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IRMÃO PEDRO CLAVER ORC.

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

GAUDETE ET EXSULTATE

DO SANTO PADRE

FRANCISCO

A ORAÇÃO, CAMINHO DE SANTIDADE

TRABALHO

DE SEMINÁRIO DE MORAL

ORIENTADOR: PE. FIDELIS ORC.

INSTITUTUM SAPIENTIAE

ANÁPOLIS

22 de Maio do 2019
CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................3

2. O QUE É A ORAÇÃO?.............................................................................................4

3. A ORIGENS DA ORAÇÃO.......................................................................................6

4. AS DIVERSAS FORMAS DA ORAÇÃO...................................................................7

4.1. A adoração.........................................................................................................7

4.2. A petição............................................................................................................7

5. O DOM DA ORAÇÃO...............................................................................................8

6. A ORAÇÃO DE JESUS............................................................................................9

7. CORRENTES QUE VÃO ENCONTRA DA ORAÇÃO............................................10

8. CONCLUSÃO.........................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO

O homem em seu interior, nasce com o desejo de procurar a DEUS. De conhecer a


resposta do sentido de sua vida, de suas origens e fins. A história mostra que o
homem por natureza é um ser religioso e procura o diálogo continuo com aquele
que que foi o seu criador “DEUS”. Esse diálogo entre o Criador e criatura é
conhecido como a “oração”.

A oração como caminho de santidade é uma das propostas que o Papa Francisco,
coloca na Exortação Apostólica Gudete et exultate; Ele fala dos santos como
pessoas de espirito orante que sente a necessidade de se comunicar com DEUS.
Assim o Santo Padre tira a conclusão que não acredita em santidade sem oração.

O tema da oração tem sido abordado por o próprio JESUS CRISTO e por diversos
autores a través da história, entres eles se destacam Santa Teresa de Ávila, São
João da Cruz, Santo Tomás, etc. Estes autores dão uma explicação e classificação
profunda dos graus de oração, descrevendo as etapas sucessivas da santificação
da alma em torno a sua vida de oração.

São Paulo diz que aqueles que conhecem a DEUS e não o glorificam, se extraviam
em seus vão pensamentos e se lhes obscurece o coração, ficando escravos das
suas paixões vergonhosas, sentimentos depravados e procedimento indigno (Rm 1,
21-28). É por isso que aqueles que se aleijam da vida de oração presentam uma
conduta moral degradada que afeita não só a pessoa, mas a humanidade inteira.
2. O QUE É A ORAÇÃO?

A oração é um tema importante para a vida dos cristãos e o desenvolvimento no


caminho da santidade, pois ninguém oraria sinceramente, se não quisesse tornar-se
melhor. O valor da oração é altamente significativo para a Igreja, tanto assim, que a
quarta parte do Catecismo da Igreja Católica é dedicado a vida de oração. O Santo
Papa Francisco menciona a necessidade da oração porque aquilo que DEUS tem
determinado para as almas desde a eternidade o dá através da oração; Assim a
oração é de grande importância para reformar as nossas vidas e vencer as
dificuldades. Respeito a isto Santo Agostinho diz nesta frase celebre “Aquele que
sabe viver bem sabe orar bem”. Do contrário quando falta a oração logo todo vai de
capa caída, porque entra a tibieza, desaparecem os bons propósitos, se despertam
as paixões e o homem entra na alegria vã.

O homem está à procura de DEUS. Pela criação DEUS chama a todo ser do nada à
existência, “coroado de gloria e esplendor”1, o homem é, depois dos Anjos, capaz de
reconhecer o nome de DEUS. Mesmo depois de ter perdido a semelhança com
DEUS por seu pecado, o homem continua sendo a imagem do seu criador.
Conserva o desejo daquele que o chama a existência. Todas as religiões
testemunham essa procura essencial dos homens. 2

O significado da oração é muito diverso, por isso a continuação se apresenta as


definições mais destacadas através da história na vida espiritual, e a qual se
complementam mutuamente:

1. “A oração é um impulso do coração é um simples olhar lançado ao céu, um


grito do reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”3
2. “A oração é a elevação da alma a DEUS, ou o pedido dons bens
convenientes”4

