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PSICOSE - ESQUIZOFRENIA

Alunas: Aurylene, Gláucia, Meiriele, Paula, Poliana, Suyzi.

O psiquiatra austríaco Ernst V. Feuchtersleben, em 1845, designou o termo “psicose”


para classificar as manifestações psíquicas referente a doença mental, onde havia
supostas alterações do sistema nervoso que, em certos casos, provocavam as até
então, classificadas como “neuroses” (Garrabé, 1989, p.186; 2004, p.28). Após vários
estudos na área da medicina mental, houve a distinção entre o aparelho “psíquico” do
neuronal.
Ao final do século XIX, o surgimento da neurologia manifestou-se que, na grande
maioria das doenças mentais, não haviam as lesões que foram presumidas,
opostamente ao que sucedia com as doenças classificadas como neurológicas; e o
aparecimento da psicanálise elucidou as neuroses conferindo-as a estruturas psíquicas
definidas, sendo suscetíveis de alteração por meio do tratamento psicanalítico.
Tendo em vista as frequentes modificações no sistema de classificação de diagnósticos
de doenças mentais e ao mesmo tempo com o esgotamento conceitual do grupo
intitulado “psicose”, ocorre o que hoje se conceitua como esquizofrenia, singularmente
identificada como psicótica, ainda que, o vocábulo “psicótico” permaneça nas
categorizações desde a terceira revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-III), de 1980 (APA,
1980).
Dentre as mais relevantes sugestões para contextualizar o que precisa ser entendido
como esquizofrenia preconiza-se como as noções propostas por respeitáveis autores
da psicopatologia bem como pelos preceitos diagnósticos mais recentes. A antiga
classificação nomeada de “psicose” constitui-se como o conjunto que, pelo tempo de
aproximadamente dois séculos, para a psiquiatria denominou uma composição psíquica
de fundo de um modo que era característico de constituição e funcionamento
subjetivos, contraposta à neurose, e cuja manifestação em sintomas pode sofrer
alterações.
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O aparecimento dos primeiros sintomas da doença ocorre no período da adolescência
ou no começo da idade adulta e as feições mais particulares da esquizofrenia são
alucinações e delírios bem como perturbações no pensamento e na fala, nas emoções
e no afeto, déficits cognitivos e volição.
Indivíduos acometidos com esquizofrenia apresentam um déficit cognitivo de cunho
generalizado, isto é, manifestam desempenho em níveis mais baixos em múltiplos
testes cognitivos. Os pacientes exprimem diversos déficits neuropsicológicos em testes
de raciocínio conceitual complexo, velocidade psicomotora, memória de aprendizagem
nova e incidental bem como capacidades motoras, sensoriais e perceptuais. As
variações de cunho cognitivo mais relevantes na esquizofrenia abrangem déficits em
atenção, memória e resolução de problemas.
As motivações acerca da esquizofrenia são desconhecidas. Entretanto, prevalece a
concordância em conferir a desorganização da personalidade, constatada na
esquizofrenia, à interação de variáveis no âmbito cultural, psicológico e biológico, entre
as quais se sobressaem as de natureza genética.
Os psicopatólogos do fim do século XIX e início do XX caracterizaram quatro subtipos
de esquizofrenia, a saber: 1) a forma paranoide, designada por alucinações e ideias
delirantes, especialmente de conteúdo persecutório; 2) a forma catatônica, assinalada
por variações motoras, hipertonia, flexibilidade cerácea e alterações da vontade, a
exemplo do negativismo, mutismo e impulsividade; 3) a forma hebefrênica, marcada por
pensamento desordenado, comportamento estranho e afeto marcadamente infantil e 4)
um subtipo proposto como “simples”, em que, ainda que faltem sintomas específicos,
seria examinado um lento e progressivo declínio psíquico e comportamental, com
desleixo acerca dos cuidados de si no que tange à higiene, roupas, saúde,
embotamento afetivo e afastamento social.
Contudo, os subtipos clínicos da esquizofrenia ficaram desassistidos pelos sistemas de
classificação atuais (CID-11 e DSM-5), tendo em vista que não evidenciaram utilidade
pelas seguintes motivações: não são estáveis ao decurso do tempo (pacientes com
frequência “variam” de subtipo no decorrer dos anos); não preveem padrão de evolução
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da doença; não predizem resposta no que tange a tratamentos farmacológicos ou
psicossociais; são extremamente heterogêneos no que se refere às bases genéticas e
neuronais da esquizofrenia; a demarcação dos subtipos tem sido cada vez menos
empregada em pesquisas.
Ultimamente em oposição ao conceito de subtipos demarcados, tem sido relevante a
identificação de conjuntos de sintomas e comportamentos, que podem se associar de
formas muito distintas, heterogêneas e nas diversas fases da esquizofrenia, nas quais
prevaleceriam dimensões sintomatológicas. Seria, então, de importância “estadiar” a
evolução da doença analisando a progressão e a regressão desses sintomas e
dimensões sintomatológicas no decorrer do tempo. Dessa forma, os grupos essenciais
de sintomas da esquizofrenia são: sintomas negativos, sintomas positivos, sintomas de
desorganização, sintomas psicomotores/catatonia, sintomas/prejuízos cognitivos,
sintomas de humor.

