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I NSTITUTO DE M ATEMÁTICA E E STATÍSTICA

U NIVERSIDADE DE S ÃO PAULO
MAT-2454 — C ÁLCULO D IFERENCIAL E I NTEGRAL II (E SCOLA P OLITÉCNICA )
P RIMEIRA L ISTA DE E XERCÍCIOS - P ROFESSOR : E QUIPE DE P ROFESSORES

1. P OLINÔMIO DE TAYLOR

1. Utilizando o polinômio de Taylor de ordem 2, calcule um valor aproximado e avalie o erro.



(a) 3 8, 2 (b) ln(1, 3) (c) sin(0, 1)

2. Mostre que: 3
x x2 x3
 
(a) |sin x − x | ≤ , ∀ x ∈ R. (b) 0 ≤ e x − 1 + x + < , ∀ x ∈ [0, 1]
3! 2 2

3
3. Determine o polinômio de Taylor de ordem 5 da função f ( x ) = x em torno de x0 = 1.

4. Determine P3 ( x ), o polinômio de Taylor de ordem 3 da função f ( x ) = 5 x em torno de x0 e dê a fórmula

para o erro E( x ) = f ( x ) − P3 ( x ). Use este polinômio com um x0 conveniente para avaliar 5 34 com erro
inferior a 5−2 · 2−15 .

5. (a) Seja n > 0 um inteiro ímpar. Mostre que


n −1
!
x 3 x 5 (− 1 ) 2 x n | x n +2 |
sin x − x − + +···+ ≤ , ∀ x ∈ R.

3! 5! n! ( n + 2) !

(b) Avalie sin 1 com erro inferior a 10−5 .

6. (a) Determine o polinômio de Taylor de ordem n da função f ( x ) = e x em torno de x0 = 0.


(b) Avalie e com erro, em módulo, inferior a 10−5 . 
2 4 6 2n x2 2n+2
(c) Mostre que e x − 1 + x2 + x2 + x3! + · · · + xn! ≤ e(nx+1)! , ∀ x ∈ R.
(d) Avalie e0,25 com erro inferior a 2−18 .
Z 1
2
(e) Avalie e x dx com erro inferior a 10−5 .
0

7. Seja f :] a, b[→ R uma função de classe C 2 e suponha que x0 ∈] a, b[ seja um ponto crítico de f . Mostre
que:
(a) se f 00 ( x0 ) > 0, então x0 é um ponto de mínimo local de f ;
(b) se f 00 ( x0 ) < 0, então x0 é um ponto de máximo local de f .

8. Seja f : R → R uma função derivável até quarta ordem tal que f (0) = 3, f 0 (0) = −2, f 00 (0) = 2 e

f 000 (0) = 4. Suponha que f (4) ( x ) = 1 + 144x4 , para todo x ∈ R. Obtenha uma aproximação com cinco
casas decimais para f (1/3) e determine o erro cometido nessa aproximação.
9. Sejam I um intervalo aberto e f : I → R uma função n vezes derivável em I, onde n ≥ 1. Suponha que
exista um polinômio

Q ( x ) = a n ( x − p ) n + a n −1 ( x − p ) n −1 + . . . + a 1 ( x − p ) + a 0

tal que
f ( x ) − Q( x )
lim = 0.
x→ p ( x − p)n
Deduza quem são os coeficientes de Q( x ).

1
10. Sejam f : R → R uma função infinitamente derivável, a um número real fixado e, para cada n ≥ 1, Pn
o polinômio de Taylor de ordem n de f em torno de x0 = a. Seja ainda En ( x ) = f ( x ) − Pn ( x ) o erro
cometido na aproximação de f ( x ) por Pn ( x ). Verifique se as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas.
Justifique.
(a) Pn é o único polinômio que satisfaz
f ( x ) − Pn ( x )
lim = 0.
x→a ( x − a)n
(b) Para todo n ≥ 1 temos
En+1 ( x ) ≤ En ( x ), ∀ x ∈ R.
(k)
(c) Se 1 ≤ k ≤ n, então f (k) ( a ) = Pn ( a).
(d) Se | f ( n + 1 ) ( x )( x − a) | ≤ 1, para todo x ∈ R, então
n + 1

1
| En ( x )| ≤ , ∀ x ∈ R.
( n + 1) !

