Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Andrea Filatro
Mestra e Doutoranda em Educação pela Faculdade de Educação da USP
afilatro@uol.com.br
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
A interação do usuário com computadores e sistemas está cada vez mais presente no
cotidiano da comunidade. A satisfação do usuário deve ser procurada incontinente, e desta
forma estudos de usabilidade se mostram como ferramenta importante, atuando para ressaltar a
importância de se pensar nos clientes e suas reações durante a utilização de nossos sistemas.
Uma das formas de se tentar desenvolver estudos dessa natureza - é por meio de testes
feitos ao longo do processo de implementação dos sistemas. A interface – sistema de integração
entre os diversos aplicativos - de um portal interativo é de suma importância para que os
objetivos estabelecidos por esta aplicação sejam atingidos junto aos seus usuários. O impacto é
ainda maior quando for uma aplicação educacional, tendo em vista que este deve prover aos
usuários mecanismos efetivos de busca de informações, ferramentas que facilitem a localização
das informações desejadas, atendendo aos diferentes estilos e necessidades de diversos tipos de
usuários.
Nesta pesquisa, o objetivo foi analisar e diagnosticar a interface do portal da Portcom -
http://www.portcom.intercom.org.br, por meio de estudos heurísticos de modo a sugerir
melhorias e adequações de forma a facilitar seu uso, aprendizagem e aumentar a satisfação por
parte dos usuários.
2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – Usabilidade
A usabilidade tem raízes na ciência cognitiva e começou a ser usado no início da década
de 1980 pelas áreas de psicologia e ergonomia como substituto da expressão “user-friendly”
(amigável, em português), uma vez que máquinas são ferramentas feitas para servir, não para
“serem amigas”.
A primeira norma de usabilidade foi a ISO/IEC 9126 (1991), sobre qualidade de
software. Com uma abordagem orientada ao produto e ao usuário, considerava a usabilidade
“um conjunto de atributos de software relacionado ao esforço necessário para seu uso e para o
julgamento individual de tal uso por determinado conjunto de usuários”.
Também foi em 1991 que a Usability Professionals Association foi constituída como
uma comunidade respeitável de profissionais, pesquisadores e empresas, ativos na pesquisa e
divulgação de estudos, pesquisas e testes na área de usabilidade. Posto que o conceito evoluiu,
foi redefinindo na parte 1 da norma ISSO/IEC FCD 9126-1 (1998), com a inclusão das
necessidades do usuário. Essa norma definiu as características de qualidade de software, como
funcionalidade, confiabilidade, eficiência, possibilidade de manutenção e portabilidade.
dos objetos (imagens, textos, comandos, etc.) que são apresentados. Os usuários irão
detectar os diferentes itens mais facilmente se eles forem apresentados de uma forma
organizada (em ordem alfabética, freqüência de uso, etc.). Além disso, a
aprendizagem e a recuperação de itens será melhorada. O Agrupamento / distinção
por localização leva a uma melhor Condução”.
• Agrupamento por formato: Verifica os formatos dos itens como meio de transmitir
associações e diferenças. BASTIEN & SCAPIN (1993) ressalta que será mais fácil
para o usuário perceber relacionamento(s) entre itens ou classes de itens, se
diferentes formatos ou diferentes códigos ilustrarem suas similaridades ou
diferenças. Tais relacionamentos serão mais fáceis de aprender e de lembrar. Um
bom agrupamento / distinção leva a uma boa condução.
• Feedback: Avaliar a qualidade do feedback imediato às ações do usuário. A
qualidade e a rapidez do feedback são dois fatores importantes para o
estabelecimento de satisfação e confiança do usuário, assim como para o
entendimento do diálogo. Esses fatores possibilitam que o usuário tenha um melhor
entendimento do funcionamento do sistema. A ausência de feedback ou sua demora
podem ser desconcertantes para o usuário. Os usuários podem suspeitar de uma falha
no sistema e podem realizar ações prejudiciais para os processos em andamento.
(BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Legibilidade: Verifique a legibilidade das informações apresentadas nas telas do
sistema. A performance melhora quando a apresentação da informação leva em
conta as características cognitivas e perceptivas dos usuários. Uma boa legibilidade
facilita a leitura da informação apresentada (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Concisão: Verifica o tamanho dos códigos e termos apresentados e introduzidos no
sistema. A capacidade da memória de curto termo é limitada. Conseqüentemente,
quanto menos entradas, menor a probabilidade de cometer erros. Além disso, quanto
mais sucintos forem os itens, menor será o tempo de leitura. (BASTIEN & SCAPIN
1993).
• Ações Mínimas: Verifica a extensão dos diálogos estabelecidos para a realização
dos objetivos do usuário. Quanto mais numerosas e complexas forem às ações
necessárias para se chegar a uma meta, a carga de trabalho aumentará e, com ela, a
probabilidade de ocorrência de erros. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Densidade Informacional: Avalia a densidade informacional das telas
apresentadas pelo sistema. Na maioria das tarefas, a performance dos usuários piora
quando a densidade de informação é muito alta ou muito baixa. Nesses casos, é mais
provável a ocorrência de erros. Itens que não estão relacionados à tarefa devem ser
removidos. A carga de memorização dos usuários deve ser minimizada. Eles não
devem ter que memorizar listas de dados ou procedimentos complicados. Eles não
devem, também, ter que executar tarefas cognitivas complexas quando estas não
estão relacionadas com a tarefa em questão. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Ações Explícitas: Verifica se é o usuário quem comanda explicitamente as ações
do sistema. Quando o processamento pelo computador resulta de ações explícitas
dos usuários, estes aprendem e entendem melhor o funcionamento da aplicação e
menos erros são observados. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Controle do Usuário: Avalia as possibilidades do usuário controlar o
encadeamento e a realização das ações. O controle sobre as interações favorece a
aprendizagem e, assim, diminui a probabilidade de erros. Como conseqüência, o
computador se torna mais previsível. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Flexibilidade: Verifica se o sistema permite personalizar as apresentações e os
diálogos. Quanto mais formas de efetuar uma tarefa existirem, maiores serão as
5
chances de que o usuário possa escolher e dominar uma delas no curso de sua
aprendizagem. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Experiência do Usuário: Avalia se usuários com diferentes níveis de experiência
têm iguais possibilidades de obter sucesso em seus objetivos. O grau de experiência
dos usuários pode variar. Eles tanto podem se tornar especialistas, devido à
utilização continuada, como menos hábeis, depois de longos períodos de não
utilização. A interface deve também ser concebida para lidar com as variações de
nível de experiência. Usuários experientes não têm as mesmas necessidades
informacionais que os novatos. Todos os comandos ou opções não precisam ser
visíveis o tempo todo. Diálogos de iniciativa exclusiva do computador podem
entediar e diminuir o rendimento do usuário experiente. Os atalhos, ao contrário,
podem lhes permitir rápido acesso às funções do sistema. Pode-se fornecer aos
usuários inexperientes diálogos fortemente conduzidos, ou mesmo passo a passo.
Em suma, meios diferenciados devem ser previstos para lidar com diferenças de
experiência, permitindo que o usuário delegue ou se aproprie da iniciativa do
diálogo. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Proteção contra erros: Verifica se o sistema oferece as oportunidades para o
usuário prevenir eventuais erros. É preferível detectar os erros no momento da
digitação, do que no momento da validação. Isto pode evitar perturbações na
planificação da tarefa. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Mensagens de erro: Avalie a qualidade das mensagens de erro enviadas aos
usuários em dificuldades. A qualidade das mensagens favorece o aprendizado do
sistema, indicando ao usuário a razão ou a natureza do erro cometido, o que ele fez
de errado, o que ele deveria ter feito e o que ele deve fazer. (BASTIEN & SCAPIN
1993).
• Correção de erros: Verifica as facilidades oferecidas para que o usuário possa
corrigir os erros cometidos. Os erros são bem menos perturbadores quando eles são
fáceis de corrigir. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Consistência: Avalia se é mantida uma coerência no projeto de códigos, telas e
diálogos com o usuário. Os procedimentos, rótulos, comandos, etc., são melhor
reconhecidos, localizados e utilizados, quando seu formato, localização ou sintaxe
são estáveis de uma tela para outra, de uma seção para outra. Nessas condições, o
sistema é mais previsível e a aprendizagem mais generalizável; os erros são
diminuídos. É necessário escolher opções similares de códigos, procedimento s,
denominações para contextos idênticos, e utilizar os mesmos meios para obter os
mesmos resultados. É conveniente padronizar tanto quanto possível todos os objetos
quanto a seu formato e a sua denominação, e padronizar a sintaxe dos
procedimentos. A falta de homogeneidade nos menus, por exemplo, pode aumentar
consideravelmente os tempos de procura.
