Você está na página 1de 34

www.ResumosConcursos.hpg.com.

br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Apostila de Contabilidade Geral

Assunto:

CONTABILIDADE GERAL

Autor:

Prof. Joel Marques de Oliveira

1
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

1. ASPÉCTOS GERAIS

1.1 Conceito de Contabilidade


É a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, utilizado as técnicas contábeis,
com a finalidade de apresentar informações estáticas sobre a composição patrimonial e suas
variações posteriores, bem como o resultado econômico produzido pela dinâmica
patrimonial.

1.2 Campo de aplicação da Contabilidade


É o das entidades econômicas-administrativas, assim classificadas toda aquelas que
submetem bens patrimoniais à ação administrativa do homem, visando atingir os objetivos
propostos, sejam eles econômicos ou sociais.

1.3 Objeto de estudo da Contabilidade


O objeto da Contabilidade é o estudo, registro e controle do patrimônio. Tem a função de
captar, registrar, resumir e interpretar os fatos contábeis.

1.4 Finalidade da Contabilidade


A Contabilidade tem por fim registrar os fatos e produzir informações que possibilitem ao
administrador planejar e controlar suas ações, para alcançar o fins da entidade.
Planejar significa escolher entre varias alternativas disponíveis, aquela melhor para atingir
com mais eficiência e eficácia o objetivo desejado.
Controlar significa certificar-se de que a organização está executando as ações de acordo
com os planos e políticas traçados pela administração.

1.5 Técnicas Contábeis


É o conjunto de métodos organizados de forma sistemática desenvolvidos e postos em
execução com a finalidade de alcançar um fim determinado. Para atingir sua finalidade, a
Contabilidade utiliza as seguintes técnicas:

a) escrituração
É o registro dos fatos contábeis em livros especiais, em linguagem própria, seguindo
princípios e legislações específicas.

Lei nº 6.404/76
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com
obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios de
Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios uniformes no
tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

b) Demonstrações financeiras (ou Demonstrações Contábeis)


São elaborações periódicas de relatórios, que deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da entidade e as mutações ocorridas no período.

2
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Lei nº 6.404/76
Art.176. Ao fim de cada exercício Social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras (ou Demonstrações
Contábeis), que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:
I – BP - Balanço Patrimonial;
II – DRE - Demonstração do Resultado do Exercício;
III – DMPL - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
IV – DOAR - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

c) Auditoria
É a técnica de verificação e avaliação da qualidade e confiabilidade dos registros contábeis e
das informações produzidas. É através da Auditoria que se confirma a veracidade dos
acontecimentos, ou seja, se os registros estão baseados em documentos, se os documentos
são os previstos em leis e se os lançamentos obedeceram os princípios contábeis e a
legislação especifica.

d) Análise das Demonstrações Contábeis


É através desta técnica que a Contabilidade processa a avaliação da situação real do
patrimônio das entidades. Esta técnica contábil tem a finalidade de avaliar a capacidade
financeira, o desempenho operacional, sua sobrevivência, suas possibilidades de expansão
e desenvolvimento.

1.6 Princípios Fundamentais de Contabilidade


Contabilidade é uma ciência com metodologias, um sistema. Esse fato permite a
universalização das informações e a obtenção de análises detalhadas úteis para um
planejamento adequado.
Porém, esta metodologia e esta sistemátização não são rígidas, fazendo-se necessário a
obediência de certos parâmetros, chamados de “Princípios Fundamentais da Contabilidade”.
Referidos princípios foram assim definidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (grifado):

RESOLUÇÃO CFC nº 750/93

Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os


enunciados por esta Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a
essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

CAPÍTULO II
DA CONSTITUIÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos

3
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

universos científico e profissional de nosso país. Concernem, pois, à Contabilidade no seu


sentido mais amplo da ciência Social, cujo objeto é o Patrimônio das entidades.

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:


I - da ENTIDADE;
II - da CONTINUIDADE;
III- da OPORTUNIDADE;
IV -do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V - da COMPETÊNCIA;
VI -da PRUDÊNCIA.

Seção I
O Princípio da Entidade
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como um objeto da Contabilidade e
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma Sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou
sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio da entidade não se confunde
com aqueles dos seus sócios ou proprietários.

