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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO


CENTRO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CIN7508 FONTES ESPECIALIZADAS DE INFORMAÇÃO
PROFESSORA: ELIZETE VIEIRA VITORINO
GRADUANDAS: JHESSIKA TOMAZ PEREIRA

PARECER GERAL DA FONTE


DIREITOS HUMANOS E HIV/AIDS: AVANÇOS E PERSPECTIVAS PARA O
ENFRENTAMENTO DA EPIDEMIA NO BRASIL

1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O tema vulnerabilidade vem sendo debatido no meio científico em diversas áreas


do conhecimento. Na literatura o seu conceito é relacionado muitas vezes com desastres
naturais e áreas de riscos. A vulnerabilidade também está atrelada a saúde designando
crianças, idosos, mulheres grávidas, pessoas sem moradia, indivíduo em situação
terminal, portadores do vírus HIV, deficientes físicos, etc., como grupos vulneráveis.
Indígenas, estrangeiros, desempregados, etc., por terem seu poder de escolha limitado,
também são considerados grupos vulneráveis. Ao atrelar o tema de vulnerabilidades às
áreas do conhecimento, Leal et al (2017), apresenta os seguintes resultados:
Na área das Ciências da Saúde, a vulnerabilidade está intimamente associada à
predisposição à doença; na área das Ciências da Natureza, relaciona-se à
susceptibilidade aos efeitos daninhos de uma ameaça. No caso das Ciências
Sociais, está vinculada à posição desfavorável do sujeito nas relações de poder.
(LEAL ET AL. 2017, p.15)

De acordo Leal et al (2017), autores ressaltam que a vulnerabilidade pode ser


medida pelo acesso à educação e a informação, esse vínculo é um meio de minimizar o
preconceito e a discriminação. A autora diz que é importante destacar que um indivíduo
que é impossibilitado de acessar uma informação de maneira facilitada por algum motivo,
é considerado um sujeito vulnerável em informação.
Segundo Tomaél et al (2001, p.4), “a importância de se avaliar a informação
disponível na Internet é bastante significativa para quem a utiliza para a pesquisa e é de
extrema relevância para enfatizar a inconstância da qualidade das informações
encontradas”. Tomaél, Alcará e Silva (2016), destacam problemas como: excesso de
informações incompletas, desconectas e inexatas, como atuais e que a qualidade da
informação precisa ser centrada nas necessidades dos usuários.
A partir do trabalho de Leal et al (2017), pode-se verificar o relevante número de
fontes de informação que tratam o tema vulnerabilidade. Partindo disto, o presente
parecer possui como propósito avaliar uma fonte de informação destinada a um grupo
vulnerável previamente escolhido: pessoas portadoras do vírus HIV.
Acredita-se ser de grande importância e relevância a avaliação de fontes de
informação, principalmente as destinadas a grupos vulneráveis, pois conforme já foi
abordado, esses grupos possuem dificuldade de acesso as devidas informação. O ideal,
depois do acesso facilitado, é que as informações contidas nas fontes sejam de qualidade
e atendam as demandas do usuário vulnerável, determinando assim, a importância deste
estudo.

2 APRESENTAÇÃO DA FONTE

A fonte de informação escolhida é um livro do Ministério da Saúde com


participação da Secretaria de Vigilância em Saúde e do Programa Nacional de DST e
AIDS, cujo título é Direitos humanos e HIV/AIDS: Avanços e perspectivas para o
enfrentamento da epidemia no Brasil. O livro associa a temática HIV/AIDS aos direitos
humanos e trata da importância dessa associação, que afirma a dignidade do ser humano
e traz sentido a função social ao direito de saúde. A fonte aborda a desigualdade social
que constitui obstáculos para promoção do acesso universal. Esse quadro está
relacionado à construção e reconstrução de conceitos e discursos trazidos pelos vários
movimentos sociais no Brasil.

Figura 1 – Capa do livro: Direitos humanos e HIV/AIDS.

Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008.

