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EI COMPLEMENTAR Nº 3695, DE 23 DE FEVEREIRO DE

2015.

"Institui o Código Municipal do Meio


Ambiente no Município de
Cosmópolis".

A CÂMARA MUNICIPAL DE COSMÓPOLIS aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono e


promulgo a seguinte Lei Complementar:

Capítulo I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º Este
Código regula os direitos e obrigações concernentes à proteção, controle,
conservação e recuperação do meio ambiente no Município de Cosmópolis.

Art. 2º A
política do meio ambiente do Município, respeitadas as competências da União e
do Estado, objetiva manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de promover sua proteção, controle, conservação e recuperação para
as presentes e futuras gerações.

Art. 3º Para
elaboração, implementação e acompanhamento crítico da política de meio
ambiente do Município serão observados os seguintes princípios fundamentais:

I - multidisciplinariedade no trato das questões ambientais;

II - participação comunitária, garantindo-se a paridade entre o Poder Público e a sociedade


civil organizada;

III - compatibilização com as políticas do meio ambiente nacional e estadual;

IV - unidade na política e na sua gestão, sem prejuízo da descentralização das ações;

V - compatibilização entre as políticas setoriais e demais ações;

VI - continuidade, no tempo e no espaço, das ações básicas de gestão ambiental;

VII - estabelecimento de diretrizes específicas para o gerenciamento dos recursos hídricos


do Município, através de uma política complementar às políticas nacional e estadual de
recursos hídricos e de planos de uso e ocupação das bacias hidrográficas;

VIII - prevalência do interesse público;


IX - a obrigatoriedade de reparação do dano ambiental independente de outras sanções
civis ou penais;

X - adoção de licenciamento e da avaliação de impactos ambientais de empreendimentos


como medidas preventivas;

XI - educação ambiental;

XII - fiscalização permanente para adoção de medidas corretivas e punitivas;

XIII - a função social, econômica e ambiental da propriedade;

XIV - o desenvolvimento sustentável;

XV - consideração da bacia hidrográfica, como unidade básica do planejamento do uso, da


conservação e da recuperação dos recursos naturais.

Capítulo II
DO INTERESSE LOCAL

Art. 4º Para
o cumprimento do disposto no artigo 30 da Constituição Federal, considera-se,
no que concerne ao Meio Ambiente, como de interesse local:

I - o estímulo cultural à adoção de hábitos, costumes, posturas e práticas sociais e


econômicas não prejudiciais ao meio ambiente;

II - a adequação das atividades públicas e privadas, rurais e urbanas, às imposições do


equilíbrio ambiental e dos ecossistemas naturais onde se inserem;

III - a adoção, no Plano Diretor do Município, de normas relativas ao desenvolvimento


urbano e rural que levem em conta a proteção ambiental;

IV - a ação na defesa e proteção ambiental no âmbito da região de Cosmópolis, em acordo,


convênio e em consórcio com órgãos e Municípios;

V - o controle dos níveis de poluição atmosférica, hídrica, sonora, visual e do solo,


mantendo-os dentro dos padrões técnicos estabelecidos pelas normas vigentes;

VI - o cumprimento de normas federais e estaduais de segurança, e o estabelecimento de


normas complementares, no tocante ao uso, armazenamento, transporte, manipulação e
destino final de produtos, materiais e rejeitos nocivos e perigosos;

VII - a criação, manutenção e recuperação de unidades de conservação da natureza e meio


ambiente;

VIII - o exercício do poder de polícia em defesa do meio ambiente;

IX - a preservação e a recuperação dos mananciais hidrográficos e da vegetação ciliar e


nativa;

X - a garantia de crescentes níveis de saúde ambiental;

XI - a proteção do patrimônio artístico, histórico, estético, arqueológico, paleontológico,


espeleológico, paisagístico, de lazer e ecológico do Município;

XII - a participação na implantação e no monitoramento de atividades utilizadoras de


tecnologia nuclear e qualquer de suas formas e manifestações, controlando o uso,
armazenagem, transporte e destino de resíduos e garantindo medidas de proteção à
população envolvida, respeitadas as normas federais;

XIII - a exigência de prévia autorização do órgão ambiental municipal, no que lhe compete
por Lei, e autorização legislativa para a instalação de atividades antrópicas que, de
qualquer modo, influenciem negativamente na qualidade ambiental;

XIV - o incentivo dos estudos objetivando o diagnóstico e a solução de problemas


ambientais, bem como a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, processos, modelos e
sistema de significativo interesse ecológico;

XV - o estabelecimento de critérios de arborização e a utilização de métodos e normas de


poda que evitem a mutilação das árvores no aspecto vital e estético.

Capítulo III
DA COMPETÊNCIA E DA AÇÃO DO MUNICÍPIO DE COSMÓPOLIS

Art. 5º Ao Município


de Cosmópolis, no exercício de sua competência incumbe mobilizar e
coordenar suas ações e recursos humanos, financeiros, materiais, técnicos e científicos,
bem como a participação da população, na consecução dos objetivos e interesses
estabelecidos nesta Lei Complementar, devendo:

I - planejar e desenvolver ações de autorização, promoção, proteção, conservação,


preservação, recuperação, restauração, reparação, vigilância e melhoria da qualidade
ambiental;

II - definir e controlar a ocupação e uso dos espaços territoriais, de acordo com a legislação
Federal, Estadual e Municipal pertinentes;

III - coordenar qualquer uso das águas, inclusive das subterrâneas, levando em
consideração a política de seus usos múltiplos, respeitadas as demais competências;

IV - definir áreas prioritárias de ação governamental relativas ao meio ambiente, visando a


preservação e melhoria da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;

V - identificar, criar e administrar unidades de conservação e de outras áreas para


proteção de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna, recursos genéticos e outros
bens e interesses ecológicos, estabelecendo normas de sua competência a serem
observadas nestas áreas;
VI - estabelecer diretrizes específicas para a proteção da mananciais hídricos, através de
planos de uso e ocupação de áreas de drenagem de bacias e sub-bacias hidrográficas;

VII - estabelecer normas e padrões complementares de qualidade ambiental, aferição e


monitoramento dos níveis de poluição e contaminação atmosférica, hídrica, acústica, do
solo e visual, dentre outros;

VIII - fixar para os usuários de recursos naturais normas de automonitoramento, padrões


de emissão e condições de lançamento relativo aos resíduos e efluentes de qualquer
natureza;

IX - conceder licenças, autorizações e fixar limitações administrativas relativas ao meio


ambiente;

X - implantar e operar sistema de cadastro, informação e monitoramento ambiental;

XI - promover a conscientização pública para a proteção do meio ambiente e educação


ambiental como processo permanente, integrado e multidisciplinar, em todos os níveis de
ensino;

XII - fomentar e incentivar o desenvolvimento, a produção e instalação de equipamentos e


a criação, absorção e difusão de tecnologias compatíveis com a melhoria da qualidade
ambiental;

XIII - garantir a participação comunitária no planejamento, execução e vigilância das


atividades que visem a proteção, manutenção, recuperação e melhoria de qualidade
ambiental;

XIV - regulamentar e controlar o uso, o transporte e o destino de produtos nocivos e


perigosos ao meio ambiente e suas embalagens;

XV - incentivar, colaborar e participar de planos e ações de interesse ambiental em nível


federal, estadual e regional através de ações comuns, acordo, consórcios e convênios;

XVI - executar outras medidas consideradas essenciais à conquista e manutenção de


melhores níveis de qualidade ambiental;

XVII - garantir aos cidadãos o livre acesso às informações e dados sobre as questões
ambientais do Município;

XVIII - firmar convênio com órgãos públicos ou privados, visando a cooperação técnica,
científica e administrativa nas atividades de proteção ao meio ambiente.

Capítulo IV
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE

Art. 6º São instrumentos da política do Meio Ambiente de Cosmópolis:


I - o estabelecimento de normas, padrões, critérios e parâmetros complementares de
qualidades ambiental;

II - o zoneamento ambiental;

III - o licenciamento, a interdição e a suspensão de atividades potencialmente poluidoras,


de acordo com as normas dos órgãos licenciadores competentes;

IV - as penalidades disciplinares e compensatórias impostas ao não cumprimento das


medidas necessárias à preservação ou correção de degradação ambiental;

V - o estabelecimento de incentivos com vistas à produção e instalação de equipamentos e


a criação ou absorção de tecnologia voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

VI - o sistema de cadastro, informação e monitoramento ambiental;

VII - a cobrança de contribuição de melhoria ambiental;

VIII - o relatório anual ambiental do Município;

IX - o estudo e o relatório de impacto ambiental e análise de risco;

X - a criação, a preservação e a recuperação de unidades de conservação da natureza e do


meio ambiente;

XI - a educação ambiental;

XII - a pesquisa, como forma de estudo e registro da biodiversidade, do ambiente e da


ecologia política e social do Município;

XIII - o cadastro técnico atualizado dos sítios arqueológicos e paleontológicos existentes no


Município;

XIV - o estabelecimento de incentivos com vistas a preservação de espécies e ecossistemas


naturais de interesse ecológico.