A falta de homogeneidade é também uma razão importante da recusa de utilização.
(BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Significados: Avalia se os códigos e denominações são claros e significativos para
os usuários do sistema. Quando a codificação é significativa, a recordação e o
reconhecimento são melhores. Códigos e denominações não significativos para os
usuários podem sugerir operações inadequadas para o contexto, levando a cometer
erros. (BASTIEN & SCAPIN 1993).
• Compatibilidade: Verifica a compatibilidade do sistema com as expectativas e
necessidades do usuário em sua tarefa. A transferência de informações de um
contexto a outro é tanto mais rápida e eficaz quanto menor é o volume de informação
que deve ser recodificada. A eficiência é aumentada quando: os procedimento
6
3. METODOLOGIA
Neste trabalho, foram utilizadas:
• Técnica Objetiva / Empírica de Ensaios de Interação – Análise de conteúdo da
homepage (NIELSEN e TAHIR, 2002), por promover a participação efetiva do
usuário final;
• os Aspecto da estrutura da página inicial (NIELSEN e TAHIR, 2002)
• e o Checklist de usabilidade segundo critérios ergonômicos (BASTIEN e
SCAPIN, 1993).
Segundo Nielsen e Tahir (2002), os ensaios de interação buscam identificar e
diagnosticar os problemas de usabilidade originados de sistemas projetados de acordo com a
lógica de seus desenvolvedores, sem a participação dos usuários finais.
NIELSEN criou uma tabela, ver figura 01, onde apresenta recomendações quanto aos
valores de cada critérios:
Figura 01 – Aspectos da Estrutura da Página Inicial
NIELSEN (2002, p.52) destaca que “nos diversos estudos sobre usabilidade, uma das
principais descobertas é que os sites funcionam melhor quando seguem as convenções que os
usuários conhecem de outros sites.”
A figura 02 a seguir, ilustra a tela inicial do portal.
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
Representação das cores:
Amarela: Boas Vindas e Identificação do Web Site
Laranja: Navegação
Verde: Conteúdo de Interesse
Lilás: Autopromoção
Cinza: Preenchimento
Branco: Sem Uso
Segundo NIELSEN (2002, p. 12), além do slogan da homepage, todos os Web Sites
9
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
Segundo NIELSEN (2002), não se deve dar boas-vindas aos usuários no site, a menos
que seja para confirmar que o site reconheceu um usuário registrado. As melhores boas-vindas
são uma definição concreta do que pode fazer no site. No Web Site analisado, entretanto, a
expressão é mantida no topo da página ao longo de toda e qualquer interação com o usuário.
Através de análise da tela, a navegação compreende 21% da área utilizada e está
duplicada. Na parte central, além dos rótulos, estão identificados os nomes dos seus respectivos
serviços. A figura 05 a seguir, mostra o mesmo serviço com três nomes diferentes, o que leva
o usuário a ficar confuso (Projetos – PROJECOM – ARCOM), além do fato de o link “ARCom”
direcionar à uma página com erro (erro técnico de abertura) e o “PROJETO” abrir a página
normalmente.
Figura 05 – Serviços referenciados
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
Segundo NIELSEN (2002, p.19) não se devem disponibilizar diversas áreas de
navegação para o mesmo link nem inventar termos para as opções de navegação de categorias:
“As categorias devem ser diferenciáveis entre si. Se os usuários não entenderem sua
terminologia inventada, não conseguirão distinguir as categorias”.
Nesse sentido, embora os ícones estejam bem definidos e ajudem o usuário na rápida
identificação do serviço oferecido, eles sempre duplicam entradas do menu principal ou áreas
de navegação interna.
