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Biblia Como Literatura PDF
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SUMÁRIO
Introdução... 9
Bibliografia............................................................................................. 99
INTRODUÇÃO
"Entendes o que lês?", perguntou Filipe ao eunuco etíope, que, por sua vez,
respondeu: "Como posso entender, sem que alguém me guie?" (At 8,30-31). A
resposta do eunuco é interessante. Ele não diz "alguém que me explique", isto
é, que me esclareça este único trecho da Escritura; antes, ele deseja "alguém que
guie", isto é, alguém que lhe dê critérios para ler e entender toda a Escritura.
De fato, o autor de Atos dos Apóstolos diz que Filipe tomou como ponto de
partida o texto de Isaías que o eunuco lia (Is 53,7-8) para anunciar o evangelho.
O eunuco não queria somente a explicação pontual de um trecho da Bíblia.
Mais do que uma interpretação pronta, ele queria aprender a interpretar. Em
outras palavras, ele pergunta a Filipe: "Como posso entender, sem alguém que
me dê uma chave de interpretação?", ou ainda: "Como posso compreender,
sem alguém que me ensine um método de leitura?".
A pergunta do eunuco permanece ainda válida: a maioria dos leitores da
Bíblia tem uma grande dificuldade para entender o que ela diz. O povo de
Deus ama a Palavra de Deus, mesmo sem compreendê-la totalmente.
A resposta de Filipe também permanece válida: os discípulos mais adian-
tados no estudo da Sagrada Escritura têm a missão de guiar os que ainda se
sentem perdidos durante a leitura.
Esta, pois, é a finalidade deste livro. Trata-se de um pequeno manual de
metodologia bíblica, uma cartilha, que oferecerá ferramentas para se estudar o
Pois, entao, se prepare! Tenha sempre por perto a Bíblia e outros instru-
mentos de trabalho: lápis, borracha, papel, lápis de cor; teclado e impres-
sora para quem já entrou na era da informática. Não se assuste com o
grego e o hebraico. Pule o que estiver nestas IInguas e vá em frente:
tudo será traduzido e explicado. Bom trabalho... A gente se encontra
por ai...
1. Leitura multifacetada
Quando o eunuco disse a Filipe: "Como posso, sem alguém que me guie?",
Filipe ofereceu ao eunuco um caminho, um critério para interpretar a Escritura.
Todavia, se Filipe tivesse sido rabino, em lugar de tal critério, ele teria chama-
do outro rabino e ambos entabulariam uma discussão sobre as múltiplas pos-
sibilidades de se interpretar o mesmo texto.
Com efeito, os rabinos não se cansam de afirmar que "a Escritura tem
setenta faces", isto é, há muitos modos de ler a Palavra de Deus. E eles estão
certos! Essa multíplice interpretação da Bíblia deriva de vários fatores, alguns
ligados ao texto (a língua e o estilo do autor, a clareza com que as idéias foram
expressas, o quanto o texto reflete o ambiente histórico-social em que foi
produzido), outros ligados ao leitor (seus interesses durante a leitura, o quanto
ele conhece aqueles fatores ligados ao texto, quais princípios de interpretação
ele aplica durante sua leitura do texto bíblico).
Liturgia,
Teologia
Pregação
Catequese,
Doutrinação
2. As línguas "originais"
A palavra "original" deve ser lida entre aspas, porque o primeiro manus-
crito de qualquer texto bíblico já não existe mais; há, sim, várias cópias, por
vezes defeituosas e incompletas. Em alguns casos, há várias versões para o
texto sagrado, até que um se impôs e se tornou normativo.
No entanto, são admitidas como línguas originais:
• para o Antigo Testamento: hebraico, aramaico e grego;
• para o Novo Testamento: grego.
Há também traduções antigas, de capital importância para a interpretação
dos textos, principalmente nos casos em que o hebraico ou o grego são incom-
preensíveis:
• a Peshitta (tradução do Antigo Testamento, em siríaco);
• os Targumim (traduções do Antigo Testamento, em aramaico);
• a Vetus Latina e a Vulgata (traduções da Bíblia toda, em latim);
• uma série de manuscritos antigos em outras línguas: hebraico samaritano, copta,
boairico, saídico.
,
e deixou viúva sem filhos,o.go'e/tinttaaincumbênda de se casar com a
viúva e ter filhos com ela para suscitar uma descendência para o falecido.
Poisé... Eu nem precisava explicar tudo isso. porque você já tinha enten-
"
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' ...
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dido quem era o gO'e/só de ler a palavra "resgatador", não é mesmo?
' "'0
•
Repito:
Não existe "é a mesma coisa com palavras diferentes". ' .