Capítulo V
DO USO DO SOLO

Art. 7º Na
análise de projetos de uso, ocupação e parcelamento do solo, o Poder Público, no
âmbito de sua competência, deve manifestar-se, dentre outros, necessariamente nos
seguintes aspectos:

I - usos propostos, densidade de ocupação, desempenho do assentamento e


acessibilidade;

II - reserva de áreas verdes e proteção de interesses arquitetônicos, urbanísticos,


paisagísticos, históricos, arqueológicos, culturais, espeleológicos e ecológicos;

III - utilização de áreas urbanas com declividade igual ou superior a 30% (trinta por
cento),bem como de terrenos alagadiços ou sujeitos a inundações;

IV - saneamento de áreas já aterradas, com material nocivo à saúde;

V - ocupação de áreas onde o nível de poluição local impeça condições sanitárias mínimas;

VI - proteção do solo, da fauna, de cobertura vegetal e das águas superficiais,


subterrâneas, fluentes, emergentes e reservadas;

VII - sistema de abastecimento de água;

VIII - coleta, tratamento e disposição final de esgotos e resíduos sólidos;

IX - viabilidade geotécnica, quando o projeto atingir áreas de risco geológico, assim


definidas pelo órgão competente.

Capítulo VI
DA POLUIÇÃO DO SOLO

Art. 8º É
proibido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular no solo,
resíduos em qualquer estado de matéria, de natureza poluente, sem prévia autorização do
órgão ambiental competente.

Art. 9º O
solo somente pode ser utilizado para destino final de resíduos poluentes de
qualquer natureza se sua disposição for feita de forma adequada, estabelecida em
projetos específicos, inclusive de transporte, aprovado pelo órgão ambiental competente,
vedando-se a simples descarga ou depósito, seja em propriedade pública ou particular.

§ 1º Quando a disposição final, mencionada neste artigo, exigir a execução de aterros


sanitários, devem ser tomadas medidas adequadas para a proteção das águas superficiais
e subterrâneas, obedecendo normas expedidas pelo órgão municipal competente
.
§ 2º Toda e qualquer disposição de resíduo não inerte no solo deverá possuir sistema de
monitoramento das águas subterrâneas.

Art. 10 Os
resíduos de produtos químicos, farmacêuticos, radioativos e de reativos
biológicos, devem receber tratamento que eliminem riscos ambientais antes de lhes ser
dada a destinação final.

Art. 11 O
tratamento, quando for o caso, o transporte e a disposição final de resíduos de
qualquer natureza oriundos de estabelecimentos industriais, comerciais, agropecuários ou
de prestação de serviços, devem ser feitos pela própria fonte poluidora e às suas custas.

§ 1º A execução, pelo Município, dos serviços mencionados neste artigo, não eximem de
responsabilidade a fonte de poluição, quanto a eventual transgressão de dispositivos desta
Lei Complementar.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos lodos digeridos ou não, aos efluentes de
sistemas de tratamento de resíduos e de outros materiais.

§ 3º A disposição final dos resíduos da qual trata este artigo, somente poderá ser feita em
locais aprovados pelo Poder Público.

Art. 12 Os
resíduos de qualquer natureza, portadores de agentes patogênicos ou de alta
toxicidade, bem como inflamáveis, explosivos, radioativos e outros assemelhados, deverão
sofrer, antes de sua disposição final no solo, tratamento e/ou acondicionamento
adequados, estabelecidos através de projetos específicos, que atendam aos requisitos de
proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

§ 1º Os resíduos portadores de agentes patogênicos oriundos de clínicas médicas,


laboratórios de análises, instituto médico legal, órgãos de pesquisa e congêneres, devem
ser acondicionados, transportados, tratados e destinados de acordo com o que dispõe a
legislação vigente.

§ 2º Os resíduos animais potencialmente portadores de enfermidades infecto contagiosas,


bem como animais mortos, devem ser coletados separadamente dos demais resíduos,
submetidos a imediato tratamento adequado e acondicionados em recipientes
apropriados até a posterior destinação final dos resíduos de que trata este artigo.

Capítulo VII
DA POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

Art. 13 A
classificação das águas interiores situadas no território do Município, para os
efeitos deste Código, é aquela adotada pela correspondente resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA e, no que couber, pela legislação estadual.

Art. 14 Éproibido o lançamento, direto ou indireto, em corpos d`água de qualquer resíduos


sólido, líquido ou pastoso em desacordo com os parâmetros definidos na resolução do
CONAMA e legislação estadual.

Art. 15 Todo
e qualquer estabelecimento industrial, agropecuário ou de prestação de
serviços gerador de efluente potencialmente poluidor, deve possuir sistema de
tratamento de efluentes cujo projeto deve ser aprovado pelo órgão competente do Poder
Público.

Art. 16 A
construção de unidades industriais, de serviços e de estruturas ou de depósitos de
armazenagem de substâncias capazes de causar riscos aos recursos hídricos, devem
localizar-se à uma distância mínima de 200(duzentos) metros dos corpos d`água, dotados
de dispositivos de segurança e prevenção de acidentes.

§ 1º Verificada a impossibilidade técnica de ser mantida a distância de que trata este


artigo, o projeto deve prever a instalação de estruturas de depósito ou de remoção dos
poluentes e tratamento final, podendo, então, ser aprovado pelo órgão competente do
Poder Público.

§ 2º Empresa, instituição ou estabelecimento agropecuário já instalado, deve adequar-se


às exigências dentro do prazo de 12(doze) meses, a contar da data da aprovação desta Lei
Complementar.

Art. 17 Ospadrões de qualidade das águas e as concentrações de poluentes ficam restritos


até ulterior regulamentação municipal, aos termos e parâmetros estabelecidos pelo
CONAMA e pela legislação estadual.

Art. 18 Fica
conferido ao Poder Público Municipal o gerenciamento qualitativo e
quantitativo dos recursos hídricos do Município, respeitadas as demais competências.

Parágrafo único. O gerenciamento de que trata este artigo, relativamente aos rios
intermunicipais, no território cosmopolense, compete ao Poder Público Municipal.

Capítulo VIII
DA POLUIÇÃO DO AR

Art. 19 É
proibida a queima ao ar livre de resíduos sólidos, líquidos ou de qualquer outro
material que cause degradação da qualidade ambiental, na forma estabelecida nesta Lei
Complementar.

Art. 20 A
instalação de incineradores de lixo dependerá de prévia aprovação de projeto
técnico e plano de funcionamento pelo órgão competente do Poder Público Municipal.

Parágrafo único. A incineração de resíduos de serviços de saúde, bem como de resíduos


industriais, fica condicionada à aprovação do órgão competente do Poder Público
Municipal e dos demais órgãos municipais, estaduais e federais competentes, assim como
o respectivo Estudo de Impacto Ambiental - EIA.

Art. 21 Ospadrões de qualidade do ar e as concentrações de poluentes atmosféricos ficam


restritos, até ulterior regulamentação municipal, aos termos e parâmetros estabelecidos
pela legislação federal e estadual.

Art. 22 É
proibida a emissão de material particulado (fumaça) por fontes estacionárias, com
densidade colorimétrica superior ao padrão 1(um) da escala de Ringelmann, salvo
fornalha:

I - por um inço período de 15(quinze) minutos por dia, para operação de aquecimento de
fornalha;

II - por 3(três) minutos, consecutivos ou não, em uma hora, em qualquer fase de operação.

Art. 23 É
proibida a emissão de fumaça por veículos automotores acima de padrão
estabelecido pelos órgãos ambientais competentes.

