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ANGELA MARIA

Em 1948, saiu de casa aos vinte anos


para cantar no Dancing Avenida. Foi
descoberta pelos compositores Erasmo
Silva e Jaime Moreira que a levaram
para a Rádio Mayrink Veiga.

Iniciou sua carreira profissional


cantando em diversos programas
radiofônicos com o pseudônimo de
Ângela Maria, para que a família não
descobrisse.

Participou de vários deles, entre os


quais "Pescando estrelas", de Arnaldo
Amaral, na Rádio Clube do Brasil;
"Hora do pato", de Jorge Curi, na Rádio
Nacional; "Trem da alegria", dirigido
pelo Trio de Osso - Iara Sales,
Lamartine Babo e Héber de Bôscoli -,
na Rádio Nacional, e "Papel carbono",
de Renato Murce, na Rádio Nacional,
além do famoso programa de Ary
Barroso, na Rádio Tupi.

Em sua primeira apresentação na


rádio, esqueceu a letra, saiu do ritmo e,
quase aos prantos, cantou o samba-
canção "Fuga", de Renato de Oliveira.
Pensou que perderia o emprego, mas a
produção lhe deu o prazo de uma
semana para criar um repertório próprio
e deixar de imitar Dalva de Oliveira. Daí
em diante, começou a revelar seu
talento e originalidade.

Estreou em discos em 1951, gravando


pela RCA Victor os sambas "Sou
feliz", de Augusto Mesquita e Ari
Monteiro, e "Quando alguém vai
embora", de Cyro Monteiro e Dias da
Cruz. No mesmo ano, gravou os
boleros "Sabes mentir", de Oton Russo,
e "Recusa", de Herivelto Martins, e os
sambas "Segue", de Paulo Marques e
Ailce Chaves; "Meu coração", de
Augusto Mesquita e Jaime Florence, e
"Meu dono, meu rei", de Cyro
Monteiro e Cândido Dias da Cruz.

Nesse ano, sua gravação do samba


"Não tenho você", de Paulo Marques e
Ari Monteiro, bateu recordes de
vendagem e lhe valeu o início de uma
fase de grande sucesso.

No ano seguinte gravou os sambas


"Mestre da Vila", de Paulo Marques e
Oton Russo, e "Tenha pena de mim",
de Aldacir Louro e Anísio Bichara.
Ainda em 1952, atuou no filme "Com o
diabo no corpo". Em 1953, lançou os
sambas-canção "Nem eu", de Dorival
Caymmi, e "Só vives pra lua", de
Ricardo Galeno e Othon Russo. Nesse
ano, transferiu-se para a gravadora
Copacabana e fez sucesso com os
sambas-canção "Fósforo queimado",
de Paulo Menezes, Milton Legey e
Roberto Lamego, e "Orgulho", de
Valdir Rocha e Nelson Wadekind.
Obteve outro grande sucesso no
mesmo ano com o samba-canção
"Vida de bailarina", de Chocolate e
Américo Seixas.

Nesse mesma época apresentou show


com Dorival Caymmi na Boate
Casablanca, na Praia Vermelha, RJ.

Em 1954, conseguiu outro sucesso


com o bolero "Recusa", de Herivelto
Martins. Gravou também nesse ano os
sambas "Rio é amor", de Bruno
Marnet, e "Acordes que choram", de
Othon Russo e Nazareno de Brito. No
mesmo ano, participou do filme "Rua
sem sol", de Alex Viany, interpretando
as músicas "Vida de bailarina" e "Rua
sem sol". Foi escolhida como a
"Melhor cantora do ano". Também
nesse ano, foi eleita "Rainha do Rádio",
pela primeira vez, chegando a obter o
total de 1.464.906 votos.

Na ocasião, assim noticiou o jornal O


Globo: "Ângela Maria assinalando uma
apuração recorde de mais de um
milhão de votos, inegavelmente a mais
popular cantora do nosso broadcasting
neste último ano, sagrou-se a Rainha
do Rádio de 1954.

A coroação da soberana terá lugar na


próxima terça-feira, por ocasião do
Baile do Rádio, a ser realizado no
Teatro João Caetano".
Em 1955, gravou três sucessos:
"Adeus querido", tango de Eduardo
Patané e Floriano Faissal, "Escuta",
samba-canção de Ivon Curi, e "Lábios
de mel", toada de Valdir Rocha. Nesse
ano, foi escolhida "Rainha dos
músicos" e participou do filme "O Rei
do movimento" no qual cantou as
músicas "Escuta" e "Francisco Alves".