1
SL 8,6
2
CIC. 2566.
3
Teixeira, Pedro. Dicionário de Santa Teresinha. PAULOS, 1997.
4
S. João Damasceno, De fide orthodoxa, 3,24; PG 94, 1089D.
3. “A oração nos dá um coração puro. Ela purifica o nosso coração. E um
coração puro consegue ver a DEUS. Se você tiver um coração puro,
consegue ver a DEUS em todo e cada um”5

4. “A oração não surge por si só, temos de nos dar o trabalho de rezar” 6
5. “Não há alguém que não tenha o dever de orar, porque toda graça percorre
por meio da oração”7
6. “É uma elevação da alma para DEUS, com a fim de lhe apresentar
homenagens que lhe são devidas e de pedir as suas graças, para assim nos
tornarmos melhores para sua gloria”8

Santos Tomás, acolheu as duas definições de São João Damasceno, propondo uma
definição excelente, a qual considera dois aspectos importantes na oração: “a
oração é a elevação da mente a DEUS para glorifica-lo e pedir-Lhe as coisas
convenientes para a eterna salvação”9

A continuação se realizará um analise da especifico da definição de Santo Tomás:

É a elevação da mente a DEUS: a oração é um ato da razão prática, não da


vontade, como acreditaram vários escotistas. A pessoa que realiza oração
completamente distraída, na verdade não realiza oração.

Para glorifica-Lo: é uma das finalidades mais nobres e próprias da oração. Seria
um grande erro dizer que seria de puro médio para pedir coisas a DEUS. A
adoração o louvor, a reparação dos pecados e a ação de graças pelos benefícios
recebidos enfiam admiravelmente com a oração.

E pedir-Lhe: O próprio de orar é pedir. Porque as pessoas se sentem fracas e


indigentes, e por isso recorrem a DEUS para solicitar ajuda.

As coisas convenientes para a eterna salvação: Não é proibido pedir coisas


temporais. Porém não se deve colocar nelas o fim único da oração, mas unicamente
como instrumentos para servir melhor a DEUS e aspirar a felicidade eterna. As
petições próprias da oração são as que se referem a vida sobrenatural, que são as

5
Maasburg, Leo. Madre Teresa uma Vida Maravilhosa. 1ed. Paulinas. São Paulo. 2015, p. 98.
6
Maasburg, Leo. Madre Teresa uma Vida Maravilhosa. 1ed. Paulinas. São Paulo. 2015, p. 99.
7
Santa Faustina. Diário Espiritual. Edições: Marian Press Stockbridge, 2005.
8
Tanquerey. Compêndio de Teologia Ascética e Mística. Edições: Livraria Apostolado da
Imprensa, Porto, 1961, p. 241.
9
II-II, 83, I c et ad 2.
únicas que tem uma repercussão eterna. Se pode pedir como acréscimo e como
inteira subordinação aos interesses de DEUS a salvação das almas. 10

3. A ORIGENS DA ORAÇÃO

A revelação da oração no Antigo Testamento se insere entre a queda e a elevação


do homem, entre o chamado doloroso de DEUS a seus primeiros Filhos: Onde
estas? ...que fizeste? (Gn 3,9-13) e a resposta do Filho único ao entrar no mundo:
“Eis-me a aqui, eu vim, Ó DEUS, para fazer a tua vontade” (Hb 10, 5-7). A oração
desse foram está ligada à história dos homens, e a relação com DEUS nos
acontecimentos da história11.

É sobretudo a partir da realidade da criação que se vive a oração. Os nove


primeiros capítulos descrevem essa relação a DEUS como oferenda dos
primogênitos do rebanho de Abel, a oferenda de Noé que é agradável a DEUS que
o abençoa, e, através dele abençoa toda a criação. Essa qualidade da oração é
vivida por uma multidão de justos em todas as religiões. DEUS sempre convida aos
homens a orar, mas é sobretudo a partir de Abraão que a oração é revelada no
Antigo Testamento.