Se as palavras não são as mesmas, já não é mais a mesma coisa... . á .
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perguntar se o texto resultante significa alguma coisa no idioma para o qual o original foi
traduzido.
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Um último exemplo, agora tirado de Jeremias 5,8:
~';' C':;'lD~ C'J~'~ C'O~O
:~~~T~: ~'~,~i. n~,~':.~~ ~',N
São cavalos ardentes e fogosos (?),
cada qual rincha para a mulher de seu companheiro.
Mas o fato é que não se sabe o que as palavras significam, e muito menos
a frase completa. Por isso, todas as traduções podem ser válidas. De qualquer
forma, Jeremias compara algumas pessoas a cavalos aos quais não se consegue
. . ,,;....
........... .. ,:l "
1"" ,
IJI·
1. A delimitação do texto
"Delimitar um texto" significa estabelecer em qual versículo o texto come-
ça e em qual versículo termina, isto é, definir os limites "para cima" e "para
baixo". O trecho da Bíblia resultante dessa operação recebe o nome técnico de
"perícope" .
Nas edições das Bíblias, as perícopes vêm destacadas com subtítulos. Mas
eles não pertencem ao texto original. Cada editor divide o texto como acha mais
conveniente e coloca os subtítulos que considera mais adaptados. Como resul-
tado, há diferenças entre as divisões propostas pelas edições da Bíblia.
1. Palavraou frase usada no início do texto é repetida no fim, de modo que tudo o que se
encontra entre as duas ocorrências fique "incluído".
~ no
te~ntt~alid~o ~p~o~r~
G:{ Satanãs.
dese~uarenta dias,
1) João Ferreira de Almeida 14,1-15,21 (!): Jeremias em vão intercede pelo povo
(revista e corrigida)
2) Edição Pastoral 14,1-15,4: ferida incurável
(1997, reimpressão) 15,5-9: a sentença de Javé
3) CNBB 14,1-10: a seca
(2000, primeira edição) 14,11-22: o povo prefere os falsos profetas
15,1-9: punição irrevogável
4) Ave Maria (1959) 14,1-15,9: palavras sobre o flagelo da seca
5) Bíblia de Jerusalém 14,1-15,4: a grande seca
(1985, edição revista) 15,4-9: as desgraças da guerra
6) Tradução Ecumênica 14,1-15,4 (14,2-9.10-16.17-22; 15;1-4): a seca
da Bíblia (1994) 15,4-9: abandonada que abandonou
Como conclusão, pode-se afirmar que a edição que usou com maior rigor
os critérios de delimitação foi a Tradução Ecumênica da Bíblia - TEB.
2. A segmentação do texto
Após delimitada a perícope, é necessário estudá-la sob o aspecto frasal,
isto é, avaliar cada frase, oração e unidade expressiva que compõem o texto.
Para isso, é necessário reescrever o texto e subdividi-lo em linhas, como se ele
fosse uma poesia.
A regra básica para este trabalho é: cada linha deve conter, tanto quanto
possível, uma idéia completa. Cada segmento, em geral, tem um único verbo,
mas não necessariamente é assim. Igualmente, ocupam um segmento à parte:
vocativos, imperativos, apostos, frases subordinadas etc. A cada nova informa-
ção - principal ou secundária - uma nova linha. Quanto maior a sensibilidade
do leitor, tanto mais fácil será segmentar uma perícope.
Um único versículo pode conter vários segmentos; por isso, um texto de
poucos versículos pode ficar longo quando segmentado. Cada segmento deve
ser indicado com uma letra (a, b, c... ). Tal indicação recomeça a cada versículo.
Veja-se, por exemplo, Me 1,15:
14a MEtlX ÕE tO lTUPUÕOSf)vIU tOV 'IwávvT]v Depois que João foi preso,
b ~ÀSEV Ó 'IT]oouç Elç t~V rUÀLÀuCuv veio Jesus para a Galiléia
c KT]PÚOOWV tO EUUyyÉÀLov roü SEOU anunciando o evangelho de Deus
15a KUI. ÀÉywv on e dizendo:
b lTElTÀ~pWtal Ó KUlpOÇ "Completou-se o tempo
c KUI. ~yYlKEV ~ PUOlÀECU tOU SEOU' e está próximo o reino de Deus.
d I!EtUVOEl.te Convertei-vos
e KUI. mOtEÚEtE EV tQ EUUYYEÀCq>. e crede no evangelho"
A Bíblia Hebraica, todavia, exige uma pequena variação neste procedimen-
to. Uma vez que cada versículo é quase sempre dividido em duas partes (a e
~
rnrr -nK
T "
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CA:í;-~~
1aa
ai! ~
Louvai o SENHOR,
nações todas;
~
'mJi:;l~ b« Exaltai-o,
:C'~K;,-S:l
í'ion ,:l,Sl1'· ,~5
C~~l1~ ~;;,'-n~N'
,; t4l
2aa
povos todos.