Também nesse ano, o samba "Minha


vez chegou!", de José Batista, Manoel
Pinto e Noel Rosa de Oliveira, lançado
na sua voz foi escolhido por um júri
reunido no Teatro João Caetano como
um dos dez mais populares do carnaval
daquele ano. Ainda em 1955, foi
escolhida pelo crítico Silvio Túlio
Cardoso através da coluna "Discos
populares" escrita por ele para o jornal
O Globo como a "melhor cantora do
ano" recebendo como prêmio um
"disco de ouro" entregue em cerimônia
no Goldem Room do Copacabana
Palace.

Gravou em 1956 três discos em dueto


com o cantor João Dias interpretando
as valsas "Serenta à Virgem Maria";
"Mamãe" e "Deus te abençoe"; as
toadas "Papai Noel esqueceu" e "Não
te esqueças" e o samba-canção "É
quase certo", todas da dupla David
Nasser e Herivelto Martins.

Nesse ano, obteve um novo sucesso


no carnaval, com a gravação de "Fala
Mangueira", samba de carnaval da
dupla Mirabeau e Milton de Oliveira.
Também no mesmo ano, lançou dois
LPs, "Ângela Maria apresenta", cujo
destaque foi "Eu fui ver", de Ary
Barroso, e, "Sucessos de ontem na
voz de hoje" no qual interpretou
clássicos como "João Valentão", de
Dorival Caymmi; "Lábios que beijei",
de J. Cascata e Leonel Azevedo;
"Linda flor", de Henrique Vogeler,
Marques Porto e Luiz Peixoto; "Ave
Maria no morro", de Herivelto Martis;
"Vingança", de Lupicínio Rodrigues;
"Da cor do pecado", de Bororó;
"Feitiço da Vila", de Vadico e Noel
Rosa, e "Terra seca", de Ary Barroso.
Ainda em 1956, atuou nos filmes "O
feijão é nosso", "Tira a mão daí";
"Fuzileiro do amo", no qual cantou
"Mentindo"; "Fugitivos da vida" e "Com
água na boca". Nesse ano, foi
escolhida pela revista "Radiolândia",
em votação que reuniu toda a equipe
de redatores e repórteres, como a
"melhor cantora do ano".

Gravou no ano seguinte o LP "Quando


os maestros de encontram", nome de
um programa de sucesso da Ráio
Nacional no qual três maestros se
revezavam na orquestração de
sucessos. Fizeram parte desse disco,
em que ela atuava ao lado dos grandes
maestros da época as músicas "Dora",
de Dorival Caymmi; "Aos pés da cruz",
de José Gonçalves e Marino Pinto;
"Adeus...cinco letras que choram", de
Silvino Neto; "Saia do caminho" e
"Promessa", de Evaldo Rui e Custódio
Mesquita; "Carinhoso"; de Pixinguinha
e João de Barro; "Caminhemos", de
Herivelto Martins, e "Canta Brasil", de
David Nasser e Alcyr Pires Vermelho.
Ainda em 1957, ganhou o prêmio
Roquete Pinto escolhida como "Melhor
cantora do ano".

Atuou nesse ano em cinco filmes: "Rio


fantasia"; "O negócio foi assim";
"Metido à bacana", interpretando
"Rainha da cor"; "Samba na Vila" e "Rio
Zona Norte", filme de grande sucesso
de crítica e de público no qual
interpretou "Pretexto" e "Malvadeza
Durão".

Em 1958, gravou com Waldir Calmon o


LP "Quando os astros se encontram -
Ângela Maria e Waldir Calmon", disco
no qual interpretou com o
acompanhamento da orquestra de
Waldir Calmon, músicas de maior
sucesso à época, como "Na Baixa do
Sapateiro" e "Risque", de Ary Barroso;
"Vamos Maria vamos" e "Briga de
amor", de Antônio Almeida; "Travesso",
de Sylvio Mazzucca, e "Babalú", de
Margarita Lecuona, um de seus
maiores sucessos.

Também nesse ano, gravou o LP "Para


você ouvir e dançar" no qual interpretou
"Salve a cabrocha", de Zé Kéti; "Duas
contas", de Garoto; "Nunca mais", de
Dorival Caymmi; "Por causa de você",
de Dolores Duran e Tom Jobim; "Se
todos fossem iguais a você", de Tom
Jobim e Vinícius de Moraes, e "Balada
triste", de Esdras Silva e Dalton
Vogeler, com a qual obteve enorme
êxito e que seria gravada meses depois
por Agostinho dos Santos.

Ainda no mesmo ano, fez uma


temporada em Buenos Aires ao lado do
violonista Manuel da Conceição,
apelidado de "Mão-de-vaca", e de
quem gravou as músicas "Baião
diferente" e "Deus me perdoe",
parcerias com Augusto Mesquita.

