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IRMÃO PEDRO CLAVER ORC.

A LINGUAGEM MENTAL E ORAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO
DO SEMINÁRIO DA FILOSOFIA DA LINGUAGEM

ORIENTADOR: PE. ANDREAS DANKL ORC.

INSTITUTUM SAPIENTIAE
ANÁPOLIS

2016
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RESUMO

A linguajem mental e oração são temas de grande importância para a vida espiritual da
humanidade, porém é um tema pouco discutido na filosofia, já que não consideram a
oração ou o diálogo com DEUS, como algo cientificamente provável, porém a filosofia
da Natureza e a Teologia Natural, demostram o contrário afirmando o fato de que
DEUS pode ser conhecido através da razão humana, porém não realizam um estudo
especifico de como este dialogo com DEUS, pode ser desenvolvido. A teologia porém
oferece ferramentas úteis, através dos dados da revelação e da vida dos santos como
Teresa de JESÚS doutora da Igreja que dão luzes especificas sobre o tema; este
trabalhos esta centralizado em mostrar a Oração como um tema importante de
filosofia da linguagem e sua importância no caminho da perfeição cristã.

Palavras chaves: Oração. Linguagem. Mental. Filosofia. Teologia.


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ABSTRACT

Mental language and prayer are subjects of great importance for the spiritual life
however, it’s a subject little discussed in philosophy. For us don´t consider prayer or
conversation whit GOD as something scientifically provable. Yet the philosophy of
nature and nature theology show otherwise maintaining the fact that GOD can be
known through reason, still they don´t study in a specific way how this conversation
can be developed. Nevertheless, theology offer useful tool through the light of
revelation and the life of the saints, such as Teresa of Avila, doctor of the Church, who
give specific insights on the subject, this these is centered on showing Prayer as an
important theme of the philosophy of language and the way of Christian perfection.

Keywords: Prayer. Language. Mental. Philosophy. Theology.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................4
2. O QUE É A LINGUAGEM MENTAL?..........................................................................5
3. O QUE É A ORAÇÃO?..............................................................................................5
4. DIVISÕES DA ORAÇÃO............................................................................................6
5. OS GRAUS DE ORAÇÃO...........................................................................................6
5.1. Oração vocal...........................................................................................................7
5.2. Oração mental........................................................................................................7
5.3. Oração Afetiva........................................................................................................9
5.4. Oração de simplicidade........................................................................................10
5.5. Oração de recolhimento infuso............................................................................11
5.6. Oração de Quietude.............................................................................................11
5.7. Oração de união simples......................................................................................12
5.8. Oração de união extática......................................................................................12
5.9. Oração de união transformativa ou matrimonio espiritual.................................13
6. CONCLUSÕES........................................................................................................14
7. REFERENCIAS........................................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO

A Santa Teresa de JESUS, devemos a classificação mais profunda e exata dos graus de
oração que se conhece até o momento. Em seu livro Castelo interior vai descrevendo
as etapas sucessivas da santificação da alma em torno a sua vida de oração. Para esta
Santa, os graus de oração coincidem com os da vida cristã, em seu caminho para a
santidade. Este trabalho apresenta o significado da oração como um tipo de linguagem
mental, e o seu significado seguindo os passo de Santa Teresa de JESUS, porém apesar
das críticas levantadas de que ela segue um princípio psicológico, teológico e não
filosófico, se acredita que esta acusação que tem um fundamento real, não se pode
lançar contra uma mulher que não se propus em seus livros de fazer teologia, mas
unicamente ensinar as suas freiras uma linguagem simples e familiar para alcançar
santidade. A linguagem mental e a oração são temas, de grande importância no
mundo cristão, que devem ser abordados nos tempos modernos, porém é difícil
encontrar literatura filosófica dentro deste tópico, já que a maioria dos filósofos
modernistas se focalizam em um materialismos empírico, onde a os dados científicos
são mais importantes que os espirituais, e deixam este tema a um lado, o qual só
estuda a teologia.
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2. O QUE É A LINGUAGEM MENTAL?

Para dar reposta a esta pergunta é necessário conhecer as seguintes definições:

LINGUAGEM: “Sistema de sinais que servem para expressar um estado psíquico ou


emocional [...]” (JOLIVET, 1975, p.135).

“A linguajem é a representação e comunicação de pensamentos [...]” (BRUGGER, 1977,


p.250).

MENTAL: “que concerne a inteligência” (JOLIVET, 1975, p.143).