Art. 24 A aviação agrícola com fins de controle fitossanitário, é permitida mediante a
observação dos seguintes parâmetros e requisitos, sendo responsável o contratante do
serviço:

I - a aplicação de qualquer substância atóxica é permitida, devendo, porém, ser informado


o órgão competente do Poder Público Municipal;

II - é proibida a aplicação por avião, de agrotóxicos de classificação toxicológica I;

III - agrotóxicos de classificação toxicológico II, III e IV podem ser aplicados mediante
prévia comunicação ao órgão competente do Poder Público Municipal, desde que tenham
receituário agronômico e sejam supervisionados por técnico responsável;

IV - a aplicação de agrotóxicos só pode ser feita na ausência de ventos e desde que a


temperatura seja inferior a 30(trinta) graus centígrados;

V - a responsabilidade residual por qualquer malefício oriundo da aplicação de produtos


por avião, será do aplicador.

Capítulo IX
DA POLUIÇÃO SONORA

Art. 25 Considera-sepoluição sonora a emissão de sons, ruídos e vibrações em decorrência


de atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços, domésticas, sociais, de
trânsito e de obras pública ou privadas que causem desconforto ou excedam os limites
estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, pelas posturas
municipais, pelas resoluções do CONAMA e demais dispositivos legais em vigor, no
interesse da saúde, da segurança e do sossego público.

Art. 26 A
emissão de sons, ruídos e vibrações produzidos por veículos automotores, e os
produzidos nos interiores dos ambientes de trabalho, obedecerão as normas expedidas,
respectivamente, pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN e pelo Ministério do
Trabalho.

Art. 27 As
medições devem ser efetuadas com aparelho medidor de nível de som que
atenda as recomendações da ABNT.

Capítulo X
DA POLUIÇÃO RURAL

Art. 28 Considera-se
dano ambiental de natureza rural todos os efeitos adversos ao meio
ambiente, decorrentes da prática de atividades rurais, tais como:

I - contaminação do solo, das águas, dos produtos agropecuários, das pessoas e dos
animais, devido ao uso e manipulação inadequados de agrotóxicos, fertilizantes ou
produtos químicos;

II - disposição de embalagens de agrotóxicos sobre o solo e/ou água após o uso, deixando
de fazer a entrega ao sistema de coleta de resíduos rurais;

III - lavagem de recipientes, utensílios e máquinas contaminadas com agrotóxicos, com


disposição das águas contaminadas em rios, lagos ou sobre o solo em concentração fora
dos padrões estabelecidos pela legislação;

IV - disposição de resíduos orgânicos de animais, particularmente suínos, sobre o solo e/ou


água, exceto através de técnicas adequadas aprovadas pelo órgão competente do Poder
Público Municipal;

V - conduzir as águas pluviais provenientes de estradas ou de propriedade contígua, sem o


devido cuidado, diretamente para as propriedades rurais, causando assoreamento ou
erosão;

VI - disposição de resíduos potencialmente poluidores provenientes de atividades de


processamento ou industrialização, sem prévia autorização do órgão competente.

Art. 29 O
Poder Público Municipal articulado com órgãos estaduais e federais, desenvolverá
programas de extensão rural e conscientização específicos para o controle dos danos
ambientais de natureza rural.

Capítulo XI
SANEAMENTO BÁSICO

Art. 30 A
promoção de medidas de saneamento básico residencial, comercial e industrial,
essenciais à proteção do meio ambiente, constitui obrigação do Poder Público, cabendo-
lhe, no exercício da atividade, cumprir determinações legais regulamentares, bem como
atender às recomendações, vedações e interdições ditadas pelas autoridades ambientais e
sanitárias competentes.

Art. 31 O
Poder Público Municipal garante o acesso público ao registro permanente de
informações sobre a qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento público.

Art. 32 É
obrigação do proprietário ou do usuário do imóvel a execução de adequadas
instalações domiciliares de abastecimento, armazenamento, distribuição e esgotamento
de água, cabendo-lhes a necessária conservação.

Art. 33 Os
esgotos sanitários devem ser coletados, tratados e receber destinação adequada,
de forma a evitar-se contaminação de qualquer natureza.

Art. 34 No
Município são instalados pelo Poder Público, diretamente, estações de
tratamento, elevatórias, rede coletora e emissários de esgotos sanitários.

Art. 35 É
obrigatória a existência de instalações sanitárias adequadas às normas legais nas
edificações e a sua ligação à rede pública coletora.

§ 1º Quando não existir rede coletora de esgoto, as medidas adequadas ficam sujeitas à
aprovação do órgão competente do Poder Público Municipal, sem prejuízo das
competências de outros órgãos, que fiscaliza a sua execução e manutenção, sendo vedado
o lançamento de esgotos "in natura" a céu aberto ou na rede de águas pluviais.

§ 2º O órgão competente do Poder Público faz as ligações de prédios servidos pela rede
coletora de esgotos sanitários, lançando os valores à conta do beneficiário.

Art. 36 A
coleta, o transporte, tratamento e disposição final do lixo processar-se-ão em
condições que não tragam malefícios ou inconvenientes à saúde, ao bem estar público ou
ao meio ambiente.

Parágrafo único. Esses serviços referentes ao lixo podem ser executados diretamente pelo
Poder Público; por meio de convênio com outras esferas governamentais; por consórcio
com outros Municípios; por concessão/permissão ou por contratação de empresa, desde
que atendendo às normas vigentes na legislação.

Art. 37 Fica expressamente proibido:

I - deposição indiscriminada de lixo em locais inapropriados, tanto em áreas urbanas como


rurais;

II - a queima e a disposição final de lixo a céu aberto;

III - o lançamento de lixo em água de superfície, sistemas de drenagem de águas pluviais,


poços, cacimbas e áreas erodidas.

Parágrafo único. É obrigatória a desinfecção e/ou incineração do lixo de serviços de saúde,


bem como sua adequada embalagem, coleta e transporte, sempre obedecidas as normas
técnicas pertinentes.

Capítulo XII
DOS RESÍDUOS PERIGOSOS E TÓXICOS

Art. 38 A
geração, coleta, utilização, manuseio, armazenamento e destinação final de
substâncias, produtos, objetos ou rejeitos perigosos ou tóxicos devem ser realizadas com
todas as precauções para que não afetem o meio ambiente e a saúde.

Parágrafo único. O Poder Público Municipal estabelece diretrizes, regulamentação


específica e elabora cronograma quinquenal para a implantação de reciclagem e
recuperação de resíduos perigosos e tóxicos, a ser aprovado pelo Conselho Municipal de
Meio Ambiente.

Capítulo XIII
DA PROTEÇÃO DA FLORA

Art. 39 As
florestas e as demais formas de vegetação existentes no território municipal,
reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os
habitantes, exercendo-se o direito de propriedade com as limitações que a legislação em
geral e, especialmente, esta Lei Complementar estabelecem.

Art. 40 Consideram-se de preservação permanente todas as formas de vegetação nativa


situadas:

I - ao longo de rios ou qualquer curso d`água desde o seu nível mais alto em sua calha
natural, em faixas marginais, cuja largura mínima será de:

a) 30 (trinta) metros para os cursos d`água com menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros para os cursos d`água que tenham de 10(dez) metros a
50(cinquenta metros de largura;
c) 100 (cem) metros para os cursos d`água que tenham mais de 50 (cinquenta) metros de
largura;

II - na faixa marginal de 30 (trinta) metros de largura contados desde o nível mais alto do
corpo hídrico, ao redor de lagos, lagoas ou reservatórios de água, naturais ou artificiais;

III - na faixa marginal de 50 (cinquenta) metros de largura ao redor de nascentes ou olhos


d`água;

IV - no topo de morros ou montes;

V - nas áreas de aeródromos;

VI - nas áreas de banhados e alagados;

VII - nas encostas ou parte destas, com declividade superior a 100% (cem por cento).

§ 1º O acesso a corpos d`água protegidos por este artigo e seu uso eventual e específico,
será autorizado, mediante a apresentação de projeto detalhado e/ou estudo de impacto
ambiental, a critério do órgão competente do Poder Público Municipal.

§ 2º Para a definição das áreas de preservação permanente, estabelecidas neste artigo,


como por exemplo, morros, nascentes e banhados, são adotados os conceitos
estabelecidos por legislação correspondente.

§ 3º São considerados como áreas de preservação permanente as formações vegetais e


pedológicas associadas aos sítios arqueológicos, cujo manejo deve obedecer a critérios
técnicos, visando à conservação de tal patrimônio.

Art. 41 A
supressão, total ou parcial, de vegetação em área de preservação permanente e de
interesse especial, só é autorizada, mediante comprovação em procedimento
administrativo próprio, nos seguintes casos:

I - utilidade pública;

II - interesse social;

III - inexistência de alternativas, técnica ou economicamente, viáveis.


§ 1º A supressão da vegetação de preservação permanente protetora de nascentes
somente pode ser autorizada em casos de utilidade pública.