Em 1959, a Copacabana lançou o LP


"Ângela Maria e orquestra" reunindo
músicas gravadas por ela em discos
de78 rpm como "Ontem e hoje" e
"Voltei", de Irani de Oliveira; "Flor de
Madri", de Eduardo Patané; "Pretexto",
de Horondino Silva e Augusto
Mesquita; "Tédio", de Fernando César
e Nazareno de Brito, e "Intenção" e
"Apaixonada", de Lourival Faissal.
Ainda nesse ano, gravou o LP "Ângela
Maria canta sucessos de David
Nasser", no qual interpretou sucessos
do jornalista e compositor como
"Atiraste uma pedra"; "Carlos Gardel";
"Francisco Alves" e "Mamãe", com
Herivelto Martins; "Canta, Brasil" e
"Esmagando rosas", com Alcyr Pires
Vermelho; "Mãe Maria" e "Algodão",
com Custódio Mesquita, e "Silêncio do
cantor", com Joubert de Carvalho.
Também em 1959, atuou nos filmes
"Dorinha no society" e "Quem roubou
meu samba", no qual cantou "Poesia
das favelas".

Ainda em 1959, sagrou-se campeã do


carnaval carioca com o samba "Rolei,
rolei", de Milton Legey e Edu Rocha.
Na ocasião, assim reportou o jornal O
Globo datado de 24 de fevereiro: "Com
a aprovação do público que se
comprimiu ontem nas dependências do
Teatro João Caetano, foram dadas a
conhecer as músicas campeãs do
carnaval. A multidão aplaudiu a decisão
do juri, que proclamou vencedores do
carnaval o samba "Rolei, rolei", criação
de Angela Maria, e a marcha "Peço a
palavra" defendida por Mário
Tupinambá."

No ano seguinte, gravou o LP "Ângela


Maria apresenta Fernando César e
seus amigos" no qual cantou músicas
do compositor Fernando César como
"Se tem que ser"; "Amar e sofrer" e
"Quando eu tiver uma estrela", e dele
com parceiros como "Noite chuvosa",
com Britinho, e "Outro amor para toda
vida", com Baden Powell. Gravou em
1961 o LP "Quando a noite vem -
Ângela Maria uma voz para milhões"
cujo destaque foi "Os olhinhos do
menino", de Luiz Vieira. Nesse ano
lançou também o LP "Não tenho você",
música de Ary Monteiro e Paulo
Marques, seu primeiro grande sucesso
e que trazia um compilação de músicas
já lançadas anteriormente em discos de
78 rpm. Participou também dos filmes
"América de noite" e "Rumo à Brasília
ou o caminho da esperança" cantando
"Os olhinhos do menino". No ano de
1962, retornou para a gravadora RCA
Victor e lançou dois LPs,
"Incomparável" e "Ângela Maria canta
para o mundo". O segundo, disco de
repertório romântico com composições
como "Eu não disse", "Beijo roubado" e
"Até breve", de Adelino Moreira, e "Já
era tempo", de Ary Barroso e Vinícius
de Moraes.
O destaque desse LP ficou por conta
da marcha "A lua é camarada", de
Armando Cavalcânti e Klécius Caldas,
e que foi um dos maiores sucessos do
carnaval do ano seguinte.

Em 1963, lançou os LPs "Presença de


Ângela Maria" e "Ângela Maria canta
para o mundo - Vol. 2". No primeiro
gravou "Prelúdio pra ninar gente
grande", de Luiz Vieira; "O menino e o
alçapão" e "Sempre o luar", de
Armando Cavalcânti e Klécius Caldas,
e "Sabes mentir", de Othon Russo. No
segundo, cantou duas músicas do
cancioneiro latino-americano, "Sin
palabras", de Discépolo e Moraes, e
"Los piconeros", de Mostazo, Parelló e
Molleda.

O título do LP "Ângela, a maior Maria",


lançado em 1964, mostra um pouco do
sucesso popular que ela era na época.
Desse disco fazem parte "Esta noite
não"; "Estereofonia" e "O amor mais
belo", de Hélio Justo; "A felicidade
virá", de Orlandivo e Roberto Jorge;
"Clarinada", de Armando Cavalcânti, e
"Poeira do caminho", de João Roberto
Kelly e David Nasser. No ano seguinte,
alcançou outro grande êxito com o
samba-canção "Boneca", de Celso
Clóvis, gravado em LP de mesmo
nome que marcou seu retorno para a
gravadora Copacabana.

Em 1966, gravou "O samba vem lá de


cima", disco em que cantou sambas
como "Fogo no morro", de José Batista
e Monsueto; "Madrugada", de Zé Kéti;
"Aquele meu lugar", de Raul Marques,
Estanislau Silva e Monsueto, e "Minha
saudade", de Benil Santos e Raul
Sampaio. Ainda nesse ano, gravou o
LP "Ângela Maria interpreta boleros"
com clássicos do gênero como "Cu-cu-
rru-cu Paloma", de Tomás Mendes;
"Nunca jamais", de Lalo Guerrero; "Tu,
só tu", de Felipe Valdez, e "Vereda
tropical", de Gonzalo Curiel. Ainda no
mesmo ano participou do filme "Sete e
meio no carnaval" interpretando a
marchinha "Juvenal do Municipal".

