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SISTEMAS DE SAÚDE

NO BRASIL

Disciplina: Gestão Fundamentos Éticos e


Responsabilidade Social
Bacharelado em Medicina

Docente: Eufrasia Cadorin


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Histórico
oSanitarismo campanhista
Sanear as cidades e garantir a
exportação de produtos agrícolas
oMédico-assistencial privatista
Dicotomia entre ações curativas e
preventivas
Acesso não-universal
Financiamento de serviços privados
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Histórico
Movimento pela
Reforma Sanitária
 CEBES, 1976
 ABRASCO, 1979
 7ª CNS, 1980
 8ª CNS, 1986
 SUDS, 1987
 SUS, 1988
 ESF, 1994
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Capítulo II
Dos direitos sociais
Art. 6º são direitos sociais a educação,
a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta
constituição.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Capítulo II
Da seguridade social
Seção II
Da saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever
do estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução
do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Capítulo II
Da seguridade social
Seção II
Da saúde
Art. 197. São de relevância pública as ações
e serviços de saúde, cabendo ao poder
público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente
ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Art. 198. As ações e serviços públicos de


saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema
único, organizado de acordo com as
seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção
única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com
prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Art. 199 A assistência à saúde é livre à


iniciativa privada.
§ 1º as instituições privadas poderão
participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público
ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Art. 200. Ao sistema único de saúde


compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
III - ordenar a formação de recursos
humanos na área de saúde;
ALÉM DO CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE
O SUS TRAZ DOIS CONCEITOS
IMPORTANTES:

o O conceito de sistema - não é um novo


serviço ou órgão público, mas um
conjunto de várias instituições, dos três
níveis de governo e do setor público e
conveniado, que interagem para um fim
comum.
o O conceito de unicidade - esse sistema é
único, ou seja, deve ter a mesma forma
de organização em todo o país.
LEGISLAÇÃO DO SUS

Constituição Federal da
República Federativa do Brasil
05/10/1988
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
PRINCÍPIOS

Universalidade
Equidade
Integralidade

Descentralização
Participação Social
Comando único

Regionalização
Hierarquização
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Universalidade
Saúde é direito de todos e é dever do estado
assegurar esse direito.

O objetivo do SUS é tornar esse princípio


realidade
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Equidade
Tratar diferente os diferentes.

O objetivo é reduzir as iniquidades, oferecer


mais a quem mais precisa.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Integralidade
Considerar a pessoa como um todo,
atendendo todas as suas necessidades;
Integração das ações de promoção, proteção
e recuperação.

Atuação intersetorial das diferentes áreas.


PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
Participação Popular
Através dos conselhos e conferências de saúde.
Os conselhos tem caráter deliberativo, formula
estratégias, controla, avalia e fiscaliza.
Implica em democratizar as relações.
PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS
Regionalização e Hierarquização
O sistema deve ser organizado em níveis
crescentes de complexidade, em uma
determinada área geográfica, com definição da
clientela adscrita e fluxo de referência e contra
referência.
PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS
Regionalização e Hierarquização
Território – “espaço em permanente construção,
produto da dinâmica social em que se
tensionam sujeitos sociais colocados em
situação, na arena política.” (Mendes, 1996)
PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS

Descentralização e Comando Único

Responsabilidade solidária dos três níveis de


governo, com direção única em cada esfera.
PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS

Descentralização e Comando Único

Responsabilidade solidária dos três níveis


de governo, a responsabilidade deve ser
descentralizada até o município, com
direção única em cada esfera de governo.
PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS

Complementariedade do Setor privado

É permitido a celebração de convênios em


caráter complementar.
REGULAMENTAÇÃO DO SUS

Lei nº 8080
19/09/1990
Organização do SUS

Lei nº 8142
28/12/1990
Repasses Inter
federativos e Participação
Social
REGULAMENTAÇÃO DO SUS

Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990


“Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras
providências.”
REGULAMENTAÇÃO DO SUS

