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MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO OSVALDEMAR MARCHETTI CONCRETO ARMADO EU TE AMO VOLUME 1 | 8? edigdo _ revista mm # my 7 ell Pon Bee ME Lt Blucher MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO OSVALDEMAR MARCHETTI CONCRETO ARMADO EU TE AMO VOLUME 1 82 EDICAO REVISTA, SEGUNUU A NOVA NORMA DE CONCRETO ARMADO NBR 6118/2014 Concrete Armado, Eu Te Amo ~YOl-} 2015 Manoel Henrie Campos Botelho eo 2015 2+ feimprestio - 2017 ftoraEdgardBldcher Lda. Blucher Rua Pedrosa Alvarenga, 1245, 4 andar 04531.934- S$o Paulo 5P- Brasil Tele 55 11 30785366 comtatosblucher-com.br www bluchercombr Segundo o Nor Acotde Orogtfc,canforme Sef bulre Otagaficede Lingua Fortugve., £ rbd rears ea ou pri or quasquer Ilo, sm avtorzacdoescrita da Editor FICHA CATALOGRAFICA Beteho, Manoel Henrique Campos Conctet mado, ev te amo, vl. 1 Henne Campos Dtelho, Ossaldemar Mi {8 e,revsta segundo anova norma de con servado NOR 6118/2014 ~ So Pl: Blche 'sBN 978-85212.08983 iborahs 1. Concrete armado 2. Resistencia de |. Marche, Osvaldemae i Talo. 15.0299 ol Indice para aioe stems 1 concetaamado xmas Engenharia Fm 20/4 salt a nova edi¢ao da NBR 6118 da ABNT (Associacdo Brasileira de Normas Técnicas) revisio de 07.08.2014, norma essa principalmente ligada a assun- tos de projeto de estruturas de concreto. Esta nova edigdo, a 8* deste livro Concreto armado eu te amo - vol I, foi pre- parada para atender essa nova norma, que € lust6rica pois € a sucessora da NB-1 a. princira norma brasileira feita pela ABNT. © escopo deste Livro é como sempre atender a prédios de pequeno emédio porte ‘com até quatro andares com estrutura de conereto armado e alvenaria. Este livro aborda prineipalmente assuntos de projeto mas também com assun- tos de obra e controle de qualidade da concretagem. -Ainda em 2015 est prevista olangamento no mercado do livro Concreto arma- do eu te amo vaé para a obra por esta Bditora Blacher. ‘Recomendacao; tenha em mos sempre a norma na sua integra e a siga. Agora 96 resta aoe autores desejar boa Iaiturn desta livra © da norma NBR 6118/2014, Os autores Manoel Henrique Campos Botelho, eng. civil, email; manoelbotelho@terra.com:br Osvaldemar Marchetti, eng, civil email; marchetti@estra.com.br mango 2015 yaa 2s autores ficaro satisfeitos com o recebimento de emails de comentitios 80- bre este livro, 10 Concreto Armado Eu Te Amo © proximamente Cal *Conereto armado, eu te amo ~ Penguntas e Respostas” *Concreto armado, eu te amo —Estruturando as edificagdes” *Concreto armado, eu te amo vai para a obra” “Abe da Topografia, para entender, gostar e usar” Caro leitor, 1 pear com o Eng, Manoel Henrique Campos Botelho, enviat email pa manoelbotelho@terra.com.br e com o Eng. Osvaldemar Marchetti, email Para dia “ marchetti@estra.com.br Para tons que enviarem email de eomentériose sugestbes, o Eng. Mandel telho enviar, via Internet, conjunto de erénicas teenolégicas, CURRICULUM DOS AUTORES: Manoel Henrique Campos Botelho ¢ engenheiro civil formado em 1965 na. cola Politécnica da Universidade de So Paulo, Hoje € perito, arbitro, mediador e autor de livros téenicos, email: manoelbotelho@terra.combr Osvaldemar Marchetti é engenheiro civil formado em 1976 na Escola Polit ca da Universidade de Sin Paulo, Hoje ¢ engenheiro projetista e consultor estrutural, além de construtor de obras industrials ¢ institucionais, email: marchetti@estra.com.br Nota técnico-didética: ; Alguns leitores ponderaram que a precisiio a que se chega com as calculadoras | muito maior que a preciso da realidade da nossa construgio civil e com os result «dos aparentemente ultraprecisos contidos nos céleulos, Embora isso seja tnantivemos o critério didatico de ndo alterar resultados parciais apa ultraprecisos, pelo fato de ser ‘este um texto didatico. Assim. se chegarmos a U ponte onde os calculos indicam 0 momento fletor de 41,2 kNm e o repetimos ‘céleulos decorrentes, todos entéio saberdo a origem dessa medida, 1.1 Algumas palavras, 0c 1.2 Caleulo e tabela de pe 8.3. Vinculos na er 34 Como as estr 12 Concreto Armado Eu Te Amo Aula 5 : 5.1 Massas longe do centro funcionam melhor, ou o edleulo do. momento de inércia (1) e médulo de resistencia (7), 5.2 Dimensionamento herético de vigas de concreto simples... 5.3 O que é dimensionar uma estrutura de concreto armado? Aula 6... 6.1 Agos disponiveis no mercado brasileiro. a 6.2 Normas brasileiras relacionadas com 0 concreto rarmado 6.3 Abreviagdes em concreto armado : 6.4 Cargas de projeto nos prédios..... 6.5 Emenda das barras de aco Aula 7... 71 Quando as estruturas se deformam ou a Lei de Mr. Hooke — odio de elasticidade (E) 7.2 Vamos entender de vez 0 conceito de Médulo de Elasticidade, ou seja, vamos dar, de outra maneira, a aula anterior 7.3. Anilise dos tipos de estruturas — estruturas isostaticas, hiperestasticas e as perigosas (e as vezes titels) hipostaticas.. Aula 8 8.1 Fragilidade on ductilidade de estruturas ou por que no se prejetam vigas superarmadas, e, sim, subarmadas. 82 Lajes — Uma introducao a elas... 82.1 Notas introdutérias as lajes isoladas 8.2.2 Notas introdutorias as lajes conjugadas, Aula 9. : 9.1 Para nao dizer que nao falamos do comceito exato das tensoes. 92 CAleulo de lajes if 92.1 Tipos de lajes quanto a sua geometria. 9.2.2 Lajes armadas em uma s6 diregao . 9.2.3. Lajes armadas em duas diregoes — Tabelas de Barés-Czerny . 9.3 Para usar as Tabelas de célculo de Barés-Czerny Aula 10. 10.1 Vinculos sio compromissos ou o comportaniento das estruturas, face aos recalques ou As dilatagoes.. 