Como um dos objetivos principais da PORTCOM é facilitar a navegação em todo lugar
do site, é fundamental que os usuários consigam encontrar sem muito trabalho a área de
navegação adequada, distinguir as opções e ter uma noção básica do que existe por trás dos
links. Os usuários não devem clicar em itens apenas para descobrir o que significam. A área de
navegação deve revelar os conteúdos mais importantes do Web Site, de modo que os usuários
10
tenham uma boa noção desse conteúdo ao examinar as categorias de nível superior.
A criação eficaz do conteúdo de interesse é um dos aspectos mais críticos de todo Web
Site. NIELSEN (2002, p. 14) comenta que a maioria dos usuários “bate os olhos” no conteúdo
on-line, em vez de ler cuidadosamente, de modo que deva otimizar esse conteúdo quanto a essa
modalidade de varredura e projetá-lo de modo a transmitir o máximo de informações com o
mínimo de palavras.
O conteúdo de interesse abrange 29% do espaço total do Web Site e poderia ser mais
bem descrito em alguns itens, como o próprio PROJECOM, citado anteriormente (figura 05).
Para que as novas histórias e comunicados sejam eficazes, é necessário criar títulos e
sinopses 1 eficientes (NIELSEN, 2002). Os títulos devem ser sucintos mas descritivos, para
transmitir o máximo de informações com um mínimo de palavras possível. Deve-se vincular o
título, e não a sinopse, à história completa da notícia. Apesar da recomendação de que todas as
novas notícias do Web Site devem ser listadas com a data e hora, a não ser que tenham ocorrido
dentro da mesma semana, o PORTCOM não utiliza essa identificação.
O Web Site não apresenta nenhum tipo de publicidade, uma característica apreciada
pelos usuários, ainda mais se tratando de um Web Site de caráter institucional. A autopromoção
deve está alocada no canto inferior direito, perto da borda, conforme as recomendações padrões.
Alguns itens encontram-se desnecessariamente duplicados com a barra superior. Neste caso
poderiam estar agrupados em um único espaço.
A pesquisa é um dos elementos mais importantes do sistema e é fundamental que os
usuários a localizem facilmente e a utilizem sem muito trabalho (NIELSEN, 2002). As caixas
de entrada devem ser suficientemente grandes para os usuários verem e editarem consultas
padrão no site. No caso da PORTCOM, a caixa não apresenta um espaço suficiente (pelo menos
30 caracteres) para inserção do texto. Ainda segundo NIELSEN (2002), a caixa deveria estar
posicionada na parte superior direita para facilitar a visualização do usuário.
1
Sinopse – resumo da história.
11
Tempo de Download:
Banda larga 1 Segundo ***
Conexão Discada 7 segundos
A largura da página é de 710 pixels, estando dentro do padrão de tela 800x600, o mais
comum para os usuários domésticos.
Não possui. Escolha certa, pois a maioria dos quadros provoca problemas de
usabilidade.
Quadros nenhum ***
Possui pesquisa, mas está localizada em local errado (inferior direito). O ideal é que
esteja posicionado no canto superior direito para que fique bem visível.
Posição do recurso de pesquisa Inferior Direito *
As pesquisas são realizadas em todo o âmbito do site, mas neste caso a página apresenta
12
erro.
Tipo de pesquisa Simples *
Utiliza barra de navegação superior e área central. Os itens estão duplicados e utilizam-
se também várias nomenclaturas para o mesmo item, confundindo o usuário.
Navegação Diversos *
Possui link para contato através de e-mail e redirecionamento para a própria página.
Links de navegação de rodapé Sim ***
Não existe. Como não está claro atualmente se os mapas dos sites realmente ajudam os
usuários a navegar, é recomendado incluir um mapa do site somente se forem atribuídos
recursos expressivos ao design do mapa e depois de extensivamente testado com usuários reais
executando tarefas reais de navegação (NIELSEN, 2002).
Link do mapa do site não existe **
Não existe.
Página de direcionamento não existe **
Não existe.
Página de abertura não existe ***
Não se aplica.
Vagas para emprego não existe ***
Não oferece este recurso. Deve ser oferecido caso o Web Site possua um número
expressivo de recursos avançados ou complexos (NIELSEN, 2002).
Ajuda não existe *
13
Não se aplica.