Lei nº 8.142, de 29 de dezembro de 1990

“Dispõe sobre a participação da comunidade


na gestão do sistema único de saúde, e as
transferências de recursos financeiros”
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR DO
SUS

oLei nº 9835/1999:
Saúde Indígena
oLei nº 10424/2002:
Atenção Domiciliar
oLei nº 11108/2005:
Acompanhamento no pré, parto e
pós
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR DO
SUS

oLei nº 12466/2011:
Comissões Intergestores e Conselhos de Gestores
oLei nº 12401/2011:
Assistência terapêutica e incorporação de
tecnologias no SUS.
oDecreto nº 7508/2011:
Planejamento da saúde, assistência e articulação
interfederativa.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

“ A saúde é um direito de todos e dever do


estado”

Semelhanças com os modelos de saúde


inglês, canadense e italiano
Sistema de saúde de “primeiro mundo” com
financiamento de “terceiro mundo”
Estado mínimo, incapaz de promover políticas
públicas
Municipalização, descentralização e
regionalização
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL

Gastos Públicos - proveniente dos Tributos


(Impostos e Contribuições Sociais)
Contribuições Sociais destinadas ao
Orçamento da Seguridade Social (OSS):
tem alocação definida
Impostos: alocação é de livre arbítrio
dos governantes – Arrecadação três
esferas de governo
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL

Financiamento e gastos privados


Seguros e planos privados de saúde
Seguro puro: modelo de saúde de cunho liberal.
Ex. Estados Unidos
Seguro substitutivo: seguro alternativo para
pessoas que optem pelo acesso ao Sistema
Nacional de Saúde
Seguro suplementar: os cidadãos compram um
seguro ou plano de saúde
Seguro complementar: cobertura de servidos
excluídos ou parcialmente cobertos. Ex. Canadá
FINANCIAMENTO DA SAÚDE
NO BRASIL

Gasto das famílias


Pagamentos diretos – compras de
serviços
Copagamentos ou coparticipações –
realizados no ato da utilização dos
serviços ou asseguramentos
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL
Emenda Constitucional n.º 29 de
13/09/2000
Define os percentuais mínimos de aplicação de
recursos da União, dos estados e dos municípios
no apoio ao SUS;
União: montante empenhado em 1999
acrescido de 5% e, nos anos subsequentes,
corrigido pela variação nominal do PIB;
Estados: 12% de suas receitas próprias
Municípios: 15% de suas receitas próprias
Para Estados e Municípios, aumento gradual a
partir do mínimo de 7% em 2000, até atingirem
12% e 15%, respectivamente, em 2004 (regra
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL
Emenda Constitucional n.º 29 de
13/09/2000
Pontos em destaque:
A base de cálculo para a definição dos recursos a
serem aplicados em saúde;
O percentual mínimo a serem aplicados pelos
entes federados;
Definição das ações e serviços públicos de
saúde;
Os instrumentos de acompanhamento,
fiscalização e controle.
FINANCIAMENTO DA SAÚDE
NO BRASIL

Lei Complementar nº 141 de 16/01/2012

Mantem os % mínimos de aplicação de recursos para as três


esferas do governo;
Definições:
 Gastos em saúde: a compra e distribuição de
medicamentos, gestão do sistema público de saúde,
desenvolvimento científico e tecnológico e controle de
qualidade promovido por instituições do SUS, entre outros.
 Não são gastos em saúde: gastos em ações de saneamento
básico, compra de merenda escolar, ações de assistência
social, pagamento de aposentadorias e pensões.
FINANCIAMENTO DA
SAÚDE NO BRASIL

Lei Complementar nº 141 de 16/01/2012


Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal
para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados
anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios em ações e serviços públicos de saúde;
estabelece os critérios de rateio dos recursos de
transferências para a saúde e as normas de fiscalização,
avaliação e controle das despesas com saúde nas 3
(três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis
nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27
de julho de 1993; e dá outras providências.
FINANCIAMENTO DA SAÚDE
NO BRASIL

Processo de Planejamento Integrado


(Governamental e Intergovernamental)
FINANCIAMENTO DA SAÚDE
NO BRASIL
Ciclo Orçamentário e Política de Saúde

• PPA (Plano Plurianual)


Política •

LDO (Lei de Diretrizes Orçam.)
LOA (Lei Orçamentária Anual)
Fiscal • Relatórios de Gestão Fiscal e de
Execução Orçamentária (LRF) APÓS
LC141