§ 2º O órgão competente do Poder Público Municipal pode autorizar a supressão eventual


e de baixo impacto ambiental da vegetação de preservação permanente para a realização
de construções, abertura de estradas e canais de derivação de água e instalação de
máquinas e equipamentos integrantes de sistema de exploração de atividade produtiva.

§ 3º O órgão competente do Poder Público Municipal indicará, previamente à emissão da


autorização para a supressão de vegetação de preservação permanente, as medidas
mitigadoras ou compensatórias que devem ser adotadas pelo empreendedor.

§ 4º Os empreendimentos de pequeno porte recebem tratamento diferenciado para a


regularização prevista, o qual compreende isenções de taxas e emolumentos relativos a
vistorias, elaboração e análise de projetos ou propostas técnicas, bem como sobre o
acompanhamento e orientações de caráter técnico por parte do órgão ambiental
competente.

§ 5º As áreas de preservação permanente urbanas podem ser exploradas conforme


determinação do Plano Diretor do Município de Cosmópolis.

Art. 42 Fica
proibida a confecção, comercialização e transporte de balões com tocha de fogo
e a prática de soltá-los, capazes de provocar incêndios.

Art. 43 Áreas
com a presença de pinheiro brasileiro (araucária angustifólia) podem ser
objeto de exploração para uso direto na propriedade, mediante a apresentação de projeto
técnico, obedecidas normas que garantam a sustentabilidade da espécie.

Art. 44 As
empresas consumidoras de carvão vegetal, lenha ou outra matéria prima vegetal
são obrigadas a manter florestas próprias para exploração racional ou a formar,
diretamente ou por intermédio de empreendimentos dos quais participem, destinadas ao
seu suprimento.

Art. 45 É
proibido o uso de queimadas nas florestas, campo nativo e nas demais formas de
vegetação.

Parágrafo único. Excepcionalmente, para o campo nativo, mediante prévia autorização,


em condições tecnicamente recomendadas, pode ser realizada a queimada.

Art. 46 A
implantação e exploração de florestas e de formações sucessoras, tanto de
domínio público como de domínio privado, depende da aprovação do órgão competente
do Poder Público Municipal, bem como de adoção de técnicas de condução, exploração,
reposição florestas e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura
arbórea forma.

Parágrafo único. No caso de reposição florestal devem ser priorizados os projetos que
contemplem a utilização de espécies nativas.
Art. 47 As
empresas de beneficiamento de madeiras devem apresentar ao órgão
competente do Poder Público Municipal os respectivos projetos e o registro do seu
cadastro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA.

Art. 48 A
Prefeitura Municipal de Cosmópolis criará mecanismos de defesa dos atributos
excepcionais da natureza, conciliando a proteção da flora, da fauna e das belezas naturais
com a utilização para objetivos educacionais, recreativos, científicos e para o turismo
ecológico.

Art. 49 O
Poder Público Municipal promoverá, direta ou indiretamente, o reflorestamento
com fim ecológico em área degradadas, objetivando especialmente a proteção das
encostas e dos recursos hídricos, bem como a consecução de índices razoáveis de
cobertura vegetal, de acordo com a legislação vigente.

Parágrafo único. Identificado o autor do dano ambiental, o mesmo sofrerá as sanções


previstas, bem como será responsabilizado pela recuperação.

Art. 50 O
Poder Público Municipal incentivará tecnicamente reflorestamentos de espécies
nativas, podendo manter, para tal objetivo, viveiros próprios ou conveniados para a
produção de mudas que também suprirão demandas da população interessada.

Art. 51 O
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente depende da
elaboração de Estudo de Impacto Ambiental - EIA e o respectivo Relatório de Impacto
Ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão competente do Poder
Público Municipal, sem prejuízo do atendimento, em caráter supletivo, das demais
obrigações perante órgãos estaduais e federais:

I - exploração econômica de madeira ou lenha em povoamentos florestais nativos, em


área acima de 5(cinco) hectares ou em área menor, quando a exploração se revelar
significativa, em termos percentuais, relativamente à superfície do imóvel ou revestir-se
de importância do ponto de vista ambiental;

II - projetos urbanísticos que envolvam área maior que 25 (vinte e cinco) hectares ou em
áreas de relevante interesse ambiental, a critério dos órgãos competentes;

III - qualquer atividade que utilize carvão vegetal em quantidade superior a 2 (duas)
toneladas por dia;

IV - as demais atividades e condições estabelecidas pelo CONAMA e normas


complementares.

Parágrafo único. Ao determinar a execução do EIA e do RIMA, o órgão competente do


Poder Público Municipal fixa diretrizes adicionais que, pelas particularidades do projeto e
características ambientais da área, forem julgadas necessárias, inclusive os prazos para a
conclusão e análise dos estudos.

Art. 52 Emáreas de preservação permanente, a implantação de florestamentos e de


reflorestamentos somente pode ser realizada com espécies nativas e com fins ecológicos.
Capítulo XIV
DA PROTEÇÃO DA FAUNA

Art. 53 Acham-se sob a proteção do Poder Público os animais de qualquer espécie, em


qualquer fase de seu desenvolvimento, que vivam fora do cativeiro, constituindo a fauna
silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, sendo proibida sua
utilização, perseguição, caça ou apanha, salvo em condições autorizadas por lei.

Art. 54 É proibida a prática de maus tratos em animais, considerando-se como tal:

I - praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal;

II - manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o


movimento, o descanso ou os privem de ar ou luz;

III - adestrar animais com maus tratos físicos.

Art. 55 As
pessoas físicas ou jurídicas que transportem, negociem ou capturem animais
silvestres ou seus produtos devem possuir o competente registro no órgão competente do
Poder Público Municipal.

Capítulo XV
DA ATIVIDADE PESQUEIRA

Art. 56 Para
os efeitos desta Lei Complementar define-se por pesca todos os atos tendentes
a capturar ou extrair elementos animais ou vegetais que tenham na água seu normal ou
mais frequente meio de vida.

Art. 57 A atividade pesqueira pode efetuar-se:

I - com fins comerciais, quando por finalidade realizar atos de comércio na forma da
legislação em vigor;

II - com fins desportivos ou de lazer, quando praticada com caniço, linha de mão,
aparelhos de mergulho ou com quaisquer outros permitidos pela autoridade competente
e que, em nenhuma hipótese, venha a importar em atividade comercial;

III - com fins científicos, quando exercida unicamente com vistas à pesquisa.

Art. 58 São
de domínio público todos os animais e vegetais que se encontrem nas águas
dominiais.

Art. 59 A
pesca pode ser exercida, obedecidos os atos emanados do órgão competente da
Administração Pública.

§ 1º A relação das espécies, seus tamanhos mínimos e épocas de proteção são fixadas
pelas autoridades competentes.

§ 2º A pesca pode ser proibida, temporária ou permanentemente, mesmo em águas


localizadas em propriedade particular.

§ 3º Nas águas localizadas em propriedade particular, a pesca requer o consentimento


expresso ou tácito do proprietário.

Art. 60 É
proibida a importação ou exportação de quaisquer espécies aquáticas, em
qualquer estágio de evolução, bem como a introdução de espécies exóticas nas águas
interiores, sem autorização do órgão competente.

Art. 61 É proibido pescar:

I - nos lugares e épocas interditados pelo órgão competente;

II - com dinamite ou outros explosivos comuns ou com substâncias que, em contato com a
água, possam agir de forma explosiva;

III - com substâncias tóxicas;

IV - a menos de 500 m( quinhentos metros) das saídas de esgotos;

V - em águas poluídas;

VI - em cursos d`água, no período em que ocorrem os fenômenos migratórios para a


reprodução e em água parada, nos períodos de desova, reprodução ou defeso.

Art. 62 O
proprietário ou concessionário de represas em cursos d`água além de outras
disposições legais, é obrigado a tomar medidas de proteção à fauna.

Art. 63 Serão
determinadas medidas de proteção à fauna em quaisquer obras que importem
na alteração de regime dos cursos d`água, mesmo quando ordenadas pelo Poder Público.

Capítulo XVI
MINERAÇÃO E TERRAPLENAGEM

Art. 64 As
atividades de mineração e terraplanagem no Município são regidas, no que
concerne à proteção ambiental, pelo presente capítulo, pela legislação estadual e federal
e, ainda, pelas normas complementares editadas pelo órgão competente do Poder Público
Municipal, aprovadas pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo estão sujeitas à aprovação do órgão
competente do Poder Público Municipal.