10.2 Exemplos reais e imperfeitos de vinculo, 10.3 Céleulos das lajes — Espessuras minima Aula 11 11.1 O aco no pilar atrai para sia maior parte da ear si teda 112 Flexo eomposta normal... ae 12.1 Se 0 conereto é bom preccindem de a 12.2 Como os antigos construfam 12.3 Comegamos a caleular 0 no das lajes Lol, L-2e 1-3 on 13.2 Entendendo 0 teste do abatimento do cone 13.3 'Terminou 0 projet estrutural do prédio~P: para obra 13.4 Os varios estagios (estddios) do conereto: — 13.5 Céleulo e dimensionamento das ljes L-4, L-5.€ 1-8 nn Aula 14 HLL Vamos preparar uma betonada de concreto e analis 14.2 Das vigas continuas as vigas de conereto dos prédios... 14.8 Caleulo isostético ou hiperestaitico dos edificios M4 Caleulo de dimensionamento das lajes LT ¢ L-8.... Aula 15 oat 15.1 Calculo padronizado de vigas de um s6 tramo para de carga e de apoio... tn 15.2 Os varios papéis do ago no concreto armado..... Aula 16 : 16.1 Calculo de vigas continuas pelo mais ométodo de Cross... eae 16.3 Atencao: cargas nas vigas! 16.3.1 Lajes armadas em uma 36 direcao. Aula 17. 14 Concreto Armado Eu Te Amo: Aula 18... f , 18.1 Dimensionamento de vigas simplesmente armadas & flexao, 18.2 Dimensionamento de vigas duplamente armadas. 18,3 Dimensionamento de vigas 7 simplesmente armadas 184 Dimensionamento de vigas ao cisalhamento z i 18.5 Disposigao da armadura para vencer os esforgos do momento Alto Aula 19... Sais ocd 19.1 Ancoragem das armadu IVLT INtrOdUGaO.ennnnnes 191.2 Roteiro de calculo do, tracionadas. tire 19.1.3 Ancoragem das barras nos apoios. 19.14 Casos especiais de ancoragem.... 19.1.5 Ancoragem de barras comprimidas 19.2 Detallies Ue vigus — engastamentos parciais — vigas continuas 19,3 Calculo e dimensionamento das vigas do nosso prédio V-l € V-3 Aula 20. See 20.1 Dimensionamento de pilares — complementos 10.2 Calculo de pilares com dimensdes especiais... 20.3 Calculo e dimensionamento da viga V-7 204 Detalhes da armadura de uma viga de umm armazém Aula 21 Pedr cet 21,1 Calculo e dimensionamento das vigas V-1 = V-5.. 21.2 Caleulo e dimensionamento da viga Aula 22, 22.1 Galculo ¢ dimensionamento das vigas V-2¢ V- 22.1.1 Calenlo da viga V-2. 22.1.2 Célculo e dimensionamento da viga V-6 Aula 23... 2 1 Céleulo e dimensionamento das vigas V-8 V-10. 23.1.1 Calculo e dimensionamento da viga V-8. 28.12 Célculo e dimensionamento da viga 10. 23.2 Caleulo e dimensionamento dos pilares do noss¢ PA,P-3, PAO € PAB se renannenrmenis 28.2.1 Galculo da armadura desses pilares 233 Cargas nos pilares. 234 Materiais complementares. Aula 24. een sae 24.1 Critérios de dimensionamento das 24.11 Tensoes admissiveis e area 24.1.2 Formato das sapatas, ‘apatas do nosso prédio,. das sapatas... 24.1.3 Céloulo de sapatas rig 24.14 Exemplo de edteulo d 24.8 Galeuloe d 24.4 Galeulo e dimens 25.1.1 Caleulo da sapata 25.12 Caéleulo das sapatas 25.1.8 Calculo das sapatas (5-4) ed 25.2 Abacos de dimensionamento de pil Aula 26 = 26.1 A Norma 12655/06 que noo da ro ‘lcangamos, ou if, 0 fek 18 ODT on nivinnnosnnemnn betas normas da ABNT? 278 Destrinchemos 0 274 Por que estouram os orgament0s das ODFAS?.-.-semnmenennan= 275 A hist6ria do livra *Conereto armado, eu te amo” Bula 28 28.1 Aches permanente: 28.2 Agdes variaveis .. 28.3 Estados-limite. 28.4 Bstado-limite de servigo 28.5 Combinagao de agoes 28.6 Combinagoes de servigos. Anexos. ‘Anexo 1 Fotos interessantes de estruturas Anexo 2 Comentarios sobre itens da nova norm aspectos complementares... Anexo 3 Cronicas estruturais.. Cronica (Parabola) Chave de ouro deste livro . indice remissivo de assuntos principals... enn 16 Conereto Armado Eu Te Amo NOTAS INTRODUTORIAS 1. Asnormas da ABNT (Associagao Brasileira de Normas Técnicas) NBR 6118} fetente a projetos e NBR 14981, referente a obras, englobam os assuntos cone to simples, conereto armado e concreto protendido, Neste livro s6 abordaret conereto armado. 2. Deacordo com as orientagdes dessas normias, a unidade principal de forgai (newzon) que vale algo como 0,1 ket: Usaremos neste livro as novas unidades decorrentes, mas, para os leitores q esto acostumados com as velhias unidac Jendo a conversio seguinte: Lkgf «10 1MPa = 10 kaf/er IN «0,1 ket 1ifm = 10kNm 10N = Iket 1 tf = 1,000 kgf 10 kN LEN = 100 kgf 1 MPa # 10 kgfvem® 100 kgflem? = 1 kNjem® M (mega) = 1.000.000 = 10° G (giga) = 10° 1G - 109M k (quilo) = 1.000 = 10° 1 Pa = 1 Nén? Também aqui e ali aparece a unidade ka, devendo ser entendida como kgly Gill seja, 10 Por razbes praticas lkgf= 9,8 N= 10.N Alguns também usam: Ida Ne 1 kgf, pois 1 da = 10 essa é uma medida correta, mas 10 corriqueira, : Lembrete— Usarnos como imho as letras nsculas (m, kha et) Quandoa unidade homenageia grandes nomes da Fisica ¢ da Quimica, usamos como simbolO8 7 Jetras maiisculas como A (Ampere), N (newton), P 5 (celsius), 88 J cies paraciat confuses snes nase i ee al 1.1 ALGUMAS PALAVRAS, O CASO DO VIADUTO SANTA EFIGENIA, SAO PAULO. ‘Um dos engenheiros, autor desta publicacao, (VLH.C.B,), cursou todos os anos de sua escola de engenharia acompanhado de uma singular coincidéncia. Ele nunca cntendia as aulas e nem era por elas motivado. Fruto disso, ele ia sempre mal nas provas do primeiro semestre e s6 quando as coisas ficavam pretas, no segundo Somestro, 6 que ele, impelido e desesperado pela situacao, punha-se a estudar como um louco eo suficiente para chegar aos exames €14 entdo, regra geral tirar de boas a ctimas notas. $6 quando do fim do curso, € que ele era atraido pela be- leva do tema e do assunto, mas nunca pela beleza didatica (ou falta de didatica) ‘com que a matéria fora ensinada, Ele demorou a descobrir porque as matérias da ‘engentharia eram mostradas de maneira tio insossa ¢ desinteressante. 