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Monitoria em Língua Portuguesa Leia o texto abaixo.

3º anos A, B, C e D
Impressões
Leia o texto abaixo.
Ao cruzar a porta você chega à uma sala. Ela é
Massa boa é massa fresca ampla e mal iluminada, uns 10x10 metros, você não
consegue enxergar suas extremidades com clareza e
Os pais de um italianinho eram donos de uma pode notar alguns vultos de alguns entulhos encostados
trattoria no interior da Itália. Isso há décadas e décadas. no que você julga ser as paredes, em seu interior um
Comida simples, tradicional, lugar pequeno, pratos cheiro forte de mofo impregna todo o ambiente
deliciosos. Certa vez, enquanto o menino brincava no causando um mal-estar enorme, mais ainda é suportável,
balcão e seu pai assumia as caçarolas, um turista que ao fim dela, você pode ver um fio de luz pequeno no
degustava a massa viu um ratinho passar no salão. “O chão, vindo de um canto que você não pode enxergar
que é isso?”, exclamou o cliente. Sem reação e também perfeitamente, mas sabe que aquela fresta e aquela luz
surpreso, o italiano improvisou: “Essa é Suzi. Mora aqui são de uma porta, do outro lado, vozes baixas e uma
com a gente”. música suave pode ser notada. [...]
PORTUGAL, Rayane. Revista do Correio. Correio Braziliense. 18 jul. 2010. p. 28. Disponível em: <http://www.rpgonline.com.br/dicas_de_rpg.asp?id=591> .
Acesso em: 15 fev. 2012. Fragmento.

1- No trecho “... que degustava a massa...”, a palavra


3- A organização desse texto tem como base a
destacada refere-se a
A) a caracterização de um personagem.
A) menino.
B) a descrição de um ambiente.
B) pai.
C) a passagem do tempo cronológico.
C) turista.
D) o diálogo entre personagens.
D) ratinho.
E) o ponto de vista subjetivo.
E) italiano.
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Capítulo CXIX
Soneto de fidelidade Quero deixar aqui, entre parênteses, meia dúzia de
máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São
De tudo, ao meu amor serei atento bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto sem assunto: Suporta-se com paciência a cólica do
Que mesmo em face do maior encanto próximo.
Dele se encante mais meu pensamento. Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
Quero vivê-lo em cada vão momento Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto
E em seu louvor hei de espalhar meu canto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de
E rir meu riso e derramar meu pranto carruagem.
Ao seu pesar ou seu contentamento. Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.
E assim quando mais tarde me procure Não se compreende que um botocudo fure o beiço
Quem sabe a morte, angústia de quem vive para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é de
Quem sabe a solidão, fim de quem ama um joalheiro.
Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Não te irrites se te pagarem mal um benefício;
Que não seja imortal, posto que é chama antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.
Mas que seja infinito enquanto dure. ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Fragmento.
MORAES, Vinícius de. Antologia poética. Editora do Autor: Rio de
Janeiro, 4- No trecho “... para enfeitá-lo...” (5° parágrafo), o
1960. p. 96. pronome destacado substitui o termo
A) beiço.
2- No trecho “Quero vivê-lo em cada vão momento” (v.5), B) botocudo.
o pronome destacado refere-se a C) cocheiro.
A) amor. D) joalheiro.
B) zelo. E) pau.
C) encanto.
D) pensamento. Leia o texto abaixo e responda.
E) momento.
Dia do professor de anacolutos