A fonte apresenta como objetivo mostrar as trajetórias, avanços e perspectivas


advindas de diversas pessoas e instituições defensoras dos direitos humanos, com o
intuito de enfrentar a epidemia de HIV/AIDS no Brasil. São apresentados relatos de
experiência, apontados caminhos de acesso à justiça, entre outras reflexões.
Quanto sua estrutura, a obra é dividida em três capítulos, no qual o primeiro será
tratado os temas: Direitos humanos e acesso universal; Aids e cidadania: avanços e
desafios na efetivação do direito à saúde de soropositivos, por Adriana Miranda;
Preconceito e discriminação: violências não visíveis contra os portadores de HIV/aids no
Brasil, por Alejandra Pascual; Direitos humanos, acesso a medicamentos e propriedade
intelectual: desafios e perspectivas, por Flávia Piovesan; A judicialização dos anti-
retrovirais no Brasil, por, Andrea Lazzarini Salazar, Karina Bozola Grou e Mário Scheffer.
O segundo capítulo tratará da igualdade no acesso: reconhecendo especificidades e
direitos; Direitos humanos, HIV/aids e a população GLBT; Transexualidade: do presumível
à re-significação, das vulnerabilidades ao exercício integral do direito; De susto, de bala
ou de vício? AIDS e deficiências: os direitos humanos como interface, por Ivana
Drummond Cordeiro e Ângela Pires Pinto. E o terceiro capítulo abordará as experiências
em acesso à justiça; A resolução de conflitos em HIV/AIDS, por Bárbara Diniz e Flávia
Beleza; A resposta das comunidades populares do Rio de Janeiro ao HIV/AIDS: ação
local na perspectiva dos direitos humanos e da promoção da saúde, por Kátia Edmundo;
Direitos humanos e HIV/AIDS: um campo de militância, negociações, contradições e
vivências, por Estela Márcia Scandola; A educação jurídica popular como estratégia do
GAPA/BA na promoção de direitos humanos - GAPA/BA. No final da fonte, em anexo foi
disponibilizada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O livro é digital e gratuito. O mesmo pode ser baixado no site
<https://hivhealthclearinghouse.unesco.org/>, UNESCO HIV and Health Education
Clearinghouse, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) para compartilhar conhecimentos.
Segundo Tomaél, Alcará e Silva (2016, p.17) “Para que uma fonte seja de
qualidade, deve atender a propósitos específicos de uma comunidade de usuários e isso
requer uma avaliação”. Partindo deste pressuposto, a seguir será apresentada uma
avaliação qualitativa da fonte de informação em questão.

2.1 Avaliação da fonte

De acordo com os parâmetros de avaliação para fontes de informação digital de


Tomaél, Alcará e Silva (2016), a fonte apresentada será avaliada de acordo com os
critérios de acessibilidade, usabilidade, autoridade/confiabilidade, responsabilidade,
conveniência, adequação e facilidade de manuseio.

2.1.1 Acessibilidade

O leiaute do site, que disponibiliza a fonte de informação, é agradável e


organizado. As informações presentes na página são compreensíveis e legíveis, ele
oferece links úteis para os usuários e orientações do uso na aba “quem somos”. Contudo
não foram encontrados recursos de específicos de acessibilidade, como aumento ou
diminuição da fonte, mudança de contraste ou diferentes meios de navegação. Contudo o
site está disponível em inglês, francês, espanhol e português, facilitando o uso por
estrangeiros.
O livro está disponível em português e pode ser baixado em formato PDF. É uma
material bem estruturado e de fácil entendimento, contudo acredito que as cores utilizadas
em algumas partes de seu leiaute dificultam um pouco a leitura.

2.1.2 Usabilidade

A interface do site possui uma boa coesão entre os elementos e as informações


que o compõe e o tempo de resposta das informações é rápido. O site é objetivo, trás
todas as informações necessárias para o entendimento do mesmo. Possui um bom
mecanismo de busca e traz diversas ferramentas de filtragem, dinamizando mais a
recuperação das informações.
O livro possui uma estrutura aprazível, as informação são bem distribuídas e
possuem coerência de sentido. Os relatos e a grande quantidade de autores trás diversos
pontos de vistas, e tornam a leitura dinâmica e agradável. O livro não traz imagens ou
ilustrações, o que poderia ser um diferencial. Contudo suas cores são chamativas e
trativas, apesar de dificultarem a leitura de algumas páginas por conta do contraste.
Acredito que o texto atinge seu objetivos e seu público alvo com eficácia. Por conta de
sua estrutura, assuntos abordados e dinâmicas de abordagem, sua leitura e interativa e
interessante.

2.1.3 Autoridade/Confiabilidade

O site já traz em seu nome uma confiabilidade por se tratar de uma iniciativa da
UNESCO, uma agência especializada das Nações Unidas (ONU), uma organização
intergovernamental.
Pode-se avaliar a obra como confiável, por ela ter sido elaborada, editada e
distribuída pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e pelo Programa
Nacional de DST e AIDS. Seu conteúdo for organizado e revisados por autores
caracterizados como relevantes para o estudo, como mestres, professores e doutores em
direito, o que torna as autorias de reconhecidas credibilidade em suas especialidades. No
decorrer do textos as fontes são sempre citadas e cada texto possui seu nicho de
referências, todas reconhecidas e confiáveis.