Art. 65 A
licença para o exercício das atividades de que trata este capítulo somente pode ser
transferida, com prévia anuência do Poder concedente.
Parágrafo único. Em caso de transferência de licença, o novo titular fica obrigado a dar
continuidade aos projetos apresentados ao Poder Público.

Art. 66 O
licenciamento é concedido por até 02(dois) anos, sendo renovável através de
requerimento do interessado, dirigido à Prefeitura Municipal, acompanhado do relatório
da atividade mineradora, segundo requisitos exigidos pelo órgão competente do Poder
Público Municipal.

Art. 67 A
licença para a exploração, no território do Município, das jazidas minerais a que se
refere o artigo anterior é concedida observando-se o seguinte:

I - não estar situada a jazida em topo de morro ou em área que apresente potencial
turístico, importância paisagística ou se caracterize como sendo de preservação
permanente ou unidade de conservação, declarada por legislação municipal, estadual ou
federal;

II - a exploração não atinja áreas nativas de valor histórico, arqueológico, ambiental e


paisagístico, assim caracterizadas pela Lei Orgânica do Município;

III - a exploração mineral não se constitua em ameaça ao conforto e à segurança da


população, nem comprometa o desenvolvimento urbanístico da região;

IV - a exploração não prejudique o funcionamento normal de escola, hospital,


ambulatório, educandários, instituições científicas, estabelecimentos de saúde ou
repouso, ou similares;

V - a exploração mineral e as obras de terraplanagem em encostas, cuja a declividade seja


igual ou superior a 30%(trinta por cento), fica condicionada à aprovação de projeto
geotécnico comprovando a estabilidade do talude resultante e a inclinação das rampas de
corte que não deverá ultrapassar 45 graus (100%), exceto quando a exploração se der em
pedreiras e cortes em rochas com uso de explosivos;

VI - ao redor das nascentes e olhos d`água estabelecidos é vedada a exploração num raio
de 50 m (cinquenta metros);

VII - a exploração nunca deve comprometer o lençol freático;

VIII - no caso de terraplenagem é exigido a construção de sistema de contenção de lama


proveniente de erosão do solo exposto às intempéries, rodalúvio ou outro sistema para
limpeza dos pneus, e cobertura com lona nos caminhões para evitar o derramamento do
material nas vias públicas do Município.

Parágrafo único. Admitir-se-ão exceções ao disposto neste artigo para empreendimentos


temporários, que destinam o minério para obras de relevante interesse social e econômico
para o Município, como usinas hidrelétricas, barragem para abastecimento público de
água, rodovias e outras de igual natureza, desde que sejam apresentados EIA e RIMA.

Art. 68 As
obras, que, a critério do órgão competente do Poder Público Municipal se fizerem
necessárias com vistas ao desassoreamento de rios e canais, ou à modificação de seu
curso serão realizadas, exclusivamente, pelo serviço público municipal que, para tanto,
pode contratar empresas que atuem sob sua fiscalização.

§ 1º Em caso de contratação de que trata o "caput" deste artigo, é dada exclusividade na


execução da obra ou serviço às empresas mineradoras titulares dos direitos minerários, às
quais devem abater do respectivo custo, o preço do material retirado.

§ 2º Caso a empresa titular do direito minerário decline da exclusividade, o Município


pode contratar outra empresa para a execução da obra ou serviço.

§ 3º Para a execução da obra ou serviço previsto neste artigo é exigida a apresentação de


projeto global, a ser submetido à análise dos órgãos competentes.

Art. 69 O titular de licença de mineração ou de terraplenagem fica obrigado a:

I - executar a exploração de acordo com projeto aprovado;

II - extrair somente as substâncias minerais que constam da licença outorgada;

III - comunicar ao órgão competente do Poder Público Municipal o descobrimento de


qualquer outra substância mineral não incluída na licença de exploração;

IV - confiar a responsabilidade dos trabalhos de exploração a técnicos legalmente


habilitados para atividades de mineração e/ou terraplenagem;

V - impedir o extravio ou obstrução das águas e drenar as que possam ocasionar prejuízos
aos vizinhos;

VI - impedir a poluição do ar ou das águas que possam resultar dos trabalhos de desmonte
e beneficiamento;

VII - proteger e conservar as fontes d`água e a vegetação natural;

VIII - proteger com vegetação adequada as encostas onde foram extraídos materiais;

IX - manter a erosão sob controle durante a execução do projeto e por 5(cinco) anos após
terminada a obra, de modo a não causar prejuízo a todo e qualquer serviço, bens públicos
e particulares.

Art. 70 Qualquer
novo pedido de licença para exploração mineral ou para terraplenagem,
somente é deferido se o interessado comprovar que a área objeto da licença anterior se
encontra recuperada ou em fase de recuperação, segundo o cronograma do projeto
apresentado.

Art. 71 A licença é cancelada quando:

I - na área destinada à exploração forem realizadas construções incompatíveis com a


natureza da atividade;
II - for promovido o parcelamento, arrendamento ou qualquer outro ato que importe na
ampliação da área explorada e/ou requerida, sem prévia anuência do Poder Público;

III - não houver apresentação:

a) De relatório simplificado semestral do andamento da atividade desenvolvida;


b) De relatório circunstanciado anual da mesma atividade.

Parágrafo único. Será interditada a atividade, ainda que licenciada de acordo com este
Código, caso, posteriormente, se verifique que sua exploração acarreta perigo ou dano à
vida, à saúde pública, propriedade, ou se realize em desacordo com o projeto apresentado
ou, ainda, quando se constatem danos ambientais não previstos por ocasião do
licenciamento.

Art. 72 A
Prefeitura Municipal pode em qualquer tempo, determinar a execução de obras na
área ou local de exploração das atividades previstas neste capítulo, visando à proteção de
propriedades circunvizinhas ou para evitar efeitos que comprometam a qualidade
ambiental.

Art. 73 Os
atuais titulares de licença de exploração de jazidas a que se refere este capítulo
devem no prazo de 60 (sessenta) dias antes do vencimento, solicitar sua renovação,
quando for o caso, na forma do presente Código.

Art. 74 Obras
de terraplenagem no perímetro urbano, que envolvam a retirada ou
movimentação de encostas, em áreas nativas de valor histórico, ambiental ou paisagístico,
assim caracterizadas por Lei, somente são permitidas em conformidade com o disposto
naquela Lei e demais normas complementares.

Parágrafo único. As obras de terraplenagem essenciais à coletividade, que conflitem com a


proibição deste artigo, são avaliadas pelo órgão competente do Poder Público Municipal,
ouvido o Conselho Municipal do Meio Ambiente, que pode autoriza-las, mediante medidas
mitigadoras ou compensatórias, pelo dano ambiental causado.

Art. 75 O
titular de autorização de pesquisa de permissão de lavra garimpeira, de concessão
de lavra, de licenciamento de manifesto de mina, ou de qualquer outro título minerário
responde pelos danos causados ao Meio Ambiente, sem prejuízo das cominações legais
pertinentes.

Art. 76 Emtoda obra licenciada pelo órgão competente do Poder Público Municipal deve ser
afixada, em local de fácil acesso visual, placa de 1,20 m x 0,90 m, informando à população
sobre a finalidade da obra, o número e o período de validade da licença expedida, o nome
do técnico responsável pela sua execução e seu número de registro do Conselho Regional
de Engenharia e Arquitetura - CREA, número de Anotação de Responsabilidade Técnica -
ART e a empresa executora do projeto.

Art. 77 Nocaso de danos ao meio ambiente, decorrentes das atividades de mineração e/ou
de terraplenagem, ficam obrigados os seus responsáveis a cumprir as exigências de
imediata recuperação do local, de acordo com o projeto que a viabilize, sob pena de fazê-
la a Prefeitura Municipal, diretamente ou por entidades especializadas, às expensas
exclusivamente do agressor, independente das cominações civis e criminais pertinentes.

Art. 78 Para
participarem das licitações públicas para fornecimento de materiais, todas as
empresas, cadastradas ou não, necessitam apresentar as licenças ambientais, previamente
exigidas pelo órgão competente do Poder Público Municipal e pelos órgãos ambientais
estaduais e federais, de suas atividades.

Capítulo XVII
DA ARBORIZAÇÃO URBANA

Art. 79 Por
arborização urbana entende-se qualquer tipo de árvore ou arbusto, adulto ou
em formação, existentes em logradouros públicos ou em propriedades privadas.