Porque é forte por nós seu amor,
e a fidelidade do SENHOR é para sempre.
';rl,:-'~~B ar Aleluia!
Note-se que não há uma regra fixa no que se refere ao numero de palavras
em cada segmento: os fatores que determinam se um segmento é mais longo
ou mais breve são a semântica e a sintaxe do próprio texto.
3. A forma do texto
Uma vez feita a segmentação do texto, é necessário analisar as articulações
internas da perícope em sua redação final. Este passo metodológico é por
alguns chamado de "estruturação do texto" ou "análise da estrutura literária",
enquanto outros falam de "organização do texto", e outros ainda preferem
"forma do texto". Independentemente da nomenclatura usada, trata-se de uma
leitura sincrônica, isto é, que analisa o texto em si mesmo e como ele está. A
comparação de dois ou mais textos com formas semelhantes é chamada "es-
tudo dos gêneros literários", e constitui uma leitura diacrônica/.
4. Exercícios
Aplicar os passos metodológicos estudados neste capítulo ao relato da
vocação de Eliseu. Eis o texto hebraico, com uma tradução literal:
• 1 Rs 19,19-21
~'~1 '~~~-H 11,~'~~rn~ ~~7?"1 t:J~~' 1~".119
',;,:~~ '~P.:1 'iR~ry t:J~).~:l ~';:T1 "~~7 't:J'i~~ 'iR~-t:J').~ tLi1.h
"Então partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Safat. Ele estava lavrando, com
doze juntas de bois à sua frente; e ele mesmo estava com a duodécima. Elias
passou por ele e lançou o seu manto sobre ele. 2°Então, ele deixou os bois, e
correu atrás de Elias, e disse: "Que eu possa beijar meu pai e minha mãe e,
então, te seguirei." E ele lhe disse: "Vai, volta! Pois, o que te fiz?" 21Voltou,
pois, de atrás dele, e tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos
dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo para que comessem. Então, levan-
tou-se e seguiu a Elias e começou a servi-lo.
1. Figuras de linguagem
--:::;;;;;;:.:====::=--_-----------1
-
a) Dt 17,6:
C";S' C"Jtli "El-"S' Pela boca de duas testemunhas
t:i~~~ '~W~~ ;~ ou de três testemunhas,
n~i1 n~'" morrerá quem deve morrer;
:'m~
IT ': 'S' "El-"S'
I"~ \' - n6," '~"
- J
não morrerá pela boca de uma só testemunha.
b) Rt 3,8:
'ntli·, TS':l ":l~~'
- ;-~" ~-~ ~ .. Booz comeu e bebeu,
e seu coração ficou feliz.
i1!?'.~;:t ~~p::l ~,~~." ~S~; Então foi deitar-se junto a um monte de cevada.
~,~ ~~n' Ela veio de mansinho,
,"n·"J'Õ ~Jn~
IT .: - ,- : -
descobriu os pés dele
:~~tlin'
IT : • -
e se deitou.
c) lRs 10,8:
l"W~~ ~'.~~ Felizes teus homens,
i1~~ l",l~~ ~1~~ felizes estes teus servos,
'"6Çl '1"'~~7 c~'/?llD que estão sempre diante de ti,
:llJ~~ITn~ C"P/?WtT que escutam a tua sabedoria.
d) SI 23,lb-2:
"li, rnrr YHWH é meu pastor,
e) SI 96,11-12:
C"~tLii1 m~iD" Alegrem-se os céus,
. ri.~';:t ''',m' e regozije-se a terra:
t) Mt 7,25:
KaL Ka,É~~ ~ ~pOx~ e caiu a chuva
KaL ~À80v ol TIOmj..LOL e vieram os rios
KaL ETIVEUaaV ol ãVEj..LOl e sopraram os ventos
KaL TIpoaÉTIEaaV 'U OLKL~ EKELVn, e precipitaram-se contra aquela casa
KaL OUK ETIEGEV, e ela não caiu,
'E8Ej..LEÀLW'0 yàp ETIL ,~v TIÉ,pav. com efeito, estava edificada sobre a rocha.