Levantei-me, corri a pegar o giz, aqui está,


professor. Ele me olhou agradecido, o rosto cansado. Já
naquela época, o rosto cansado. Dava aulas em três O capitalismo, por seu lado, modelo econômico
escolas e ainda levava para casa uma maçaroca de provas dominante em nossa cultura, sem nenhuma cerimônia
para corrigir. empurra o cidadão para o consumo desnecessário, quer
O aluno preparava-se para sentar, ele, o olhar fino: ele queira ou não. A propaganda veiculada em todas as
– Aproveitando que o moço está de pé, me diga: mídias é um verdadeiro “canto da sereia”; suas melodias
sabe o que é um anacoluto? repetem continuamente o refrão: “comprar, comprar,
É o que dá a gente querer ser legal. comprar”.
Vai-se apanhar o giz do chão, e o professor vem e Juntam-se a isso o trânsito caótico, a saraivada
pergunta o que é anacoluto. Por que não pergunta cotidiana de más notícias estampadas nas manchetes e as
àquela turma que ficou rindo do bolso traseiro rasgado várias decepções que aparecem no dia a dia, e pronto:
das calças dele? como consequência, ficamos frágeis, repetitivos,
– Anacoluto... Anacoluto é... Anacoluto. desesperançados e perdemos muita energia vital.
– Pode se sentar. Vou explicar o que é anacoluto. Se de um lado a tecnologia parece estar a nosso
Muito obrigado por ter apanhado o giz do chão. Estou favor, pois cada vez mais encurta distâncias e agiliza a
ficando enferrujado. informação, de outro ela acelerou o ritmo da vida e nos
Agora era ele, no bar, tomando café. tornou reféns de seus inúmeros e reluzentes aparatos
– Lembra de mim, professor? que se renovam continuamente. E assim ficamos
Também estou de cabelos brancos. Menos que ele, brigando contra o... tempo!
claro. KAWALL, Tereza. Revista Planeta, Fevereiro de 2010, Ano 38, Edição 449, p. 60-
61. Fragmento.
Com o indicador da mão esquerda acerta o gancho
dos óculos no alto do nariz fino e cheio de pintas pretas e
6- No trecho “Juntam-se a isso...” (4° parágrafo), a
veiazinhas azuladas, me encara, deve estar folheando o
palavra destacada refere-se
livro de chamada, verificando um a um o rosto da
A) ao consumismo gerado pelo capitalismo.
cambada da segunda fila da classe.
B) ao trânsito caótico nas grandes cidades.
– Fui seu aluno, professor!
DIAFÉRIA, Lourenço. O imitador de gato. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2003.
C) às notícias ruins veiculadas pela mídia.
Fragmento. D) às necessidades vitais das pessoas.
E) às várias decepções do dia a dia.
5- A expressão destacada em “Estou ficando
enferrujado” (7° parágrafo), tem o mesmo sentido de
A) contrair doenças. Leia o texto abaixo.
B) estar preguiçoso. Atento Rapazote
C) ser descuidado.
D) ser esquecido. “Eram os primeiros anos do século passado, e aquele
E) ter limitações. agente dos correios, recém-chegado de Maceió, foi recebido
na cidade com admiração que misturava espanto e
Leia o texto abaixo. reverência, pois, de acordo com os comentários que logo
correram, tratava-se de pessoa de vasto conhecimento,
Resiliência
homem de muitas letras, um sábio. Por ser tudo isso,
A arte de dar a volta por cima certamente, não foi hostilizado por seu jeito esquisito de se
vestir e pela aparência amalucada que lhe davam os cabelos
“Aquilo que não me destrói me fortalece”, ensinava compridos sempre em desalinho. (...)
o filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche. Este poderia ser o A figura estranha trazia, também, ideias que iam
mote dos resilientes, aquelas pessoas que, além de muito além dos morros em redor da cidade. As discussões
pacientes, são determinadas, ousadas flexíveis diante dos na casa do Pão-sem-miolo despertavam interesse cada vez
embates da vida e, sobretudo, capazes de aceitar os maior entre a rapaziada, a maioria estudantes de um colégio
próprios erros e aprender com recém-fundado em
eles. Viçosa, o Internato Alagoano. Muitos não chegavam a
Sob a tirania implacável do relógio, nosso dia a dia compreender as explanações do mestre, mas insistiam, iam
exige grande desgaste de energia, muita competência e em frente, tomavam conhecimento de Coelho Neto, Aluísio
um número cada vez maior de habilidades. Sobreviver é Azevedo, depois Zola, Victor Hugo. (...)
tarefa difícil e complexa, sobretudo nos grandes centros Um dos mais atentos ouvintes de Mario Venâncio era um
urbanos, onde vivemos correndo de um lado para outro, rapazote de 12 anos chamado Graciliano Ramos.”
(Em, Audálio Dantas, O Chão de Graciliano. Tempo d’Imagem, 2007. In: Revista:
sobressaltados e estressados. Vivemos como aqueles Discutindo Literatura – Ano 3, nº 18. p. 36.
malabaristas de circo que, ofegantes, fazem girar vários
pratos simultaneamente, correndo de lá para cá, O “Atento Rapazote” de que fala o título desse texto é
impulsionando-os mais uma vez para que recuperem o A) Aluísio Azevedo.
movimento e não caiam ao chão. B) Coelho Neto.
C) Graciliano Ramos.
D) Mário Venâncio.
E) Victor Hugo.

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