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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE

ADULTO/IDOSO PORTADOR DE ALTERAÇÕES DO


SISTEMA RESPIRATÓRIO

1- Envelhecimento do Sistema Respiratório:


• No tórax, redução da densidade óssea e conseqüentemente redução
e achatamento das vértebras, com redução dos discos
intervertebrais, calcificação das cartilagens costais e das
articulações costoesternais.
• Essas modificações determinam o enrijecimento da caixa torácica,
tornando mais importante a contribuição da musculatura
abdominal e diafragmática na ventilação pulmonar.
• O idoso é sujeito a maior incidência de infecções pulmonares,
principalmente a pneumonia, por um grande número de razões que
vão desde alterações anatômicas em parede torácica e em vias
aéreas, até modificações do sistema de defesa imunológico.

2- Anatomia das Vias Respiratórias Superiores


• Nariz; os Seios Paranasais; os Ossos Turbinados (conchas); A
Faringe; as Amídalas; Adenóides; Laringe e Traquéia.
• Nariz – serve como trajeto para o ar ser levado até os pulmões.
Filtra as impurezas, além de umidificar e aquecer o ar, quando ele é
inalado para os pulmões. É responsável pelo olfato, pois os
receptores olfativos estão localizados na mucosa nasal;
• Seios Paranasais – tem como função importante servir como uma
câmara de ressonância na fala. Constituem um sítio comum de
infecção;
• Ossos Turbinados – estão adaptados para aumentar a superfície da
mucosa das passagens nasais e para obstruir, discretamente, a
corrente aérea que flui através deles.
• Faringe – liga as cavidades oral e nasal a laringe;
• Laringe – estrutura cartilaginosa, revestida por epitélio, que liga a
laringe à traquéia. Sua função é permitir a vocalização e também
protege as vias aéreas inferiores de substâncias estranhas e facilita
a tosse. Consiste de: epiglote, glote, cartilagem tireóide, cartilagem
cricóide, cartilagem aritenóides e cordas vocais.
• Traquéia – situa-se na linha média, onde ela penetra no estreito
torácico superior, por traz do esterno.
INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

A- Resfriado Comum – inflamação aguda, infecciosa, das mucosas da


cavidade nasal do trato respiratório superior. São altamente contagiosos,
pois disseminam os vírus por cerca de 2 dias, antes do aparecimento dos
sintomas.

1- Sinais e Sintomas – obstrução e secreção nasal; odinofagia;


espirros; indisposição; febre; calafrios; cefaléia; mialgias; tosse. A
sintomatologia permanece por 5dias a 2 semanas.

2- Cuidados de Enfermagem

- Estimular ingesta adequada de líquidos


- Atentar para o repouso
- Observar e registrar as características da tosse
- Evitar aglomeração.

B- SINUSITE – os seios estão envolvidos em alto índice de infecções do


trato respiratório superior.

Sinusite Aguda:

1- Sintomas- pressão, dor sobre a área do seio e secreções nasais


purulentas. A congestão nasal, causada por inflamação, edema e
transudação de líquido, leva à obstrução das cavidades.
- As Bactérias contribuem com cerca de 60% dos casos de
sinusite aguda: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenzae e Staphylococcus aureus.

2- Cuidados de Enfermagem: Medidas direcionadas para facilitar a


drenagem.

- Estimular a ingesta hídrica;


- Realizar nebulização;
- Orientar: evitar alérgenos, quando se suspeita de alergia;
- Manter estado geral como: nutrição adequada, exercício e
repouso necessários;
- Evitar outras pessoas com infecções do trato respiratório;
- Observar e registrar as características da dor na área sinusal;
- Observar e registrar as características da secreção nasal.

Sinusite Crônica – é causada por obstrução nasal crônica, devido à


secreção e edema da mucosa nasal

1- Sinais e sintomas – tosse (por causa do gotejamento constante da


secreção para dentro da nasofaringe); cefaléias crônicas na área
periorbitária e dor facial; fadiga e obstrução nasal.
2- Cuidados de Enfermagem:

- Os mesmos da sinusite aguda.

C- Rinite –é uma inflamação das membranas mucosas do nariz. Pode ser


por vírus, bacteriana e infecções respiratórias como: sarampo,
tuberculose.... e alergia.