g) Mt 22,16:
KaL aTIoa,ÉUoUGlV atm;> rooc j..La8~,àç au,wv Então (os fariseus) enviaram a ele
[ seus discípulos
j..LECà ,WV 'Hp<.yolavwv ÀÉyovuç' com os dos herodianos, dizendo:
OlooaKaÀE, "Mestre,
O'LOaj..LEV on aÀ~8~ç EL sabemos que és verdadeiro
KaL ,~v óõov roü 8EDU EvaÀ~8EL~ OlOOaKElç e ensinas o caminho de Deus
[ segundo a verdade,
KaL ou j..LÉÀEl aOl TIEpL OUOEVÓÇ. e não te importas com ninguém;
ou yàp ~ÀÉTIE lÇ Ete; TIpÓaWTIOV av8púÍTIwV, com efeito, não olhas
[ a aparência das pessoas."
h) Mt 26,5
ÀEYov M' Mas diziam:
j..L~ EV ,~ EOP,U, "Não durante a festa,
'Lva j..L~ 8ópu~oç yÉv~,aL EV ,41 Àa41. para que não surja um tumulto entre o povo."
i) Lc 8,5:
Eçf]À8EV Ó aTIELpWV roü aTIEl.paL ,ov onópov au,ou. Saiu o semeador a semear
[ a sua semente.
KaL EV ,41 aTIELpElV au,ov E ao semeá-la,
ô j..LEV ETIEGEV TIapà ,~v óõov parte caiu ao longo do caminho
KaL Ka'ETIa,~8~, e foi pisada
KaL ,à TIE,ElVà ,ou oupavou Ka,É$aYEv au,ó. e as aves do céu a comeram.
j) Jo 21,25:
"Eoru- OE KaL ãUa TIouà Há ainda muitas outras coisas
& ETIOL~aEV ó 'Inooíx, que Jesus fez;
anva Eàv ypá$~ml Ka8' EV, se fossem escritas uma por uma,
oúô' au'tov oLj..Lal rõv KÓaj..LOV xwpf]aal creio que mundo inteiro não poderia conter
,à ypa$Ój..LEVa ~l~ÀLa. os livros escritos.
1) lCor 13,11:
orE ~j.Ll1V v~moç, Quando eu era criança,
EÀlXÃOUV wç v~moç, falava como criança,
EljJpóvouv wç v~moç, pensava como criança,
E}..OYLÇÓj.Ll1V wç v~moÇ" raciocinava como criança.
orE yÉyova &v~p, Quando me tomei homem
Kar~pYl1Ka rex roü Vl1'lTLOU. abandonei as de criança.
1. Preliminares
Desde o início do século XX, vários exegetas dedicam-se a comparar tex-
tos que, não obstante apresentem diferenças de conteúdo, têm formas seme-
lhantes. Como já afirmado anteriormente, a "forma" é a organização ou estru-
tura de um único texto lido sincronicamente'. Quando, porém, se faz uma
leitura diacrônica, isto é, quando se confrontam textos formalmente semelhan-
tes, é possível abstrair um esquema básico partilhado por eles. Esse esquema
comum é denominado "gênero literário".
Falar em "gênero literário" exige que se façam algumas observações pré-
vias. Em primeiro lugar, o termo "gênero literário" corre o risco de fazer
esquecer que boa parte do material bíblico surgiu como tradição oral, isto é,
antes de se tornarem textos, relatos e ensinamentos eram transmitidos de boca
em boca, não só como atividade lúdica e estética, mas também como forma de
se transmitir cultura, orientações éticas e conteúdos de fé. Por isso, embora o
estudo dos gêneros literários baseie-se no material escrito, não se pode apagar
o estágio anterior ao processo de transcrição.
1. Cf. capítulo 2, pp. 29-30. Esta cartilha evitará enredar-se em discussões terminológicas
que já duram mais de um século, sem terem ainda chegado a um amplo consenso.
6/
com caraeteristicas formais semelhantes. Todavia, cada vez que um autor > « <
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o homem chega ao poço primeiro
a mulher chega para tirar água
Gn 24
v. 11
v. 15-16
~
vv.2-4
v.9
v.6
Jo 4
v.7a
• os dois conversam vv. 17-18 vv. 8.11-12a vv.7b.9-12
• ele tira a água do poço vv. 19-21 v. 10 vv. 13-16
e oferece a ela e aos rebanhos
• ela volta para casa e conta sobre o encontro v.28 v. 12b vv. 28-29
• ele é convidado para ir à casa dela vV.31-33 vv. 13-14 v. 40
• os dois se casam v.67 vv. 15-21.28 vv. 41-42
4. Gêneros literários
Convém repetir algo há pouco afirmado: os manuais de metodologia bíbli-
ca, por uma questão didática e funcional, falam de "gêneros literários do
Antigo Testamento" e "gêneros literários do Novo Testamento", além de sub-
dividi-los segundo tradições (histórica, apocalíptica, sapiencial etc.). Todavia,
vários gêneros literários estão presentes em ambos os testamentos e não se
restringem aos livros de uma única tradição.