Posição do Recurso de Ajuda não existe *
Não existe modificação na cor quando clicado no link. O recomendado é que se use a
cor púrpura.
Cor de links não visitados não existe *
Não possui. Recomenda-se que os links não visitados tenham a cor mais saturada. Os
links visitados devem ter uma cor não saturada e menos destacada, mas não cinza-claro
(NIELSEN, 2002).
Cores diferentes de link para os visitados e não- não existe *
visitados
28%
49%
23%
47%
53%
Detalhadamente, o laudo final de avaliação resultou no seguinte quadro, no qual estão incluídos
comentários sintetizados do checklist realizado:
Não Não
Tópicos Conforme Conforme Aplicável
Ações Explícitas: quem comanda explicitamente as ações do sistema é o usuário, o que lhe
1 permite aprender e entender melhor o funcionamento da aplicação. 2 0 2
Ações Mínimas: os diálogos estabelecidos para a realização dos objetivos do usuário em alguns
casos são complexos, aumentando tanto a carga de trabalho para alcançar uma meta quanto a
2 probabilidade de ocorrência de erros. 2 1 2
Agrupamento por formato: em geral é difícil para o usuário perceber relacionamento(s) entre
3 itens ou classes de itens, porque diferentes formatos e códigos são usados para agrupamentos. 3 10 4
Agrupamento por localização: a distribuição espacial dos itens de certa forma traduz as relações
entre as informações, mas poderia ser melhorada, principalmente no que diz respeito à
4 padronização entre páginas. 5 4 2
Compatibilidade: em alguns casos há incompatibilidade entre sistema e as expectativas e
necessidades do usuário em sua tarefa, sendo utilizados para identificação conceitos próximos ao
5 usuário na página inicial e conceitos herméticos nas páginas internas. 2 3 16
Concisão: as entradas em geral são poucas e sucintas, reduzindo a probabilidade de erros e
6 diminuindo o tempo de leitura. 8 1 5
Consistência: os procedimentos, rótulos, comandos, etc. não têm formato, localização ou sintaxe
estáveis de uma tela para outra ou de uma seção para outra, aumentando consideravelmente os
7 tempos de procura e podendo levar à desistência 0 9 2
8 Controle do usuário: não se aplica 2 0 0 4
9 Correção de erros: não se aplica 0 0 5
Densidade Informacional: em algumas telas, a densidade de apresentação ultrapassa os 40%
recomendados, havendo itens não relacionados à tarefa e procedimentos complicados que poderiam
10 ser dispensados. 2 4 3
Experiência do Usuário: há uma única interface para todos os usuários, e nem todas as páginas
11 analisadas estão ao alcance da compreensão dos usuários iniciantes 2 4 0
12 Feedback: principalmente nas falhas do sistema, não há feedback específico para o usuário 2 2 8
13 Flexibilidade: o sistema não permite a personalização das apresentações e dos diálogos. 0 2 1
Legibilidade: mesmo não existindo padronização de tamanhos, tipos e cores de fontes entre as
telas, em sua maioria elas apresentam uma boa legibilidade e facilitam a leitura da informação
14 apresentada. 14 6 7
Mensagens de erro: aos usuários em dificuldades não são enviadas mensagens de erro que
indiquem a razão ou a natureza do erro cometido, o que ele fez de errado, o que ele deveria ter feito
15 e o que ele deve fazer. 0 2 7
Presteza: o sistema disponibiliza bread crumbs com a localização do usuário, mas o recurso
16 apresenta erros em algumas telas, despertando no usuário a suspeita quanto à sua confiabilidade. 3 6 8
Proteção contra erros: o sistema oferece oportunidades para o usuário prevenir eventuais erros ao
oferecer um menu bem planejado, mas há casos de caixas de seleção sobrepostas e opções de menu
17 muito próximas 1 1 5
Significados: nem todos os códigos e denominações são claros e significativos para os usuários do
sistema, principalmente porque as áreas principais do Portal são apresentadas em linguagem
18 próxima ao usuário na página inicial, mas se mesclam conceitos desconhecidos nas subpáginas 6 4 2
52 59 83
2
No nível do usuário iniciante – ver observação sobre usuários iniciantes e usuários logados nas Conclusões Gerais, a seguir.