“É importante na linguagem mental distinguir os 3 níveis de abstração, para a


compreensão do modo de abstração do ser humano:

1. O primer ato é o Conceito.


2. O segundo ato é o Juízo.
3. O terceiro ato é Raciocínio.

3. O QUE É A ORAÇÃO?

A palavra oração pode aplicar-se a muitos sentidos, como: sentido gramatical, logico, retórico,
jurídico e teológico. Neste trabalho se explicará só o sentido teológico, devido a que não se pode
escrever de oração sem tratar de DEUS.
De acordo aos sentido teológico, se apresenta as definições que competem a filosofia da
linguagem:
a) San Agostinho: A oração é a conversão da mente a DEUS com piedoso e humilde afeto.
b) São João Damasceno: A oração é a elevação da mente a DEUS.
c) São Boaventura: Oração é o piedosos afeto da mente dirigido a DEUS.
d) Santa Teresa: É tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a só, com quem sabemos
nos ama.
e) Santo Tomás: A oração é a elevação da mente a DEUS (São João Damasceno) para louvar lhe e
pedir-lhe coisas convenientes a eterna salvação.

É importante esclarecer que a frase “elevação da mente a DEUS”, significa que a oração é um ato
da razão prática, mas não da vontade como acreditavam alguns escotistas. (MARIN, 1994, p. 627,
tradução nossa).
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4. DIVISÕES DA ORAÇÃO

A oração se divide em litúrgica ou pública e privada, ambas se beneficiam


mutuamente sendo a oração privada de melhor fruto.

OARAÇÃO LITÚRGICA OU PÚBLICA:

É a oração oficial da Igreja, na qual se encontra todo o corpo místico de CRISTO. Para sua
eficácia é necessário cumprir as seguintes condições:

a. Estar em união intima com CRISTO, e de toda a Igreja militante, purgante e triunfante.
b. Se deve estar digna, atenta e devotamente.
c. Se deve ter a maior disponibilidade para a caridade.
(MARIN, 1994, p. 642, tradução nossa).

ORAÇÃO PRIVADA:

Esta oração é complemento indispensável da oração pública ou litúrgica. Também é


conhecida como oração mental praticada no recolhimento e a solidão.

“Esta oração é um dos meios mais eficazes para realizar na terra a união com DEUS e
nossa imitação de JESUSCRISTO” (Marmion, 1947, p. 403).

5. OS GRAUS DE ORAÇÃO

Santa Teresa de JESUS (2009, p. 526) em seu


livro de “Castelo Interior” descreve as etapas
sucessivas da alma em torno a sua vida de
oração. Para a grande Santa de Ávila, os grados
de oração coincidem com os da vida cristã em
seu caminho a santidade. Os graus de oração
são: Imagem 1- Teresa de Ávila aos 61 anos de idade
Fonte: Ir. João da miséria no ano de 1576

1. Oração vocal. 5. Recolhimento infuso.


2. Oração mental. 6. Quietude.
3. Oração Afetiva. 7. União simples.
4. Oração de simplicidade. 8. União extática.
9. União transformativa.
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Os três primeiros graus pertencem a vida ascética. O quarto mostra o momento de


transição da ascética a mística, até chegar ao auge do castelo interior. O passo dos
grados ascéticos aos místicos se realizam de uma maneira gradual e insensível, quase
sem dar-se conta a alma (MARIN, 1994, p. 652).
5.1. Oração vocal

Este grado está ao alcance de tudo o mundo. É a oração que se manifesta com palavras de nosso
linguagem articulado, e constitui a forma quase única da oração pública o litúrgica. Este tipo de
oração desligado da oração mental, o qual utiliza a razão torna-se um ato mecânico e sim vida.
(MARIN, 1994, p. 653, tradução nossa).

Santo Tomás (II-II,83,12) explica que “a oração vocal deve ter dois condições principais:
Atenção e profunda piedade”.

Neste tipo de oração é impossível conhecer um tipo de formula, devido a que se deve
seguir o impulso interior do ESPÍRITO SANTO. Porém as orações vocais mais
conhecidas e familiares são precisamente as de fundo conteúdo, como o Pai nosso, o
Credo, o Gloria, o Angelus, a Salve, orações de manhã e de noite, a benção da mesa, as
palavras que se realizam ao fazer o sinal da Cruz, o Ato de contrição, a confissão geral
e o Santo Terço. É importante dizer que o Pai nosso, é a oração vocal mais sublime e
excelente de todas, devido a que brotou dos lábios mesmos do redentor, também é
conhecida como “oração dominical” (MARIN, 1994, p. 657).

