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O PARNASIANISMO NO BRASIL

O estilo Parnasiano teve início no Brasil no ano de 1882, com a publicação da obra
Fanfarras, de Teófilo Dias.

Antes disso, em 1878, o jornal Diário do Rio de Janeiro foi palco de uma polêmica
literária, que ficou conhecida como a “Batalha do Parnaso”, na qual alguns poetas adeptos da
Ideia Nova, que corresponderia ao realismo literário, opuseram-se aos modelos literários
românticos, entendidos como ultrapassados. Essa polêmica, ainda que não tenha divulgado os
princípios parnasianos, teve o mérito de agitar o meio cultural e indicar a necessidade de
renovação do fazer poético.

O mote do grupo brasileiro influenciado pelos autores franceses era era: “a arte pela
arte”. O lema do grupo sublinhava a noção de que a arte deveria ser um fim em si mesma, e
não estar em função da moral, da religião ou de algum outro valor externo. Os poemas
parnasianos circularam entre as camadas leitoras e foram vivamente apreciados por quase
quatro décadas – até os anos 1920, quando as ideias modernistas ganharam espaço no
panorama cultural brasileiro.

Os adeptos do movimento literário almejavam alcançar a perfeição através do uso de


versos com métrica e rima, havia uma obsessão formal nas produções assim como a
preferência pelo uso da ordem indireta. O modelo clássico de composição, muitas vezes com
versos decassílabos, eram os preferidos pelos escritores. O soneto, estrutura de poema com
contornos rígidos, era uma das formas mais escolhidas entre os parnasianos.

O perfeccionismo era um elemento chave para o sucesso do poema, assim como a


riqueza de vocabulário que procura ilustrar o belo, o sublime e a natureza.

Precisão, clareza e objetividade eram nortes muitos caros aos poetas, assim como a
atitude de observação do mundo ao redor e a total impassibilidade e controle emocional, uma
contenção total. Essa foi claramente uma reação contra o romantismo, movimento que o
antecedeu.

O lirismo objetivo, como assim o chamavam, preconizava uma poesia descritiva do


real, e não analítica.

Embora os poetas parnasianos brasileiros fossem adeptos do descritivismo e do


princípio de lapidação formal dos poemas, frequentemente abriram espaço para a expressão
mais subjetiva dos sentimentos – o que os aproximou, em muitos casos, dos poetas
românticos – e para o sensorialismo, que veio a se desdobrar no movimento simbolista.

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