Também em 1966, conheceu outro


grande sucesso com o samba-canção
"Cinderela", de Adelino Moreira,
lançado no LP "A brasileiríssima".

Em 1967, fez sucesso com a marcha-


rancho "Rancho de Lalá", do LP "Meu
amor é uma canção" e atuou no filme
"Carnaval barra limpa". Dois anos
depois, lançou o LP "Ângela em tempo
jovem", no qual gravou músicas de
composirtores ligados à Jovem Guarda:
"Somos Apaixonados", de Martinha;
"Ali Na Rua Mesmo Tive Que Chorar"
e, de Nelson Ned; "Se", de Antônio
Marcos e Mário Lúcio; "Volte", de
Marcos Roberto e Dori Edson; "Só Por
Você", de Portinho e Alexandre Cirus;
"Você Não Me Ama", de Agnaldo
Timóteo; "Faça o Que Quiser de Mim",
de Sérgio Reis; "O Brinquedo", de
Carlos César; "Agora Logo Agora", de
Monny; "Destinos Iguais", de Geraldo
Nunes e Lino Reis, e "Você Sabia
Amor?", de Roberto Rei.

Em 1970, lançou o LP "Ângela de todos


os temas", no qual interpretou um
repertório variado que teve como
grande sucesso "Gente humilde",
canção composta nos anos 1940 pelo
violonista Garoto, nome artístico de
Aníbal Augusto Sardinha, que recebeu
letra de Vinícius de Moraes e Chico
Buarque.
Faziam parte do disco também "Último
desejo", de Noel Rosa; "Viola
enluarada", de Paulo Sérgio Valle e
Marcos Valle; "Noite de temporal", de
Dorival Caymmi; "Pra dizer adeus", de
Edu Lobo e Torquato Neto; "Tardes em
Lisboa", de Pinto Martins e Zequinha
de Abreu; "Estou procurando uma
rima", de Martinha, e "Os argonautas",
de Caetano Veloso.

Entre 1971 e 1976 gravou quatro LPs


tendo seu nome como título e nos
quais gravou músicas como: "Meu tolo
coração", de Jair Amorim e Evaldo
Gouveia; "Velha amiga", de Vinícius e
Toquinho; "Valsinha", de Chico
Buarque e Vinícius de Moraes; "Violão
de pobre", de Lydia Pesce e Lina
Pesce; "Pérola negra", de Luiz Melodia,
música da qual foi uma das primeiras a
gravar; "Luzes", de Taiguara;
"Encabulada", de Antônio Carlos e
Jocafi; "Pequeno concerto para um
grande amor", de Tabú e Benito di
Paula; "Velho palhaço", de Fred Jorge;
"Marina", de Dorival Caymmi; "Vá mas
volte", de Wando, e "Nunca mais", de
Isolda e Milton Carlos.
Em 1973, participou do filme
"Portugal...minha saudade", de
Mazzaropi, interpretando a canção "Fim
de ano". O grande sucesso dessa fase
foi o "Tango pra Teresa", de Jair
Amorim e Evaldo Gouveia, gravado em
1975 e que se tornou um clássico tanto
do seu repertório quanto no dos
compositores desse tango.

Em 1977, gravou os LPs "Os mais


famosos tangos" e "Os mais famosos
fados". No primeiro registrou, entre
outras, "Ouvindo-te", de Vicente
Celestino; "Fumando espero", de
Viladomat, F. Garso e Eugênio Paes;
"Madresselva", de Amaori, Amarilda e
F. Canaro, e "Don estás corazon", de
P. Berto, L. M. Serrano e Ubirajara
Silva. No segundo, fados como "Lisboa
antiga", de Vale, Galhardo e R. Portela;
"Foi Deus", de Alberto Janes; "Tudo
isso é fado", de Carvalho e Nazaré, e
"Nem às paredes confesso", de
Trindade e Antônio Ribeiro. Ainda
nesse ano, fez o primeiro dos
encontros em shows com Cauby
Peixoto, uma sugestão do crítico R. C.
Albin ao diretor Augusto César
Vannucci e do qual, após grande
sucesso resultou em disco lançado
logo em seguida.