5.2. Oração mental

“É a aplicação razoada da mente a uma verdade sobrenatural para convencer-nos dela


e mover-nos a amá-la e pratica-la com ajuda da graça” (MARIN, 1994, p. 661, tradução
nossa). Esta oração importante para salvar-se e é imprescindível para iniciar
seriamente o caminho da própria santificação. Para este tipo de oração geralmente se
utiliza-se as Sagradas Escrituras, as imagens sacras, os textos litúrgicos do tempo ou do
dia, os escritos dos Padres espirituais, as obras de espiritualidade entre outros. (CIC,
Brasil, 1992).

Os métodos de meditação são tão diversos quanto aos mestres espirituais, por isso é
importante na prática evitar: a excessiva rigidez e o excessivo abandono. No princípio
da vida espiritual, é indispensável a sujeição a um método concreto e particularizado.
Porém a medida que vai crescendo e se desenvolvendo se sentirá cada vez menos a
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necessidade de aqueles modelos, até o ponto que eles pode chegar a ser um
verdadeiro obstáculo para o encontro com DEUS. Ao realizar a eleição dum método de
meditação se deve ter em conta, sobre tudo a maior eficácia enquanto ao crescimento
no amor de DEUS e desprecio de si mesmo.

Entre os métodos mais conhecidos se encontra o de Santo Ignácio de Loyola, porque


utiliza as três potencias da alma, aqui se apresenta um esquema dos momentos
diferentes:

Ato de fé na presença de DEUS e humilde


revereça.
Pedir a graça de fazer bem a meditação.
I. Preparação Exercício da imaginação.
Petição da graça especial que se quer na
metidação.

II. Corpo da
A memoria, lembrando o tema de meditação.
meditação ou O entendimento utilizando questões para
exercício das comprender o tema.
tres potências A vontade através da oração, afetos e
propositos práticos e humildes.

Coloquio com DEUS, JESUS, MARIA e os Santos.


Examem, fazendos questões de como se ralizou
III. Conclusão a meditação e se tirei um bem dela.
Fazer um ramalhete espiritual para o tener
presente durante o dia.
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Para se realizar uma boa meditação se deve ter presente os seguintes conselhos:

a) O tempo: Ter um tempo determinado durante o dia para realiza-la, porque se se


altera o horário e se vai deixando para mais tarde, se corre o perigo de omiti-la. A
eficácia da oração depene principalmente da constância e regularidade do
exercício.
b) O lugar: pode ser na capela o privada para ter um maior recolhimento e
concentração do espirito, a solidão é a melhor companheira para uma oração bem
feita.
c) A postura: Se aconselha uma postura humilde e respeitosa. O ideal é realiza-la de
joelhos, porém não é uma regra. Na Sagrada Escritura há, exemplos de oração em
todas as posturas: Sentado, prostrado, de joelhos, etc. Porém se deve evitar a
excessiva comodidade e mortificação.
d) Duração: Se aconselha meia hora diária, porém pode ir acrescentando mais tempo
de acordo ao aumento da força da alma (MARIN, 1994, p. 664).

5.3. Oração Afetiva

A oração afetiva é aquela na qual predominam os afetos da vontade sobre o


entendimento. É como uma meditação simplificada que cada vez vai tomando maior
domínio o coração por encima das palavras. Assim não se encontra uma diferença
específica entre ela e a meditação. O passo de da oração mental e afetiva se faz de
uma maneira gradual e insensível. E importante conhecer que nunca pode dar-se uma
oração pura e exclusivamente afetiva sem nenhum conhecimento prévio (MARIN,
1994, p. 674). “A vontade é uma potência cega e só pode lançar-se a amar o bem o
entendimento lhe apresenta” (S.TOMAS, I-II, 9, I).

Para colocar em pratica esta oração é conveniente seguir estes conselhos:

a) Não suspender as palavras ou o discurso antes de que brote o afeto. Seria perder o
tempo e fomentar uma ilusão perigosíssima.
b) Não forçar os afetos. Quando não brotem espontaneamente retornar a exercita-los
suavemente através do discurso, as nunca procurar mantê-los mais do que podem
dar em si.
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c) Não ter presa por passar de um afeto a outro. Se poderia perder o fruto logrado do
primeiro e não conseguir logo o segundo.
d) Procurar ir reduzindo e simplificando progressivamente os afetos

Por outro lado, as vantagens de esta oração são: Uma união mais intima e profunda
com DEUS, um crescimento na prática das virtudes e uma excelente preparação para a
passagem da oração de simplicidade. Porém estas preciosas vantagens podem ver-se
comprometidas por certos inconvenientes contrários. Se tem que evitar
cuidadosamente o esforço violento para produzir afetos, o crer-se mais adiantado na
vida espiritual do que realmente está, buscar só os consolos sensíveis sem procurar a
prática das virtudes e por último a preguiça espiritual (MARIN, 1994, p. 676).