4.1. Relatos
4.1.1. Novela
4.1.2. Saga
A Bíblia não contém narativas mitológicas, porque a fé israelita expurgou
os elementos fundamentais para tais relatos: o politeísmo e a magia. No entan-
to, conservou a índole de narrar miticamente as façanhas de um herói ou os
fatos extraordinários ligados a um lugar. Esse tipo de história é chamado de
"saga" (do alemão sagen: falar, narrar): as gestas de um ancestral (mocinho ou
bandido) explica, desde o passado, acontecimentos e comportamentos do pre-
sente. Por isso, as sagas normalmente têm uma finalidade etiológica, isto é,
explicar a origem de nomes, de lugares e de costumes. Não há um esquema
fixo, e sim um estilo geral.
Exemplos: a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19,1-29), para explicar
a esterilidade do Mar Morto e a formação geológica (salitre) da região ao seu
redor; a prova da fé de Abraão (Gn 22), para explicar por que Israel não pratica
sacrifícios humanos.
Por outro lado, é necessário não confundir narrativas totalmente etiológicas
com narrativas às quais foram acrescentadas frases etiológicas. Tal é o caso do
final de Ex 2,10, adicionado ao relato da infância de Moisés (Ex 2,1-10): a fi-
lha do Faraó conhece filologia hebraica!
Há, todavia, relatos que descrevem a atitude a ser evitada, isto é, desistir
do discipulado. O esquema deste tipo de narrativa é muito diferente daquele
em que o vocacionado se engaja no seguimento:
a falta o nome do não-vocacionado
b falta o imperativo / gesto vocacional (a pessoa se oferece)
[c Jesus apresenta as condições para o seguimento]
[d o não-vocacionado insiste]
e Jesus exige um ato radical
f o não-vocacionado desiste
Mt 8,18-22 narra dois casos; Lc 9,57-62 acrescenta ainda um terceiro.
Também nessa perspectiva deve ser lido o episódio de Me 10,17-22.
Graças à sua sentença, Salomão (lRs 3,16-28) foi reconhecido como rei
sábio. Diferentemente, Jorão não sabe o que responder à mulher e atribui a
culpa a Eliseu (2Rs 6,26-3l)!
4. H.F.D. SPARKS, Apócrifos I, p. 176; C,J.A RODRIGUES, Apócrifos, p. 265 (com uma
diferente divisão dos versículos: 14,6).
5. H.F.D. SPARKS, Apócrifos I, pp. 314-319; C.J.A RODRIGUES, Apócrifos, pp. 177-184
(com uma diferente numeração dos capítulos: 12-22).
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4.1.14. Relato de controvérsia
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Este tipo de leis tem características diferentes das categóricas: são leis
formuladas de maneira impessoal (usam a terceira pessoa) e são particulares
e condicionais (levam em conta as múltiplas situações da vida diária). A for-
mulação básica é "se x, então y". A prótase (a frase condicional, normalmente
iniciada com "se") descreve as circunstâncias da situação; a apódose (a frase
complementar, equivalente ao "então") determina a conseqüência legal: absol-
vição, reparação ou castigo.
A maioria das leis do Antigo Oriente pertencem a este grupo e foram
facilmente assimiladas por Israel: Ex 21,2-11.18-37; 22,1-17; Dt 22,23-27.
4.2.3. Maldições
Várias vezes Jesus fala algo sobre sua missão ou sua identidade. No afir-
mativo, a formulação geralmente é:
a : auto-apresentação - "eu sou x"
b : promessa - "quem fizer y terá z"
4.3.6. Sentença-tôv
Chama-se assim o provérbio que utiliza a forma valorativa expressa com
o termo hebraico ::l;~ - tôv, [bom, melhor]: "melhor x do que y". Esse tipo
de afirmação encontra-se em Pr 16,8; 25,24; Eel 7,1.2.8; 9,18. Merece atenção
Me 9,43-48: sentenças-tôv acopladas a leis casuísticas.
4.4.4. Salmos
A divisão e a classificação dos salmos em gêneros literários foi iniciada há
mais de um século, mas ainda provoca muita discussão. O assunto é fascinante
e ao mesmo tempo complexo. Uma apresentação minimamente detalhada es-
capa ao espaço permitido por esta cartilha de metodologia. Por isso, a apresen-
tação a seguir será extremamente sumária.