16
6. CONCLUSÕES GERAIS
Recuperando os atributos de NIELSEN (1993, p.26), complementados com os atributos
de ISO 9241-11 (1998) e o critérios ergonômicos de BASTIEN e SCAPIN, 1993), que foram a
base para análise do PORTCOM, e considerando as informações disponíveis sobre o Portal no
próprio Web Site, resumimos a seguir os principais pontos do estudo realizado.
O PORTCOM não é apenas um portal de consulta e recuperação da informação, mas
sim de publicação compartilhada e formação de comunidades e redes de conhecimento na área
das ciências da comunicação.
Pretende ser uma referência internacional de toda a produção técnica, científica e
acadêmica em ciências da comunicação produzida em instituições de países da língua
portuguesa.
Essa visão de ampla disseminação, que busca estender os horizontes de projetos
individuais e agregar as diferentes iniciativas existentes na área, pressupõe uma interface única
entre sistemas tecnológicos de diversas origens e características um público mais diversificado.
Nesse sentido, o atributo experiência do usuário ganha considerável importância, visto
que o Portal atinge públicos bastante distintos: tanto públicos diferenciados oriundo das
diferentes subculturas que compõem a Rede PORTCOM, como públicos menos familiarizados
com os projetos que compõem o Portal (não necessariamente iniciantes na Web), e em busca
de algo mais genérico na área de ciências da comunicação.
Este estudo foi feito da perspectiva de usuários iniciantes, um público mais volátil, não-
identificado e não-logado, que desconhece a estrutura da Rede PORTCOM e para quem os
serviços de acesso e recuperação da produção científica são os mais importantes.
A análise restringiu-se, assim, aos dois primeiros níveis do Portal (página inicial do
Portal e respectivas subpáginas). Não foram analisados os links mais profundos do Portal, nem
os recursos de administração disponíveis aos membros da comunidade.
É interessante ressaltar que, mesmo neste levantamento parcial, fica claro que o acesso
identificado (área de administração, área de publicações) depende uma associação aos
subprojetos e não ao Portal como um todo (inexiste uma área de login e senha na página inicial).
Na mesma linha, a questão da compatibilidade merece destaque, já que tudo indica que
os subsistemas que compõem o PORTCOM foram elaborados com base nos usuários
avançados, familiarizados não apenas com a tecnologia, mas também com a cultura da Rede
PORTCOM, seus condicionantes históricos e seus parceiros nacionais e internacionais.
Em alguns casos, a informação não é apresentada de forma diretamente utilizável: há
uma máscara inicial voltada para o público visitante em geral, mas quando o usuário entra de
fato no Portal (segundo nível em diante) depara-se com linguagens e estruturas próprias e
independentes, provavelmente já assimiladas pelos diferentes grupos que usufruem (e
alimentam) o Portal, mas não necessariamente conhecidas pelos usuários “não iniciados”.
A figura 09 a seguir reproduz uma tela que ilustra uma dessas situações (ver também
figuras 10, 12 e 13 mais adiante).
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
Clica-se em Monografias e
chega-se a Reposcom
Posicionamento,
estilo e escopo de
busca diferentes
Agrupamento por
ações do usuário?
Estilos diferentes Anúncios
de apresentação (2º nível)
(menu) x Notícias
(1º nível)
Fale conosco do 2º
nível, não do Portal
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
Em termos de eficácia e uso, pelo fato de o levantamento da usabilidade ter sido restrito
aos dois primeiros níveis do site – página inicial e subpáginas – e pelo fato de estas últimas em
si terem suas próprias configurações de interface, pouco se pôde avançar em termos de análise
dos níveis produtividade do usuário em cada subárea componente do Portal superado o período
de aprendizado. No entanto, levando em conta o perfil do usuário leigo – a saber, de recuperação
de informação, parece-nos que este quesito ainda requer aprimoramentos. Podemos considerar
entretanto que, uma vez compreendida a estrutura do Web Site, o banner superior do Portal
atende ao quesito facilidade de memorização pelo usuário.
A flexibilidade é garantida, pelo menos para fins de recuperação da informação, pela
navegação estruturada via browsing e pela busca direta (embora experimental em nível de
página inicial), permitindo que na tarefa primordial de busca exista mais de uma maneira de
interagir com o sistema.