2.1.4 Responsabilidade

A entidade, mantenedora e responsável pela site, como já mencionado, é a


UNESCO, que disponibiliza a fonte aos usuários em potencial. A UNESCO pode ser
contatada através de email no próprio site, na aba “contate-nos”. São disponibilizados
também endereço e telefone para contato no site.
O título da obra é informativo e preciso. São explicitados os objetivos da obra em
sua apresentação. Nela também o tema é abordado de uma maneira empírica e atrativa,
escrita pelos próprios diretores do Programa Nacional de DST e AIDS. As credenciais dos
autores são constantemente apresentadas no decorrer da obra, contendo sua formação,
atuação, campo de pesquisa entre outras informações.

2.1.5 Conveniência

O site oferece acesso rápido as informações necessárias, mantendo uma certa


prontidão e as informações são suficientes, oportunas e atualizadas.
O livro também traz informações úteis, oportunas e suficientes. A obra foi escrita
em 2008, o que não a torna muito atualizada.

2.1.6 Adequação e facilidade de manuseio

O site é de maneira geral de uso fácil de acordo com as necessidades dos


usuários.
O livro possui equilíbrio de coerência na sua linguagem, nos objetivos e na sua
estrutura. Apesar da informações serem completas e coerentes podem ser facilmente
combinadas com informações de outras fontes. Tanto que em diversos momentos o texto
traz como notas, outras fontes para o usuário acessar. De maneira geral a fonte é de fácil
uso e manuseio, sendo capaz de alcançar uma grande gama de usuário em potencial.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS (aprendizado obtido, dificuldades e sugestões)


Conclui-se que propósito do trabalho foi alcançado, uma vez que a avaliação
qualitativa de uma fonte de informação gratuita destinada a um grupo vulnerável foi
realizada, a partir de alguns critérios da obra de Tomaél, Alcará e Silva.
Acredito que o tema do presente trabalho foi desenvolvido com êxito. As obras de
Tomaél, Alcará e Silva e Leal et al, permitiram uma abordagem conceitual explicativa,
adequada para contexto do trabalho.
É possível concluir que avaliar uma fonte de informação não é uma tarefa fácil,
uma vez que o avaliador necessita prover de muita imparcialidade e se colocar no papel
dos diversos usuários em potencial, ainda mais quando esses usuários não fazem parte
da realidade vivida pelo avaliador. No entanto foi possível aprender o quanto é importante
se avaliar fontes de informação destinadas a grupos de usuários específicos, no caso,
vulneráveis,

pois estas são fontes são de cunho cientifico que auxiliam e embasam o
desenvolvimento de outras literaturas científicas. A qualidade desta fonte de informação
influenciará na qualidade de 10 fontes futuras. Sendo a sim, necessária sua constante
avaliação para que obras futuras não tenham sua qualidade prejudicada.
Como sugestão, acredito que o processo de avaliação de uma fonte deve ser feito
de maneira coletiva, contrapondo e relacionando opiniões de diversos avaliadores. Assim,
a meu ver, a avaliação subjetiva será mais precisa e completa, trazendo diversos pontos
de vistas e concepções.

REFERÊNCIAS

TOMAÉL, Maria Inês. et al. Avaliação de fontes de informação na Internet: critérios de


qualidade. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 11, n. 2, p. 1-14, 2001.
Disponível em:
<http://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000001061/11e5b3ce0702bd4dfab28d67
b6cd339d> Acesso em 20 out. 2018.

TOMAÉL, Maria Inês. ALCARÁ, Adriana Rosecler. SILVA, Terezinha Elizabeth da. Fontes
de Informação digital: critérios de qualidade. In: TOMAÉL, Maria Inês. ALCARÁ, Adriana
Rosecler (org.). Fontes de Informação digital. Londrina: Eduel, 2016.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. PROGRAMA


NACIONAL DE DST E AIDS. Direitos Humanos e HIV/Aids: avanços e perspectivas
para o enfrentamento da epidemia no Brasil. Brasília : Ministério da Saúde, 2008.
Disponível em: < https://hivhealthclearinghouse.unesco.org/library/documents/direitos-
humanos-e-hivaids-avancos-e-perspectivas-para-o-enfrentamento-da-epidemiaf> Acesso
em 8 nov. 2018.

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