SINTOMAS COGNITIVOS
Tendo em vista que os sintomas são mais tênues, esses podem ser prontamente
confundidos com outras doenças. Em decorrência disso, são feitos testes para
identificar relações com a esquizofrenia. Assim, os sintomas podem abranger:
dificuldades de aprendizado, dificuldades de memória e dificuldades de tomar decisões.
Pacientes com esquizofrenia tendem a ter mais dificuldades em realizar atividades
consideradas habituais, a saber: o planejamento de uma viagem ou até mesmo a o
desempenho em certas atividades podem ser difíceis, e assim, um sofrimento de cunho
emocional é provocado e esses pacientes terão dificuldades para levarem uma vida
considerada dentro da normalidade.

TRATAMENTO
O tratamento farmacológico da esquizofrenia se dá por antipsicóticos típicos e atípicos,
tendo a psicoterapia como uma indicação correlata.

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O tratamento para a esquizofrenia experimentou várias mudanças desde o
descobrimento da doença. Assim, os medicamentos são indicados para o tratamento de
sintomas positivos, tais como os delírios e as alucinações e também podem auxiliar na
parte dos sintomas considerados negativos. Muitos medicamentos denominados como
de primeira e segunda geração podem ser eficazes no tratamento de pacientes com
esquizofrenia.
As substâncias consideradas de primeira geração são mais antigas e podem acarretar
efeitos colaterais desagradáveis. E os de segunda geração são considerados usuais,
mais atuais, entretanto, exigem acompanhamento clínico com um profissional
nutricionista tendo em vista o aumento de peso que pode ocorrer nos pacientes que
fazem uso desses medicamentos.
O distúrbio ainda pode ser tratado com medicações injetáveis e são recomendadas a
pacientes que detêm baixa adaptação aos comprimidos por via oral. Há casos em que a
hospitalização e/ou internação desses pacientes são primordiais a fim de evitar
complicações e problemas considerados mais graves a depender do caso dos
pacientes, a saber: comportamentos suicidas e demais transtornos mentais graves.
Antipsicóticos típicos:
O uso da clorpromazina revolucionou o tratamento de pacientes diagnosticados como
esquizofrênicos, tendo em vista a melhora significativa de 50-75% e quase 90% destes
indivíduos que apresentaram beneficio clínico decorrente do uso deste fármaco.
Os antipsicóticos produzem seus efeitos terapêuticos máximos no decorrer de dias a
semanas de uso. Os neurolépticos podem ser repartidos em dois grupos de acordo com
a potência. Assim, temos os antipsicóticos de “alta potência” (como o haloperidol,
flufenazina, trifluoperazina, tiotixene) e os de “baixa potência” ou sedativos (como
clorpromazina, tioridazina etc).
Dentre os sistemas dopaminérgicos cerebrais em que os antipsicóticos operam, o
mesocortical e o mesolímbico são os que possivelmente estão mais relacionados com a
fisiopatologia da esquizofrenia. Já o bloqueio de receptores dopaminérgicos do sistema
nigroestriatal é visto como responsável pelos efeitos extrapiramidais dos neurolépticos,
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enquanto a ação no sistema túberoinfundibular parece ser responsável pelos efeitos
endocrinológicos ocasionados por essas drogas.

Antipsicóticos Atípicos
Ultimamente, os esforços centralizam-se na busca de antipsicóticos que apresentam
menos efeitos extrapiramidais e que sejam efetivos no tratamento dos sintomas
negativos da esquizofrenia, designados antipsicóticos atípicos, a exemplo da clozapina,
risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e mais recentemente o aripiprazol.

Tratamento Psicoterápico
A medicação neuroléptica pode limitar os sintomas positivos e precaver recaídas
psicóticas. Já o apoio psicoterapêutico e o treinamento de estratégias de enfrentamento
e manejo de situações cotidianas podem ajudar o paciente na adaptação ao ambiente e
a enfrentar o estresse, sendo que as intervenções familiares e sócio-profissionais
transformam fatores ambientais em conformidade com a capacidade do paciente.

REFERÊNCIAS
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
Artmed Editora, 2018.

SILVA, Regina Cláudia Barbosa da. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia Usp, v. 17,
p. 263-285, 2006.

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