncia de uma norma superior. “A teoria da autolimitagao do Estado, defendida por Jellinek, propde que 0 Estado, em razdo de udo estar subordinado a no as: fons ena dar ori- seme. i direito internacional, Entretanto, a faculda- dé de autodeterminaco que 0 Estado toma de sua soberania deve também levar em conta a faculdade de autolimitagfo. Significa dizer que o Estado soberano ‘para constituir diversas relages com outros Estados igualmente soberanos acei- ‘ta.a.autolimitacio e acaba por criar o Direito Intemacional. ‘Quanto & teoria da vontade comum, dé [POF Triepel, estava assenta- © “dao desej coletivo dos Estados onde encontraria fudamento de forma expres- BD ARUCHAGA, Béusdo fiméner de op. 101. 51. aa BOSON, Géron de Brito Melis, pct. 7 fo quatro oe sear qos contra ce fndamen- tos do DireivoTaernacional: “Astin, podermosapreper es dourans en goszo temas pela gic cogibura isis Inbas iene, todavia uncatas ma sua extncia referenda spina teas psuaunlis ssteras vehiwarises, umes normative, sien ecor” 82 DINE. Nguyen Quoc: DAILLIRR,Parek: PELLET, Ala op. tp 101, @ 4 i i f f Sitey Guerre sa nos tratados e de forma técita nos costumes, Ratificando a ideia apresentada é que se colhe a seguinte manifestagio: “Mas ¢ evidente que essa vontade, que deve ser obrigatéria para uma plura- lidade de Estados, nfo pode pertencer a um tinico Estado. Nema lei de um Estado por si sé, nemas leis concordantes de varios Estados so qualificadas para is ‘0s membros iguais i internacional de con- duta obri ‘a vontade de um Estado particular fp pode criar um di ‘internacional, s6 podemos imaginar uma coisa: é que uma von- tade comum nascida da unio desses vontades particulares esta apta a cum ‘esa tarefa, $6 uma vontade comum de varios ou de numerosos Estados pode ser fonte de direito internacional."3? sea teoria, todavia, esté sujeita 2 severas criticas. A comecar pelo fato de tw. ‘novos Estados que se integram 4 sociedade internacional em razio da produgao normative ser constitufda por forga de normae cootameiras anterio- res. a0 os eta de Se constituir em abatzculo TNo que toce i existénela de uma norma superior, defendida por Anzilott, est ancorada no principio do pacta sunt servanda“que se apresenta como um valor juridico absoluto, indemonstrdvel € que serve de critério formal pare dife- renciar as normas internacionais das demais. ‘Com efeito, a teoria voluntarista tem recebido severas criticas da doutrina, ao conseguindo explicar o fundamento do direito intemacional, Pereira € (Quadros acentuam basicamente dois sspectos que corrcboram a ideia: “(..) dizer que o Direito Internacional se baseia numa vontade sem encon- ax) rior que faz com. fato obrigue o Estado fale ae ine soauttia 20 Died ark Tateracional. Mais uma vez 08 vol estavam a ser fitis, duma forma ou gutza, & recusa hegeliana de hetero-limitaco do Estado. Mas por- ventura 0 trago mais marcante de profunda transformagio que 0 Direito Internacional vem paulatinamente sofrendo consiste no sbandono pela ‘Guo ds Dito IxeracanalPoblico ‘ordem juridica internacional do principio da soberania absoluta e indivisi- vyeldos Bstados como seu fandamento."5t ‘A teoria sociolégica, desenvolvida por Duguit e Scelle, preconiza que ireito provém do meio social «que a norma social decorre da soidariedade que bane ge do reed Doe a oes ati produto de uma solidariedade interpacional. Celso Mello sabre a teoria apresentada enfatize que: “O dieito sé dirigiria sempre aos individuos. Uma norma econdmica ou moral se transforma sempre 2os individuos. Uma norma econémica ou ‘moral se transforma em nerma juridica quando preenche dois requisitos: os individuos integrantes de uma sociedade sentem a sua relevancia e achain