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02. (UECE) É um dito corrente que todas as leis silenciam em tempos de guerra,
e é verdade, não apenas se falarmos de leis civis, mas também naturais [...] E
entendemos que tal guerra é de todos os homens contra todos os homens.
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Trad. Raul Fiker. São Paulo: Edipro, 2016, p.
83s.
03. (UFU) Com relação à noção de estado de natureza, que é o estado em que
os seres humanos se achavam antes da formação da sociedade, podem-se
identificar, na filosofia política moderna, três tendências:
1. Os seres humanos são naturalmente egoístas e, no estado de natureza, se
achavam numa guerra de todos contra todos daí que, por medo uns dos
outros, aceitam renunciar à liberdade e constituir um Soberano, o estado,
que garanta a paz.
2. Não é por medo uns dos outros, e sim para garantir o direito à propriedade
e à segurança que os seres humanos consentem em criar uma autoridade
que possa tornar isso possível.
3. No estado de natureza, os seres humanos eram felizes e foi o advento da
propriedade privada e da sociedade civil que tornou alguns escravos de
outros.
Podem-se atribuir essas três concepções, respectivamente, a
a) Hobbes, Rousseau e Maquiavel.
b) Hobbes, Locke e Rousseau.
c) Maquiavel, Hobbes e Locke.
d) Rousseau, Maquiavel e Locke.
EXERCÍCIOS-TAREFA
2. (UNESP) Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob
a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada
membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo moral e coletivo, composto
de tantos membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa
pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava
antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual
é chamado por seus membros de Estado [...].
(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.)
GABARITO EXERCÍCIOS-TAREFA
1–B
2–E
3–B
4–B
5–C
6–C
7–B
8–C
9–B
10 –D
CONTRATUALISMO POLÍTICO
SUPER-HOMEM
Uma das preocupações centrais de Nietzsche é combater a “moral de
rebanho”: um conjunto de pessoas que derivam seus pensamentos, ações e
sentimentos de uma entidade externa, onisciente e inquestionável. Essa moral
de rebanho tem sido, ao longo da história, estimulada por religiões, líderes e
instituições.
Ao negar a moral de rebanho, Nietzsche buscava a emergência de um
novo homem, capaz de negar esse legado determinista e propor uma nova
relação entre humanos e entre esses e o mundo. Seria o super-homem
(übermensch). Esse estado superior da existência humana não é divino, mas
rompe com a ideia da necessidade de uma entidade externa e mágica que
forneça moral, valores, sentidos e caminhos para a vida humana. O super-
homem está mais próximo da autonomia na vida material, na superação de
determinismo e na condição de promover discussões e reflexões sobre o modo
de existência da vida humana. É superior porque esforça-se para atingir tal
estado de amadurecimento, o que faz do super-homem um estágio alcançável
por aqueles que desejam, por meio da educação e do esforço, livrarem-se de
um estado de medíocridade da existência humana. Nietzsche concentra-se,
portanto, no amadurecimento dos indivíduos, não em seleção natural dos
melhores. Além disso, a meta dos humanos deve ser tal amadurecimento, não
uma busca ingênua pela felicidade. A condição para o progresso está nesse
esforço para atingir o estágio super-humano.
A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos
homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha,
continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. São também
as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em
tutores deles.
KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarung). In: ______.
Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p.
64.
A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da
razão. Essa condição evidencia a ausência
a) do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
b) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
c) da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
d) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. [...] devo proceder sempre
de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei
universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Trad. Paulo
Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 208-209.
02. (UECE) “No Brasil, a tortura ganhou destaque durante o período da ditadura
militar, quando foram cometidos diversos atos de tortura contra pessoas
consideradas pelo governo como uma ‘ameaça’ à ordem e à paz. Após esse
período turbulento, a Assembleia Constituinte se reuniu para elaborar a nova
Constituição, aquela que mais tarde seria considerada como a Constituição
Cidadã, pois ressalta o respeito à dignidade da pessoa humana e a garantia dos
direitos essenciais”.
TEIXEIRA, Adriano Mendes. Os crimes de tortura e o princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana. Disponível em:
https://adrianomendes2016.jusbrasil.com.br/artigos/385521311/os-crimes-de-
tortura-e-o-principio-constitucionalda-dignidade-da-pessoa-humana
04. (ENEM) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não
lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado.
Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para
perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros
desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria:
quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo
pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural,
1980.
Texto 2
“Para compreendermos o valor que Mill atribui à democracia, é necessário
observar com mais atenção a sua concepção de sociedade e indivíduo [...]. O
governo democrático é melhor porque nele encontramos as condições que
favorecem o desenvolvimento das capacidades de cada cidadão”.
WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política 2. 3 ed. São Paulo: Ática, 1991. p.
197-98.
08. (ENEM) Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar
reviver – é o dever –, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes
de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o
que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade
que está em jogo!”.
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).