5.4. Oração de simplicidade

Segundo Santa Tereza este grau de oração é uma contemplação sobrenatural mística,
outros autores chamam esta oração como oração da simples mirada, ou de simples
presença de DEUS, ou de simples visão de fé. Esta oração é uma simples mirada ou
atenção amorosa a um objeto divino, já seja DEUS em si mesmo, ou algumas de suas
perfeições. Porém esta grau de oração continua sendo ascético, onde a alma deixa o
discurso e se vale de uma doce contemplação, que a deixa sossegada e a faz
susceptível as operações e impressões do ESPÍRITO SANTO. Nesta oração a alma
trabalha pouco e recebe muito. Assim fica claro que a oração de simplicidade assinala
exatamente o transito da oração ascética a mística. Se a alma é fiel nos exercícios
espirituais as graças do ESPÍRITO SANTO irão incrementando progressivamente até
entras de cheio a vida mística.

Para praticar esta oração não se utiliza um método próprio, porque todo se reduz a
mirar e amar. Porém existem alguns conselhos:

a) Antes da oração cuide a alma de não adiantar-se a DEUS, enquanto poda tirar fruto
da meditação ordinária, sem paralisar o diálogo. Porém também se deve evitar o
contrário não apegando-se a meditação, nem aos atos de oração afetiva.
b) Durante a oração se deve procurar uma atenção amorosa a DEUS com suavidade e
sem força e não se deve desanimar ante os momentos de aridez.
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c) Depois da oração, se devem ver os frutos e melhoras na vida cristã e a prática das
virtudes (MARIN, 1994, p. 678).

5.5. Oração de recolhimento infuso

Esta oração se caracteriza pela união do entendimento com DEUS. Aqui se apresentam
algumas características:

a) - Uma viva presença de DEUS sobrenatural.


b) - Uma admiração deleitosa que enche a alma e a cheia de gozo e alegria ao
descobrir em DEUS tanta maravilha e amor, de bondade e de beleza.
c) - Um profundo silêncio espiritual, em que a alma fica absorta e abismada anta
tanta grandeza.
d) - Luzes vivas sobre DEUS e seus mistérios, a qual não se podem lograr em anos
inteiros de estudo e meditação (MARIN, 1994, p. 714).

5.6. Oração de Quietude

Consiste em um sentimento intimo da presença de DEUS que cativa a vontade e enche


a alma e o corpo de uma suavidade e deleite verdadeiramente inefáveis. A diferença
deste grau de oração com o anterior, é uma maior intensidade que leva a alma a uma
possessão e gozo do soberano bem. A oração de recolhimento afeta o entendimento,
enquanto a oração de quietude afeta, em todo a vontade.

Os efeitos santificadores que produz na alma este grau de oração são:

a) Uma grande liberdade de espirito, que lhe permite estas mas disponível as coisas
do serviço de DEUS.
b) O santo temor a DEUS, com medo de ofendê-lo.
c) Grande confiança da eterna salvação.
d) Amor a mortificação e aos trabalhos, onde lhe parece que todo o poderia em
DEUS.
e) Profunda humildade, que leva a alam se considerar miserável.
f) Desprezo pelos gozos do mundo, porque a alma já tem provado os gozos de DEUS.
g) Crescimento em todas as virtudes.
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Na oração de quietude se devem ter presente os seguintes conselhos:

a) Não realizar jamais o menor esforço para colocar-se na oração de quietude. Devido
a que seria trabalho inútil querendo produzir por nossa conta o que só DEUS
misericordiosamente pode conceder-nos.
b) Não resistir a ação de DEUS, quando se começa a senti-la.
c) Não perturbar a quietude da vontade pela inquietação das outras potencias. Em
particular a memória e a imaginação que fazem guerra para alabar a DEUS.
d) Fugir com grandíssimo cuidado das ocasiões de ofender a DEUS.
e) Não deixar jamais a oração a pesar de dificuldades (MARIN, 1994, p. 717).