aque la deve possuir sancio; os individuos considera que serd justa 2 ria io desta sancio. : {Es teoria E cootiaditéris no sentido de que, a0 pretender ser emineite- smente positivista, acabou tendo jusnaturalista. Existem necessidades morais. ioerent 4 pose humana gut Mo inainm neceseranenis <7 Triedade: Ele ndo se refere justica objerivamente, mas a um “senti- mento de justica”, enfim ¢ um elemento pessoal que conduz a uma relarivi- dade. As necessidades humanas so muito mais amplas do que as duas for- mas de solidarisdade. (..) © Direito Internacional tiriria sua obrigatorieda~ de da necessidade dos grupos sociais que dele precisam para a sua sobrevi- véncia. © Direito fundamenta-se sempre na “necessidade social” « na “si- No rocante a teoria jusmaturalista evidencia-se que a admissiblidade de exiséncia de um direito. suerior 20 direito positivo se apresenta desde a Antiguidade onde sio observaios escritos sobre a matéria tanto na Grécia como: também em Roma. ‘Nao se pode olvidar que o jusnaturalismo teve como marco importante os estudos produzidos por Santo Tomés de Aquino, mas no campo do Dircito Internacional 0 primeiro awar que defende a ideia foi o pai do Direito Internacional ~ Hugo Grotus. Grotins admitia a existéncia de um direito, natural ede win deito posee- todavia foi Pufendorf que identificou a aplicagao da Jei natural tanto aos indivi- ‘BE PEREIRA, Andst Gonsalves QUADROS, Faust, ope. p66 35 MELLO, Ceo A, op cp. 132. Slory Guerre: _dags como também aos Estados (chamando nessa medida de Direito Internacio- nal), O juspaturalismo tem a vantagem de fornecer ao Direito Internacional um ria ideia de direito, onde a ideia de justica existenté do direl- fo dindmiso, que val rei nal, a tori jusnaturalises ¢ a que tem sido-mais aceta pela doutrina.” devendo Ser destacadas as palavras de Delbez sobre a matéria: “0 direito tem por missao fazer reinar a ordem e a justiga, inspirando-se ema ‘um certo ideal de justica ee visa aassegurar e manter a ordem social, O direi- to tira portaato o seu valor obrigatério do fato de que ele é indispensivel & ‘ordem social e que ele é presumido estar conforme a justica, Se os Estados devern obedecer is regras costumeiras e convenicionais, é (.) que elas vi ee oben © fandamemto assira dado (..) ter um triplce carder. Ele é objetivo, porque ‘obem-comum ds ardem internacional existe em si e nfo depende das vonta~ des subjetivas dos Estados. Ele éracional, porque ¢ a razao que 0 concebe. Ele & wanscendente, porque vismdo a assegurar o bem geral da sociedade interestatal, ele € superior aos Estados que perseguem o seu bem particular.”*8 §, Relacées entre o Direito Interno e o Direito Internacional (Os extudos relativos ao direito internacional e ao direito interno s40 si catives pelo fato de a eficécia do primeiro depender bastante da observincie do ‘segundo, ou seja, que o direito interno dos Estados esteja em conformidade com o direito internacional. ‘A validade formal do Direito Internacional é tema preso ao Direito Interna- ‘ional, considerado como um sistema de normas juridicas, em face do Direito Interno dos Estados, e visto, também, como tum conjunto sistemético de normas da mesma natureza, ou, de outro aspecto, ¢ tema vinculado & determinacio das relagdes especificas entre Direito Internacional e Direito interno 3? ‘Além disso, bouve um grande acréscimo nos dias atuais de fungSes a serem desenvolvidas pelo direito internacional. Tan p 25 ‘Ale de furrago podem sr chados Calo Mallo, Eduard Fintner de Arechigs, Fru Quadra ‘Andel Googalves Perea nas abi sian. MELLO, Cato A, op. ct 136 BOSON. Geron de Rito Mello, op. p. TH se e & ‘cane de Dire Itemaconal Paco 0 direito internacional