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Tipos de Manutenção
Cícero Moura
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Manutenção Corretiva é a atuação para a correção da falha ou do desempenho
menor do que o esperado.
2.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA
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com a aviação, a adoção de manutenção preventiva é imperativa, pois o fator
segurança se sobrepõe aos demais.
Como nem sempre os fabricantes fornecem dados preciso para a adoção nos
planos de manutenção preventiva, além das condições operacionais e ambientais
influírem de modo significativo na expectativa de degradação dos equipamentos, a
definição de periodicidade e substituição deve ser estipulada para cada instalação.
Isso leva à existência de duas situações distintas na fase inicial de operação:
a) Ocorrência de falhas antes de completar o período estimado, pelo
mantenedor, para a intervenção.
b) Abertura do equipamento/reposição de componentes prematuramente.
Evidentemente ao longo da vida útil do equipamento não pode ser descartada
a falha entre duas intervenções preventivas, o que, obviamente, implicará em uma
ação corretiva.
Os seguintes fatores devem ser levados em consideração para adoção de
uma política de manutenção preventiva:
Quando não é possível a manutenção preditiva.
Aspectos relacionados com a segurança pessoal ou da instalação que tornam
mandatória a intervenção, normalmente para substituição de componentes.
Por oportunidade em equipamentos críticos de difícil liberação operacional.
Riscos de agressão ao meio ambiente.
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A Manutenção Preditiva é a primeira grande quebra de paradigma na
Manutenção, e tanto mais se intensifica quanto mais o conhecimento tecnológico
desenvolve equipamentos que permitam avaliação confiável das instalações e
sistemas operacionais em funcionamento.
Figura Ultrassom – Página 15
Seu objetivo é prevenir falhas nos
equipamentos ou sistemas através de
acompanhamento de parâmetros diversos,
permitindo a operação contínua do
equipamento pelo maior tempo possível
(predizer as condições dos equipamentos).
A Manutenção Preditiva privilegia a
disponibilidade à medida que não promove
intervenção nos equipamentos ou sistemas, pois as medições e verificações são
efetuadas com o equipamento produzindo.
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Redução de custos pelo acompanhamento constante das condições dos
equipamentos, evitando intervenções desnecessárias.
Manter os equipamentos operando, de modo seguro, por mais tempo.
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Figura Gráfico Esquemático Manutenção Preditiva – Página 16
Custos de Materiais:
Custo de Sobressalentes: peças e componentes de instalações.
Custo do Material de Consumo: óleo, graxa, produtos químicos, lixa e
similares.
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Benchmarks – qual a referência mundial, isto é, valores da empresa que tem
o menor custo de manutenção nesse tipo de instalação.
Previsão Real
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Mista: combina as duas anteriores. Muito aplicada em empresas grandes, pois
proporciona as vantagens da manutenção centralizada e da descentralizada.
Gráfico Estruturas de Manutenção Página 21
ESTRUTURAS DE MANUTENÇÃO
Centralizados
21% Descentraliza
dos
42%
Mistos
37%
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Maiores custos com facilidades como transporte em plantas que ocupam
maiores áreas.
Menor cooperação entre operação e manutenção. Na manutenção
descentralizada o espírito de equipe pela convivência diária das mesmas
pessoas favorece o espírito de cooperação.
Exemplo de Estruturas de Manutenção
Manutenção mecânica: mecânica, caldeiraria, soldagem e lubrificação –
equipamentos rotativos e estacionários.
Manutenção elétrica.
Manutenção da instrumentação/automação.
Manutenção complementar: pintura, limpeza, refratários, montagem de
andaimes, isolamento.
Planejamento da manutenção: inclui dia-a-dia e planejamento de paradas.
Inspeção de equipamentos.
Suprimentos: administração do almoxarifado, previsão e compra de material.
Ferramentaria.
Segurança no trabalho.
Engenharia de manutenção: inclui pequenos projetos, condução de obras
mais simples, estudos e análises, manutenção preditiva.
Contratação: elaboração de contratos, fiscalização, apropriação.
Manutenção de prédios e pátios.
A estruturação organizacional da Manutenção pode apresentar-se de três formas:
Em linha direta, numa estruturação convencional
Estrutura matricial
Em estrutura mista
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Superintendente
da Fábrica
Eletricidade
Planejamento Complementar Mecânica
Instrumentação
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Organograma Estrutura Matricial – Página 23
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sistema informatizado. Sua vinculação técnico-funcional é com a manutenção, mas
seu local de trabalho é na área, dentro da unidade.
De um modo geral, o que se verifica, hoje em dia, é uma busca por estruturas
organizacionais cada vez mais leves. Isso significa:
Eliminar níveis de chefia e supervisão;
Adotar polivalência tanto na área de manutenção como na de operação;
Contratação de servidores por parceria;
Fusão de especialidades como, por exemplo, eletricidade e instrumentação.
