Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS XANXERÊ UNOESC

Adriane Veloso Linhares1


Luiz Espedito Bocchi2
Renan Felipe De Oliveira3

ELEMENTOS DE TEORIA GERAL DO ESTADO (capítulo III) - Dalmo de Abreu


Dallari
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO (parte I-2. E 3)  - Lenio Luiz
Streck e José Luis Bolzan de Morais

Resenha crítica realizada como


exigência para a primeira nota parcial
da matéria Teoria Geral do Estado do
segundo semestre do curso de Direito
– UNOESC Xanxerê. Orientador:
Professor Cesar Marció4.

Xanxerê
2021

1
LINHARES, Adriane Veloso de - Acadêmica de Direito UNOESC Xanxerê – segundo
semestre.
2
BOCHI, Luiz Espedito - Acadêmico de Direito UNOESC Xanxerê – segundo semestre.
3
OLIVEIRA, Renan Felipe de - Acadêmico de Direito UNOESC Xanxerê – segundo semestre.
4
MARCIÓ, Cesar – Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS/RS- Capes 6 - 2019). Mestre em Direito pela UNISINOS/RS (Capes 6 - 2013).
Coordenou o Curso de Direito da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc
Xanxerê/SC) no período de setembro/2015 até março/2016, bem como, de agosto/2007 até
março/2012. Advogado, pós-graduado em Preparação para Magistratura. Coordenou o Curso de
Pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal da UNOESC Xanxerê (2014). Coordenou o
Curso de Pós-Graduação (especialização) em Direito do Trabalho e Preparação para
Magistratura, convênio UNOESC e AMATRA 12 (2008-2010).

1
Estado e Direito
Existem concepções do Estado como personalidade Jurídica desde
meados do século XIX. Para Dalmo de Abreu Dallari não é simples definir
Estado e a questão do Direito. Entre os autores citados, alguns dizem que não
existe o estado como personalidade jurídica e outros defendem que sim.
SAVIGNY defende a idéia do Estado como pessoa jurídica, porém esta é
concebida de como ficção, ou seja, um sujeito artificial criado pela lei. KELSEN
também tem essa conclusão embora com outra fundamentação, para ele o
Estado é a personificação da ordem jurídica.
Entre os defensores do Estado como pessoa jurídica estão
ALBRECHT, GERBER, GIERKE, LABAND e JELLINEK, porém foi através da
obra de JELLINEK que a teoria completa-se tornando-se um dos principais
fundamentos para o direito público. JELLINEK afirma: "Se o Estado é uma
unidade coletiva, uma associação, esta unidade não é
uma ficção, mas uma forma necessária de síntese de nossa consciência que,
como todos os fatos desta, forma a base de nossas
instituições, então tais unidades coletivas não são menos capazes de adquirir
subjetividade jurídica que os indivíduos humanos".
Existem um grande número de adeptos à teoria favorável ao
reconhecimento do Estado como personalidade jurídica estes procuram
consolida-la, porém existem também contrários, entre eles MAX SEYDEL que
afirma que o Estado não é unidade, organismo, nem todo vivo, nem sujeito de
direitos, mas apenas homens ou, quando muito, terra e pessoas dominadas por
um desejo maior.
Observa-se que a partir da compreensão em que o Estado muda de uma
pessoa governante para uma pessoa jurídica a qual vai praticar atos jurídicos,
estes atos pré descritos em lei. Os contratualista afirmam que a formação do
Estado como pessoa jurídica foi essencial para proporcionar o equilíbrio dos
indivíduos inseridos na sociedade, estabelecendo direito e deveres.
A partir dos debates e leituras da obras, podemos observar que para
Dalmo o Estado como pessoa jurídica é uma concepção concreta e bem
fundada onde o passa a ter direitos e deveres, desta forma podendo ser
responsabilizado , possuir direitos, um exemplo a tributação. Se o Estado é