Seção II
O Princípio da Continuidade
Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável,
deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais,
quantitativas e qualitativas.
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos Ativos e, em muitos casos,
o valor ou vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE
tem prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta
aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à
quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado , e de constituir
dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.
Este princípio contábil diz respeito especificamente, a perpetuidade dos
empreendimentos para a posteridade.

Seção III
O Princípio da Oportunidade
Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à
integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de
imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I- desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais
deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de
sua ocorrência;
II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos,
contemplando os aspectos físicos e monetários;

4
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações


ocorridas no patrimônio da Entidade em um período de tempo
determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo
decisório da gestão."

Seção IV
O principio do Registro pelo valor original
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão
mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da Entidade.
Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:
I- a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos
valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso
com os agentes externos ou da imposição destes;
II - uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não
poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente,
sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a
outros elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido enquanto O componente permanecer como
parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV - os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO
PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares,
dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de
entrada;
V- o Uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes
patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos
mesmos."

Seção V
O Princípio da Atualização Monetária
Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos
nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.
Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA:
I- a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;
II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das
transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal
em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos
os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do
Patrimônio Líquido;
III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente,
o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a

5
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação


do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período."

Seção VI
O Princípio da Competência
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em
que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento.
§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no Ativo ou no
passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo
diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do
Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é
conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I- nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou
assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na
propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela
fruição de serviços por esta prestados;
II - quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o
motivo, sem o desaparecimento concomitante de um Ativo de valor igual
ou maior;
III - pela geração natural de novos Ativos independentemente da intervenção
de terceiros;
IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I- quando deixar de existir o correspondente valor Ativo, por transferência
de sua propriedade para terceiro;
II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um Ativo;
III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente Ativo."

Seção VII
O Princípio da Prudência
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes
do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõem-se a escolha da hipótese de que resulte
menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante
dos demais princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da Prudência somente se aplica às
mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do
Princípio da Competência.
§ 3º A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem
incertezas de grau variável."

6
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

2. PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E EQUAÇÃO PATRIMONIAL


2.1 Patrimônio
Sob o ponto de vista contábil, é o conjunto de bens, diretos e obrigações vinculados a uma
pessoa qualquer (física ou jurídica) que constitui um meio indispensável para que esta
realize seus objetivos.
Os bens e direitos representam os aspectos positivos do patrimônio (aquilo que a pessoa
TEM), por isso a chamamos de ATIVO.
As obrigações representam os aspectos negativos do patrimônio (aquilo que a pessoa
DEVE), por isso a chamamos de PASSIVO.
A diferença entre o Ativo e o passivo representa o PATRIMÔNIO LÍQUIDO de uma
determinado pessoa.

a) Bens
O bem é qualquer coisa que possa satisfazer as necessidades humanas e que seja
suscetível de avaliação econômica, ou seja, existe um preço e alguém disposto a pagar esse
valor. Para satisfazer suas necessidades, o homem utiliza-se das coisas, transformando-as
em bens. As coisas são transformadas em bens quando recebem destinações úteis à
satisfação das necessidades humanas. Os bens podem ser assim classificados:

 Bens móveis – bens suscetíveis de remoção sem dano, seja por força própria, seja
por força alheia. Ex: veículos, animais, máquinas, etc.

 Bens imóveis - bens que não podem ser deslocados de seu lugar natural (solo e
subsolo), bem como, aqueles que , para serem deslocados terão que ser total ou
parcialmente destruídos. Ex: casa, árvore, edifício, etc.

 Bens Corpóreos (tangíveis) – bens que constituem uma realidade física (material) e,
como tais, podem ser tocados. Ex: carros, máquinas, mercadorias, etc.

 Bens incorpóreos (intangíveis) – bens que não constituem uma realidade física
(material); não podem, por isso mesmo, ser tocados. Ex: clientela, nome comercial,
fundo de comercio, marca, patente de invenção, etc.

b) Direitos
O ato da pessoa ou empresa ceder algum bem ou prestar serviço e em troca desse bem ou
serviço não receber o pagamento imediatamente, origina um direito correspondente ao
mesmo valor do bem ou serviço prestado. Assim, quando uma empresa vende mercadoria a
prazo, ou presta um serviço a prazo ela passará a ter o direito de receber a importância
correspondente ao valor do bem vendido ou serviço prestado. O direito refere-se a uma
operação que no futuro será transformado em dinheiro, portanto, em um outro bem. Direito,
portanto, são bens ou direitos de nossa propriedade que se encontram momentaneamente
em poder de terceiros. Ex: duplicatas a receber, títulos a receber, Contas a receber, etc.