5.7. Oração de união simples

É o grado de contemplação infusa, em que todas as potencias interiores estão


cativadas ou ocupadas com DEUS. Aqui só queda libre os sentidos corporais exteriores.
A diferença da oração de quietude onde a vontade fica absorta, porém fica em
liberdade a memória e a imaginação, que dão a alma muita guerra. A intensidade de
esta oração de união simples é incomparavelmente superior aos graus anteriores, até
o ponto que tem uma influência profunda no corpo como o êxtases.

Este grau de oração apresenta as seguintes características essenciais:

a) Ausência de distrações, porque as potencias estão absortas em DEUS.


b) A certeza absoluta da alma de estar unida a DEUS.
c) Ausência de cansaço da alma em oração sim perceber o tempo (MARIN, 1994, p.
723).

5.8. Oração de união extática

É chamo de esponsais espiritual, ao igual que o grau anterior as potencias da alma


estão unida a DEUS com a diferença que neste grau os sentidos corporais exteriores
também. A intensidade da união mística é tão grande que o próprio corpo não pode
resistir e vem o êxtases. O êxtases é um fenômeno sobrenatural caracterizado por
uma união intima da alma com DEUS (MARIN, 1994, p. 729).
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5.9. Oração de união transformativa ou matrimonio espiritual

É o ultimo grau de oração que se pode alcançar


nesta vida e constitui um preludio e preparação
imediata da vida bem-aventurada da gloria. Esta
oração é uma transformação total no Amando,
na qual se entregam ambas partes por total
possessão de uma à outra, com certa
consumação de união no amor, em que está a
alma feita divina e DEUS por participação em
quanto se pode nesta vida. Ao chegar a esta
oração a alma adquire propriedades divinas, e se
faz DEUS por participação.

Imagem 2- Transverberação de Teresa de JESUS


Fonte: Lorenzo Bernini (1646).

Os efeitos que produze esta oração segundo Santa Tereza são:

a) Morte total do próprio egoísmo na alma.


b) A gloria de DEUS é a única preocupação na alma.
c) Um grande desejo de padecer, mas tranquilo subordinado a vontade de DEUS.
d) Gozo pela persecução.
e) Amor ardente pela salvação das almas.
f) Desprendimento de todo o criado, as ânsias de solidão, ausência de aridez
espiritual.
g) Paz e quietude imperturbáveis.
h) Ausência de êxtases e arroubamentos.

Se compreende que a morte dos santos que chegam a este grau é dulcíssima e
verdadeiramente inefável, e não presentam temor algum pela morte (MARIN, 1994, p.
741).
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6. CONCLUSÕES

 Estes graus de oração são um ideal sublime de perfeição e santidade aberto a


todas as almas em graça. Aquele “sedes perfeitos como vosso Pai celestial é” (Mt
5,48), vai dirigido a todos sem exceção. Estes firmes ensinamento da teologia tem
sido confirmados pela vida dos místicos e Santa Teresa convida a todas as almas
em nome de DEUS a participar do amor divino.

 A oração se pode esclarecer de modo simples nas palavras de Santa Teresa quando
diz: “A oração não consiste em pensar muito, mas em amar muito.”

 A oração se pode considerar como um tipo de linguagem mental, em quanto o


intelecto trabalha para se comunicar e glorificar ao DEUS supremo; nos quatro
primeiros graus ascéticos a alma trabalha e se esforça por dar o melhor de si, para
estabelecer um diálogo, experiência vivida através dos tempos no cristianismo que
merece ser estudado para se chagar a um aperfeiçoamento no amor de DEUS.
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7. REFERENCIAS

BRUGGER, Walter. Dicionário de Filosofia. 3. ed. E.P.U.(Editora Pedagógica e


Universitária Lta.): São Paulo, 1977.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA (CIC). EDITORA VOZES: Petrópolis, RJ, Brasil, 1992.

JOLIVET, Regis. Vocabulário de filosofia. Livraria AGIR Editora: Rio de Janeiro, 1975.

MARIN, Antonio Royo. Teología de la perfección cristiana. 7. ed. Biblioteca de autores


cristianos: Madrid, 1994.

Marmion, Columba. JESUSCRISTO ideal del monje. 3. Ed. Editorial litúrgica Española,
S.A.: Barcelona, 1947.

SANTA TERESA DE JESUS. Obras completas. Edições Carmelo, 2009.

SANTO TOMAS. Suma teológica IV. 4. Ed. Biblioteca de autores cristianos: Madrid,
2001.
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