Em Abraão se vem as características essenciais da oração:

a. Adoração: No silêncio oferece sacrifícios ao Senhor.


b. Petição: ““Senhor Javé, que me dareis vós? Eu irei sem filhos, e o herdeiro
de minha casa é Eliezer de Damasco.... Vós não me destes posteridade, e é
um escravo nascido em minha casa que será o meu herdeiro. ”
c. Intercessão: intercessão por Sodoma e Gomorra.
d. Confiança e obediência: oferecer o seu próprio filho Isaac.

4. AS DIVERSAS FORMAS DA ORAÇÃO

10
Royo, Antonio. Teología de la Perfección Cristiana. Edições Biblioteca de Autores Cristianos,
1958, Madrid, p. 627-628.
11
CIC. 2568.
Considerando o duplo fim da oração que é a adoração e a petição, se explica em
detalhe estas duas formas de oração.

4.1. A adoração
Ela vai dirigida propriamente a DEUS. Ele é nosso benfeitor e devemos rende-lhe
graças; e visto que o temos ofendido somos chamados a reparar esses ultrajes. Um
exemplo disso é colocado pelo Papa Francisco quando cita as palavras do Beato
Carlos de Foucauld “Logo que acreditei que DEUS existia compreendi que só podia
viver para Ele”.

O primeiro sentimento que nos deve dominar, quando a alma se eleva para DEUS é
a adoração; isto é o reconhecimento em DEUS da mais elevada soberania, e de nós
a mais profunda dependência. Toda a natureza adora a DEUS seu modo, mas a
que é privada da razão e do sentimento não tem coração para o amar, nem
inteligência para o compreender. Somo colocados no meio do mundo para
contemplar o universo inteiro e ver a través da natureza visível a natureza invisível.
O homem é o pontífice da criação, encarregado de glorificar a DEUS em seu nome
e de todas as criaturas. É por isso que os místicos se comprazem em adorar nas
criaturas o poder, a majestade, a beleza, a atividade, a fecundidade de DEUS oculto
nas criaturas.

Porém, no estado da natureza descaída, se nos impõe um dever; o da expiação e


reparação. A reparação consiste em três atos principais: a humilde confissão das
nossas faltas, contrição sincera e a aceitação corajosa das provações que o nosso
Senhor nos queira enviar. Além disso se quiséssemos ser generosos, podemos
juntar a oblação de nós mesmos como vítimas de expiação, em união como a vitima
do Calvário. 12

4.2. A petição
O Fundamento da oração, é dum lado o amor de DEUS para suas criaturas e seus
filhos, e de outro a necessidades urgente que temos do seu auxilio. Na ordem da
natureza como da graça, somos pobres e extrema é a nossa indigência.
Essencialmente dependemos de DEUS, na ordem da natureza, porque não
podemos conservar a nossa existência a qual, Eles nos deu: dependemos para isso
12
Tanquerey. Compêndio de Teologia Ascética e Mística. Edições Livraria Apostolado da
Imprensa, Porto, 1961, p. 241-243.
de causas físicas, que também obedecem a DEUS; um exemplo disso é que a terra
não produziria seus frutos, se DEUS não a regasse com as suas chuvas ou não a
fecundar com os raios do sol. Por outro lado, na ordem sobrenatural da graça
somos maiormente dependentes, porque necessitamos da sua luz que nos guie, da
coragem e força para seguir essa luz, a qual somente DEUS Todo-poderosos a
providenciar. Assim o único que nos resta é implorar o socorro daquele que nada
mais ardentemente deseja do que vir no auxílio da humanidade.

5. O DOM DA ORAÇÃO

O Papa Francisco, no documento apresenta a oração como um dom e coloca a


importância de viver na presença de DEUS de acordo com as características
apresentadas por São João da Cruz:

a. Imaginação: Fazer uma apresentação na mente da figura de CRISTO. Porém


este tipo de oração cansa a mente com o tempo.
b. Real: Sentir a presença rela de JESUS, na Eucarística, nos pobres, no
próximo, etc.
c. União: viver a presença de JESUS no interior da alma, como o descreve
muitas vezes Santa Teresa de JESUS, dizendo que no interior da alma há
um castelo onde mora CRISTO.