Cumpre, todavia, lembrar que o "gênero literário" é uma abstração resul-
tante do confronto de textos concretos; por outro lado, muitos salmos são
híbridos, isto é, são o amálgama de mais de um gênero literário. Por isso, em
muitos casos, é necessário classificar não o salmo inteiro, e sim alguns de seus
versículos. Poucos são os salmos que não sofreram contaminação de outro
gênero literário.
A maior parte dos gêneros literários dos Salmos pode ser reunida em
grupos maiores, aqui qualificados como "famílias". Em algumas delas, é pos-
sível encontrar um esquema básico. No elenco a seguir, cada gênero literário
será antecedido por uma letra ou sigla que servirá para ler a tabela geral de
classificação dos Salmos, na página 64.
Família dos salmos litúrgicos: Cânticos com uma clara função litúrgica ou
que derivam de algum momento do culto.
5. Exercícios
Convém repetir: o longo elenco de gêneros literários apresentado neste
capítulo nem de longe é exaustivo. Não obstante, ele oferece um bom instru-
mental para ler a Bíblia como literatura e, o que é mais importante, criar o
hábito de interpretar os textos bíblicos à luz dos gêneros literários.
Eis alguns trechos que não foram citados nas páginas precedentes, mas que
pertencem aos gêneros literários nelas arrolados:
~-,
Me 11,27-33: relatode
a
b
a
a
cr
pergunta dos adversários
eontrapergunta de Jesus
v. 28
vv, 29-30
c a não-resposta dos adversários v. 33a
d a ou não-resposta de Jesus v. 33b
1. Preliminares
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"" "~' ..
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Mt Lc
~
tradição oral
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tradição escrita
Mc
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M
f><J
Mt Lc L
Cumpre, porém, observar que a teoria das duas fontes deve ser aplicada
com cautela. Não se pode utilizá-la de forma mecânica e esquecer que ela
também não consegue explicar tudo. Ou seja, embora amplamente aceita hoje
em dia, ela não deve ser considerada uma receita infalível, pois há muitas
questões que ainda não encontraram uma resposta satisfatória.
4. Um exemplo estudado
Perícopes anteriores:
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. '., /,
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Kat EiJeUC; Â.ÉyOOOLV avTfjJ 1T€pi avrijç. Kai ~púÍ'tlloav am-al' nepl avdjç.
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31Kai upooEÂ.8wv ~at Ê1TLO'tàc; Euávú> au't"iic;
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KaL a'l'11KEV aU'tllv o UUpE'tOC;, ., .,; aut~v Ó 1TtJpe'tÓç, KaL wpflKEV aút~v'
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. -- -. -de ~Simão.
i foi para dentro da casa
14E indo Jesus para a casa de Pedro foi para a casa de Simão
~ ---
e de André, com Tiago e João.
e febril.
300ra, a sogra de Simão estava deitada
~.~.-.-._._._~_.-.~.
febril
-
Ora, a sogra de Simão
-
era atormentada por uma grande febre
31 - E
aproximando-se,
' ~ inclinando-se sobre ela,
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e [ela] Ise levantou! Imediatamente, então, tendo-se erguido,
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5. Exercícios
Conforme se deduz da teoria das duas fontes, todas as perícopes de Marcos
podem ser estudadas sinopticamente. Como exercício, pode-se começar com a
cena do batismo de Jesus. Eis os textos em grego, seguidos de uma tradução
bastante literal:
• Mt 3,13-17:
13TótE 1TapaYLVEtaL Ó 'Inooüc à1TO tilç faÀLÀaLaç E1TL tOV 'lopó&.vT]v 1TpOÇ tOV
'lwlXvvT]v tOU !3a1TtLa6ilvaL tm' autou. 14ÓÕE 'lwlXvvT]ç ÕLEKWÀUEV autov ÀÉywv'
Eyei! XPELav EXW tmo ooü ~a1TtLa6ilvaL, KaL ou EPX1J 1TpÓÇ ue: 15à1TOKpL6ELÇ ÕE Ó
'Iqooüç EL1TEV 1TpOÇ autóv' &4>EÇ &pn, OÜtWç yàp 1TpÉ1TOV EOtLV ~\llv 1TÀT]pWOaL
1TlXoav õLKaLOOÚVT]v. róre à4>LT]OLV autóv. 16pa.1TtLa6EI.Ç õE Ó 'Irooüc EÕ6uç àvÉ~T]
à1TO tOU üõatoç KaL i.õou ~vE~x6T]oav [autti>] ol oópevo], KaL ELÕEV [to] 1TVEU-
Ila [roü] 6EOU Kata.!3al.VOv wOEL 1TEpLatEpàv [Ka\.] EPXÓIlEVOV E1T' autóv' 17KaL
i.õou 4>wv~ EK tWV oupavwv ÀÉyouoa' OÚtÓç Eonv Ó ui.óç \lOU Ó àya1TT]tÓç, EV
~ EÕÕÓKT]Oa.