Art. 80 A
fiscalização da arborização urbana é exercida pelo órgão competente do Poder
Público Municipal, respeitada a competência dos órgãos federais e estaduais com as quais
firmará convênio para atendimento dessa finalidade.

Art. 81 O
corte de árvore no perímetro urbano só pode ser feita com autorização do órgão
competente do Poder Público Municipal, o qual regulamentará o seu procedimento.

Art. 82 É
expressamente proibido ao particular poder, cortar, derrubar ou sacrificar árvores
de arborização pública, sendo estes serviços de atribuição específica do Poder Público
Municipal.

§ 1º A proibição contida neste artigo é extensiva às concessionárias de serviços públicos,


ressalvados os casos de autorização específicas do Poder Público Municipal.

§ 2º Qualquer árvore ou planta pode ser considerada imune de corte por motivo de
originalidade, idade, localização, beleza, interesse histórico ou condição de porta-
sementes, mesmo estando em terreno particular, observadas as disposições do Código
Florestal Brasileiro.

Art. 83 Não
é permitida a utilização das árvores de arborização pública para colocar cartazes
ou anúncios, fixar cabos e fios, nem para suporte ou apoio e instalações de qualquer
natureza ou finalidade.

§ 1º A proibição contida neste artigo não se aplica nos casos de instalação de iluminação
decorativa de Natal, promovida pelo Poder Público Municipal ou por ele autorizada.

§ 2º A instalação prevista no parágrafo anterior pode ser efetuada desde que não cause
qualquer tipo de dano na arborização, tais como perfurações, cortes, estrangulamentos e
outros.

§ 3º Após a retirada da iluminação decorativa devem ser retirados todos os dispositivos de


fixação estranhos às árvores, tais como arames e outros.

Capítulo XVIII
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 84 A
educação ambiental é o processo permanente por meio do qual a sociedade
adquire conhecimentos, forma conceitos, desenvolve habilidades e competências,
desperta o senso crítico, provoca atitudes participativas e mudança de comportamento em
relação ao meio ambiente e à qualidade de vida.

Art. 85 São princípios básicos da educação ambiental:

I - a totalidade do meio ambiente e a interdependência entre meio natural e


socioeconômico-cultural sob o enfoque da sustentabilidade;

II - a complexidade dos problemas ambientais;

III - a abordagem articulada relacionando as questões ambientais locais às regionais,


nacionais e globais;

IV - a perspectiva histórica das situações ambientais atuais;

V - o enfoque interdisciplinar e a pluralidade de ideias e concepções pedagógicas;

VI - utilização dos diversos ambientes educativos, atividades práticas e experiências


pessoais.

Art. 86 São objetivos fundamentais da educação ambiental:

I - conscientizar o indivíduo e a comunidade da complexidade das múltiplas relações entre


os aspectos ecológicos e sociais do meio ambiente;

II - incentivar a participação ativa dos indivíduos e da comunidade na melhoria e proteção


do meio ambiente;

III - fomentar a aquisição de habilidades para identificar e solucionar os problemas


ambientais.

Art. 87 A
educação ambiental é desenvolvida junto à comunidade, de forma interdisciplinar,
em âmbito formal e não-formal, de acordo com a filosofia educacional do país.

§ 1º Entende-se por educação ambiental formal aquela que é desenvolvida nas instituições
de ensino públicas e privadas, em todos os níveis, modalidades e disciplinas.

§ 2º Entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas


desenvolvidas pela comunidade que visem a defesa e a promoção do meio ambiente e da
qualidade de vida.

Art. 88 Os
professores das redes de ensino municipal devem receber formação
complementar, por meio de cursos de capacitação, com o propósito de incluir a dimensão
ambiental em suas atividades.
Parágrafo único. Os cursos de capacitação em educação ambiental são promovidos pelo
Poder Público Municipal, podendo ser realizados com órgãos e entidades públicas e
privadas.

Art. 89 Aeducação ambiental não-formal deve ser promovida pelo Poder Público Municipal,
incentivando a realização de programas e atividades por empresas públicas e privadas,
instituições de ensino e organizações não-governamentais, bem como a difusão de
informações sobre temas relacionados ao meio ambiente por intermédio dos meios de
comunicação de massa.

Art. 90 Os
programas e atividades de educação ambiental não-formal promovidos pelo
Poder Público Municipal incluem, entre outras modalidades, as seguintes:

I - formação de multiplicadores por meio de cursos de curta e longa duração, palestras e


treinamentos;

II - assessoria técnica em projetos de educação ambiental;

III - subsídios informativos para a população em geral;

IV - eventos institucionais.

Capítulo XIX
DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DAS EDIFICAÇÕES

Art. 91 O
órgão competente do Poder Público Municipal, conjuntamente com órgãos
competentes do Poder Público Municipal, fixa normas para aprovação de projetos de
edificações públicas e privadas, objetivando economia de energia elétrica destinada à
climatização, à iluminação e aquecimento d`água.

Art. 92 Semprejuízo de outras licenças exigidas em lei, estão sujeitos à aprovação do órgão
competente do Poder Público Municipal, os projetos de construção, reforma e ampliação
de edificações destinadas a:

I - manipulação, industrialização, armazenagem e comercialização de produtos químicos e


farmacêuticos;

II - atividades que produzam elementos poluentes que possam contaminar pessoas ou


degradar o meio ambiente;

III - indústria de qualquer natureza;

IV - espetáculos ou diversões públicas, quando potenciais produtores de ruídos, de


resíduos sólidos e/ou líquidos.

Art. 93 Os
proprietários e/ou usuários de edificações ficam obrigados a cumprir as normas
determinadas pelas autoridades ambientais e sanitárias.
Art. 94 Os
cemitérios e crematórios obedecem às normas ambientais e sanitárias aprovadas
pelo órgão competente do Poder Público Municipal e pela Secretaria Municipal de Saúde,
no que se refere à localização, construção, instalação e funcionamento.

Capítulo XX
DOS INCENTIVOS FISCAIS E FINANCEIROS

Art. 95 O
Município de Cosmópolis, mediante convênio ou consórcio, pode repassar ou
conceder auxílio financeiro a instituições públicas ou privadas, sem fins lucrativos, para
execução de serviços de relevante interesse ambiental.

Parágrafo único. Pode ser instituído prêmio de mérito ambiental para incentivar a
pesquisa, e/ou apoiar os inventores e introdutores de inovações tecnológicas que visem
proteger o meio ambiente, e/ou homenagear àquelas que se destacarem em defesa do
meio ambiente.

Art. 96 Osimóveis particulares que contenham árvores ou associações vegetais relevantes,


declaradas imunes ao corte à título de estímulo à preservação, podem receber benefícios
fiscais propostos pelo Poder Executivo e apreciados e votados pelo Poder Legislativo.

Parágrafo único. O proprietário do imóvel a que se refere o "caput" deste artigo, deve
firmar perante o órgão competente do Poder Público Municipal, termo de compromisso
de preservação, o qual deve ser averbado na matrícula do imóvel no registro imobiliário
competente, sendo vedada sua alteração nos casos de transmissão do imóvel.

Art. 97 Osproprietários de terrenos com área de preservação permanente e áreas com


arborização sem fins comerciais, recebem à título de estímulo à preservação, benefícios
fiscais propostos pelo Poder Executivo e apreciados e votados pelo Poder Legislativo.

Capítulo XXI
DAS INFRAÇÕES AMBIENTAIS

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 98 Considera-se infração ambiental toda ação ou omissão que importe inobservância
dos preceitos desta Lei Complementar, seus regulamentos, decretos, normas técnicas e
resoluções, bem como das leis estaduais e federais, resoluções do CONAMA e outros
dispositivos legais que se destinem à promoção, recuperação, proteção da qualidade e
saúde ambientais.

Art. 99 A
autoridade ambiental que tiver ciência ou notícia de infração ambiental é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio sob pena
de responsabilidade.

Parágrafo único. Findo o processo administrativo, havendo indícios de crime e prova da


autoria, deve a autoridade administrativa encaminhar cópia ao Ministério Público para a
apuração da responsabilidade criminal.

Art. 100 O
infrator, pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, é responsável
independente de culpa, pelo dano que sua atividade causar ao meio ambiente e a outrem.

§ 1º Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual a infração não teria ocorrido.

§ 2º A infração é imputável a quem lhe deu causa, a quem para ela concorreu ou dela se
beneficiou, inclusive aos gerentes, administradores, diretores, promitentes compradores
ou proprietários, locatários, arrendatários, parceiros, posseiros, desde que praticadas por
prepostos ou subordinados e no interesse dos preponentes ou dos superiores
hierárquicos.