50 uit dia escobriu, ao sair de uma aula de Resisténcia dos Materiais, em que mais uma vez nao entendera nada de tensdes prineipais, condigoes de cisalhamento, flan bagem e indice de esbeltez, e passar a0 lado do Viaduto Santa Efigénia, no Vale do Anhangabai, em Sao Paulo, houve um estalo. Ao ver aquela estrutura meta lica com todas as suas formas tentadoras e sensualmente a vista, ele vit, € pela primeira vez entendeu, tabuleitos (lajes) sendo carregados pelo peso das pessoas © veiculos que passavam (carga); viu pilares senclo comprimidds, areos senclo en= rijecidos ¢ fortaleeidos nas partes onde recebiam o descarregamento dos pilates (dimensionamento ao cisalhamento); viu pegas de apoio no chdo que permitiam algumas rotagdes da estrutura (aparelho de apoio articulado). 18 ncreto Arado Eu Te Am ae ‘a 1, « que podia aplic ein este livro e se habil sentiu€ amou uma estrutura em tral 1 plicar toda a ver let lite depois, ou em paraelo,a estuda , tia eplica ste Ws le de Ilo, estudar o complemento de porragia teorica que ouvia ¢ lutava por na esi esse dia em diante, teoria necessaria, Este um convite para estudarmos juntos, trabalharmos juntos Wa contegou a se iteressar pela materia e a estidéla NOs SeUS aspectos eonee te ivermos juntos , is e praticos, Uma dtivida ficou, Por que os professores de Resisténcia dos Matau ill oa sorte © um abrago, inis nao iniclavam o/cur atin alisando uma estrutura tao conheeidg a fi mo aquela, para, a partir cela, eonstruiro castelo migico da tenrin? SSe une nfo for de Sio Panto an nfin conheeor ete viaduto, procure na sua cid aa vm galpao metélico ou mesmo tima estrutura de madeira Jurei,jé que 0 autor sou eu, que, se convidado um dia a lecionar, qualquer que As estruturas estardo & sua vista para entendé-Ias, As razées pelas quaisindica- fosse a matéria, partiria de conceitos, conceitos claros, escandalosamente clarey g mos aos alunos procurarem estruturas metdlicas ou de madeira s4o peo fato de que, precisos, e daf,'4 partir dai, construiria didaticamente uma mwatéria léqiea @ eae has estruturas de concreto armado, seus elementos estruturais 10 so visiveis, fenada, Numa mie convidaram para dar aula em faculdade, Idealizel essere «titicos e compreensiveis, como nos outros dois tipos de estruturas uurso livre, livre, livre, que nao da titulo, diplomas ou comenda; um curso para quem queira estudar e aprender, com os pés no chi, concreto armado mogar a olhar, sentir e entender ae estruturae, ndo 36 as do urso, mas as que esto ao redor de stia casa, no caminho do seu trabalho ete, PS, -0 Viaduto Santa Efigénia, SP, eu vos ap Tepulsiro Vamos entendé-lo estraturalmente’ carga Paso ma *t Eoriiecimento do sreo Estrutura de conereto armado (jes, _Estrutura de conereto pronta. pilares) em eonstrugdo. Formas e escoramnento. Pilar Apsrelho de apoio (articulagao} Terreno ime ou estequeado 20 Concreto Armado Eu Te Amo 1.2 CALCULO E TABELA DE PESOS ESPECIFICOS ‘rodios sabemos que pegas de varios materials de 1gual volume podem ter pesos de- siguais, ou seja, uns tem maior densidade (peso especifico) que outros. Associam-se, neste curso, como conceitos iguais, densidade e peso espeeffico, que para efeitos praticos € a relacdo entre peso € o volume (divisao entre peso € volume de uma pega). Assim, pecas de ferro pesam mais que pegas do mesmo tamanho de madeira, (© indice, que mede 0 maior peso por unidade de volume, chama-se peso espe- effico (densidade) (eimbolo 4). ‘Assim, se tivermos uma pega que meca um metro de largura, por um metro de comprimento, por um metro de altura, ela pesard os seguintes valores, conforme for feita de: ‘Tabela T-1 — Pesos especificos Peso especifico y Peso especifico y eee (N/m?) (kati?) jranibo 27,00) 2,700 Madeira cedro 540 540 [Ferro 73,50 7.850 ‘Terra apiloada 18,00 1,800 | Madeira cabretiva 9,80 980 Conereto armado Me 2.500) Conereto simples | 24,00 2.40) “Angieo z 1.050 Kea 10,00 7000 1KN/m? = 100 kgf/m® a || A forrwula que relaciona peso especitico (), peso (P) e volume (V) & P “7 Payxv Ee ACOMPANHEMOS OS EXERCICIOS 1. Qual o peso de uma pega de cabretiva de 2,7 m2 Da formula P = yx V=>P = 9,80 kNém? x 2,7 m! = 2646 KN Qual o peso de uma pega de ferro de 15,8 m2 3,50 KIN/in? x 15,8 11" Da formula P= yx V2P= .240,3 KN 3. Qual o volume de uma pega de cedro que pesou 17 KN? 6 a v=S 022m gyno 5. Qual o peso especifice de um pedago de madeira que pesou 24 KN, tendo um: volume de 4,2 m*? Da formula y= Saas TL RN 42 elo peso especifico achado (5,71 kN/m®), essa madetra deve sex cextro: Cobre: ‘ava no é, pois seu peso especttico (densidade) € 9,80 kNim® 6. Qual o peso espeeifico de uma madeira que apresentou, em uma pega, tm Peso de 21 KN para um volume de 2 1? 2 Da formula y= = 7 Banskvn® Peto peso espeeffico (10,6 kN/n®), a madeira pore ser antic. 7. Qual o peso de uma laje de concreto armado que tem 30 em de sltura, por 5m de langura ¢ 4,20 m de comprimento? Fagamos 0 desenho: ‘ae 22 Conereto Armado Eu Te Amo 200m O volume da laje é Veaxbxc=4,20%5,00 x 0,3 = 6,30? peso especifico do conereto armado &P=yx KNim? x 6,30 mm’ = 15 de 25 kN/m®. Logo, 0 peso pela formula, KN 1.3 CALCULO E TABELA DE PESOS POR AREA Vimos, na aula 1.2, os métodos para uso do peso especifico (peso por volume), See melhantemente, agora, vamos ver o conceito de peso por area (P,).. Para carregamentos que tém altura relativamente constante (tacos, tijolos, te- Ihas), podemos usar o conceito de peso por area, j4 que a altura nao varia muito na pritica Assim, por exemplo, o pavimento de tacos (com argamassa) tem 0 pese por area de 0,85 kN/in®, enquanto o soalho de madeira tem um peso por direa de 0,15 KNA A formula que relaciona peso por rea, peso (P) e area (A) de uma pega €: P= ow xA ou A ‘Vamos aos exemplos: 1, Qual