No ano seguinte, transferiu-se para a


gravadora EMI/Odeon e lançou o LP
"Com amor e carinho".
Gravou com o cantor Agnaldo Timóteo
em 1979 o LP "Ângela e Timóteo,
juntos" que teve como destaques as
canções "Meu primeiro amor", de José
Fortuna, Pinheirinho Jr e H. Gimenes;
"Meu nome é ninguém", de Luiz Reis e
Haroldo Barbosa; "Canção da criança",
de René Bittencourt e Francisco Alves;
"Brigas", de Jair Amorim e Evaldo
Gouveia, e a clássica guarânia
"Cabecinha no ombro", de Paulo
Borges, em gravação de destaque na
carreira artística dos dois. No ano
seguinte, gravou o LP "Apenas
mulher", faixa título de Gonzaguinha, e
que tinha ainda, entre outras, "Tributo à
Maysa", de José Messias; "Mormaço",
de João Roberto kelly; "Que será", de
Mário Rossi e Marino Pinto, e "O rei de
Ramos", de Chico Buarque e Francis
Hime. Ainda em 1980, participou do
especial "Grande nomes" apresentado
pela TV Globo e produzido por Daniel
Filho. Na ocasião cantou acompanhada
por uma orquestra com 30 músicos
regida pelo maestro Cipó. No especial
cantou clássicos de seu repertório
como "Orgulho", de Nelson Wedekind e
Waldir Rocha; "Fósforo queimado", de
Paulo Menezes, Milton Legey e
Roberto Lamego; "Recusa", de
Herivelto Martins, e "Vida de bailarina",
de Chocolate e Américo Seixas,
canções novas naquela época como
"Grito de alerta" e "Apenas uma
mulher", de Gonzaguinha, e "Miss
suéter", de João Bosco e Aldir Blanc.
Dois anos depois,gravou com o cantor
Cauby Peixoto o LP "Angela e Cauby",
disco no qual cantaram entre outas,
"Começaria tudo outra vez", de
Gonzaguinha; "Eu não existo sem
você", de Tom Jobim e Vinícius de
Moraes; "Matriz ou filial", de Lúcio
Cardim; "Meu bem querer", de Djavan,
e "Boa noite amor", de Francisco
Mattoso e José Maria de Abreu. Nesse
ano, lançou outro LP, "Estrela da
canção", onde cantou "Alma de
criança", de Paulo César Pinheiro e
Mauro Duarte; "Exemplo", de Lupicínio
Rodrigues; "Depois de ti", de Jair
Amorim e Evaldo Gouveia, e "Serenata
suburbana", de Capiba. Gravou
"Sempre Ângela", música título, de
Paulo Leminski, Fred Góes e Moraes
Moreira, em LP lançado em 1983 e que
tinha ainda as músicas "A noite do meu
bem", de Dolores Duran; "Ronda", de
Paulo Vanzolini, duas das
interpretações mais marcantes desses
dois clássicos; "Não haverá mais uma
vez", de Paulo Massadas e Michael
Sullivan, e "Horizontes", de Mário
Marcos e Antônio Marcos.
Em 1985 e 1987, lançou pela RGE dois
LPs que traziam apenas seu nome
como título nos quais deixou regisros
de canções como "A grande verdade",
de Luiz Bittencourt e Marlene; "Até
parece um sonho", Maxine e Oldair
José; "Trocando venenos", de Ivor
Lancellotti; "Tapas na cara", de
Cazuza; "Velhos tempos", de Paulo
Massadas e Michael Sullivan; "O
bilhete", de Ivan Lins e Vitor Martins;
"Passado e futuro", de Sílvio César, e
"Mais um cabelo branco", de Erasmo
Carlos. Lançou em 1992, agora na
gravadora BMG Ariola, o CD "Ângela e
Cauby ao vivo", o terceiro dela e Cauby
Peixoto juntos no qual interpretaram,
entre outras, "Ave Maria no morro", de
Herivelto Martins; "Onde anda você",
de Hermano Silva e Vinícius de
Moraes; "Canta Brasil", de David
Nasser e Alcyr Pires Vermelho, e "Nem
eu", de Dorival Caymmi, além de
clássicos da carreira de cada um como
"Babalú", de Margarida Lecuona, e
"Conceição", de Dunga e Jair Amorim.
Em 1994, foi a homenageada do ano
do Prêmio Sharp. Ainda nesse ano foi
enredo da Escola de samba "Rosa de
Ouro", de São Paulo.
A partir de 1995, fez diversos "shows"
no Rio, acompanhada pelo conjunto
Opus 5, apesar de seu forte ser mesmo
espetáculos em casas mais populares,
como churrascarias e boates. Em 1996,
lançou o álbum "Amigos", cantando
com grandes nomes da MPB os
maiores sucessos de sua carreira. O
álbum, apresentado por Ricardo Cravo
Albin, recuperou seu prestígio junto aos
críticos mais rigorosos e vendeu mais
de 500 mil cópias e recebeu o Prêmio
Sharp na categoria "Melhor cantora
popular". Esse CD incluiu músicas
