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Resenha Agravo de Instrumento

Prof. Camila Portella


Aluna: Michelly Helena Mendes Cordeiro Nunes
Mat: 201202108504

O agravo de instrumento trata-se de um recurso cabível à parte que se sentir lesada de


alguma forma pela sentença, logo tem como objetivo a reforma de decisões
interlocutórias, este pode-se dar por três diferentes formas de acordo com o Novo
Código de Processo Civil, porém ambos com prazo de interposição de 15 dias. O art.
1015 do NCPC, em seus incisos podemos observar as circunstâncias cabíveis ao agravo
de instrumento. Assim, este recurso será interposto diretamente perante o tribunal
competente. É cabível contra determinadas decisões interlocutórias de primeiro grau
não recorríveis sendo impugnáveis como preliminar de apelação ou nas contrarrazões.
Não obstante, dependendo da espécie das decisões do Tribunal, cabe agravo interno ou
recurso especial extraordinário.

 Cabimento

O art. 1015 do Novo Código de Processo Civil rege que as situações em que o Agravo
de Instrumento é cabível, contendo expressamente em seus incisos, as decisões
interlocutórias que ensejam o recurso em questão, no entanto, se fazem necessário
observar que no próprio dispositivo, especificamente em seu inciso XIII, autoriza
hipóteses de cabimento de Agravo de Instrumento em outros casos, desde que,
expressamente referidos em lei.

No art. 354, parágrafo único, do NCPC, também há previsão de cabimento contra


decisão terminativa, bem como no artigo 1037, § 13, I, NCPC, evidência previsão de
cabimento de agravo de instrumento contra decisão interlocutória que indeferir pedido
de afastamento da suspensão do processo determinada em razão de julgamento
repetitivo de recurso especial ou extraordinário.

Destaca-se o art. 1027, § 1º, NCPC, há previsão de cabimento de Agravo de


Instrumento para o Superior Tribunal de Justiça, de decisões interlocutórias proferidas
nas ações internacionais.
Diante do que foi citado, o art. 1009, § 1º, NCPC, essas decisões não precluem de
imediato, porém devem ser impugnadas em preliminar de Apelação ou Contrarrazões
desse recurso.

 Dar-se como entendimento é que existem decisões interlocutórias acatáveis de imediato


por agravo de instrumentos e outras que serão discutidas mediante o recurso de apelação
em determinado momento.

Em relação a limitação do rol de recursos amparados pelo agravo de instrumento,


importante citar uma crítica sobre o tema entre o NCPC para com o revogado CPC de
1973 onde o jurista Daniel Assumpção aponta que a decisão de limitar o escopo de
objetos de tal recurso não está, como motivo justo, em sua demasiada utilização nas via
jurisdicional. O que resta como entendimento é que existem decisões interlocutórias
acatáveis de imediato por agravo de instrumentos e outras que serão discutidas mediante
o recurso de apelação em determinado momento.

Não houve preocupação por parte do legislador de considerar como recorríveis por
agravo de instrumento as decisões interlocutórias que versam sobre competência e que
anulam o negócio jurídico processual, que por meio de interpretação se possa incluí-las
no rol legal.

Outro ponto importante sobre o agravo de instrumento é no que tange ao juízo de


retratação do órgão a quo, onde nos três dias subsequentes à remessa ao tribunal do
recurso, com a juntada da cópia do processo ao processo, o juiz a quo fica autorizado a
rever o ato impugnado. Caso o juízo a quo emende a decisão, corrigindo a decisão alvo
da impugnação, far-se-á a comunicação de sua retratação ao tribunal ficando desta

forma o recurso prejudicado na forma do art. 1.018, § 1º do CPC.

Não se vem admitindo a impetração do tópico constitucional mandado de segurança


para impugnar decisões interlocutórias que não estão previstas no rol do artigo 1015 do
CPC. Com a não admissibilidade pela impetração do mandado de segurança, cabe aos
operadores de direito a interposição do recurso de agravo de instrumento com o
fundamento na interpretação extensiva do rol do artigo 1015 do Código de Processo
Civil ou aguardar a interposição do recurso de Apelação, para suscitar a decisão
interlocutória atacada por preliminar do recurso.
Conclui-se pelo cabimento de agravo de instrumento contra a decisão que posterga a
análise do pedido de tutela provisória feito liminarmente para momento posterior,
invariavelmente após a contestação, já que versa sobre a tutela provisória.

As hipóteses de agravo de instrumento estão previstas em rol taxativo. A taxatividade


não é, porém, incompatível com a interpretação extensiva. Embora taxativas as
hipóteses de decisões agraváveis, é possível interpretação extensiva de cada um dos
seus tipos. Não se limita aos incisos do artigo 1.015 acima citado.

A doutrina, no entanto, se adianta à entrada em vigor da Lei 13.105/2015, citando


algumas decisões judiciais que à primeira fogem da previsão literal de cabimento do
Agravo de Instrumento ou que atraem seu manejo, mas que podem causar polêmica
futuramente.

O art. 994, III CPC prevê o cabimento do recurso de agravo interno que manteve o
objeto de impugnar a decisão interlocutória, contudo, proferida pelo relator do recurso
principal. O art. 1.021/CPC determina que a decisão proferida pelo relator pode ser
impugnada por agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observando-se as
regras do regimento interno do tribunal. Entende-se que, uma vez registrados, os autos
do recurso contra a decisão proferida em primeira instância, são registrados e
distribuídos no tribunal competente, obedecendo as regras internas do tribunal, a
alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Distribuídos, os autos seguirão
conclusos ao relator, a quem compete a administração do julgamento do recurso,
elaborando relatório e voto.

Os recursos especial e extraordinário são recursos distintos dos grifados no


artigo 994 do NCPC, tem como objetivo o preenchimento de pressupostos específicos
do artigo 105, III e 102, III ambos da CF, dentro desses pressupostos estão os
cumulativos e os alternativos, para que o recurso passe pelo juízo de admissibilidade e
seja julgado no mérito. Trata-se de recursos excepcionais, pois exigem uma ofensa ao
direito positivo constitucional e infraconstitucional, o recurso especial será julgado
pelo STJ, enquanto o recurso extraordinário será julgado pelo STF.

Importante ressaltar que o recurso especial é utilizado em regra nos casos de decisões
que contrariarem dispositivo constitucional, decisão que declarar a
inconstitucionalidade de Lei ou Tratado Federal, decisão que julgar válida lei ou ato de
governo local contestado em face da Constituição Federal e de decisão que julgar válida
lei de governo local contestado em face de Lei Federal. Já no caso do recurso
extraordinário são seus requisitos específicos tratar de decisão que contrariar dispositivo
constitucional, decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal,
decisão que julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição
Federal e decisão que julgar válida lei de governo local contestado em face de Lei
Federal. Ambos recursos tem o prazo de 15 dias para o seu ingresso no juízo
competente e verificação do juízo de admissibilidade do recurso.

Com relação aos efeitos produzidos pelos recursos especial e extraordinário, ambos são
norteados apenas pelo efeito suspensivo. O efeito devolutivo não recai sobre eles.

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