o peso que se transmite a uma laje, se esta for coberta por uma drea de 5,2 x 6,3 mde ladrillio? O peso por drea desse material é de 0.7 KN/m>. Da formula: P =P, x = 0,7 kN/m* x i kN 2, Qual o peso por drea de um soalho de tébuas, macho € femea, sobre sarrafoes de madeira de lei, incluindo enchimento e laje de concreto, tendo uma area de 110 1? transmitindo um peso de 314 KN? 2m x 6,3.m = 2! _P_3l4 2 A ilo” ¥6S0 por drea, pode ser chamado de carregamento ou ainda de carga acidental. O simbolO de deze ‘Aula 1 23 1.4 O CONCRETO ARMADO: O QUE E? (0s antigos utilizavam larga a pedra como material de construcio™, seja para edi- ficar suas moradias, seja para construir fortficagdes, para vencer vos de ris, ot para construir templos onde se recolhiam para tentar busearo apoio de sens destees ina coisa ficou clara: a pedra era dtimo material de construcao; era durdvel e re- sistia bem a esforgos de compressao (quando usada como pilares). Quando a pedra era usada como viga para vencer vas de médio porte (pontes, por exemplo), entao surgiam forgas de tragdo (na parte inferior) e a pedra se rompia. Por causa disso, ‘ram limitados os vaos que se podiam vencer com vigas de pedra. Observagoes para quem ainda nao saiba: comprimir uma pega € tentar encurté-la (aproximar suas particulas), tracionar uma pea é tentar distendé-Ia (afastar suas particulas),cisa- ihar € tentar cortar uma pega (como cortar manteiga com uma faca). Veiamos um exemplo dessa limitacdo. A esquerda, um vao pequeno que gera pequenos esforgos. Ao lado na figura da direita temos um grande vaio onde os es- ‘orgos sao grandes, exereendo compressdo na parte de cima da viga e a tendéncia & distensio na parte de baixo desta viga Observagao: As deformagdes (linhas tracejadas) neste desenho estdo exageradas (funcao didatiea), Vejamos, agora, a situagao em cada caso correspondente as ilustragdes acm, Pequeno vio. No meio da viga, surgem esforgos internos em cima de corupres- so € erubaixo, de trago. Como o vio & pequeno, os esforcos $80 pequenas © apedra resiste. Grande vaio. Para os vos maiores, 0s esforgos de compressiio e os de tracHo rescem, A pedra resiste bem aos «le compressao e mal aos de tragao, Se ‘umentar 0 yao, a pedra rompe por tragao, i tsi Os romanos foram mestres na arte de construir pontes de pedra emarco, Senso odiam usar vigas para yereer vaos maiores, usavam ao maximo umes 5 "Nos dias Tomé das Letras, sul de Minas Gerais ¢ ¢ o> dias atu, sso peste, por exemplo, em S, Tome : snus cidade notdeste onde alr oeen0 roc 24 Conereto Armado Eu Te Amo uso de arcos, onde cada peca de pedra era estudada para s6 trabalhar em compreg siio, como se vé na lustragao a seguir. | ecb iaterey su Uy Procure sentir que todas as pedras, devido & forma da ponte em areo, cat&o sen do comprimidas, e af elas resistem bem. A explicacao de como essas pegas de pedra 6 funciona & compressao ¢ dada em ontra aula (aula 12.2) Para se vencer grandes vios, os antigos eram obrigados a usar multiplos arcos Vé-se que essas eram limitagdes da construgao em pedra Quando © homem passou a usar o concreto (que 6 uma pedra artificial através de ligacao pelo cimento, de pedra, areia e agua), a limitacao era amesma. As vigas: de eixo reto eram limitadas no sen vio pelo esforco de tragao maximo que podiam: suportar, trago essa que surgia no trecho mterior da viga Em média, 0 concreto resiste & compressao dez vezes mais que a tragdo, Uma ldeia brotou: por que nao usar uma mistura de material bom para compressio na parte comprimida e um bom para tracdo na parte tracionada? Essa € a ideia do conereto armado. Na parte tracionada do conereto, mengulha-se ago @, na parte comprimida, deixa-se 56 conereto (0 ago resiste bem.a trac). Assim, temos aidela da viga de concreto armado, Pere Cconeretosomprimia ‘comprossto, ‘armadure Observagao: LN Linha Neutra: nem tracao nem compressao. h Aula 1 25 ‘A armadiura superior da viga e os estribos sero explicados ao longo deste livro. Notamos que as barras de ago nao ficam soltas e, sim, arradas, uve soldadas ao conereto da viga na sua parte iro (eta slidaredade fan, mental). Dependendo das condigoes de solicitagao e calculo de viga, e sem matores problemas de seguranca, a parte inferior do conereto da mesma chega a fissurar (innear, fala-se de fssuras no limite de pereeptibilidade visual) e sem maiores problemas, ja que quem esta agtuentando af € 0 aco, e o concreto jé foi (a parte tra- cioniada do conereto trincou). Na parte superior, o conereto galhardamente resiste ‘em compressao (sua especialidade), Numa viga de muitos tramos (muitos vaos), onde as solicitagbes dle tragao si por vezes nas partes inferiores e as vezes nas partes superiores, 0 aco vai em todas 1s posigoes onde ha tragdo, como no exemplo a seguir: Vigs = Barra de ago imersa no concreto Cbserva-se que as deformagOes das vigas estilo mostraclas exageradas m0 dese- tnho, tendo apenas 0 objetivo de melhor eselarecer Nota-se que nos pontos onde as particulas da viga tendem a se afastar (lracao = +), colocamos barras de ago. Nos trechos das vigas onde as particulas ‘endem a.se aproximar (comupressao > =), nao hi necessidade (embora as vezes se isem) de colocar barras de ago. Dissemos que nao hé necessidade de usar ago na parte comprimida das estric toras, Devide os coneeltos que introcuziemnos mais tarde (Modulo de Blastcidade «lo ago comparado com o do conereto), 0 ago é urn material mais “nobre” que 0 Con, ‘creta ¢ 0 uso do aco tia parte comprimida do concreto economiza bastante area, conereto, tornando mais esbeltas as estruturas, x ‘Assim, como veremos mais adiante, para se vencer um vao de cinco «om uma carga de 30 kN/m, usando-se uma viga de