7
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

c) Obrigações
São bens de propriedade de terceiros que se encontram em nosso poder (da empresa).
Quando recebemos um bem ou tomamos algum serviço e em troca desse bem ou serviço
não houve pagamento imediato, origina-se uma obrigação (dívida) no valor correspondente
ao bem ou serviço tomado. Assim, quando uma empresa compra mercadoria a prazo, ela
passará a ter uma obrigação de pagar o valor correspondente no prazo estipulado ou, em
ultimo caso, a obrigação de devolver a mercadoria recebida. Ex: fornecedor, duplicata a
pagar, etc.

2.2. BP – Balanço Patrimonial

ATIVO
O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade (patrimônio bruto da entidade). No
balanço patrimonial, os elementos que compõem o Ativo acham-se discriminados no lado
esquerdo.

PASSIVO
O passivo compreende as obrigações (dívidas para com terceiros) da entidade e acham-se
localizadas no lado direito do balanço patrimonial

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Representa a diferença entre o Ativo (bens e direitos) e o Passivo (obrigações) de uma
pessoa física a jurídica, é a obrigação da entidade para com seus sócios/acionistas, também
denominada de “Capital Próprio”.

Representação gráfica do BP - Balanço Patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
OBRIGAÇÕES
BENS E DIREITOS (PASSIVOS)
(ATIVOS) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(CAPITAL PRÓPRIO)

8
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

2.3. Origens e Aplicações de Recursos

Aplicação de Recursos
Os bens e os direitos (Ativo) são as aplicações de recursos.

Origens de Recursos
As obrigações (passivo) e o patrimônio líquido são as origens de recursos. As origens de
recursos podem ser classificadas em:

 Internas (Capital Próprio, patrimônio líquido) – são as que tiveram origem


fora do patrimônio da entidade e que foram incorporadas ao patrimônio
através das contribuições dos sócios na formação ou elevação do Capital
Social e mais aqueles valores originados dentro da própria empresa como
resultado da dinâmica patrimonial (lucros).

 Externas (Capital de terceiros) – são as obrigações com prazo certo de


vencimento da empresa com pessoas ou entidades externas, originadas
normalmente das atividades operacional da empresa. São débitos de
funcionamento (atividade normal) ou débitos de financiamento (expansão e
ampliação da empresa).

Atenção!

Capital Próprio + Capital de terceiros = Capital total à disposição da empresa.

2.4 Equação Patrimonial


O Patrimônio bruto da entidade é equivalente ao valor total do Ativo (bens e direitos). O
Patrimônio Líquido, por sua vez é dado pela diferença entre o Ativo (bens e direitos) e o
Passivo (obrigações). Temos então as equações fundamentais do patrimônio:

Ativo (=) Passivo ( + ) Patrimônio Líquido

Ou

Patrimônio Líquido (= ) Ativo ( – ) Passivo

Ou

9
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido

Ou

Bens (+) Direitos (-) Obrigações com Terceiros ( = ) Patrimônio Líquido

Conforme valores do Ativo ou Passivo, o Patrimônio Líquido (Situação Patrimonial Líquida)


pode ser positivo, nulo ou negativo (Patrimônio Líquido a descoberto).