11. Use o seguinte roteiro para provar que e é irracional.


(a) Use a Fórmula de Taylor com Resto de Lagrange para provar que, para cada número inteiro n ≥ 1,
temos
1 1 1
e = 1+ + +...+ + Rn ,
1! 2! n!
onde Rn satisfaz 0 < Rn < (n+3 1)! .
(b) Suponha, por absurdo, que e seja racional e escreva e = ba , onde a, b são inteiros positivos. Escolha
um número inteiro N tal que N > 3 e N > b. Use o item anterior para concluir que
a 1 1
= 1+1+ +...+ + RN .
b 2! N!
(c) Reescreva a igualdade acima para obter
N! N! N! N!
N!R N = a − 2N! − −...− − .
b 2! ( N − 1)! N!
(d) Mostre que cada termo do lado direito da igualdade acima é um número inteiro (aqui a desigualdade
N > b será crucial). Deduza que N!R N também é inteiro.
(e) Usando as desigualdades 0 < Rn < (n+3 1)! e N > 3, mostre que 0 < N!R N < 34 . Obtenha uma
contradição e conclua que e não pode ser racional.

2. C URVAS P LANAS
E XERCÍCIOS
1. Desenhe as imagens das seguintes curvas, indicando o sentido de percurso:
a. γ(t) = (1, t), t ∈ R; b. γ(t) = (cos2 t, sin t), 0 ≤ t ≤ 2π;
c. γ(t) = (sin t, sin2 t), t ∈ R d. γ(t) = (2 + cos t, 3 + 4 sin t), t ∈ [−π, π ]
e. γ(t) = ( 21 , 1 − t), t ∈ [−2, 0] f. γ(t) = (et cos t, et sin t), t ≥ 0

g. γ(t) = (sec t, tan t), t ∈] − π2 , π2 [ h. γ(t) = ( 2 cos t, 2 sin t), t ∈ R
i. γ(t) = (sin t, cos2 t + 2), t ∈ R j. γ(t) = (2 + e−t , 3 − et ), t ≥ 0

2. Esboce e parametrize cada conjunto C como uma curva:


a. C = ( x, y) ∈ R2 : x2 + y2 = 4, y ≥ − x e y ≥ x


b. C = ( x, y) ∈ R2 : xy = 1, x < 0 e y > −10



y2 ( x −1)2
c. C = ( x, y) ∈ R2 : 9 − 4 = 1 e y < 0


d. C = ( x, y) ∈ R2 : d ( x, y), r = d ( x, y), P , sendo P = (0, 3) e r a reta y = 4.


  

e. C = ( x, y) ∈ R2 : d ( x, y), P + d ( x, y), Q = 10 , sendo P = (2, 0) e Q = (−2, 0).


  

f. C = ( x, y) ∈ R2 : d ( x, y), P − d ( x, y), Q = 1, x > 0 , com P = (2, 0) e Q = (−2, 0).


  

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Observação 2.1. Para os três últimos itens consulte o texto sobre cônicas disponível no site
da disciplina, ou clicando diretamente aqui.

3. Mostre que a curva γ(t) = (cos t, sin t cos t), t ∈ R tem duas tangentes em (0, 0) e ache suas
equações. Faça um esboço da curva.
√ 2
4. Considere f ( x ) = 3 x .
a. Mostre que a função f não é derivável em x = 0.
b. Determine uma curva γ : R → R2 , derivável e cuja imagem seja igual ao gráfico de f .
c. Interprete geometricamente o fato de que f não é derivável em x = 0, mas a curva γ é
derivável em t0 , onde γ(t0 ) = (0, 0).

5. Sejam I um intervalo aberto de R e γ : I → R2 uma curva diferenciável. Mostre que, se


existe C ∈ R tal que kγ(t)k = C, para todo t ∈ I, então γ(t) é ortogonal a γ 0 (t), para todo
t ∈ I. Vale a recíproca? Interprete geometricamente.

6. Um barbante é enrolado ao redor de um círculo e então desenrolado, sendo mantido esti-


cado. A curva traçada pelo ponto P no final do barbante é chamada de involuta do círculo.
Se o círculo tiver raio r e centro O, a posição inicial de P for (r, 0), e se o parâmetro θ for
escolhido como na Figura 1(a), mostre que as equações paramétricas da involuta são:

x = r (cos θ + θ sin θ ) e y = r (sin θ − θ cos θ )

7. Uma circunferência de raio r rola sem escorregar ao longo do eixo Ox. Encontre equações
paramétricas para a curva descrita por um ponto P(θ ) da circunferência que se encontra
inicialmente no origem. (Esta curva é chamada de ciclóide, veja Figura 1(b).)

y
T y

P(θ ) P(θ )
θ
x
θ

x
( A ) Involuta ( B ) Ciclóide
do círculo

F IGURA 1. Exercícios 6 e 7

8. Considere as seguintes afirmações:


I. A imagem da curva γ1 (t) = (cos(2t), sin2 (t)), t ∈ R está contida em uma reta.
II. A imagem da curva γ2 (t) = (e2t , et ), t ∈ R é uma parábola.
III. A imagem da curva γ3 (t) = (et + e−t , et − e−t ), t ∈ R está contida em uma hipérbole.
São corretas apenas as afirmações

a. I; b. II; c. III; d. I e III; e. II e III.