Por outro lado, o Santo Padre vê a guarda da presença de DEUS como um tecido
de recordações das Suas obras, na qual o encontramos na Palavra de DEUS, nossa
própria vida e a vida de outros como as testemunhas dos santos. Um exemplo disso
o observamos quando se pergunta a uma viúva sobre o seu esposo amado, onde
ela encontra muita matéria para falar, de igual maneira na oração é através das
lembranças que encontramos o conteúdo para falar com DEUS.

As graças da oração são inumeráveis. A continuação se apresenta algumas delas:

a. Praticamos o ato excelente da religião.


b. Damos graças a DEUS pelos seus benefícios.
c. Exercitamos a humildade, reconhecendo a nossa pobreza.
d. Exercitamos a nossa confiança em DEUS, aos solicitar coisas que
esperamos obter da sua bondade.
e. Nos leva a respeitosa familiaridade com DEUS, que é o nosso Pai.
f. Entramos nos desígnios de DEUS, que nos concederá as graças que tem
desde toda a eternidade vinculadas a nossa oração.
g. Eleva e engrandece a nossa dignidade humana. “Nunca é mais grande o
13
homem que quando ele fica de joelhos”.

Muitos autores apresentam a oração como um caminho árduo difícil, porém o autor
Alfonso Rodrigues Jesuíta disse que não deveria ser assim, porque a oração está
sempre em nossa mão em todo tempo e todo lugar, além disso as portas da
misericórdia nunca ficam fechadas a quem elas recorrem 14 .

6. A ORAÇÃO DE JESUS

JESUS nos ensina a rezar nos Evangelhos, os quais no revelam que JESUS
dedicou 30 anos da sua vida ao silencia e a oração, e trinta anos ao apostolado. As
características da oração do Redentor são as seguintes:

a. Oração Filial.
b. JESUS ora antes de todos os momentos decisivos, de sua missão.
c. Na sua oração leva consigo os homens.
d. Oração de ação de graças.
e. Oração do Pai Nosso.
f. Oração Sacerdotal.
g. Ensinamento e importância da oração:
a. A parábola do amigo inoportuno, a qual convida a uma oração
persistente.
b. A Parábola da viúva importuna, focaliza l convida a paciência da fé.
c. A Parábola do fariseu e o publicano.

13
Royo, Antonio. Teología de la Perfección Cristiana. Edições Biblioteca de Autores Cristianos,
1958, Madrid, p. 630.
14
Rodriguez, Alfonso. Exercícios de perfeição e virtudes cristãs. Edições União Grafica, 1946,
Lisboa.
7. CORRENTES QUE VÃO ENCONTRA DA ORAÇÃO

O mundo hodierno influenciado pelo modernismo e consumismo, se tem esquecido


da oração. Os motivos além dos anteriores podem ser diversos, como problemas
interiores, situações econômicas e sociais. Porém atrás destes inconiventes se
escondem correntes que filosóficas que vão em controvérsia da oração. A
continuação se expõe os principais erros:

a. Os deístas, epicuristas, e alguns peripatéticos: Negam a providência de


DEUS. DEUS não cuida deste mundo. A oração é inútil.
b. Fatalistas, deterministas, estoicos, valdenses, luteranos, calvinistas,
jansenistas, etc: Negam a liberdade. No mundo acontece aquilo que já está
destinado. “Todo está escrito” como dizem os árabes. É inútil pedir que as
coisas aconteçam de outra maneira.
c. Egípcios, magos, etc: vão pelos extremos contrários. DEUS é mudável. Ele
pode mudar pela feiticeira e magia. 15

8. CONCLUSÃO

A oração só é possível aos humildes, isto é, aos que reservam para DEUS o
primeiro lugar em sua vida, e se põem a si próprio no segundo, que é o último lugar,
porque não há três ou quatro, más há só dois: o primeiro e o último.

15
Royo, Antonio. Teología de la Perfección Cristiana. Edições Biblioteca de Autores Cristianos,
1958, Madrid, p. 628.

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