conereto armado equines golugoes, eonforme seiam as dimensGes da viga. Conereto ago CA-50. a mca "TFanaavdeandem de 2804 mm, Ver NBR 61 tem 13.42, pi 79a noma, 26 Concteto Armado Eu Te Amo + , As im >) na 4 2 | sc- 9020 20 Conte ds vga ew fg at3en? 78cm! 8 er? Ag=0 0 Zi fac aacaiseantMline nie ilaspens) Sot Notemos que no 1° caso, onde temos uma altura de 45 em, usamos Ay comoarmadurs. Quando, no 2 caso, temos maior altura (50.em), area dé ago pode diminuir pare A, ~769 cm? Quando, no 3° easv, reduzimos a altura da viga para 40 cm, temos que “ajudar” o concreto no trabalho & compressio com A’, = 4,8 em! eA, = 10,99 an? Nas vigas de prédio, e quando do célculo, usando armadura inferior, chegamos al alturas demasiadas e que criam problemas com a arquitetura; podemos tirar partido) de colocar aco na parte comprimida do concreto. O aco, sendo mais nobre, alivia a) parte comprimida do conereto o que resulta em menores alturas das vigas. Voltare= mos com mais detalhes em outras aulas. As vigas com dupla armagao chamam-se! duplamentc armadas (légico, ndu?). Taitibeii por razoes que se Verao mals adiantey| devemnos afastar a0 maximo 0 ago do eixo horizontal de sistema de simetria da viga Analogamente, nos pilares, 0 ago € colocado o mais perifericamente possivel Fica uma duivida, Nao se usam mais, hoje em dia, estruturas de conereto sim= ples, on seja, estruturas de concreto sem aco? Ha casos de utilizagio™, Um exemplo de estruturas de concreto simples so alguns tubos de conereto de égua pluvial de didmetros pequenos. Os esforgos do terreno nos mesmos geram, em geral, s6 esfOr= Gos de compress, Nivel do soto Sebo ensversal Na repo sul do Brasil constroem-e casas usando exclusvamente blocos de conereto SIMPLES vergmsbne sens fans pores tee ow bars de ago oman asi ila bzA O tubo de conereto simples (sem armadura) resiste aos esforgos externos que sao de compressao, Portanto, nao hé necessidade de ek rigor, esforgos de tragdo. ieee a anata Claro que essa estrutura de concreto simples tem pequena resisténcia aos recal- ques do terreno. Se existirem recalaues diferenciais (recalque grande om ura ponto « pequeno em outro), 0 tubo funcionaré como viga e daf, quem resiste &tracao na parte inferior? O tubo pode entao se romper. Colocamos entao armadiura no concre= {o, Sao 0s tubos de concreto armado, ‘Yejamos esse exemplo da segdo longitudinal do tubo: otto con [El rr. me com minimorxalaue TT arene mole com grande ecsie Enquoma de waban dott Nesses casos, a armadura do tubo seria necessdiria para vencer os efeitos da tracao na parte inferior do tubo, j& que temos, na pritica, uma pequena viga, Conelusio: Uma estrutura de conereto armado (lajes, vigas, pilares, bancos de Jardim, tubos, vasos ete.) € uma ligagao solidéria (fundida junta) de concreto (que nada mais € ‘lo que uma pedra artificial composta por pedra, areia, cimento e agua), com uma estrutura resistente & traci, que, em getal, 60 aco. Normalmente, a peg tem 36 conereto na parte comprimida e tem ago ta ar, te tracionada, As veaes, alivia-se o conereto da parte comprimida, colocando-se Uumnas barras de ago. © ago, entretanto, nao pode estar isolado ou pouco fntimo com o concret © rodeia, © ago deve eatar eoliddrio, atritado, findlido junto, trabalhando junto deformando junto e igualmente com o conereto. Quanto mais atrito tivermos entre o concreto e 0 ago, mais préximos do conereto armado, Bxistem varios tipos de ago com sali inode cies lisas, exatamente para dar melhores condigdes de unido do ago e can 28 Conereto Armado Eu Te Amo Para explicar melhor por que aparecem tracoes (afastamentos) € ¢o (encurtamentos) exageremos a deformagao que ocorre em uma viga de de qualquer material), quando recebe um esforgo vertical. CO ahmno pode (eve) fazer um exemplo de viga, usando borracha, régua de: tico ete. ordab, ha uma distensio (zona tracionada), Alguns materiais resistem igual bem, tanto ao encurtamento como ao alongamento (distensio, tragiie), como, po exemplo, o ago ¢amadeira, A pedra, que nada mais é do que o concreto natural, resiste bem a compres sto e muito mal a tragao, ou seja, quando os vaos das pontes eram grandes ou as cargas eram grandes, a pedra se rompia, pelo rompimento da parte inferior ( gura 2), Notemos que nas vigas de concreto armado podem aparecer fissuras parte interior da viga, inqleando que o couctelu ja fui, Nav ha problema, pois a quem resiste € 0 aco. ‘Nota: Pela norma NBR 6118, item 3, pag. 4 © estrutura de conereto armado usando conereto e armadura passiva (quando a estrutura recebe carga); '* estrutura de conereto simples, 86 con- ereto pom armaduira ou com pouce a1 madura. ‘Talhado de thas de Doro. estuture de ‘suporte de madeirs casa terrea fo espaldar cies Teclatertes Seblecos de conereto armado como sew progo de custo o RN on sejam Assim: Preco de venda para o cliente Como média: BDI = 35% do prego de custo Langamento e aplicagao #95e9 custos neuer eras iu de Ubi © média de 12 mé/m® de conereto. ASSUNTOS 1. Formas e escoramento Material das formas: pe Para que a estrutura de concreto necessério usar formas que dio. uns so dos seguintes mi e 18mm; formas de madeira ~¢ formas de madeira 30 Concreto Armado Fu Te Amo Escoramento: i + estruturas de madeira: © estruturas de aco, Sequéncia de atividades: constroem-se as formas ¢ sua estrutura de apoio que ¢ 0 escoramento; Se as armaduras nas formas; 3 OU Compra-se o concreto; O conereto € lancaclo nas formas; nas formas; aps certo tempo (7, 14, 28 dias), parte do eseoramento é retiraday ‘ap0s cero Lempo, as formas sao retiradas; apis certo tempo, o escoramento ¢ retirado, 2. O concreto e suas caracteristicas O-concreto € a uniao de pedras, areia, cliento