Não podemos deixar de mencionar consideráveis falhas do sistema em relação ao
atributo taxa de erros, tanto no sentido dos erros apontados na apresentação anexa (links
inacessíveis, mensagens inconsistentes), como nos erros básicos de acesso (portal inteiro fora
do ar por 96 horas durante o feriado, área de Monografias fora do ar durante outro final de
semana). Em ambos os casos, não há comunicação com o usuário sobre o que fazer diante das
falhas.
Erro ao acessar
Guia Monografia
Erro ao acessar
página Estatísticas
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
Por outro lado, em termos de satisfação subjetiva, a impressão inicial do Portal é de
um grande local de reunião de valiosas informações de outra forma dispersas dentro e fora da
Web. O layout da página inicial inspira credibilidade ao visitante, embora haja várias entradas
replicadas (conforme mostra a figura 12 a seguir) – o que, para o usuário iniciado na Internet,
pode dar a impressão de desperdício. Além disso, ao acessar qualquer dos links da 1ª página, o
usuário se vê diante do desafio de compreender as relações entre cada subsistema e o sistema
maior, e isso gera sobrecarga cognitiva e conseqüente certo nível de insatisfação.
Figura 12 – Identificação de entradas duplicadas na página inicial
Entradas duplicadas
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
O principal problema identificado, porém, foi no quesito consistência – tarefas
similares são realizadas de forma diferente, apresentando escopo, posicionamento e
procedimentos diversos nas várias páginas do site (veja por exemplo a tela Fórum na figura 13
a seguir). A terminologia, layout gráfico, alguns recursos visuais como caixas pontilhadas e
20
Posicionamento,
Posicionamento,
Texto lembrando estilo e escopo de
estilo
opções e escopo
de menude/ busca diferentes
busca diferentes
submenu
Sublinhado
Sublinhadode
de
link
link
Posição
Posição ee
função
função dos
dos
logotipos
logotipos Largura da mancha,
Tipos e tamanhos de letra
variados alinhamento e
margens
fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/
O sistema é dessa forma imprevisível e não permite generalização da aprendizagem,
aumentando a probabilidade de erros. A falta de homogeneidade nos menus aumenta
consideravelmente os tempos de procura e pode levar o usuário a abandonar o sistema.
Nota-se que o Web Site http://www.portcom.intercom.org.br/ precisa ser melhorado em
vários aspectos, conforme análise realizada, a fim de otimizar e melhorar seu grau de
apresentação
Apesar da variedade de problemas apontados neste estudo, é inegável reconhecer o valor
do PORTCOM como agregador de conhecimentos, informações, instituições e pessoas na área
das ciências da comunicação.
Um bom projeto de revisão e homogeneização da interface, que considere as análises
de conteúdo e estrutura da página inicial e o checklist de usabilidade segundo critérios
ergonômicos para o primeiro e segundo níveis, tem grandes possibilidades de trazer à tona toda
a riqueza que o Web Site ainda não conseguiu traduzir para os usuários.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTIEN, J.M.C. & ; SCAPIN, D. L. Ergonomic criteria for the evaluation of human-computer
interfaces. (Rapport de Recherche N. 156). INRIA - Institut National de Recherche en Informatique et
en Automatique. Rocquencourt . Franca, 1993.
DIAS, Claudia. Usabilidade na web: criando portais mais acessíveis. Rio de Janeiro: Alta Books,
2003.
JOHNSON, Steven (2000). Cultura da interface – como o computador transforma nossa maneira
de criar e comunicar. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
NIELSEN, J. (1994) “Heuristic Evaluation”. In: NIELSEN, J.; Mack, R. L. (Ed.). Usability Inspection
Methods. New York: John Wiley and Sons, p. 25-62.
NIELSEN, J. and Molich, R. (1990) “Heuristic Evaluation of User Interfaces”. In: Conference on
Human Factors in Computing Systems, CHI, 1990, Seattle, Washington. Proceedings …, p. 249-256.
New York: ACM Press.
NIELSEN, Jakob. Projetando websites – designing web usabitily. Rio de Janeiro, Campus, 2000.
RUBIN, J. Handbook of usability testing. John Willey & Sons, Inc. 1994.