13Então veio Jesus da Galiléia para o Jordão, junto a João, a fim de ser
batizado por ele. 14João o dissuadia dizendo: "Eu tenho necessidade de
ser batizado por ti, e tu vens a mim?" 15Mas, respondendo, Jesus diz a ele:
"Deixa por ora. Com efeito, convém que cumpramos toda a justiça." 16Je_
sus, então, após ter sido batizado, levantou-se imediatamente da água. E eis
que os céus se abriram para ele e ele viu o Espírito de Deus descendo como
pomba e vindo sobre ele. 17E eis uma voz de dentro dos céus dizendo: "Este
é o meu filho amado, no qual eu me comprazo."
• Mc 1,9-11:
9KaL EyÉVEtO EV EKELvaLç talç ~ÉpaLç ~À6Ev 'IT]OOUç à1TO NaCaph tilç faÀLÀaLaç
KaL E~a1TtL06T] Ei.Ç tOV 'lopõávT]v tmo 'lwlXvvou. 10 KaL EÕ6uç àvaPaLvwv EK tOU
i'futoç ELÕEV 0XLCO\lÉvouç roix oupavolx; KaL tO 1TVE4J.a. Wç 1TEPLatEpàv Kata!3al.-
vov Ei.Ç autóv' II KaL 4>wv~ EyÉVEto EK tWV oupavwv' ou EL Óui.óç \lOU Óàya1TT]tÓç,
EV 001. EUÕÓKT]Oa.
9E aconteceu naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e foi batizado
no Jordão por João. IOE imediatamente levantando-se da água, viu os céus
se rasgando e o Espírito como pomba descendo até ele. "E uma voz acon-
teceu de dentro dos céus: "Tu és o meu filho amado, em ti eu me comprazo".
• Lc 3,21-22:
21'EyÉvEto ÕE EV tti> ~a1TtLa6ilvaL a1TaVta tOV Àaov KaL 'lT]oOU ~a1TtLa6Évtoç
KaL 1TPOOEUXO\lÉvou àVE4lx6ilvaL tOV oupavov 22 Kal. Kata~ilvaL tO 1TvEUlla tO
ayLOv OW\llX.nKti> E'LÕEL wç1TEpLOtEpàv E1T' autóv, KaL 4>w~v EI; oupavou YEvÉ06aL'
ou EL ó ulóc uou Ó àya1TT]tÓç, EV 001. EUÕÓKT]Oa.
1. Terminologia
Na Bíblia Hebraica, um versículo não equivale a um verso poético, pois
um único versículo pode conter vários versos. Por tal razão, a questão termi-
nológica é espinhosa e falta consenso entre os especialistas. Uma das possibi-
lidades é a seguinte: cada versículo é dividido em duas ou três partes, que
constituem os versos e que por sua vez são também subdivididos em hemis-
tíquios, também estes subdivididos em cólons. No texto hebraico, essa (sub)di-
visão é indicada por sinais que indicam pausas.
2. Paralelismo
~C9
ou
fl)fÓ
Exemplo: SI 107,16:
,- ---------
-'? 9. Pois
n~hJ nin"., .,Z~ êlêqu~b~ portas de bronze
. ,, ~;;~~ ~n;1 ',n."~' 9b e trancas de ferro despedaçou.
~
~fÓ
Exemplo: Eel 1,2
n~ryp '9~ 'c..~~:, ~;;l:' 2. Mentira das mentiras, diz Qohelet.
:"~1'1 ":;'1'1 c'''~1'1
':1" ·f·····-: t,~1'1
····1·· .... " • •:
..•.. •.... \
2b Mentira das mentiras, tudo é mentira!
a-b-c-a'-b':
~C9m ou, inversamente, Jt5~
J6fl) a-b-a'-b'-c:
~C9m
Exemplos: Jr 51,31:
Ir~'~1 'rrnN"}i?"m 31. ao encontro do correio Icorrel
.,'?~ nN,"}i?~"~~Ql\ 31b êomens'~geirO ao encontro do mensageiro.
e Jr 5,25:
1'1~~n~i1 C,~'~;Ji~ 25. Vossas iniqüidades desviaram estas coisas
I:C?~I ::li~;:r ~?~T? C~'~'N;t~1 25b e vossos pecados afastaram o bem Ide vós.1
Exemplo: Jz 5,23:
'<~ 2300 Pois
não vieram socorrer YHWH,
23bfJ socorrer YHWH i'co-m-o-s-g-ue-rr-e-ir-o-s.j
Exemplo: SI 57,2:
'~~-1J I c'fi"~ '~~.1J 20a Piedade de mim, ó Deus, piedade de mim!