contemporineo jé nio tema apenas a[funcio cldssical de regular as relagdes entre os Estados eoberanos, mas, sim, procura armar 20 jesenvolvimento da sociedade internaci os novos atores, : do individuo 20 i ‘onde hi um grande ‘ases, como por exemplo, o mar territori éstrangeiros, a neutzalidade dos Estados, ‘a nacionalidade séo regulamentados pelo Direito Interne e pelo Direito Internacional. Quando as duas ordens juridicas estio de acordo nfo ha margens para dis- ‘cussées ¢ divergéncias, entretanto, hi casos em que as duas ordens juridicas regu- Jam a matéria de modo diferente. Dai o surgimento do problemas! havendo um coolta ene. a. erem ines 3 Ine GEz7 Para responder & pergunta, hecessirio i as Teorlas que consagram “o Dualismo e o Monismo. ‘Essas duas teorias pressupSem que existe um campo comum no qual a ordem jnterna e internacional pode atuar simultaneamente em relag3o ao mesmo objeto, sendo o problema que entZo se coloca o de saber qual ordem jaridica prevalece. 5.1. Dualismo ‘A denominasio foi dada por(Alfred Verdross ler 1914,\e aceita por Triepel, em 1923, que afirmava que o dizeito internacional ¢ © Gifeito interno de cada WWIDATT|O, fut A. Paster, op cp. Hels“ derecho Serna contemporinen ya 70 theme eae ‘heute a nen clea de reg as laions exe Bios y deeb ls competenca ene ellos, ‘ino gue, Unde sdemés al deazllo de Ios poriene iiuos Io cua exe una cooperacisn ex ‘hae tadvas que eats samen exhovament los Elo ye reglaban poo recs internoe Ye jin en ee onden de idee que ie interdependdnca icherente 2 1a cvilzacién compora _Sunente ropesiv del content dl darcho internacional cota del elo derechos interes” ‘rim npremaca do Deo lnterational do Din Iver, quando lo repos sobre ofames- {eda gers ord pin intron dam uric nena so ec fate, ma ante deat a ordem internacional. ‘A norma interna, segundo os dualistas, vale independentemente da norma internacional, podendo, quando ‘muito, levar & responsebilizagio do Estado. ‘Todavia, para que a isso ocorra, a narma internacional precist ser incorporada a0 rdenamentointeo do ado por fre. desma lel por euple Nesse senti- dg; o mhagisterio de Aréchaga: “Para que una norma de derecho internacional sea reconocida o fecibida por ‘al derecho interno, ésta deberia ser transformada al sistema dé normas de! derecho interno, La orma internacional debe, pues, si pretende obligar para cl derecho nacional, ser convertida en norma interna. Ello implica transfor- ‘maria al sistema de fuentes de esse derecho — por ejemplo, mediante el dic- tado de una ley -, a los destinatarios v snietos de las nompas inter~ ras, adecuar a ello el contenido de la norma, Esta transformacién no solo Fapone un mero cambio formal; implica un cambio sustancial. No es la rorma internacional la que obligaria directamente en el orden interno, sino tuna nueva noma interna, con todas sus caracteristicas, y que regogeria, adaptindolo, el contenido de Ja norma de derecho internacional de acuerdo ‘con quienes serin sus macvos destinatitios. Este procedimiento, conocido como doctrina de la transformacién seria apticable tanto para normas que tengan su fuente ema la costumibre como para normas convencionales."«2 Como visto, para que uma norma-internacional pudesse ser ceita e ter 0 consequente valor no plano doméstico dé um determinado Estado, seria ne: séria sua modificacio para norma de direito i ‘A teoria dualista identificava as duas ordens juridicas (internacional e inter- za) de maneira tangente, isto 6, elas poderiam se tocar, mas em hipdtese alguma ‘seriam secantes. Queria apresentar com 0 teorema a ideia de que as duas ordens jarldicas cram independentes e que nada teriam em comum. Essa independéncia = teria como bese trés fatores: a) Relagbes Sociais ~ o homem era sujeito do Direito Intertio e o Estado do Direito Internacional; . 