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2.8.1 Estrutura do Sistema de Controle
O diagrama apresentado permite visualizar, de modo global, os processos de
compões a estrutura do controle e planejamento da manutenção.
Diagrama e Fluxo de Dados - Página 26
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a) Processamento das Solicitações de Serviço
É a entrada (input) do sistema em relação aos serviços do dia-a-dia.
Os serviços, independentemente de sua origem, devem ser pedidos através
da Solicitação de Serviços. Serviços de curta duração e maior prioridade não devem
ser programados via sistema.
Exemplos:
Reajustar uma gaxeta de bomba – serviço de curta duração (máximo duas
horas), fácil de executar e pode ter várias implicações no processo.
Reajustar um instrumento.
Trocar um manômetro (PI).
A apropriação é feita, a posteriori, num Ordem de Trabalho Geral da Unidade,
por exemplo.
Normalmente, as Solicitações de Serviços podem ser oriundos da área
operacional:
De produção;
Da inspeção de equipamentos;
Da própria manutenção.
Antes da inclusão da solicitação no sistema, deve haver uma sistemática de
verificação que, dentre outras coisas, deve questionar:
A solicitação é procedente? – Verificação pela manutenção.
Qual a sua prioridade? – Negociação com a produção ou outro solicitante.
O serviço se enquadra na manutenção do dia-a-dia ou é serviço de parada ou
ainda serviço especial?
O serviço é atividade de manutenção?
É importante que o planejamento atue “filtrando” os serviços solicitados, e
somente programe aqueles que se justificam.
Uma vez resolvido esse aspecto, a solicitação de serviço é incluída no
sistema, e:
Recebe um número;
Sua prioridade, já definida, é registrada;
O serviço é detalhado;
São definidos os recursos necessários (inclui máquinas, ferramentas e mão-
de-obra);
É registrado o centro de custo (contábil);
Recebe um código para fazer ligação com equipamento ou posto de serviço,
objetivando alimentar o histórico de equipamento e fornecer dados para
análise de falha.
b) Planejamento dos Serviços
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O planejamento dos serviços é independente do tamanho e complexidade do
serviço.
Pode ser feito em um tempo muito curto (quando existe padrão definido pela
própria repetição de serviços rotineiros, ou demandar meses de trabalho de uma
equipe – planejamento de uma parada ou revamp de unidade).
Normalmente o planejamento executa as seguintes atividades:
b.1) Detalhamento do Serviço
Nessa fase são definidas as principais tarefas que compõem o trabalho, os
recursos necessários e qual o tempo para cada uma delas.
Define-se também a dependência entre as tarefas. No exemplo, só é possível
executar a tarefa 4 após executadas as tarefas 2 e 3.
Exemplo: Revisão Geral de uma Bomba - Página 28
Tarefa Descrição Dep. Recurso Qte H
1 Desenergizar, drenar e liberar Operador 1 1
equipamento
2 Soltar flanges e retirar tubulações 1 Mecânico 2 1
auxiliares e desacoplar
3 Retirar instrumentos 1 Instrument. 1 0,5
4 Retirar bomba da base e levar 2,3 Mecânico 2 0,5
para a oficina
5 Lavar o equipamento, desmontar e 4 Mecânico 2 2
inspecionar peças
6 Pintar a base conforme 4 Pintor 1 3
Procedimento de Pintura
7 Substituir peças, balancear e 5 Mecânico 2 3
montar
8 Levar equipamento para base e 6 Mecânico 2 2
instalar
9 Montar instrumentos 7 Instrument. 1 0,5
10 Testar e fazer relatório de 8 Mecânico 1 1
manutenção
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b.3) Orçamento dos Serviços
Normalmente os sistemas possuem um módulo de orçamentação e
apropriação de custos.
O usuário fornece as tabelas com os valores de custo de recursos humanos,
hora/máquina e materiais, e o sistema fornece a orçamentação do serviço a partir do
detalhamento, ou o custo do serviço a partir da apropriação.
O custo, além de ser utilizado na área contábil da empresa, realimenta o
módulo de planejamento de serviço, ficando disponível para utilizações futuras.
b.4) Facilitação de Serviços
A Facilitação de Serviços é uma sistemática que visa aumentar a
produtividade nos serviços de manutenção.
Consiste na análise prévia do serviço a ser executado, fornecendo
informações básicas aos executantes, de modo que eles não percam tempo indo e
vindo do local de trabalho para buscar ferramentas, analisar desenhos ou consultar
catálogos.