Art. 101 Todo
aquele que receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, produtos
de origem vegetal, animal ou mineral, obtidos de forma ilegal, é considerado
corresponsável pelas infrações eventualmente cometidas pelos fornecedores da matéria
prima.

Art. 102 Os
infratores dos dispositivos desta Lei Complementar, de seus regulamentos e do
estabelecido pelas demais normas atinentes à matéria, ficam sujeitos às seguintes
penalidades, além das demais sanções civis ou penais, previstas pela legislação federal ou
estadual:

I - advertência por escrito;

II - multa por infração instantânea;

III - multa por infração continuada;

IV - apreensão e/ou perda do produto;

V - inutilização do produto;

VI - restritivas de direito.

§ 1º As penas restritivas de direitos são:

I - suspensão da venda do produto;

II - suspensão da fabricação do produto;

III - embargo de obra ou atividade;

IV - interdição, parcial ou total, de estabelecimento ou atividades, mediante lacração de


prédios ou máquinas;

V - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Município.


§ 2º Independentemente das sanções previstas neste artigo, os infratores estão obrigados
a reparar o dano às suas expensas.

Art. 103 Para a imposição da pena e da sua graduação, a autoridade ambiental deve


observar:

I - o dano causado ao meio ambiente;

II - as circunstâncias atenuantes e agravantes.

Art. 104 Quanto ao dano ambiental, as infrações são classificadas levando-se em


consideração:

I - a escala e a intensidade do dano;

II - o dano à saúde e à segurança pública;

III - se o dano é temporário ou permanente, recuperável ou irrecuperável;

IV - o local da infração.

Art. 105 Quanto às circunstâncias atenuantes e agravantes as infrações classificam-se em:

I - leves, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstâncias atenuantes;

II - graves, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;

III - muito graves, aquelas em que forem verificadas duas circunstâncias agravantes;

IV - gravíssimas, aquelas em que seja verificada a existência de três ou mais circunstâncias


agravantes ou reincidência.

Art. 106 São circunstâncias atenuantes:

I - menor grau de compreensão e escolaridade do infrator;

II - arrependimento eficaz do infrator, manifestado pela espontânea reparação da


agressão ambiental causada;

III - comunicação prévia, pelo infrator, às autoridades competentes, de perigo iminente de


degradação ambiental;

IV - colaboração com agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental;

V - ser primário o infrator, e de natureza leve a falta por ele cometida;

VI - comunicação da infração acidental pelo próprio infrator.

Art. 107 São circunstâncias agravantes:


I - ser o infrator reincidente ou cometer a infração de forma continuada;

II - ter o agente cometido a infração para obter vantagem pecuniária;

III - o infrator coagir outrem para a execução material da infração;

IV - ter a infração consequências danosas à saúde pública;

V - se, tendo conhecimento de ato lesivo à saúde pública e ao meio ambiente, o infrator
deixar de tomar as providências de sua alçada para evita-lo;

VI - a ocorrência de dano sobre a propriedade alheia;

VII - o emprego de métodos cruéis no abate ou captura de animais;

VIII - decorrer a infração de omissão ou má-fé na operação de sistemas de tratamento de


emissões;

IX - a infração provocar a retirada, ainda que momentânea, de habitantes do local, mesmo


que de forma culposa.

§ 1º A reincidência ocorrerá quando o infrator cometer nova infração ambiental, previstas


no mesmo ou nos mesmos dispositivos de que anteriormente cometera.

§ 2º No caso de infração, caracterizada pela repetição da ação ou omissão inicialmente


punida, ou da flagrante omissão diante de uma notificação da autoridade competente, a
penalidade de multa pode ser aplicada de forma continuada, por tantos dias quantos
sejam os da resistência do infrator a corrigi-la.

SEÇÃO II
DAS ESPÉCIES DE INFRAÇÃO

Art. 108 Construir,
instalar ou fazer funcionar em qualquer parte do território do Município,
estabelecimentos, obras, atividades ou serviços submetidos ao regime desta Lei
Complementar, sem licença do órgão competente do Poder Público Municipal ou
contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes.

Pena: multa e restritiva de direitos.

Art. 109 Praticar
atos de comércio, indústria ou serviços, compreendendo substâncias,
produtos e artigos de interesse para a saúde ambiental, sem a necessária licença ou
autorização dos órgãos competentes ou contrariando o disposto nesta Lei Complementar
e na legislação estadual e federal pertinente.

Pena: multa, apreensão do produto e/ou restritiva de direitos.

Art. 110 Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de notificar qualquer
fato relevante do ponto de vista ecológico e ambiental, de acordo com o disposto nesta Lei
Complementar, no seu regulamento e normas técnicas.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 111 Opor-se
à exigência de exames técnicos de laboratórios, à realização de auditorias
técnicas ou à execução dessas pelas autoridades competentes.

Pena: multa e restritiva de direitos.

Art. 112 Utilizar,
aplicar, comercializar, manipular ou armazenar pesticidas, raticidas,
fungicidas, inseticidas, herbicidas e outros congêneres, pondo em risco a saúde ambiental,
individual ou coletiva, em virtude de uso inadequado ouinobservância das normas legais,
regulamentares ou técnicas aprovadas pelos órgãos competentes ou em desacordo com
os receituários e registros pertinentes.

Pena: multa e/ou apreensão do produto e/ou restritiva de direitos.

Parágrafo único. Se a infração é culposa.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 113 Descumprir,as empresas de transportes, seus agentes e consignatários,


comandantes e responsáveis diretos por embarcações, aeronaves, trens, veículos
terrestres, nacionais e estrangeiros, normas legais e regulamentares, medidas,
formalidades e outras exigências ambientais.

Pena: advertência e/ou multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 114 Entregar
ao consumo, desviar, alterar ou substituir, total ou parcialmente, produto
interditado por aplicação dos dispositivos desta Lei Complementar.

Pena: multa e restritiva de direitos.

Art. 115 Darinício, de qualquer modo, ou efetuar parcelamento do solo sem aprovação dos
órgãos competentes ou em desacordo com a mesma ou inobservância das normas ou
diretrizes, pertinentes.

Pena: multa e restritiva de direitos.

Art. 116 Emitir
ou despejar efluentes ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, causadores de
degradação ambiental, em desacordo com o estabelecido na legislação.

Pena: multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 117 Exercer
atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente, sem licença do
órgão ambiental competente ou em desacordo com a mesma.

Pena: multa e restritiva de direitos.


Art. 118 Causar
a poluição das águas superficiais e do subsolo, particularmente os
mananciais e as águas dos serviços públicos de abastecimento das comunidades.

Pena: multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 119 Desrespeitar
interdições de uso, de passagens e outras restrições estabelecidas
administrativamente para a proteção contra a degradação ambiental ou, nesses casos,
impedir ou dificultar a atuação de agentes do Poder Público.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 120 Causar
poluição do solo restringindo, total ou parcialmente, o uso ou ocupação de
área urbana ou rural.

Pena: multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 121 Causar
poluição de qualquer natureza que possa trazer dano à saúde ou ameaçar o
bem estar do indivíduo ou da coletividade.

Pena: multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 122 Desenvolver
atividades ou causar poluição de qualquer natureza que provoque
mortandade de animais ou vegetais.

Pena: multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 123 Desrespeitar
as proibições ou restrições estabelecidas pelo Poder Público em áreas
protegidas por esta Lei Complementar.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 124 Obstar
ou dificultar a ação de agentes e/ou autoridades ambientais no exercício de
suas funções ou descumprir atos deles emanados, visando à aplicação da legislação
vigente.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 125 Praticar maus tratos em animais.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 126 Destruir ou causar danos à vegetação pública.

Pena: advertência e/ou multa.

Art. 127 Emitir
sons, ruídos ou vibrações, em desacordo com os limites estabelecidos em
leis, atos normativos ou regulamentos.
Pena: advertência e/ou multa e/ou restritiva de direitos.

Art. 128 Toda
pessoa, física ou jurídica, que cometer alguma das infrações previstas nesta Lei
Complementar, perde eventuais incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Município,
e não pode com ele contratar pelo prazo de 1(um) a 5(cinco) anos.

Capítulo XXII
DO PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DAS INFRAÇÕES E APLICAÇÃO DAS SANÇÕES

Art. 129 O
Poder Público deve criar no quadro de servidores públicos municipais, número
suficiente de cargos/empregos, de provimento efetivo, dando-lhes competência para
exercer a vigilância ambiental, apurar as infrações ambientais descritas nesta Lei
Complementar, bem como em outros dispositivos legais, usando o poder de polícia, se
necessário, e aplicar as sanções previstas.