2 ARECHAGA, EdvardoJiménes 6 op. cit, p36. Cura de Dir fternacinal Pico ACAI wre +4) Asfontes do Direito Interno eram decorrentes da Yontade do Estado} enquanto que a do Dircito Internacional tratava-se dz vontade coleti- -va dos Estados manifestados pelos costumes e nos tratados; ©) Acstruturado Direito Interno era de fubordinacad isto é, as leis ordi- périas subordinadas i Constituicfo, ea do Direito imemnacional era de ‘coordenagéo, logo, a convencao para ser usada intermamente teria que se transformar em lej interna. Sobre esta teoria Boson acentua seus principais emas: “ a) ‘As fontes do Direito Internacional e do Direito Interno so diversas. As normas internacionais procedem da vontade comum dos Estados ¢ 56 mediante essa vontade comum podem ser ab-rogadas ou modificadas. Jé as normas juridicas internas emanam da vontade de um s6 Estado e por esta podem ser ab-rogadas ou modificadas, nfo estabelecendo senhuma cbrigagio entre Enados. ) Asnormas de Dizeito Internacional s6 tém eficicia na orem interna: 7 Gional de quem emanam, enquanto que, por sua ver, as normas de : i ae Soar ac orden fei fem Juridica nacional; c) “Uma ordem ji ica 8 ita com a outra como win puro fato; 7 4) Um sistema juridico pode referir-se ao outro - fenémeno denominado “recepcio de normas”, em virude do qual a ordem juridica interna faz ‘suas certas normas de Direito Internacional 43 ‘Hoje a doutrina dualista encontra-se em decadéncia, muito embora defendi- da por grande parte da doutzina italiana, posto que “tem todos os inconvenientes do voluntarismo, nomeadamente o de s6 se referir aos tratados ¢ ndo ao costume, sendo, no entanto, o costume internacional normalmente aplicado pelos tribunais ‘nternos;o simples ato de uma norma interna, contrivia um tratado, vigorar nfo justfca o dualismo, ji que o mesmo pode suceder na ordem interna com 0s regu- Tamentos ilegais eas leis icconstitucionais, a diversidade de sujeitos no étambém~ verdadeira, ois que, hoje em dia, individuo &sujito de Direito Internacional, ¢ i este age na ordem inserna através das organizagées internacionsis’. : ‘Os dualistas enfatizam a diversidade das fontes de produgio das normias = furl 05 limites de validade de todo o direito e 1¢ a norma do direito internacional nao opera no interior de qual- ae : ‘Sidney Guera ‘er Bando endo quando est pavendo-a acct] promove-ihe 2 introugio plano doméstico. seen = 5.2. Monismo Nesse caso, o direito internacional nao carece de rt yrmacao” hhaja viste que os Estados mantém compromissos que se justificam juridicamente Por Pertencerem um sistema Unico. ”~O monisto parte do presruposto de que existe uma unidade no ‘conjunto de ‘formas juridicas, isto é, um conjunto no qual estariam inseridas distintas ordens juridices podendo ser aplicadas as alternativas; o direito internacional subordi- judo ao direito interno (monismo com primazia do diseito interao) eo direito interno subordinado 20 direito internacional (monismo com. primazia do direito internacional), ri 5.2.1. Monisme com primazia do Direito Interno vfonisme com primaria do Direito Intermo ___ Segundo esta teoria, existe um tinico direito, sendo que a norma juridice intema encontra-se no topo deste direito. Esta teoria tem 0 seu apogen mio sécu- 10 XIX, principalmente em virtude do Hegelianisino que defendia que o Fstado_ do espirito universal, a criagio méxima ‘Estado do podetia ter nenhuma entidade superior a ele. _ A teoria vingou por muito tempo, pois toda nogio de soberania sempre ‘ressupde uma nogio de limites porque se nio houver limites, a prépria socieda- de internacional desmantelaria. Como