e agua. As vezes, usam-se adicio= nalmente produtos quimicos (aditivos). A primeira qualidade do ennereta 6 sua resistencia & compre: Quanto especificamente ao material concreto sua principal caracteristica € sua resist@ncia & compressao, ¢ isso € governado por duas caracteristicas princi pais: * teor de cimento por m? de conereto; © relagio égua/cimento da mistura Q concreto, quando de sua producao, ¢ uma massa sem forma (quase fuida), & deveré ocupar 0 espaco interno nas formas, competindo, assim, em termos de oct pagao do espago, coma armadura interna as formas. Para um concreto ocupar bem as formas, ele tem de ter plasticidade (trabalhia~ bilidade). Consegue-se isso com a selecao dos tipos de pedra, do teor de égua da mistura e, eventualmente, com o uso de aditivos quimicos. A trabalhabilidade do ‘conereto antes de ser lancado nas formas pode ser medida pelo teste do abatirnento do cone (slump test) Se pusermos muita 4gua na mistura do conereto com o objetivo de aumentat sua plasticidade, isso pode diminuir a resistencia e rurabilidade da estrnfira: Mas se pusermos mais agua, uma maneira de compensar isso, sem a perda de resistencid 4 compressao, ser adicionar mais cimento, Isso aumenta 0 eusto-do concreto. 0. stuido da tecnologia do concreto procura resolver esses eonfiitos, © concrete 6 vibrado © sofre cura, ganhando resistencia e forma definitiva fend a 24 ee ETABELA DE PESOS | ter seu peso expresso por metro, Isso ¢villido para cada dim Assim, as barras de ago usadas no conereto armado tém lineares: A Diametro 8 Pesolinear | Gun) Ckgtim) de 5 0.16 8 0.40 20 2,50 25 4,00 A formula do peso linear 6 PROBLEMAS: 1. Quanto pesam 3,7 metros de uma barra de 20 mm? ae Da formula: P = L x Pinar = 847 m x 2,50 kati: Desk 2, Uma barra de ago de 25 mm tem o peso de 34 kgf. Qual é a fo a. Da Rms Hs ba ir ene 32 oncreto Armado Eu Te Amc EMENTO — TABELA-MAE 4 chamada de Tabela-Mie, COMPLI A tabela que se seguird sera tao utilizada que s Tabela T-2 — Tabela-Me para Acos 4 nas rea das sqies das Barras Ay (oi) j Uso ma tn ‘Niner de bara 7 murs | mm | Bem [3 [6 [een ome Eston eles] 6 | 06. [0086 | 1 [2 | 68 [aon [az | ons [oc 2890 Batribos, 8 | 040 | 060 150 | 2 0 | 00 4,00 Nese pomfnose [oan [60 | 240 | 3201] 400 640 a5 [ion | ags | ann | ove | 500 | 625 1000 os i st), [2,00 | 400 | 6.00 | 300 | 1900 16,00 vittes | 2 | 250 945 | zs0| 570 1890 ae Pe Nota: Tire uma e6pia desta tabela ¢ leia o livro com 2 edpia nas mos. Isso facil sua vida, j ATENCAO, 1) Quando saiu a primeira edigao deste livro, em 1983, ainda vigorava na ca, no mercado fornecedor de aco, 0 uso de didmetros expressos 0 sis de polegadas. Hoje, felizmente, usa-se nesse mercado o sistema métrica, 8 homenagem ao Sistema Métrico, patriménio da Humanidade, em homenagelt Teis do pais que exigem o sistema métrico, em obediéncia a NBR 7480 da recomendamos aos leitores que, na sua com as expressbes métricas. ida profissional, usem a Tab} A correspondéncia entre as antigas medidas em polegadas e sistema meena [oe ans | v4 [one [ais 12 | 578 | a4 | Sin [a jac) [cess [a0 fies) se | oni eam © waleto da stirs Uo prea dest iro segue, nest edie, BB uni 0 projeto estrutural de umn des maiores prédios de estruvnra de cone eer eee andates) usou no maximo @ 108 Pi 8 2.2 AGAO E REACAO — PRINCIPIOS one Aceitemos um postulado: “A cada agao (forga) num corpo apoiaco ocorre uma reac (forga) no corpo que se apoia, de mesma intensidade, igual directo, masde sentido inverso”. a Uma pessoa, que na barra fixa, puxa para baixo a barra, se vé puxada para cima, 4 agiio 6 na barra (para baixo), e a reagdo ¢ no conpo (para cima), ¢ 0 corpo sobe. Una peca de 1 kN apoiada no terreno recebe dele uma reagao de 1 KN; esta éa reagao do terreno que equilibra o peso e, eno, essa pega fica estével Se o terreno, nao puder reagir, o corpo afunda (recalca). Imaginemos a ponte simplificada a seguir, que venice 0 ‘vo de um rio suportando: tama eanalizagdo de égus “Tube com 6gua “Tubo com sou Viga de Viga de oe conerato = iar] som waneverss /+-—~conte tongitudint ca z Admitimos que © conjunto viga, tubo e 4gua, que passa dentro dele, pesa 24,50 kN/m. © peso total disso é P= 24,50 kN/m x 10 m= 245 KN Logo, 0 peso desse conjunto (245 KN) dirigido para baixo deve ser suportado pelos dois pilares que receberao cargas iguais (a carga est sendo uniformemente dlistribuida, nfo havendo pois razlio para se pensar que ocorram eargas diferentes nos pilares P-1 @ P-2) ‘Tudo se passa como se fosse: ‘peso equivalent 20 Pm 205iN Peso Gismouido” vy Py =1225 kN = “paws auto 245088 8.212255 kN (agio no pile) 22.5 kN 10m. y= 1225KN (reagto do pier) 34 ‘Conereto Amado Eu Te AMO. eP-2 tal que: P14 P2=245KN, 0s pilares reagem nas vigas com as forgas R e Re, que so Ry = P= ky = 12,0 KN; Rp = P-2 > Ry — BB, RN Notar que 2; € igual a P-1 ern intensidade, mas em sentido eontrério, Pelo principio de agao e reagio, se o pilar reage na viga com Ry (@sce sobre o pilar age uma forca P-1 inversa aR Gs Pe eta riers Je ior? Jae Para que os pilares fiquem estveis, € necessdrio que o terreno atue sol com forcas 7 © 7 (ascendentes). T, nao seré igual a P-1, pois deve receber © peso proprio do pilar (L-1), igualmente 7, sera igual A P-2 + L-2, No final da histéria, todo o peso do tubo, da égua, da viga e do pilar, tad Lransmitido ao terreno que tem de reagir com 7; e 7, Seo terreno for fort Tochoso, ele resiste (reage) com 7, e 7, ea estrutura estard estavel. Se ele: Teagir, ou seja, se cle nao puder transmitir 7) 7, aos pilares, a ponte pode aft (recaleat), Nota: Entendam os simbolos didéticos nao matematicos: Bles significam: *portanto’, ou “entZo", ou “conchue-se” ete. Ao tentarmos girar uma barra e comprida (/) abarra, maisesforga de; mesma forga FP: a © esforgo transmitido ao engastamento é qque L-2), e quanto maior 0 braco, tanto maior 0 © engastamento resiste até 0 ponto em que Eom Podemos quantificar essaagao de tentar virar como opt © 0 chamaremos de Momento Fletor. Assim, se a brago de tres metros, teremos um Momento Fleto sg Is (oraeo} convengdo, serdo positives, e as que tendem ‘£crar momentos negativos. 