como "Desabafo", de Erasmo Carlos e
Roberto Carlos; "Lábios de mel", de
Waldir Rocha; "Noite chuvosa", de
Britinho, e clássicos como "Balada
triste", de Dalton Vogeler e Esdras
Silva; "Kalu", de Humberto Teixeira, e
"Fim de comédia", de Ataulfo Alves. No
ano seguinte, gravou um tributo a
Dalva de Oliveira, o CD "Pela saudade
que me invade", que vendeu muito
menos do que o anterior, apesar de ter
sido produzido pelo mesmo José Milton
e que incluiu clássicos do repertório de
Dalva de Oliveira como "Que será", de
Mário Rossi e Marino Pinto; "Calúnia",
de Marino Pinto e Paulo Soledade;
"Errei sim", de Ataulfo Alves; "Olhos
verdes", de Vicente Paiva, e "Bandeira
branca", de Laércio Alves e Max
Nunes. Recebeu o Prêmio Sharp na
categoria "Melhor cantora popular" pelo
disco "Pela saudade que me invade".
Em 1999, gravou "Sempre sucesso",
em dupla com o amigo Agnaldo
Timóteo, seu antigo motorista na
década de 1950, 20 anos depois do
primeiro álbum de estúdio que
gravaram juntos. Fizeram parte desse
CD canções como "Não se vá ("Tu t'em
vas)", de A . Barriere; "Mamãe", de
Herivelto Martins e David Nasser, e
"Cabecinha no ombro", de Paulo
Borges. O CD contou ainda com as
participações especiais de Fagner, na
faixa "Deslizes", de Paulo Massadas, e
Michael Sulllivan; de Chitãozinho e
Xororó na faixa "Índia", de Guerrero e
Flores; Fábio Jr em "Alma gêmea", de
Peninha, e Cauby Peixoto nas faixas
"Ninguém é de ninguém", de Toso
Gomes, Umberto Silva e Luiz
Mergulhão, e "A noiva (La noiva)", de J.
Pietro com versão de Fred Jorge.
Chegou a ser eleita por unanimidade,
em pesquisa do Ibope, a cantora mais
popular do Brasil. Dedicou-se a
interpretar principalmente sambas-
canções, mas também gravou muitos
boleros, tangos e versões de baladas e
músicas espanholadas e italianas. Ao
longo da carreira gravou mais de 100
discos entre 78 rpm, LPs e CDs. Seu
repertório até 1962 é considerado por
alguns críticos como mais sofisticado,
embora tenha sido sempre uma
cantora popular. Na década de 1970,
foi considerada uma cantora "cafona"
pela crítica. Nessa época, muitos
jovens compositores consolidavam sua
carreira dentro de uma estética mais
moderna, introduzida pelos
movimentos da bossa nova e da
tropicália, o que não a abalou. Seguiu
dentro de seu estilo de cantora
romântica, com ênfase em boleros e
sambas-canções. Continuou sendo
cultuada por sua legião de fãs, embora
tivesse menos espaço na mídia. Foi
talvez a única cantora da chamada "Era
do Rádio", dos anos 1950 que consegiu
obter grandes sucessos de vendagem
e execução nas décadas seguintes.
Entre seus maiores sucessos estão
"Nem eu", de Dorival Caymmi;
"Orgulho", de Waldir Rocha e Nelson
Wederkind; "Lábios de mel", de Waldir
Rocha; "Vida de bailarina", de Américo
Seixas e Chocolate; "Abandono" e
"Babalu", de Margarita Lecuona;
"Fósforo queimado", de Paulo
Marques, Milton Legey e Roberto
Lamego, e "Garota solitária", de
Adelino Moreira. Continuou se
apresentando em "shows" e em
programas de TV, ainda mantendo uma
fiel legião de fãs.
Em 2000, cantou com Cauby Peixoto
em show na praia de Copacabana
comemorativo aos 103 anos do bairro
de Copacabana. Em 2001, foi
homenageada pela Banda de Ipanema
por ocasião dos seus 50 anos de
carreia tendo desfilado pelas ruas de
Ipanema em cima de um trio elétrico.
Em 2002, fez temporada de duas
semanas com o cantor Cauby Peixoto
no Teatro Rival BR interpretando
grandes sucessos de sua carreira
como "Gente humilde" e "Babalu". No
mesmo ano, comemorou 50 anos de
carreira com show no Teatro Rival BR
acompanhada por Fernando Costa no
teclado, Cleto Pasiva, na bateria,
Césão no baixo e por Juarez Araújo no
sax e na flauta. Em 2003, lançou pelo
selo "Lua Discos" o CD "Disco de
ouro", com arranjos do pianista Keko
Brandão, no qual escolheu livremente o
repertório e gravou "Sozinho", de
Peninha, "Por causa de você", de Tom
Jobim e Dolores Duran, "Olha", de
Roberto Carlos e Erasmo Carlos,