Art. 130 Qualquer
pessoa pode denunciar a prática de infrações ambientais, podendo fazer a
denúncia por escrito ou de forma oral, devendo o servidor, neste caso, passa-la
integralmente a parte escrita, fornecendo, em qualquer dos casos, o protocolo do
recebimento da denúncia.

Art. 131 Recebida
a denúncia referida no artigo anterior, será esta imediatamente
encaminhada ao órgão competente do Poder Público Municipal ou ao servidor
competente, devendo ser instaurado procedimento administrativo para apuração da
infração.

Art. 132 Os
agentes devem, no exercício de suas funções fiscalizadoras, ao constatarem a
ocorrência da infração ao disposto nesta Lei Complementar, lavrar os seguintes
instrumentos legais de exercício da atividade:

I - auto de notificação;

II - auto de infração;

III - termo de embargo e/ou interdição e/ou apreensão;

IV - termo de apresentação e notificação.

Art. 133 Asinfrações à legislação ambiental são apuradas em procedimento que pode ter
início através de ato administrativo baixo pelo órgão competente do Poder Legislativo
Municipal ou por seu servidor competente, ou através de auto de notificação.

Parágrafo único. O auto de notificação é o ato administrativo em que o servidor constata,


no local, a ocorrência de infração ambiental, no exercício de inspeção de rotina, casual ou
expressamente determinada.

Art. 134 O
ato administrativo que instaura o procedimento de apuração das infrações
ambientais ou o auto de notificação, deve conter:
I - o nome do infrator e sua qualificação nos termos da lei;

II - local, data e hora da infração;

III - descrição da infração e menção ao disposto legal ou regulamentar transgredido;

IV - ciência pelo autuado, de que responderá pelo fato em processo administrativo;

V - assinatura do autuado ou, na ausência ou recusa, de duas testemunhas e do autuante;

VI - nome do agente fiscal e assinatura;

VII - no caso de aplicação das penalidades de embargo, apreensão e de suspensão de


venda de produto, do auto de notificação deve constar ainda, a natureza, quantidade,
nome e/ou marca, procedência, local onde o produto ficará depositado e seu fiel
depositário.

§ 1º Os produtos perecíveis, se próprios para o consumo, são doados para entidades


filantrópicas.

§ 2º O infrator é notificado para ciência da infração:

I - pessoalmente;

II - pelo correio, com aviso de recebimento;

III - por Edital, se estiver em lugar incerto e não sabido;

IV - por outros meios admitido pela legislação em vigor.

§ 3º Se o infrator for notificado pessoalmente e se recusar a exarar ciência, deve essa


circunstância ser mencionada pela autoridade que efetua a notificação.

§ 4º O edital referido no inciso III do parágrafo segundo deste artigo, deve ser publicado
uma única vez, pela imprensa oficial do Município, ou por jornal de grande circulação local,
considerando-se efetuada a notificação 05(cinco) dias após a publicação.

Art. 135 Os
agentes e ou fiscais são responsáveis pelas declarações que fazem nos autos da
infração, sendo passíveis de punição, por falta grave, em caso de falsidade ou omissão
dolosa.

Art. 136 O
infrator pode apresentar defesa prévia, pessoalmente ou através de advogado, no
prazo de 20 (vinte) dias úteis, a contar da data do recebimento da notificação.

§ 1º A defesa prévia é o momento em que o infrator pode confessar-se responsável,


considerando-se essa confissão inicial como atenuante.

§ 2º O infrator pode apresentar os documentos que tiver para a sua defesa, sendo
facultado, também, se pertinente, o pedido de realização de prova pericial.
Art. 137 O
servidor que presidir o procedimento administrativo analisará a defesa prévia,
deferindo ou indeferindo motivadamente os pedidos.

§ 1º Os exames periciais fornecidos, ou que possam ser fornecidos normalmente pelos


órgãos públicos, sem despesas extraordinárias, são anexados ao procedimento;

§ 2º Quando houver deferimento do pedido de prova pericial solicitada pelo infrator, cabe
ao mesmo depositar os honorários dessa prova no prazo de 03 (três) dias, sob pena do
indeferimento automático do pedido de prova.

§ 3º A oitiva das testemunhas, quando houver, deve ser marcada no prazo máximo de
20(vinte) dias, a contar da data da notificação do infrator.

Art. 138 Qualquer
pessoa pode ter acesso ao procedimento administrativo, permitindo
manuseá-lo e consulta-lo, na presença de servidor municipal.

Art. 139 Terminadasas provas, o servidor competente ou o responsável pelo órgão


competente do Poder Público Municipal proferirá decisão, concluindo pela aplicação ou
não das penalidades correspondentes às infrações apontadas no procedimento, conforme
decidir pela procedência ou improcedência.

§ 1º O infrator é intimado por via posta, com aviso de recebimento, ou pessoalmente, por
servidor designado.

§ 2º Não tendo sido encontrado nesta fase ou nas fases anteriores do procedimento, a
intimação é feita pelo diário oficial e/ou jornal local.

Art. 140 O
infrator pode apresentar recurso e as razões do mesmo contra a decisão que
conclui pela aplicação de penalidades, no prazo de 10(dez) dias, a contar da data da
intimação ou da decisão proferida.

§ 1º o recurso não tem efeito suspensivo no concernente às penalidades de apreensão,


interdição e suspensão de atividades.

§ 2º O recurso administrativo previsto no caput deste artigo é encaminhado ao órgão


competente do Poder Público Municipal, em primeira instância, e ao Conselho Municipal
do Meio Ambiente, em segunda instância, que podem propor a redução de intensidade ou
o cancelamento das penalidades impostas.

Art. 141 Sendo
julgada procedente a decisão e não cabendo mais recurso administrativo no
procedimento será a mesma executada.

Parágrafo único. Nos casos de infração ao ajustado em convênio firmados pelo órgão
competente do Poder Público Municipal, são aplicadas as penalidades previstas nos
respectivos instrumentos ou as desta Lei Complementar, a critério do órgão competente
do Poder Público Municipal.

Art. 142 A pena de multa consiste no pagamento de montante correspondente a uma certa
quantidade de UFMC - Unidade Fiscal do Município de Cosmópolis, ou qualquer outra
unidade que venha a ser adotada pelo Poder Executivo, multiplicada pelo seu valor
unitário vigente na data do seu pagamento, como segue:

I - nas infrações leves, de até 20(vinte) UFMCs;

II - nas infrações graves, de até 100(cem) UFMCs;

III - nas infrações muito graves, de até 1.200 (mil e duzentas) UFMCs;

IV - nas infrações gravíssimas, de até 2.500 (duas mil e quinhentas) UFMCs.

§ 1º Nos casos de reincidência, o valor da multa é, no mínimo, o dobro da multa anterior.

§ 2º A multa deve ser paga em 30 (trinta) dias úteis, contados da intimação, e senão for
voluntariamente, será encaminhada ao setor jurídico competente do Município para
intentar a sua cobrança judicial.

Art. 143 Oórgão competente do Poder Público Municipal, ouvido o Conselho Municipal do


Meio Ambiente, notificará o Ministério Público, obrigatoriamente, sempre que a infração
for classificada como gravíssima e a critério da maioria do Conselho, nos demais casos.

Capítulo XXIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 144 Fica
o órgão competente do Poder Público Municipal autorizado a expedir as
normas técnicas, padrões e critérios, aprovados pelo Conselho Municipal do Meio
Ambiente, destinados a regulamentar esta Lei Complementar.

Art. 145 A
aplicação do presente Código, naquelas matérias de competência Federal e/ou
Estadual, somente entra em vigor após a celebração dos convênios com respectivos
órgãos federais e estaduais competentes da aplicação da legislação.

Art. 146 Fica
o Fundo Municipal do Meio Ambiente, autorizado a administrar as receitas
decorrentes da aplicação deste Código, proveniente de multas, licenciamentos e outros
atos.

Art. 147 Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE COSMÓPOLIS, 23 DE FEVEREIRO DE 2015.

Dr. ANTONIO FERNANDES NETO


Prefeito Municipal

Publicado por afixação no quadro próprio de Editais, na sede da Prefeitura, na mesma


data.

Sandra A. B. Schwarz
Setor de Expediente

Autor: João Rodrigues Pereira

Data de Inserção no Sistema Leis Municipais: 25/07/2016

Nota: Este texto disponibilizado não substitui o original publicado em Diário Ofi

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