Você está na página 1de 3

Colégio de São José

Aluno:

Júlio Gabriel Cavalcanti da Cruz

A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu


em São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro
Municipal de São Paulo.

O governador do estado de São Paulo na época, Washington Luís, apoiou


este movimento, especialmente por meio de René Thiollier, que solicitou
um grande patrocínio para trazer os artistas do estado do Rio de Janeiro:
Plínio Salgado e Menotti Del Picchia, membros de seu partido, o PRP
(Partido Republicano Paulista). Cada dia da semana trabalhou um aspecto
cultural: pintura, escultura, poesia, literatura e música. O evento marcou o
início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século
XX.

A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de


linguagem artística, na busca de experimentação, na liberdade criadora
da ruptura com o passado e até corporal, pois esta arte passou então da
vanguarda para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar
novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da
declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos,
que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras
sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de
arquitetura, com desenhos arrojados e modernos.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro,
como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio
Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio
Milliet, Heitor Villa Lobos, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros, e
como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que,
entretanto, por estar doente, dela não participou. Na ocasião da Semana
de Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares
do modernismo brasileiro, se encontrava em Paris e, por esse motivo, não
participou do evento.

A Semana de Arte moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências


políticas, sociais, econômicas e culturais.
As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as
novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte
ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de
Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha (1889-1930),
controlada pelas oligarquias cafeeiras e a política do café com leite (1898-
1930). O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a república e a elite
paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus
mais tradicionais.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a
perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura,
arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual".
A nova intelectualidade brasileira dos anos de 1910 e 20 viu-se em um
momento de necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do
século XIX ainda em moda no país. Havia algumas notícias sobre as
experiências estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas ainda
não se tinha certeza do que estava acontecendo e quais seriam os rumos
a se tomar.

Você também pode gostar