1- Sinais e sintomas – congestão nasal, a coriza (purulenta na rinite


bacteriana), prurido nasal e espirros.
2- Cuidados de Enfermagem;

- Orientar para evitar alérgenos e irritantes como poeira,


fumo, spray, etc.
- Orientar quando a higiene nasal
- Observar e registrar as características da coriza.

D- Faringite

Faringite Aguda: é uma inflamação da faringe, provocada por um


organismo viral em 70% dos casos. O mais comum microrganismo
bacteriano associado à rinite é o estreptococo do grupo A

1- Sinais e sintomas- membrana faríngea avermelhada e irritada;


amídalas e folículos linfóides edemaciados com exsudato;
linfonodos cervicais aumentados e dolorosos; febre; indisposição e
odinofagia; rouquidão.
Exsudado – líquido orgânico rico em proteínas, de natureza inflamatória.
Secreção – passagem de material formado pela célula do seu interior para
o exterior da membrana plasmática.

2- Cuidados de Enfermagem:

- Manter repouso durante o período febril;


- Observar e registrar as características do exsudato;
- Atentar para a coleta de swab nasal e hemocultura para
investigar a natureza do organismo causal
- Atentar para a odinofagia
- Observar e registrar a aceitação da dieta.
- Atentar para o cuidado oral.
- Educação à Saúde.
- Estimular ingesta hídrica

Faringite crônica: é comum em adultos que vivem em ambientes


empoeirados, utilizam a voz em excesso, fumante e etilista.

1- Sinais e sintomas – sensação de irritação na garganta; muco que


pode ser expelido através da tosse e odinofagia.
2- Cuidados de Enfermagem ( o mesmo da faringite aguda)

E- Amidalite e Adenoidite

Amídalas – são compostas de tecido linfático e estão situadas de cada lado


da orofaringe.
Adenóides- consistem de uma massa de tecido linfóide, anormalmente
grande, próximas ao centro da parede posterior da nasofaringe.

1- Sinais e sintomas – odinofagia, febre, roncos (amidalite); respiração


pela boca, otalgia, secreção auditiva, respiração ruidosa
(adenoidite).
2- Cuidados de Enfermagem: pré e pós-operatório.

F- Laringite – ocorre com frequência como resultado do abuso da voz,


exposição à poeira, substâncias químicas, fumos e outros poluentes.
Infecção quase sempre por vírus.
1- Sinais e Sintomas – rouquidão, afonia e tosse
2- Cuidados de Enfermagem: repouso vocal, educação à saúde, etc...
Intervenções de Enfermagem: Pacientes com Infecção das Vias Aéreas
Superiores.

- Umidificar as vias aéreas superiores;


- Verificar e registrar as características da respiração;
- Estimular a ingesta hídrica ( produz hidratação sistêmica, o
que constitui um expectorante efetivo);
- Observar e registrar as características das secreções;
- Atentar para ambiente limpo e arejado;
- Orientar para melhor posição, que facilita a expansibilidade
torácica e facilitar a drenagem;
- Atentar para medidas de conforto;
- Observar e registrar as características da dor;
- Atentar para o repouso;
- Orientar sobre a higiene (oral) e nasal;
- Observar a rouquidão, o repouso vocal;
- Educação à saúde. ( fumo, álcool, ambiente, irritantes,
alérgenos, etc..).

AVALIAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS RESPIRATÓRIOS

A- Epistaxe (sangramento nasal) – causada por ruptura de vasos, na


membrana da mucosa nasal.

1- Cuidados de Enfermagem:
- Monitorar os sinais vitais;
- Observar e registrar a perda sanguínea;
- Orientar para evitar assuar o nariz com força; esforço;
altitudes elevadas....
- Umidificar para evitar ressecamento nasal;
- Aplicar pressão usando o polegar, direto no nariz por 15
minutos.

B- Hemoptise- expectoração de sangue pelo trato respiratório, é um


sintoma de doenças pulmonares ou cardíacas.

