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O unovano pendeu a cabeça para um dos lados e franziu o cenho, não era por julgar por

estranhas as maneiras e trejeitos do galariano, longe disso. N parecia curioso. Nunca havia
tentado tal brincadeira antes, embora já tivesse ouvido falar sobre tais.
Ele deixou sua caneca de lado por hora e tomou um dos docinhos em mãos, mordeu o cabo da
cereja e decidiu por tentar a sorte. Depois de cerca de um minuto (e um rubor em seu rosto do
qual ele sequer percebeu, isso por temer fracassar), o motivado unovano exibia um lacinho
feito no cabo de cereja, preso entre seus dentes, e um riso nasal.

- "Pensei que teria mais problemas."

Pontuou, cômico em seu tom de voz e livrou-se do cabo. Ouviu atentamente cada palavra de
Piers, entendia o que o punk sentia, mesmo que seus contextos fossem diferentes. N entendia
a falta de casa, entendia o cansaço, compreendia os pensamentos repentinos de desistência e
a paixão que incendiava no peito do punk, o combustível para que ele continuasse. O pseudo-
rei sorriu de forma tenra e encarou o galariano finalmente, de certo isso era um sinal de que
um conselho viria. O “accelerando” existente na voz do unovano fez-se menos intenso por
hora, dando-lhe um tom manso na voz.

- “Eu sei que sente-se ansioso para retornar ao lar e que há dias em que essa sensação o
invade com mais intensidade. Nesses dias, apegue-se em coisas que lhe remetem sua casa.
Pessoas, cheiros, abraços... Sua casa não se resume a apenas um simples edifício. — Tocou
gentilmente o lado esquerdo do peito do músico com a ponta de seu indicador. — Ela existe
para aquecer isso aqui.

Afastou-se por fim, para finalizar seu chocolate quente e aguardou até que o Punk também
finalizasse para tomar-lhe pela mão e levá-lo ao local mais íntimo da casa, isso é, com a
permissão de Piers.

- “Vem comigo? Eu quero mostrar-te mais uma coisa.

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