Vejamos estas três hipóteses:

1ª situação: O Ativo é maior do que o passivo. A soma dos bens e direitos é maior que a
soma das obrigações. Se fossem vendidos os bens e recebidos todos os direitos da
entidade, seriam suficientes para pagar todas as obrigações e sobraria uma parte chamada
de patrimônio líquido. Os quadros abaixo ilustram duas possibilidades:

Situação normal de Situação normal de operação


constituição da empresa da empresa

PASSIVO
ATIVO PL ATIVO

PL

2ª situação: o Ativo é igual ao passivo, de onde resulta uma situação liquida nula. A Soma
dos bens e direitos é igual ao total das obrigações. Significa dizer que se a empresa
vendesses todos os bens e recebesse todos os direitos, o total só seria suficiente para pagar
as obrigações, não sobraria nada. Nesse caso, o Capital Social foi absorvido e todo o
patrimônio pertence a terceiros, pois, o total de bens e direitos é igual ao das obrigações. O
quadro abaixo ilustra essa situação:

ATIVO PASSIVO

10
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

3ª Situação: O Ativo é menor do que o passivo. A soma dos bens e direitos é menor que a
soma das obrigações. Se fossem vendidos os bens e recebidos todos os direitos seriam
insuficientes para pagar as obrigações, faltaria uma parte chamada de passivo à descoberto.
Os quadros abaixo ilustram duas possibilidades:
Situação anormal Situação anormalíssima
Passivo a descoberto Empresa sem Ativos

ATIVO
PASSIVO PL PASSIVO

PL

Observações importantes:
 O aumento da situação líquida positiva, ou a diminuição da situação líquida negativa,
acarreta aumento da riqueza patrimonial; a diminuição da situação líquida positiva, ou
o aumento da situação líquida negativa, resulta diminuição da riqueza patrimonial.

 O lucro ou o prejuízo, entretanto, embora modifique quantitativamente a situação


líquida, pode não representar a mudança de uma situação positiva ou negativa, pois a
empresa pode apresentar lucro ou prejuízo em determinado exercício, mas continuar
com a situação negativa ou positiva, embora aumentada ou diminuída, desde que, o
aumento ou diminuição seja inferior ao montante da situação líquida existente anterior
ao fato.

11
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

3. FATOS CONTÁBEIS E TEORIA DAS CONTAS

3.1 Fatos Contábeis


São os acontecimentos que provocam modificações no aspecto qualitativo e quantitativo do
patrimônio das entidades e são objetos de registro pela Contabilidade.
Os fatos contábeis podem ser classificados em três grupos:

a) Fatos contábeis permutativos (compensativos)


São fatos que provocam uma modificação qualitativa dos componentes patrimoniais, sem
alterar a situação líquida. Existem apenas alterações entre as Contas patrimoniais, sem
interferência de Contas de resultados. Assim, podem ocorrer permutações entre
componentes do Ativo e do passivo, sem reduzir ou aumentar a situação líquida.

Os fatos contábeis permutativos podem ser:

 Fatos contábeis permutativos no Ativo – modificam somente componentes do Ativo,


tais como compra de mercadoria à vista, recebimento de duplicatas a receber, depósito
de dinheiro em bancos, etc.

 Fatos contábeis permutativos no passivo – modificam somente componentes do


passivo, tais como mudança de classificação de obrigação de longo prazo para curto
prazo, incorporação de lucros acumulados ao Capital Social, Incorporação de reservas ao
Capital Social, etc.

 fatos Contábeis permutativos no Ativo e no passivo – modificam componentes do


Ativo e passivo, tais como pagamento de fornecedor, compra de mercadoria a prazo,
compra de veículos a prazo, etc.

b) Fatos Contábeis Modificativos


São fatos que provocam uma modificação quantitativa do patrimônio líquido da entidade. São
eventos que produzem variações aumentativas ou diminutivas na situação liquida.

Os fatos contábeis modificados podem ser:

1. Fatos Contábeis Modificados Aumentativos – fatos que provocam uma modificação


aumentativa na situação liquida do patrimônio, normalmente resultante de uma receita
recebida. Ex: recebimento de comissões, receita de juros, receita de alugueis, etc.

2. Fatos Contábeis Modificados Diminutivos – fatos que provocam uma modificação


diminutiva na situação liquida do patrimônio, normalmente resultante de uma despesa
paga ou apropriada. Ex: despesa de juros, despesa de aluguel, etc.

12
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

c) Fatos contábeis mistos (complexos ou compostos)


São os acontecimentos que conjugam fatos contábeis permutativos com fatos contábeis
modificativos ao mesmo tempo. São aqueles acontecimentos que reúnem permutação de
valores e Contas com modificação da situação liquida do patrimônio.