1- Causas mais comum: infecção pulmonar, carcinoma do pulmão,


anomalias do coração ou vasos sanguíneos, embolia e infarto
pulmonar.
2- Início súbito, podendo ser intermitente ou contínuo.
3- Cuidados de Enfermagem:

- Investigar a origem do sangramento;


- O sangue proveniente do pulmão é geralmente vermelho vivo,
espumoso e misturado com a secreção.
- Sintomas: sensação de prurido na garganta; gosto salgado;
uma sensação de queimação e talvez dor torácica.

C- Baqueteamento dos dedos- Observa-se como sinal de doença pulmonar


nos pacientes com hipóxias crônicas, infecções pulmonares crônicas e
câncer e pulmão.
- O ângulo entre a unha e a base da unha no dedo normal é de
cerca de 160O, sendo a base firme quando palpada;
- No baqueteamento, a base da unha parece esponjosa quando
palpada, podendo ter um ângulo de 180o ou superior.

D- Tosse – resultado da irritação das membranas mucosas em qualquer


parte do trato respiratório.

E- Cianose - é uma coloração azulada da pele, é um indicador muito


tardio de hipoxia

F- Atelectasia – é o colabamento de um alvéolo, de um lóbulo ou de uma


grande unidade do pulmão.

1- Causas: obstrução de um brônquio, o ar encarcerado nos alvéolos é


absorvido para a corrente sanguínea e sua substituição pelo ar
ambiente é impossível por causa da obstrução. Ficando a porção
isolada do pulmão, sem ar e com isso diminui o tamanho, fazendo
com que o restante do pulmão se expanda. Pode ser a obstrução por
corpo estranho, um tampão de exsudato espesso. A imobilização do
tórax por dor, a depressão respiratória causada por drogas podem
aumentar o risco de atelectasia.
Pode também resultar da compressão do parênquima pulmonar,
restringindo a expansão torácica, por acúmulo de líquidos (derrame
pleural), tumores, derrame pericárdico.

2- Sinais e sintomas – dispnéia acentuada, cianose, prostração,


taquicardia, febre, sentar-se ereto no leito, ficar ansioso, a parede
torácica do lado afetado movimenta-se pouco.

3- Cuidados de Enfermagem:

- Aliviar a obstrução brônquica (aspiração);


- Realizar nebulização;
- Drenagem postural após a nebulização;
- Mobilização para estimular a tosse;
- Estimular quando possível a deambulação (eliminar as
secreções);
- Realizar mobilização no leito;

G- Hidrotórax – acúmulo de líquido na cavidade pleural. São derrames


serosos (não purulentos).

1- Causas: Insuficiência cardíaca ou renal, doença hepática, tumor


pulmonar e pleural.
2- Sinais e sintomas: dificuldade respiratória.

H- Pneumotórax – é o acúmulo de ar na cavidade pleural.

1- Causa: pode ocorrer espontaneamente da ruptura do alvéolo


pulmonar ou pode ser induzido para colapsar cavidades e deixar o
pulmão em repouso (ex. tratamento de tuberculose).
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS

A- Pneumonia – é um processo inflamatório do parênquima pulmonar,


classificada de acordo com o agente etiológico, pode ser bacteriana, viral
ou lipídica.

1- Fatores de risco:
- Câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica;
- Clientes imunossuprimidos;
- Fumantes, pois o fumo rompe com a atividade mucociliar e
macrofágica;
- Cliente acamado;
- Cliente com reflexo de tosse deprimido, devido a medicações
ou fraqueza;
- Clientes alcoolistas, pois o álcool suprime os reflexos do
organismo, a mobilização dos leucócitos e a movimentação
ciliar traqueobrônquica;
- Clientes idosos em virtude da depressão dos reflexos da tosse
e da glote;
- Clientes que receba tratamento com equipamento de terapia
respiratória;
- Clientes submetidos a aspiração de secreções, tec...

2- Pneumonia Bacteriana ( streptococcus pneumoniae, Hemophhylus


influenzae, Staphylococcus aureus....)

- Cria problemas ventilatórios e de difusão;


- É uma reação inflamatória, iniciada pelo pneumococo, ocorre
nos alvéolos e produz exsudato.
- Esse exsudato interfere com o movimento e a difusão do
oxigênio e do dióxido de carbono.
- Os leucócitos, os neutrófilos, migram para dentro dos
alvéolos, de modo que o segmento pulmonar assume uma
estrutura mais sólida, à medida que os espaços aéreos
tornam-se repletos.
- As áreas do pulmão não são adequadamente ventiladas por
causa das secreções, edema de mucosa e broncoespasmo.
- Sinais e sintomas: calafrios; febre, dor torácica; tosse;
taquipnéia; taquicardia; bochechas ruborizadas; olhos
brilhantes e os lábios cianóticos, etc...