9. Considere a curva γ : R → R2 dada por γ(t) = t2 cos(πt), t2 sin(πt) . Sabe-se que a ima-


gem de γ admite, no ponto (4, 0), dois vetores tangentes, unitários e com produto escalar
positivo. Determine o valor desse produto escalar.

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10. Considere a curva plana dada por
γ(t) = (sin(t) − sin(t) cos(t), sin2 (t) + cos(t)), t ∈ [0, 2π ].
a. Esboce a imagem da curva γ e o sentido do percurso. Sugestão: tente calcular em al-
guns pontos e ver se consegue visualizar a curva e o sentido do percurso, depois cheque
usando um aplicativo: desmos ou wolframalpha ou outro. O nome dessa curva é "cardi-
oide- você vai entender a razão!
b. O ponto mais à direita da curva é...
c. O ponto mais à esquerda da curva é....
d. O ponto mais alto da curva é...
e. O ponto mais baixo da curva é...
f. Quais das curvas abaixo têm a mesma imagem que a curva γ?
I. σ (t) = (sin2 (t) + cos(t), sin(t) − sin(t) cos(t)), t ∈ [0, 2π ].
II. β(t) = (sin(2t) − sin(2t) cos(2t), sin2 (2t) + cos(2t)), t ∈ [−π/2, π/2].
III. φ(t) = (cos(t) − sin(t) cos(t), cos2 (t) + sin(t)), t ∈ [0, 2π ].
√ √
IV. ζ (t) = (t − t 1 − t2 , t2 + 1 − t2 ), t ∈ [−1, 1].
g. Qual o ponto da curva γ mais próximo da origem? E o mais distante?
h. Determine todos os pontos da curva γ cuja reta tangente é paralela à reta x − y = 0. Dê
as equações dessas retas.

R ESPOSTAS

2 a. γ(t) = (2 cos t, 2 sin t), t ∈ [ π4 , 3π


4 ]; γ(π ) = (0, −1).
b. γ(t) = (t, t ), t ∈] − ∞, − 10 [;
1 1
f. As curvas dadas em II e III têm a
c. γ(t) = (1 + 2 tan t, 3 sec t), t ∈] π2 , 3π 2 [; mesma imagem que a curva γ. Para
d. γ(t) = (t, 2 (7 − t )), t ∈ R;
1 2 a curva dada em IV, temos Im (ζ ) $

e. γ(t) = (5 cos t, 21√ sin t), t ∈ [0, 2π [; Im (γ). A imagem da curva dada em
f. γ(t) = ( 2 sec t, 215 tan t), t ∈] −
1 I é uma rotação de π/2 da imagem da
π π
2 , 2 [.
curva γ.
3 y = x e y = − x. g. Os pontos mais distantes da origem
4 b. γ(t) = (t3 , t2 ) t ∈ R. são γ( π2 ) = (1, 1) e γ( 3π
2 ) = (−1, 1);
8 d. os pontos mais próximos da origem são
2 −1
9 π
π 2 +1
. γ(0) = (0, 1) e γ(π ) = (0, −1).
2π h. São 3 √pontos√ onde isso ocorre:
10 b. x (t) é máximo para t = 3 , o ponto é

γ( 2π ( 3 4 3 , 14 ). γ( π6 ) = ( 2−4 3 , 1+24
3
),
3 ) = √ √
2+ 3 1−2 3
c. x (t) é mínimo para t = 4π
3 , o ponto é γ( 5π
6 )= ( 4 , 4 ) e

3 3 1 3π
γ( 4π
3 ) = (− 4 , 4 ).
γ( 2 ) = (−1, 1); logo as equações (ve-
d. y(t) é máximo para t = π toriais)
√ das√retas são:
3 √ou t =
2− 3 1+2 3

γ( π3 ) = ( 43 , 54 ) e ( 4 , 4 ) + λ(1, 1), λ ∈ R,
3 , os pontos

são √ √
5π 3 5
γ( 3 ) = (− 4 , 4 ) ( 2+4 3 , 1−24 3 ) + λ(1, 1), λ ∈ R
e. y(t) é mínimo para t = π, o ponto é e (−1, 1) + λ(1, 1), λ ∈ R.

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