Os fatos contábeis mistos podem ser:

 Fatos Contábeis Mistos Aumentativos – são fatos que provocam modificações


aumentativas na situação liquida e ao mesmo tempo produzem modificações na
qualidade dos componentes patrimoniais. Ex: recebimento de duplicata a receber com
juros, compra de mercadoria c/ descontos, etc.

 Fatos Contábeis Mistos Diminutivos – são fatos que provocam modificações


diminutivas na situação líquida e ao mesmo tempo produzem modificações na qualidade
dos componentes patrimoniais. Ex: pagamento de fornecedor com juros, recebimento de
duplicata a receber c/ desconto, etc.

3.2 Teoria das contas

CONTA
É o registro de débito e crédito de mesma natureza, identificado por um título, que qualifica
um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial. É uma invenção contábil que
tem como finalidade identificar componentes de mesma natureza de um patrimônio para
registrar entradas e saídas (débitos e créditos) desses componentes.

TEORIA DAS CONTAS


Existem várias teorias que se desenvolveram a partir de discussões científicas sobre a
natureza das Contas, entre elas, três merecem a nossa atenção:

TEORIA PERSONALISTA – esta teoria vincula as Contas as pessoas responsáveis pelos


fatos contábeis nesta teoria as Contas são classificadas nos seguintes grupos:

 Contas dos Agentes Consignatórios – representativas de bens;

 Contas dos agentes correspondentes – representativas de direitos e


obrigações;

 Contas dos proprietários – representam as Contas do patrimônio líquida,


receitas, custos e despesas.

TEORIA MATERIALISTA – esta teoria tem uma preocupação voltada para a composição
material do patrimônio. Nesta teoria as Contas são classificadas em dois grupos:

13
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

 Contas integrais: representam bens, direitos e obrigações;

 Contas diferenciais: representam o Patrimônio Líquido, receita, custos e


despesas.

TEORIA PATRIMONIALISTA – esta teoria tem sua preocupação voltada para o patrimônio
em si. Nesta teoria as Contas estão classificadas em dois grupos:

 Contas Patrimoniais: representativas de bens, direitos, obrigações e


patrimônio líquido (aqui também compreendido como obrigação para com os
sócios da entidade);

 Contas de Resultado: representativas de receitas, custos e despesas.

Em geral, quando não estamos nos referindo especificamente a determinada teoria,


podemos considerar: Contas patrimoniais – Contas integrais e Contas de resultado = Contas
diferenciais. Pode-se partir, então para as seguintes definições:

Classificação das Contas


As Contas classificam-se basicamente em:

Contas patrimoniais ou integrais – representam bens, direitos e obrigações que integrem o


patrimônio subdividem-se em:

 Materiais – que representam os bens econômicos. Ex: mercadorias,


máquinas, veículos, caixa, etc.

 Pessoais – que representam as pessoas físicas ou jurídicas com as quais se


tem direito ou obrigações. Ex: - direitos (duplicatas a receber, depósitos
bancários, etc) e obrigações (fornecedores, impostos a pagar, etc)

 Contas de resultado ou diferenciais – representam as mutações positivas


ou negativas do patrimônio líquido, ou seja, representam a diferença
produzida no patrimônio líquido, pelos fatos modificativos. Se a diferença for
negativa, diminuindo portanto o patrimônio líquido, ela é representada por
uma Conta de despesa. Se a diferença for positiva aumentando o patrimônio
líquido, ela é representada por uma Conta de receita.

4. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

14
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

4.1 Lançamento
É o registro contábil de uma ou mais operações efetuadas nos livros ou fichas adequadas, de
acordo com normas específicas. Ao conjunto dos lançamentos chamamos escrituração. A
função histórica do lançamento consiste em narrar os fatos contábeis em ordem cronológica.
A função estatística do lançamento compreende o registro da expressão monetária dos fatos
e seus agrupamentos segundo a natureza de cada um.

Elementos essenciais do lançamento:


- local e data;
- Conta devedora e Conta credora;
- histórico;
- valor.

4.2 Escrituração
É o registro dos fatos contábeis, obedecendo princípios e normas especificas, fundamentado
em documentos legais, com a finalidade de acompanhar e demonstrar a situação econômica
e patrimonial da entidade, bom como, suas variações no período.