"Dores de amores", de Luiz Melodia,
"Como uma onda", de Lulu Santos e
Nelson Motta, e "Faz parte do meu
show", de Cazuza e Renato Ladeira.
Em 2010, foi lançado, pela EMI Music,
dentro da séire "Grandes Nomes", o
DVD "Ângela Maria: Abelim Maria da
Cunha", contendo o show realizado por
ela em 1980 para a TV Globo, onde
interpretou "Inspiração", de Bruno
Marnet; "Gosto do Passado", de
Mariozinho Rocha, Renato Corrêa e
Cláudio Cavalcanti; "Grito de Alerta" e
"Apenas Mulher", de Gonzaguinha;
"Encantamento", de Othon Russo e
Nazareno de Brito; "Fósforo
Queimado", de Paulo Menezes, Milton
Legey e Roberto Lamego; "Escuta", de
Ivon Cury; "Orgulho", de Nelson
Wederkind e Waldir Rocha; "Que
Será", de Marino Pinto e Mário Rossi;
"Tango Pra Teresa", de Jair Amorim e
Evaldo Gouveia, e "Vida de Bailarina",
de Chocolate e Américo Seixas, além
de "Miss Suéter", de João Bosco e Aldir
Blanc, que contou com a participação
de João Bosco, e "Amendoim
Torradinho", de Henrique Beltrão;
"Amor, Meu Grande Amor", de Ângela
Ro Ro e Ana Terra, e "Me Acalmo
Danando", de Ângela Ro Ro, qiue
contaram com a participação de Ângela
Ro Ro. Em 2011, foi relançado pelo
selo Microservice, que adquiriu o direito
de comercializar por cinco anos o
catálogo da gravadora Copacabana, o
LP "Ângela popular brasileira" lançado
na década de 1970 no qual a cantora
interpreta sucessos de Chico Buarque,
Tom Jobim, Dorival Caymmi, Vinícius
de Moraes e Edu Lobo. Também em
2011, aos 82 anos de vida e 60 de
carreira lançou o CD "Eu voltei", o
primeiro desde que lançou "Disco de
ouro" em 2003. Segundo o crítico
Mauro Ferreira, "A Ângela Maria de "Eu
voltei" é a intérprete elegante que canta
o amor (e as dores decorrentes dele)
em apropriados tons baixos e suaves".
Estão presentes no CD, entre outras,
as músicas "Bar da noite", de Haroldo
Lobo e Bidu Reis; "A chuva caiu", de
Tom Jobim e Luiz Bonfá; "Espelho de
camarim", de Ivan Lins e Vitor Martins;
"Muito estranho", de Dalto e Cláudio
Rabello, e "Eu não sei", de Jair Amorim
e Evaldo Gouveia. Em 2013, foi
lançado pela Lua Music, em parceria
com o Canal Brasil o DVD "A estrela da
canção popular", o primeiro da cantora
que contabilizou seus 62 anos de
carreira. De caráter documental, o DVD
apresenta o show gravado em São
Paulo, em 2012, e outras imagens
históricas e raras da "Sapoti", como
ficou conhecida a cantora: a gravação
de "Babalu", feita em 1975, para o
programa "Fantástico" da TV Globo,
além de cena dos filmes "Fuzileiros do
amor", de 1956, e "Rio fantasia", de
1957, e ainda uma entrevista na qual
conta sua trajetória artística. Estão
presentes nesse DVD as interpretações
para "O Portão", de Roberto Carlos e
Erasmo Carlos; "Gente Humilde", de
Garoto, Vinicius de Moraes e Chico
Buarque; "Esse Cara", de Caetano
Veloso; "Pra Você", de Silvio César;
"Não Tenho Você", de Paulo Marques
e Ari Monteiro; "Vida de Bailarina", de
Chocolate e Américo Seixas; "Bar da
Noite", de Bidú Reis e Haroldo
Barbosa; "Lábios de Mel", de Waldir
Rocha; "Escuta", de Ivon Cury; "Menino
Grande", de Antônio Maria; "Mamãe",
de Herivelto Martins e David Nasser;
"Cinderela", de Adelino Moreira;
"Carinhoso", de Pixinguinha e João de
Barro; "Brigas", de Jair Amorim e
Evaldo Gouveia; "Abandono", de
Nazareno de Brito e Presyla de Barros;
"Orgulho", de Nelson Wederkind e
Waldir Rocha; "Falhaste Coração
(Fallaste Corazón)", de Cuco Sanchez,
versão de Luis Carlos Gouveia, e
"Babalú", de Margarita Lecuona. Em
2014, apresentou, no Teatro Net Rio e
no Teatro Rival BR, o show "Eu voltei",
no qual, acompanhada pelo violonista
Ronaldo Rayol interpretou seus
grandes sucessos, além de gravações
novas como "O Portão", de Roberto
Carlos, "Espelho do Meu (Camarim)",
de Ivan Lins e Vitor Martins, "Olhos nos
Olhos", de Chico Buarque, "Esse
Cara", de Caetano Veloso, e "Pra
Você", de Sílvio César. Em 2015,
lançou no Teatro Net Rio, no bairro de
Copacabana, o CD "Angela à vontade
com voz e violão", no qual, ao lado do