- Cuidado de Enfermagem:

- Melhoria da permeabilidade das vias aéreas;


- Repouso e conservação da energia;
- Ingestão adequada de líquidos;
- Educação do paciente

B- Abscesso Pulmonar: é uma lesão necrótica localizada do parênquima


pulmonar, contendo material purulento; a lesão colaba e forma uma
cavidade.

1- Causas: pode ocorrer por causa da aspiração de material


nasofaríngeo ou orofaríngeo. Também podem ocorrer pela
obstrução mecânica ou funcional do brônquio, incluindo corpo
estranho, tumor, clientes com reflexo de tosse comprometido e
perda de glote, nível de consciência, etc...
2- Organismos mais freqüentes: Klebsiella pneumoniae e S. aureus.

3- Sinais e sintomas: tosse produtiva; febre; escarro de odor fétido e


sanguinolento. Dor torácica intensa, dispnéia, fraqueza, anorexia e
perda de peso são comuns.

4- Cuidados de Enfermagem:

- Educação à saúde: exercício respiratório; dieta adequada;


suporte emocional;
- Ao exame físico do tórax pode revelar macicez na percussão e
murmúrio vesicular diminuído ou ausente, com o atrito
pleural intermitente. As creptações podem estar presentes.
C- Derrame Pleural - é uma coleção de líquido no espaço pleural,
raramente constitui um processo patológico primário, mas em geral é
secundário a outras doenças.
- O espaço pleural pode conter uma pequena quantidade de
líquido (5-15 ml), atuando como lubrificante, que permite que
as superfícies visceral e parietal desloquem-se sem atrito.
- O líquido pode ser relativamente claro, um exsudato, ou
sangue ou pus.

D- Empiema – é uma coleção de líquido infectado na cavidade pleural. No


início o líquido é fluido, com baixa contagem de leucócitos, progredindo
para um estágio fibropurulento.

1- Sinais e Sintomas: febre, sudorese noturna, dor pleural, dispnéia,


anorexia e perda de peso. Com vibração vocal detectada na
palpação.
2- Tratamento: drenagem na cavidade pleural (toracocentese- quando
o líquido não é espesso) e dreno de tórax.

3- Cuidados de Enfermagem:
- exercício respiratório;
- cuidados com o dreno de tórax

E- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – é uma doença de interação


genética e ambiental. De condição irreversível, associada a dispnéia de
esforço e fluxo aéreo reduzido por doença cardíaca ou pulmonar.

1- Fatores de risco: fumo; poluição do ar; exposição ocupacional


(algodão, carvão, etc...).

2- Considerações gerontológicas:
- diminuição na capacidade vital e no volume expiratório com a
idade;
- a DPOC acentua muitas alterações fisiológicas ao
envelhecimento e resulta na obstrução das vias aéreas
(bronquite) e na perda excessiva da elasticidade pulmonar
(no enfisema).
3-Cuidados de Enfermagem:
- Nebulização;
- Aplicar oxigenoterapia;
- Educação para a saúde: ambiente, fumo, etc...
- Ingesta hídrica adequada;
- Drenagem postural;
- Prevenir infecções broncopulmonares;
- Caracterizar a tosse e possíveis secreções.
- Observar possíveis alterações no comportamento como:
ansiedade, irritação,depressão, etc...
- Evitar extremos de calor ou frio e altitudes elevadas;

Obs. O broncoespasmo está presente em muitas formas de doença


pulmonar:

- Causa redução no calibre dos pequenos brônquios,


resultando em estase das secreções e infecção;
- É detectado quando sibilos são ouvidos na ausculta
pulmonar;
- Aumenta a produção de muco;
- Diminuição do calibre dos brônquios, resultando em fluxo
aéreo diminuído;
- Troca gasosa diminuída; agravada com a perda da
elasticidade pulmonar.