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Prioridades - são definidos quatro tipos de prioridades para os serviços:
1. Emergência (já estamos diante de uma situação de fato).
2. Urgência (a situação indesejada está por acontecer)
3. Norma Operacional
4. Normal Não Operacional
Os serviços de maior prioridade são programados primeiro, seguidos pelos de
prioridade imediatamente inferior até disponíveis, naquela data, se
esgotarem.
Data de recebimento da Solicitação de Serviços – dentro de uma mesma
prioridade, o sistema programa primeiro as Solicitações mais antigas.
Serviços com data marcada – é um artifício utilizado para que os serviços se
iniciem em uma data determinada. Os serviços com data marcada têm
prioridade sobre a antiguidade da Solicitação.
Bloqueios – quando ocorre falta de material, falta de informação, falta de
ferramentas, necessidade de serviço ou falta de liberação, o sistema permite
fazer um bloqueio para que a programação do serviço seja interrompida até
que a causa do bloqueio seja resolvida.
d) Gerenciamento da Execução dos Serviços
O gerenciamento da execução dos serviços, do ponto de vista do
planejamento, está voltado para o seguinte:
Acompanhamento das causas de bloqueio de serviços.
Controle do back-log, que é a carteira de serviços da manutenção. Esse
controle contempla a carga de serviço global e por especialidade. Com isso é
possível auxiliar no dimensionamento das equipes de manutenção.
Acompanhamento da execução no tocante ao cumprimento da programação,
isto é, se os serviços programados estão sendo executados e, se não, por
que.
Acompanhamento dos desvios em relação ao tempo de execução previsto.
Caso haja desvios significativos, o tempo deve ser alterado para que o
sistema continue programando o serviço.
e) Registro dos Serviços e Recursos
O registro dos serviços e recursos objetiva informar ao sistema:
Quais recursos foram utilizados, quantos homens/hora foram gastos no
serviço e se o serviço foi concluído ou não (apropriação).
Que materiais foram aplicados.
Gastos com serviços de terceiros.
f) Gerenciamento de Equipamentos
Consiste em fornecer informações relevantes para o histórico de
equipamentos. O detalhamento deve ser arquivado para utilização numa próxima
faixa de programação.
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Dados relativos ao serviço e dados para análise da falha devem ser
registrados,
g) Administração da Carteira de Serviços
Administrar a carteira de serviços da Manutenção significa fazer o
acompanhamento e análise visando ter:
Acompanhamento orçamentário – previsão x realização global, e separado
por especialidade, por área ou unidade operacional.
Cumprimento da programação pelas diversas áreas e especialidades;
Tempos médios de execução de serviços;
Índices de atendimento incluindo demora entre solicitação e início dos
serviços;
Back-log global, por especialidade e área;
Composição da carteira de serviços – percentual por especialidade,
percentual por prioridade, percentual por área, percentual por unidade, etc;
Índices de ocupação da mão-de-obra disponível;
Índices de bloqueio de programação separado por causa.
h) Gerenciamento dos Padrões de Serviço
Apesar de os serviços de manutenção apresentarem uma característica de
diversidade muito grande, é possível e importante o estabelecimento de padrões de
manutenção. Ou seja, a manutenção em equipamentos que tem uma sequência
conhecida, que pode ser colocada sob a forma de detalhamento de serviço, com
recursos necessários e tempo previsto. Isso se torna um padrão que será a base
das próximas programações. Além disso, os padrões podem incluir detalhes e
particularidades relativos aos equipamentos, que muitas vezes passam
despercebidos nos detalhamentos feitos às pessoas.
i) Gerenciamento dos Recursos
O gerenciamento dos Recursos é consequência do Registro de Recursos,
abordado anteriormente.
Dentre os recursos, a mão-de-obra é a que mais necessita de gerenciamento
visando a otimização de sua aplicação. Desse modo, o planejamento deve ter uma
visão global da distribuição da mão-de-obra por toda a planta, com os quantitativos
definidos por cada área de atuação.
Deve estar informado também da indisponibilidade de mão-de-obra, por
afastamentos médicos, férias, licenças e outros, de modo que a programação de
serviços seja confiável.
A disponibilidade de todas as máquinas cadastradas no sistema máquinas
operatrizes, máquinas de elevação de carga, etc. – deve ser de conhecimento do
planejamento pelos mesmos motivos.
j) Administração de Estoques
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Em virtude da interface manutenção suprimento, os softwares disponíveis no
mercado incorporam um módulo de Gestão de Estoques. Entretanto, como via de
regra a informatização da área de manutenção, existe uma tendência de cada qual
permanecer com o seu software e providenciar o desenvolvimento de interface, de
movo que um sistema “converse” com o outro.
Figura Homem no Computador - Página 31
A informação de estoque, o acompanhamento de compra e o recebimento de
materiais são fundamentais para que o planejamento administre bem a carteira de
serviços.
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