36 ‘Goncreto Armado Eu Te Amo ia direita para a esquerda, ing horario (-), equando Momentos no encaixe (4) Assim, quando a mesma forga F atua d: encaixe da figura, a seguir, ummomento anti (quando atua da esquerda para direita) gera Convangio » Memento Fetor Abstraindo-nos do aspecto construtivo da barra e de sua fixagao no é1 podemos representé-la como estando em equilibrio face & agdo de (@ numérico): M € 0 Momento Resistente. Como o esquema de forcas tende a girar 0p com um Momento horario de 4 KN, o ponto C nao gira, se o encaixe tra viga um Momento anti-horario (-) de 4KNm. Convengio de Momento Fletor Notemos que o Momento Fletor em @ e a forga F. nao existem ind temente. Eles sto a reacao do encaixe & tentativa de rotacdo e translagao Gessada aacao de Fy e F» cessam Me F., As reagdes nos vineulos s6 existem também se 0 encaixe for resis Se ele nao puder reagir, ele quebra e a barra gira. A condicao fundamental d brio € que a somatéria de todos os mome 4 Os ntos causados de agac de reagao e dos momentos resistivos se anulem ae Sea mesma barra fosse: giraria (sentido horério) e A forga F; tenta girar a barra no pont hordrio, causando um Momento em C que s Conclui-se que hé uma tendéncia Nordrio (4) de 4 kNm. Mas C nao gira, pois te & barra um momento reativo de ~4 kN. Momento, 0 ponto C giraria, quebrando, 38 eto Arado fu Te Amo te fixacao), 0 parafuso niio giraay 150 (atrito a forca, sela através do at ss do aumento de (eoja atray ree aera tfuso nao consegue opor um outro MOmento Contd sma anterior, 6 € estavel (nd0 gira quebrando o nnsmite a barra um Momento resistent ansmite uma forga Fy A barra, vista porque, no engastamento, a estrutira t 19 Momento soliitante e contrario em sentide =Fia 2.4 APRESENTAMOS O PREDIO QUE VAMOS CALCULAR — ESTRUTURACAO DO PREDIO” prédio que iremos calcular, timn-tim por tim-tim, A seguir, Lemos Nada deixard de ser caleulado, B um prédio de trés pavimentos, mais terre que tem andares tipicos, cada um com cerca de 90 m°. A arquitetura € pobrey desculpert-nos, pois os professores do curso s6 so engenheiros, nao arquitelos Nas pagina a varios desenhos da nossa cuir, a peropectiva estrutural Perspectiva da estrutura do prédio Pilares Perspectiva da estrutura do prédio que vamos ealcular, A estrutura do precio mmposta por: + lajes macicas de conereto armado; + vigas de concreto armado; + pilares de concreto armado; ‘+ alvonaria de fechamento de divistio interna da alvenaria de iioles, blocos de concreto sem funcao estrutural; + sapatas macicas de concreto armado; + comereto fek = 25 MPa e aco CA50; 3 * tudo obedecendo & norma de projeto NBR 6118/2014 da ABNT; 40 Na Goncreto Armado Eu Te Amo CORTE TRANSVERSAL D0 PREDIO 1190, Cobertura 3° Pavimento 2° Pavimento axa | I Ander tipo +*pavimanto 126 Be. Alveneria || dertioies, |} —Alvenaria mM ET Sepata ate Cone et) Sala de jantar PLANTA 00 APARTAMENTO. ‘Aula? ‘3725 42 Conaeto Arado Eu Te Amo puanra oe FORMAS amos ,, Ws, oat pa 22 _ Baa db Soren c ETI Ea = mre Rare Pie i Ay 3 o U a 8 shy 2 BE @ @ yen) fe [razon ip, varzowe) Bas izxs0) F5 (20,20) jie @ 6 | +i 1 La ebaicada (E4) ‘debanheiro s i fe Ady_V3 (20x40) i 2 [foc “ @ BT @ aez@0 2 | gn ape © ie | oe 2 2 2,90 |e [271202201 —V tao dracon 8)] 39) = 3 ae Sem 7 We Z > P9020) | @ 2 z p.. Hl e| Sy ® = G g sea Nw] 3 cs 2 2 3 3 a ai] $ A eioizoa0) —_vstaoe4o) fern zoeeo) 12 20x40) Scare at a Nota: (1) para todas as vias deste préio usouse a segaio padrho 20 x 40 alguns cas0s poderiamos usar 20 x ura da alveneria, Aalto 29% 30.em. A largura de 20 em est ligada ae alvenaria, § altura das vigas com valores entre 30 cm ou 40.cmn € POA Dofetista estrutural. (2) para entender a simologia [3 e ver p44 Entenda-se como se imagina e “aproximadamente a obediente « concreto armado” responde a “hipotese de projeto e céleulo’ 1) Todas e cada uma das lajes, andar por andar, recebem is a | ne 3) As vigas ainda suportam, além das cargas enviadas pelas Iajes, 0 : raria e o peso proprio da viga; portanto, s vigas correspondentes i andar por andar. 3) Os pilares, andar por andar, receber as cargas das vigas e o peso do PrEDEiO pi- lar e, assitu, as cargas que esforgam os pilares sdo crescentes, andar por andar. Nos pias. targa Sndar por ender We N Laje macica ‘de concrete Alvenaria, 44 Concreto Armado Eu Te Amo Simbologia da pagina 42, colegao, “Conereto armado, eu te amo”, Vale sempre a Regra de Ouro “0 projetista estrutural e o profi tricidade, ar concidionado etc.) tém de conversar semmpre com 0a teto, portando todos os documentos de projeto e suas modifieagdes € evolucdes, tudo isso, etapa por etapa, e com os acordos prévios devel ser obedecidos por todos. Fazer atas de reuniao’, Detatnes do conte vertical dos excadas 580m pilar— segio tran é direito ~ 2,50 m; cespessura da Com o desenvolver dos ef 2.5 PREMISSAS DO O DESENVOLVIMENTO ~ Pela importancia, se repete: Agora comegamos a projetar 0 nosso predinho, ‘A alvenaria € de tijolosfblocos e nijo tem fungao dda na rigidez do prédio) e essa alvenaria deve ¢ ppara baixo) as lajes, vidas © pulares. ae Face a altura reduzida do prédio (quatro andares) (¢ tam tir alvenaria) poderemios nao levar em conta a aco d de escritérios com paredes de vidro, a rigidez seria Face as sondagens geotéenicas do terreno, o engenheiro tad ‘ces recomendou como fundagées o uso de sapatas macicas centradas 0 Lengol freético (nivel de agua no terreno) € baixo, nA ‘Goda aeoeaetaaiaes Pa O prédio esta no meio de um grande terreno, invadirem o terreno do vizinho. 