4- Bronquite crônica: é definida como a presença de uma tosse


produtiva que perdura por três meses a um ano, por dois anos
consecutivos. Está associada ao fumo e a exposição à poluição. A
fumaça irrita as vias aéreas, resultando em hipersecreção de muco
e inflamação.

4.1-Sinais e sintomas: O cliente tem produção abundante de


exsudato inflamatório, que enche e obstrui os bronquíolos e é
responsável por uma tosse produtiva e persistente, além de
dispnéia.
4.2-Cuidados de enfermagem: medidas preventivas

. manter a permeabilidade da árvore brônquica periférica;


. facilitar a remoção dos exsudatos brônquicos e evitar a
incapacidade;
. observar e registrar as alterações no padrão do escarro;
. observar e registrar as alterações no padrão da tosse;
. realizar drenagem postural;
. estimular ingesta hídrica ;
. realizar nebulização, etc....

5- Bronquiectasia- é uma dilatação crônica dos brônquios e


bronquíolos.

5.2- Causas: infecções pulmonares; obstrução de um brônquio;


aspiração de corpo estranho; vômito; resultado de infecção respiratória
como sarampo.

5.3- Fisiopatologia: A infecção compromete a parede brônquica,


causando perda de estrutura de suporte e produzindo escarro espesso
que, finalmente, pode obstruir os brônquios. As paredes tornam-se
permanentemente distendidas pela tosse severa.

5.4- Sinais e sintomas: tosse crônica; produção de escarro purulento


(escarro apresenta descamação); febre; hemoptise; baqueteamento dos
dedos; sujeito a repetidos episódios de infecção pulmonar.

5.5- Cuidados de enfermagem:

- Drenagem postural;
- Nebulização e Tapotagem;
- Observar e registrar as alterações no padrão da tosse e
escarro;
- Observar a ingesta hídrica;
- Exercícios respiratórios;
- Higiene oral;
- Evitar irritantes pulmonares ( fumo, fumaça, etc...);
- Imunização (influenza e pneumonia pneumocócica);
- Educação para a saúde.
6- Enfisema pulmonar - é definido como um padrão não uniforme de
distensão permanente e anormal dos espaços aéreos, distal aos
bronquíolos, com destruição dos septos alveolares.

6.1-Causa principal – fumo. Entretanto existe uma predisposição


familiar ao enfisema, associada a uma anormalidade protéica
plasmática. A pessoa geneticamente susceptível às influências do meio
ambiente (fumaça, poluição, agentes infecciosos, alérgenos) e com o
tempo desenvolve sintomas obstrutivos crônicos.

6.2- Fisiopatologia: Fatores que causam obstrução das vias


aéreas:

o Inflamação e edema dos brônquios;


o Produção excessiva de muco;
o Perda da elasticidade das vias aéreas;
o Colapso dos bronquíolos e redistribuição dos
alvéolos funcionantes.

À medida que as paredes dos alvéolos são destruídas, a superfície


capilar alveolar diminui continuamente, causando um aumento no espaço
morto e difusão comprometida de oxigênio, resultando em hipoxemia.

6.3- Sinais e sintomas: dispnéia; longa história de tabagismo,


de tosse crônica; sibilos e taquipnéia; fadiga; diminuição
do frêmito....

6.4- Cuidados de enfermagem:

o Melhorar a qualidade de vida; Educação à saúde;


atentar para a susceptibilidade a infecções
respiratórias;
o Nebulização;
o Exercício respiratório;
o Oxigenoterapia.
7- Asma – é uma doença obstrutiva das vias aéreas, intermitente e
reversível, caracterizada por responsividade aumentada da
traquéia e brônquios a vários estímulos.

Ocorre um estreitamento das vias aéreas, resultando em


dispnéia, tosse e sibilo.

- Caracterizada como: alérgica; idiopática; não-alérgica ou


mista.

7.1- Fisiopatologia:

- É uma obstrução difusa das vias aérea causada por um ou


mais fatores como:
- Contração dos músculos que circundam o brônquio, o que
estreita a via aérea;
- Edema das membranas que revestem os brônquios;
- Repleção dos brônquios com muco espesso.

Obs- O mecanismo exato para essas alterações é desconhecido, porém a


maior parte do que se sabe envolve o Sistema imunológico e Sistema
nervoso autônomo.