4.3 Método de escrituração


Método de escrituração é a forma de registrar os fatos contábeis. O método de escrituração
adotado no Brasil e no mundo é o método das partidas dobradas ou digrafia (idealizado
pelo Frei Italiano Luca Pacciollo, 1494). O método das partidas dobradas consiste numa
equação constante entre débito e crédito (D = C). ou seja, cada débito deve ter em
contrapartida um crédito e vice-versa.

4.4 Mecanismo de Débito e Crédito das contas

CONTAS ATIVAS
As Contas representativas do ATIVO representam elementos patrimoniais positivos. São
debitadas quando bens e direitos entram no patrimônio e são creditadas quando bens e
direitos saem do patrimônio.

Quando se adquire um direito (exemplo: venda de mercadoria a prazo) debita-se a Conta


do devedor (duplicatas a receber)

Quando o cliente (devedor) paga a dívida, registra-se a extinção desse direito por meio de
um crédito em sua Conta (duplicatas a receber), que anula o débito anterior.

Adota-se um procedimento de registro idêntico quando se procede a aquisição de um bem.

15
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Contas de Ativo

DÉBITO CRÉDITO

Entrada Saída

Debitadas quando aumentam Creditadas quando diminuem

CONTAS PASSIVAS
As Contas passivas representam elementos patrimoniais negativos.
São creditadas quando a entidade assume obrigações (entrada de obrigações no
patrimônio)

São debitadas quando se liquidam obrigações (saída de obrigações do patrimônio)

Quando se assume uma obrigação (exemplo: compra de mercadoria a prazo), representa-


se esse fato por um crédito na Conta de fornecedor.

Quando se líquida uma obrigação (exemplo: pagamento de compra feita a prazo), registra-
se a extinção dessa obrigação por um débito na Conta do fornecedor, que anula o crédito
anterior.

Contas de Passivo
DÉBITO CRÉDITO
Saída Entrada
Debitadas quando diminuem Creditadas quando aumentam

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O patrimônio líquido, que se encontra do mesmo lado do passivo no Balanço Patrimonial,
obedece ao mesmo critério das demais contas do passivo.

Suas contas são creditadas quando há aumento (entrada) de Patrimônio Líquido.

Suas contas são debitadas quando há redução (saída) de Patrimônio Líquido.

16
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Contas do Patrimônio Líquido


DÉBITO CRÉDITO
Saída Entrada
Debitadas quando diminuem Creditadas quando aumentam

CONTAS DE RESULTADO
As contas de resultado abrangem as contas de receitas, de custos e de despesas.

Receitas – quando se realiza fato aumentativo (exemplo: recebimento de juros), registra-se


essa variação patrimonial positiva por meio de um crédito em Conta de receita. São
sempre creditadas, pois representam um aumento do Patrimônio Líquido. Somente são
debitadas em duas hipóteses: para estornar (cancelar) algum lançamento indevido feito a
crédito ou para encerrar a Conta, na apuração do resultado.

CONTAS DE RECEITA
DÉBITO CRÉDITO
Exceção: estorno de lançamento Sempre creditadas
indevido ou transferência de saldo
para apuração de resultado

CUSTOS E DESPESA
Quando se realiza fato diminutivo (exemplo: pagamento de aluguel), registra-se essa
variação patrimonial negativa por meio de um débito na Conta de despesa. Em geral, são
sempre debitadas, pois representam uma redução do Patrimônio Líquido. Somente são
creditadas em duas hipóteses: para estornar (cancelar) algum lançamento indevido feito a
débito ou para encerrar a Conta, na apuração do resultado.

CONTAS DE DESPESA
DÉBITO CRÉDITO
Sempre debitadas Exceção: estorno de
lançamento indevido ou
transferência de saldo para
apuração de resultado

17
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

4.4.1 Fórmulas de lançamentos

De acordo com o numero de Conta credoras e devedoras de um lançamento contábil, este


último pode ser de:

1ª formula – quando em um lançamento contábil aparece apenas uma Conta devedora e


apenas uma Conta credora;
2ª formula – quando em um lançamento contábil aparece apenas uma Conta devedora e
mais de uma Conta credora;
3ª formula – quando em um lançamento contábil aprece mais de uma Conta devedora e a
penas uma Conta credora;
4ª formula – quando em um lançamento contábil aparece mais de uma Conta devedora e
mais de uma Conta credora

Observações: quando o mesmo lançamento apresentar mais de uma Conta devedora ou


mais de uma Conta credora, usamos a expressão diversos indicando a existência de mais
de uma Conta debitada ou creditada.