3. Artifícios poéticos
Os diversos tipos de paralelismo são combinados a outros artifícios, tais
como as figuras de linguagem (capítulo 3). No elenco a seguir, serão detalha-
dos somente os procedimentos poéticos "novos". Os que já constarem na lista
das figuras de linguagem serão apenas citados.
Alusão - Quando se faz referência a outro texto, algumas vezes até extra-
bíblicos: Is 9,3 alude a Jz 7,15-25:
3.
I ',~ Pois
;';~o
T:".
"irnN-r J
o jugo de sua carga
;6:l~ ;,~~ 'nN'
:. J" - .. :
e a canga de seus ombros,
o bastão de quem o oprimia
3b
tu quebraste como no dia de Madian.
Enjambment - Quando a frase não acaba com o cólon, mas "escorrega" para
o próximo. Exemplo: SI 11,6:
c'r~ C'~~T".1' '~.7?~ 6 Faça chover sobre os malvados armadilhas,
n'''!J;l~1, lll~ fogo e enxofre
:c9í:;, rH7? níÊl,v,?~ 1'1':'11 e vento ardente (seja[m]) a porção do cálice deles.
Identificação tardia - Quando o sujeito aparece após a ação (às vezes, dois
ou três cólons abaixo). Exemplo: Is 13,5:
13a Estão vindo de um país distante,
P,I:tlT? rltt~ c:~~
C'~~iJ :1,~p~ da extremidade dos céus,
í611T ,.,~, ';";" 13b YHWH e os instrumentos de sua cólera,
: - J": T:
~ ~
4. Exercício
l1~'''N-nN N~~"'
<T . 0.0 ': T:'-
'~~~-p. ay
'9'J.Q~ ;',~7~1
';t, '~N"'
be
·"l~
::l,tli by
t:l,~~ 1~."1
,t,,?N" 1
bc
t:li?~1
'i!~t,~ ~1Q~ l~"J
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El :';,n'~" I" : T ;-
b) Rt 3,8:
• eufemismo: "descobrir os pés" para dizer "conhecer o sexo". Cf. como
a história continua até o v. 14.
h) Mt 26,5:
• elipse: omitiu-se o que os fariseus decidem não fazer durante a festa, isto
é, prender e matar Jesus. Cf. v. 4.
~.".'.'"'.
fgi'
...
Perícopes anteriores
Jesus é batizado:
1,9-11 3,21-22
Perícopes posteriores
-o
tn
5. Capítulo 6: Noções de poética hebraica
Salmo 67: texto hebraico e tradução literal
:"tLi ';~i~ n5'JJ:l n~J~S
I' I: . . : • I" - : -
Artifícios poéticos:
• inclusão - A frase "Deus nos abençoe", do v. 2, é repetida nos vv. 7 e 8.
• enjambment - Nos vv. 2 e 3, o desejo "faça brilhar ..." e o objetivo
"para que se conheça..." estão em linhas diferentes e separados pela notação
musical "pausa". No v. 5, a afirmação "julgas os povos" tem o verbo em uma
linha e o objeto na outra.
• refrão - "Celebrem-te os povos...", nos vv. 4 e 6.
• variante do lastro - No v. 3, o verbo "conheça" deixa lugar para
"todas". No v. 5, incluído o verbo "julgas" do enjambment, o "com eqüidade"
é substituído por "da terra". No refrão dos vv. 4 e 6, o pronome "todos" ocupa
o lugar do vocativo "ó Deus".
• quiasmo - No v. 5, alternam-se verbos e objetos: "julgas os povos ...
as gentes da terra guias". E talvez também nos vv. 7-8: "terra ... abençoe-nos
Deus ." abençoe-nos Deus ... terra".
• merismo - Os sinônimos "povos" e "gentes", no v. 5, para indicar todos
os habitantes do mundo.
• fórmula quebrada - Dois sintagmas desmembrados no v. 3: "nações
da terra" (invertido) e "caminho da salvação".
• paralelismo sinonímico - Presente nos vv. 3, 5af3y+5b, 4 e 6.
• paralelismo sintético - Encontrado nos vv. 2, 5aa+5af3-b, 7 e 8.
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