7.2- Sinais e Sintomas: tosse (início seca depois produtiva); dispnéia


e sibilos.

7.3- Cuidados de Enfermagem:

- Estimular ingesta hídrica;


- Atentar para o ambiente (livre de irritantes respiratórios....)
- Educação à saúde;
- Nebulização;
- Exercício respiratório;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE SUBMETIDO À
CIRURGIA TORÁCICA

Os objetivos do cuidado de enfermagem pré-operatório são detectar a


reserva funcional respiratória do paciente.

TRAQUEOSTOMIA– quando uma abertura é feita na traquéia. Pode ser


temporária ou permanente. Têm por objetivo desviar-se de uma
obstrução das vias aéreas superiores; para permitir o uso prolongado de
ventilação mecânica; para substituir um tubo endotraqueal.

Complicações:
• Sangramento; lesão do nervo laríngeo; obstrução de vias aéreas;
dilatação traqueal, etc...

Intervenção de Enfermagem

• Aspiração traqueal (pois está diminuída a eficácia de seu


mecanismo de tosse).
• Limpeza da sub cânula (quando for de metal).

LOBECTOMIA – retirada de um lobo do pulmão (ex. carcinoma


broncogênico, tumores malignos metastáticos, etc..).

PNEUMONECTOMIA – retirada do pulmão, sendo que o direito


apresenta maior risco, pois apresenta um leito vascular maior e sua
retirada impõe maior carga fisiológica.

Assistência de Enfermagem ________________ Processo de Enfermagem


Assistência de Enfermagem

Controle pré-operatório:

- Avaliação:
• Ausculta torácica – fornece a estimativa da intensidade do
murmúrio vesicular nas diferentes regiões dos pulmões.
• Quais os sinais e sintomas estão presentes: tosse, eliminação de
escarro, hemoptise, dor torácica, dispnéia...?
• Existe história de fumo? Tempo? Quantos maços/dia?....
• Qual o padrão respiratório?
• Dorme com a cabeceira elevada?
• Idade, aspecto geral, estado nutricional....

- Melhorar a permeabilidade das vias aéreas;


- Esclarecimentos sobre o procedimento cirúrgico e de auto cuidado.

Controle pós-operatório:

- Evitar possíveis complicações:


• Edema pulmonar – devido à infusão excessiva de líquidos
intravenosos, constitui um risco. Sintomas: dispnéia, estertpores,
taquicardia e escarro róseo.
• Sinais de hemorragia;
• Pneumotórax;
• Atelectasia;
• Derrame Pleural;
• Sinais de Choque...

-Drenagem Torácica – utilizada para melhorar a troca gasosa e


consequentemente a respiração. Removendo o ar e o líquido da cavidade
torácica e facilitando a reexpansão do pulmão após cirurgia.
Um sistema fechado de drenagem é utilizado e deve ser capaz de remover
qualquer coisa que se colete no espaço pleural.

O mecanismo normal de respiração opera sob o princípio da pressão


negativa (a pressão na cavidade torácica é inferior à pressão atmosférica,
fazendo com que o ar se desloque para dentro dos pulmões durante a
inspiração).
A drenagem por meio de frascos fechados e com água para vedação é o
método usado para restabelecer a pressão negativa. A água atua como
vedação, impedindo que o ar seja novamente puxado para dentro do espaço
pleural.

Substâncias patológicas que podem ser coletadas no espaço pleural:


fibrinas, sangue coagulado, líquidos serosos, sangue, pus, etc...

Cuidados com o Dreno de Tórax:


• Orientar o cliente quanto a deambulação;
• Realizar curativo na inserção do cateter (uso de máscara);
• Atentar para vazamento de ar no sistema de drenagem;
• Atentar para a água no frasco;
• Medir a drenagem e caracterizar a coloração da drenagem;
• Observar sinais de dispnéia, cianose, enfisema subcutâneo,
hemorragias, etc...
• Manter o frasco sempre abaixo do nível do tórax;
• Atentar para a dor durante a manipulação e deambulação,

- Avaliação do caráter da respiração;


- Reduzir a dor e o desconforto;
- Educação e considerações do cuidado domiciliar.

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