manter uma sociedade internacional se 0 Estado livremente pudesse alterar a norma juridica internacional? Haveria nio s6 uma destruigdo da socieda- de internacional como também do Direito Internacional criado por esta sociedade. Assim sendo, esta teoria estabelece que o Estado possui uma soberania abso- uta, Rio, se Sujeitar a tia norma juridica i ® GAYA COPIAS ENCADERNAGOES ‘Came de Dito Inemnacionl Pabico conseguem mais controlar ¢ nem tém meios para fazer tal controle. £, portanto, ‘uma teoria ultrapassada, % Como exemplo, pode-se citar o Nazismo, que considerava 0 direito alemo superior a todos os outros, devendo predominar sobre os demais. 5.2.2. Monismo com primazia do Direito Internacional Surgin em Viena com Kelsen e Verdross. K borou a pirimide de normas onde wna norma tinka a sua origem e redirava a sua obrigatoriedade de The era imedatamente superior, No vértice da pirimide ficava a norma ‘que para Kelsen era a norma internaciom ‘con “Couo uccatua Mello o conflivo entre o direito interno eo direito intemna- ional niio quebra a unidade do sistema juridico, como um canflito entre a lei ¢ 4 Consticnigéo nio quebra a unidade do direito estatal. Q importante é 2 predo~ uipdteses: uma lei ‘20 direito internacional da ao Estado prejudicado 9 dria Jei interna no dé 20 Estado direito. ao da hipé- ‘eve anterior. "Vale dizer, portanto, que ocorrendo um conilito de uma norma internacio- nal com uma norma interna, a primeira deve prevalecer em detrimento da isto & pelo fato do direito internacional ser superior é que o direito _, interno Aquela ne ser, ‘Com efeito, a jurisprudéncia internacional e parcela significativa da doutsi- ott ido uninimes em onsagar pari de i cial como Hse depara nesta passegem: “Em parecer a CPT que é principio, seralmente reconhecido, do dizeito internacional, que, nas relac6es entre potén- ias contratantes de um tratado, as disposices de uma lei interna no podem! mf} Prevalecer sobre.o tratado”. BH AN97 hog? Porter ‘© UBLIO, Gato Atrugures, op. ci, 7 106. 46 SILVA, Nuciment, ACCOLY, Hiebraada, Maps! de dirty intreacooal pic. 13.0 So Pro Sara, 1998p. 62 « MELLO, Celso Altuguerme. Caro de diz orerncioal pio 1 ed. Rio de Jako: Renova, 197, p 19. sidney Goer ax ar(evor( verry) ‘Do.mesmo modo, a Convengae de Viena sobre o Dixeito dos Tretados con- sagra em seu attign 27 que “uma parte alo pode invocar as disposicoes de set direito interno para justificar 0 inadimplemento de um tratado", “Sem emi Gago diane > critério nacional consagra a supremacia da norma internacional sobre a ordem interna, no importando se um mandamento cons tirucional on lei ordindria, clara esti 2 sua compatibilidade com o Direito Taternacional Puiblico, eis que, conforme a Convencdo de Viena, as disposicdes internas de um Estado née podem ser usadas por ele como justi Hificativa para O nadimplemento de uma obrigacio fundada em tratado.© 3 crisstio Consagia @ supremack to interno, este é incom- pativel coma principiclogia do Direito Internacional Piblico, 'No Brasil, o Supremo Tribunal Federel julgou em 1977 0 caso da Lei Uniforme de Genebra sobre as letras de cimbio e notas promissérias que colidia, em seu contetido, com o Decreto 427/69 (recurso ‘extraordindrio 80004); inexis- findo critério expresso na Constituiglo, prevaleceu a dltima vontade do legisla- dor, exarada stravés da lei interna (princ{pio lex posterior! derogat priori) # fc df eleconcondsu e, 2 BE MAR OM Bo deruncion; OG povitank ote! € ume 2p eee Neds wopercoved PV Vv : ceeqap (eet); No Hn 7! Aina, OTRATRGO DEVE peinthe ene Nee (ak M-VeLT) & A ank, Yern G. en BANE (romt!! MON: PM, Die ali ste: aoe YADCT ar. i

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