• Plano de Saúde
Política de • Programação Anual de Saúde
• Relatórios Quadrimestrais de
Saúde Prestação de Contas
• Relatório Anual de Gestão (RAG)
SAÚDE SUPLEMENTAR NO
BRASIL

Art. 199 A assistência à saúde é livre à


iniciativa privada.
§ 1º as instituições privadas poderão
participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.
PLANOS E SEGUROS SAÚDE

Objetivo: oferecer assistência médica


Seguro Saúde: beneficiário de liberdade de escolha
do profissional e serviço de assistência
É possível consultar profissionais que não sejam
conveniados
O valor depende do tipo de seguro contratado
Plano de Saúde: Assistência prestada pelos
profissionais e serviços credenciados.
Existem categorias que podem oferecer livre
escolha, com o reembolso
PLANOS E SEGUROS SAÚDE

Comercialização de Planos de Saúde no Brasil – início nos anos


60, por grupos médicos
 Medicina de Grupo: empresas privadas lucrativas. Iniciaram
com pequenos grupos de médicos. Nos anos 80 modificou
oferecendo outros produtos (benefícios, ensino). Ao lado das
mudanças surgem pequenas empresas de medicina de grupo,
visando grupos populacionais mais carentes
 Cooperativas Médicas: sem fins lucrativos, surgem em
oposição à medicina de grupo. Fundadores pretendiam
preservar a autonomia dos médicos.
 Autogestões: planos próprios. Surgem nos anos 40 e 50.
Proteção Social aos trabalhadores. Maior cobertura que varia
conforme a capacidade instalada da cidade
 Seguradoras: empresas lucrativas nacionais ou internacionais.
Iniciaram suas atividades no final dos anos 70
PLANOS E SEGUROS SAÚDE

Quem regula?
Lei n. º 9.961/2000
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
Responsável pelo setor de planos de saúde no
Brasil
Vinculada ao Ministério da Saúde.
Tem por finalidade promover a defesa do interesse
público na assistência suplementar à saúde,
regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto
às suas relações com prestadores e consumidores.
PLANOS E SEGUROS SAÚDE

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)


Competências:
o Detalhamentos das coberturas;
o Elegibilidade e carências relacionadas a condições
preexistentes;
o Configuração empresarial no mercado;
Características e dimensões das redes de serviços;
o Acompanhamento e reajustes de preços;
o Contratos e punições;
o Ressarcimento ao SUS;
o Fiscalização e avaliação da qualidade.
PLANOS E SEGUROS SAÚDE

O ressarcimento ao SUS, regulamentado


pelas normas da ANS, é a obrigação
legal das operadoras de planos privados
de assistência à saúde de restituir as
despesas deste, quando do atendimento
beneficiários que estejam cobertos por
planos e seguros de saúde.
AGORA...PENSE RÁPIDO
QUAIS OS PRINCÍPIOS
QUANDO O SUS FOI
DOUTRINÁRIOS DO SUS?
CRIADO?
QUAIS OS PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS DO SUS?
QUANDO O SUS FOI
REGULAMENTADO?

QUAIS AS LEIS ORGÂNICAS QUAL O % DE FINANCIAMENTO


DO SUS? DE CADA ENTE FEDERADO?

COMO SE DÁ O RPOCESSO DE
DIFERENÇA ENTRE SEGURO E
PLANEJAMENTO INTEGRADO?
PLANO DE SAÚDE?

O QUE É A AGÊNCIA NACIONAL


DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS)?
REFERÊNCIAS

1. BRASIL. FUNCIA, F. R. SEMINÁRIO NACIONAL


DA COMISSÃO DE ORÇAMENTO E
FINANCIAMENTO – COFIN/CNS. Conselho
Nacional de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2012.
2. GIOVANELLA, Lígia; ESCOREL, Sarah; LOBATO,
Lenaura de Vasconcelos Costa; et al. (org.) Políticas
e Sistema de Saúde no Brasil. 2 ed. rev. e amp. Rio
de Janeiro. Editora FIOCRUZ, 2012.

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