violonista Ronaldo Rayol, interpretou
clássicos da música popular brasileira,
tais como "Nunca", de Lupicínio
Rodrigues; "Retalhos de cetim", de
Benito di Paula; "Tango para Tereza",
de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "As
Rosas Não Falam", de Cartola; "Gente
Humilde", de Garoto, Vinícius de
Moraes e Chico Buarque, e "Só louco",
de Dorival Caymmi, entre outras. Em
seguida, a cantora deu início a uma
turnê nacional que incluiu shows em
cidades como Santos, em São Paulo, e
Salvador, na Bahia. No mesmo ano, fez
uma participação especial no show do
lançamento do CD "Eternas Canções",
do cantor Márcio Gomes, no Imperator,
casa de espetáculos do bairro carioca
do Méier. Em 2016, retornou ao Teatro
Bradesco, em São Paulo, ao lado do
cantor Cauby Peixoto no show "120
Anos", no qual comemoram os
respectivos 60 anos de carreira.
Acompanhados pelos músicos
Alexandre Vianna, piano, Eric Budney,
baixo, Ronaldo Rayol, violão, Jabes
Felipe, bateria, Michel Machado,
percussão e Marcelo Monteiro, sopros ,
interpretaram sucessos como "Vida da
Bailarina", "Cinderela", "Gente
Humilde", "Bastidores", "Babalú" e
"Conceição". Em 2017, gravou pelo
selo Biscoito Fino o CD "Angela Maria
e as canções de Roberto & Erasmo" no
qual interpretou as composições "Você
em minha vida", "Sua estupidez",
"Sentado à beira do caminho",
"Desabafo", "Não se esqueça de mim",
"Despedida", "Eu disse adeus", "Jovens
tardes de domingo" e "O show já
terminou", todas de autoria de Roberto
Carlos e Erasmo Carlos, além de
"Como é grande o meu amor por você",
de Roberto Carlos. Em 2018, às
vésperas de completar 90 anos,
apresentou na Sala Municipal Baden
Powell, no bairro de Copacabana, o
espetáculo "Angela Maria e as canções
de Roberto e Erasmo", interpretando
clássicos da dupla como "Você em
minha vida", "Sua estupidez" e "Como
é grande o meu amor por você", entre
outras, alé de relembrar seus grandes
sucessos, entre os quais, "Gente
humilde", de Garoto, Chico Buarque e
Vinícius de Moraes, e "Lábios de mel",
de Waldir Rocha. No mesmo ano,
apresentou-se no programa "Todas as
bossas", na TV Brasil, sendo
acompanhada pelo violonista Ronaldo
Rayol interpretando seus grandes
sucessos tais como "Orgulho", de
Waldir Rocha e Nelson Wederkind,
além de músicas de seu CD com
composições de Roberto Carlos e
Erasmo Carlos. Ainda em 2018,
recebeu duas indicações ao Prêmio da
Musica Popular: a de melhor álbum na
categoria canção popular pelo CD
"Canções de Roberto e Erasmo", e o
de "Melhor cantora" pelo mesmo disco.
Por ocasião de seu falecimento assim
escreveu o cronista Artur Xexéo em
artigo para o jornal O Globo: "Angela
Maria foi uma cantora do povo.
Cantava suas tristezas, abusava de um
repertório com letras sobre amores mal
resolvidos, chorava cantando e cantava
chorando. Mas o que se sobrepunha a
tudo isso era uma voz impecável.
Angela é do tempo em que eram
valorizados cantores com pulmão,
fôlego, afinação, ritmo e capacidade de
ultrapassar oitavas com facilidade. Foi
isso que a fez sobreviver a modismos,
movimentos e estilos de ocasião. Ela
não foi só uma cantora de seu tempo.
Foi uma cantora de todos os tempos."
Ainda em 2018, foi lançado pelo selo
Nova Estação/Eldorado o CD "Angela
Maria & Nelson Gonçalves - Ao vivo"
registro de show gravado ao vivo em
1978 no Anhembi, em São Paulo e até
hoje inédito. O registro chegou a ser
lançado de forma pirata em 2013 mas a
cantora não gostou do resultado e
ganhou na justiça a retirada do material
de circulação. A pedido da cantora o
produtor Thiago Marques Luiz editou o
material. Segundo ele: "Tiramos as
locuções e duas músicas nas quais ela
não gostou do resultado - conta o
produtor, que lamenta que o disco,
previsto para ser lançad há alguns
meses, chegue às lojas apenas após a
morte de Angela". No disco ela e
Nelson Gonçalves interpretam 30
composições do repertório de ambas,
em duetos ou solo.

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