2
titular de direito e deveres as pessoas poderão recorrer contra uma possível
violação de direitos.
Atualmente o Estado possui mecanismos de obtenção de dados da
sociedade, ou seja o controle social, conseguindo interferir coercitivamente na
vida dos indivíduos. O poder político - diz NEUMANN - é o poder social que se
focaliza no Estado, tratando da obtenção do controle dos homens para o fim de
influenciar o comportamento do Estado.
Estado, Direito e Política estão conectados, é são essenciais para o
funcionamento ordenado de suas atribuições/obrigações. O Direito é quem
propicia subsídios para atingir o propósito que a lei determina, assegurando e
objetivando a legalidade e legitimidade, ou seja, o poder estatal a política atua
com mecanismos afim de determinar a atuação do Estado.
O que podemos visualizar é que possuímos uma bela Constituição,
cheia de diretrizes, direitos e deveres, nela estão descritos como deveria ser, o
que notamos na atualidade é uma estrutura de governo ineficácia, deixando a
desejar muito o âmbito de saúde, educação e segurança.
O Estado atua como pessoa jurídica possuindo legitimidade e poder de
atuação, tendo o dever de promover equilíbrio e paz social, porém sabemos
que quem atua nas decisões são pessoas e essas muitas vezes exercem
vontades próprias e não favorecem o bem comum.
Não podemos esquecer que a política tem sua intenção voltada para o
“bem comum”, no entanto o poder está nas mãos de pessoas que favorecem
os seus anseios e não o interesse do povo que o elegeu. Neste sentido a
participação civil e politica é de extrema importância para averiguação e
cobrança daqueles que estão no poder, a fim de minimizar os prejuízos a
sociedade, não podemos esquecer que vivemos em um Estado Democrático
de Direito.
O Caráter político do Estado tem finalidade de coordenador a sociedade,
para isso existem três dualismos fundamentais:
 Necessidade e possibilidade: Identificando a necessidade
do povo, e supri-las de acordo com os meios disponíveis, através da
possibilidade estabelecer a organização.
 Indivíduos e coletividade: conciliação entre necessidades
dos indivíduos e da coletividade.
3
 Liberdade e autoridade: Limites à liberdade individual para
aumento da eficácia dos meios existentes. Aqui está o mais difícil entre
as decisões políticas: o equilíbrio entre liberdade e autoridade.
O Conceito Nação surgiu a partir das lutas do povo, pois este era impotente, a
partir do século XVIII o conceito foi amplamente explorado para levar a
burguesia para o poder político. Lutava-se pela Nação contra Monarquia
absoluta passando o entendimento de que o povo deveria assumir o governo.
Nota-se que o conceito Nação envolve o povo nos conflitos de interesses
alheios, porém sem vínculo jurídico. Estado é uma sociedade e Nação uma
comunidade, existindo uma grande diferença entre eles. Afim de reduzir causas
de conflitos e maior integração do povo, os Estados tentam criar uma imagem
nacional e simbólica, a fim de que se sintam mais solidários. O uso da mesma
linguagem, valores culturais e interesse da comunidade não torna o Estado em
uma nação. Quando a pessoa passa a ser vinculado a outra ordem jurídica
estatal, ocorre uma troca de cidadania e não de nacionalidade.
Um dos maiores desafios no Estado Contemporâneo é tentar conciliar a
ordem com as várias e constantes mudanças que acontecem na sociedade,
A falta de compreensão que o Estado é todo dinâmico, porém existe
uma ordem onde não podemos fazer novas criações e anular as conquistas já
obtidas. Quando não existe o entendimento disso, existe um grande prejuízo à
liberdade humana e a justiça social.
Acontecem dois erros:
 Manutenção de organização não adequada
 Adoção de processos muito eficazes para objetivos limitados, mas
conflitantes com objetivo de obtenção do bem comum de todo o
povo.
No primeiro citado, existe uma ordem mais estagnada, considerados
ultrapassados para a realidade social. O Estado deve-se organizar de forma a
permitir a livre expressão das ideias bem como as aspirações, colocando
regras gerais para a escolha da vontade preponderante.
Com relação as transformações do Estado podem ocorrer por Evolução
através de transformações lentas já através de Revolução acontecem
transformações de repente e grosseiramente. Obviamente a Evolução é mais
indicada, através da evolução natural, pouco a pouco.
4
Uma Revolução que é quando grande parte povo procura conquistar
pela força, através de movimento generalizado de caráter social e político, com
intenção de transformar ou direcionar instituições fundamentais, para que seja
reconhecida a revolução deve ter os seguintes requisitos:
 Legitimidade: tem que surgir a partir de uma necessidade real;
 Utilidade: ser conduzida de forma que atinja os objetivos pretendidos
 Proporcionalidade: a revolução não traga mais estragos do que
aqueles que se almejava corrigir.
Importante ressaltar que do ponto de vista jurídico a revolução acontece
de forma não legal, pois tal ação não está prevista na ordenação anterior. Após
uma revolução devem-se criar formas para a transformação evolutiva para que
o Estado que mantenha de acordo com a realidade social, buscando sempre o
bem comum.

Você também pode gostar