46 Concreto Armado Eu Te Amo ragdo com a estrutura de concreto armado, detalhes, de vergas em cima. nelas e portas, Havendo sacada (marquise), deve ser Mostrada @ amarrag alvenaria da sacada com o resto do prédio. Nota — Verga, item 24.6.1 (pg. 205 da NBR 6118), | Dewane: se tivesse havido um arquiteto na auvorks Wo 1osso projet) HA | com ele terfamos conversaco e exigirfamos que qualquer mudanca no proje arquiteténico fosse, antes de ser feita, conversada com os calculistas da estrus tura, Idem para o profissional de instalacdes de agua, esgoto, dguas pluvial | eletmicidade, B tudo anotado em atas da reuniao. Maus profissionas tem horrop atas de reunito a Desenvolvimento + AS cargas acidentais (peso de pessoas, méveis etc.) se apoiario nas lee prédio. (ver nota 1) © As cargas acidentais, o peso proprio das lajes e © peso das alvenarias sao tra mitidos as vigas. Chamemos essas cargas de cargas de servico.) * Ascargasdes r'vigo mais 0 peso proprio das vigas serdo transmitidos ans pila ‘* As cargas nos pilares mais seus pesos proprios sao transmitidos &s sapatas. + As vargas recebidas pelas sapatas, mais seus pesos préprios, chegam 40 S010 af se dissipam Se tudo estiver certo, nas fundagoes: (ver nota 2) * Acontecerdo alguns pequenos recalques por igual no prédio, * Nao aconteceré um colapso no solo. ‘acontecerao, ou serio minimos os recalques diferenciais. Notar que nao existe a divisao rigida: prédio e solo. Depois de a obra proi tora a estrutura do prédio interage com 0 2olo, c, sc existir um ponto onde po Ocorrer um recalque, a rigidez do prédio poder impedir. Alguns pequenos ques de acomodacao poderao acontecer e ai a alvenaria pode ter pequenas fis Nota 1 A norma de projeto estrutural é a NBR 6118/2014, rey, 07/08/2014 ABNT ~ Associagao Brasileira de Normas Técnicas Nota 2- Cargas para céleulo de estruturas de edificagao NBR 6120 Nota 3 — Projeto e execugao de fundagoes NBR 6122, A cargas acidentais, o peso proprio das lajes vio ‘As cargas que geram o dimensionamento de jes, ara as vigas e dat mais a alvenaria, pata 0s plates ‘igas-epllares sao as chamadas cargos de segs oi ee 3.1 APLICAGOES DO PRINCIPIO DA ACAOE 4 REACAO a7 Ji vinios na aula anterior que © principio de ago @ reacao 6 aplicivel a todas as ‘estruturas que receberam cargas e estejam em equilfbrio. cea vale para todas as forgas verticais, horizontais e inclinadas. ne Vejamos alguns exereicios de célculo de forgas de reaglo, forgas essas que, como vimos, nao existem independentemente. 56 ocorrem ern reagdo, em resposta as forgas ativas, Assim, ao arrastarmos tm mével no chao, temos de vencer a forga de atrito. Ao cessar nossa agao de empurrar o mdvel, este ndo sairé andando, en purrado pela forga de atrito, que, ent, nfo existe mais. ‘Scja a barra a ooguir, Sobre esta barra agem uma fonga para a dirpita de 1 KN/e outra para esquerda de 0,5 KN, dando uma diferenca de 05 KN paraa direita, No vineulo © deve haver uma reacao de-0,5 KN para o equilibrio. Imaginemos agora una barra vertical que, sldada a uma pega, € purada com {orga de 0,1 KN no ponto A, eno ponto B, € empurrada com forga de 0,02 KN. Othando a barra isoladamente, ela 86 nao sai, ndo se desliga da esta, puxar a barra com forga: Fy =0,1 00 = 0,08kN=8 kgf 48 CConcreto Armado Eu Te Amo F,= 0,08 kN =8 tof Pelo principio de agao reag ar Cn ae Ao, se a estrutura puxaa barra com 0,08 KN, a barra, 0,08 ke, Vejamos outro exereicio: Lim senhorgontinno, que pesa 100 kat = 1 um baléo de gas, que sé seguro € impedido de subir a oo ae BOE Qual o peso indicado na balanca? inane: } 50 of =0.05 kot Vee eed A rreacdo da balanca no homem 6 (vertical para cima) F = 100,00 — 0,05 = 99,95 kaf = 0,9995 kN __A aco do senhor gordinho e do balao na balanga é de 0,9995 kN e vertical para bixo, Logo, olhando-se no medidor (escala) da balanca, deve-se ler o peso de #095 KN. Se nao der, é que a balanga esta desregulada Aula 49 3.2 CONDICOES DE EQUIL{ ESTRUTURAS aero Ji vimos que, como Tesposta A aco de esforgos externos (cargas atuantes e Momen- tos), as estruturas de acotdo com os setis vineuloa reagem ou foreas e Momentos Fletores gem ou tentam reagit cuit Para que uma estrutura seja estdvel, € necessério que: A soma das cargas horizontals ativas € as horizontais reativas s@ iguale (se anule). 2. A soma das cargas verticais ativas e reativas se ignale (se anule). 3, A somat6ria dos edleulos dos Momentos Fletores (de rotacao) para qual- quer porta da estrutura sega nul. Essas trés condigdes serao conhecidas, neste livro, como as “trés famosas condicoes”. Imaginemos uma viga de madeira, apoiada em dois pontos (paredes de alvena- ria), € que essa viga suporte um esforgo no centrado de 5 KN, como é mostrado na fAgura a seguir. | resin a c ® = m fe Esquema extra Qe “A estrutura de apoio reagiu com duas forcas verticais ascendentes, K€ Rp, tal que: P=R,+Rp_ entao Rg + Ry = 500 kgf = 5 KN. ua valor de yep (eng sapoios)? Se a fore P ives sido eolocada AIG, do wac “R, Seria igual a Ry € entdo Ry = 2,5 KNe. 5 KN. cntece queef rege Pinca pert de 2 quedo, ento xs regi ko de Avontece que 0 peso P Neou ais Suais, Mostra a nossa experiéncia de vida que, nesse caso, Ry deverd ser maior que Ry. Vamos calcular Ry € Ry € verificar i880. 0 ponto B eo ponto A nao sao engastados, portanto, transmite Momento Resistente, Eo caso do apoio simples. sobre eles, a estrutura no

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