18
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

5. PLANO DE CONTAS E EXEMPLO DE LANÇAMENTO CONTÁBIL

5.1 Resumo sobre o mecanismo de débito e crédito


Apresenta-se a seguir, um resumo do mecanismo de débito e crédito conforme a natureza
das Contas:

Natureza da Conta Natureza do Saldo Aumento do Saldo Diminuição do Saldo


Ativo Devedor Débito Crédito
Passivo Credor Crédito Débito
Patrimônio Líquido Credor Crédito Débito
Receitas Credor Crédito Débito
Despesas Devedor Débito Crédito

5.2 Modelo de Plano de Contas


Este Plano de Contas tem por objetivo principal, fornecer dados básicos, porém suficientes
para a compreensão sistematizada de lançamentos dos fatos contábeis que, que alguma
forma, podem, ou não, modificar a situação patrimonial das entidades, sem a complexidades
dos detalhamentos adotados no dia a dia das empresas de grande porte.

Um Plano de Contas não é exatamente algo que se deva ler integralmente, conta a conta.
Mas é importante percorrê-lo atentamente, buscando identificar especialmente, cada grupo,
subgrupo e compreender sua relação ao respectivo conjunto de contas.

Isto facilitará sobremaneira a familiarização com as denominações utilizadas, que são as


usualmente adotadas na prática. Além disso, dará uma visão bem ampla do universo de
títulos que o profissional da área contábil utiliza na sua rotina.

Cada empresa, dentro de sua respectiva área de atuação, através de seu Contador,
devidamente habilitado, deve elaborar o seu Plano de Contas sempre obedecendo suas
particularidades e, principalmente, à legislação pertinente. Atualmente, o Plano de Contas
deve obedecer às disposições contidas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 ( Lei
das Sociedades por Ações).

19
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

5.3 Conceituação de Plano de Contas


O Plano de Contas é, na essência, um guia que norteia os trabalhos contábeis de registro de
fatos e atos inerentes à empresa e serve de parâmetro para a elaboração das
demonstrações contábeis.

O Plano de Contas tem por finalidade principal estabelecer normas de conduta para o
registro das operações das entidades e, na sua elaboração, devem ser levados em conta
alguns objetos fundamentais:

a) atender às necessidades de informação da administração da empresa;

b) ser planejado de forma a permitir a inclusão de qualquer conta nova sem alterar a
codificação das já existentes;

c) observar formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal


que regula a elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis (ou
seja, a Lei nº 6.404/76);

d) adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos à empresa


(fornecedores, bancos, Fisco, auditoria externa) e particularmente, às regras da legislação do
Imposto de Renda. Na prática, essa adaptação é feita quase que automaticamente,
adotando-se um Plano de Contas que, embora atenda às exigências internas da empresa,
não seja excessivamente “diferente” dos modelos usualmente utilizados.

O Plano de Contas é o instrumento (ferramenta indispensável), que o profissional consulta


quando vai fazer um lançamento contábil, pois indica qual conta deve ser debitada e qual
conta deve ser creditada.

O plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas, constituiu na


verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do
funcionamento de cada conta – o chamado Manual de Contas, com comentários e
indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que
deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização ).

5.4 Denominação (título da conta)


O título de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela
registradas.

A importância da adequada denominação das contas decorre do fato de que as


demonstrações contábeis não são de utilização apenas da própria empresa; são também
analisadas por auditores, fornecedores, instituições financeiras e, é claro, pelo Fisco. Além
disso, se a empresa for uma sociedade anônima de capital aberto (com ações negociadas
em bolsas de valores), é fundamental que suas demonstrações tenham uma linguagem
precisa e, tanto quanto possível, clara, para facilidade de entendimento por parte de seus
acionistas em particular e do mercado em geral.

20
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

O conceito de conta é atrelado à sua finalidade, que é a representação de fatos e valores.

As demonstrações contábeis são compostas de CONTAS PATRIMONIAIS (ATIVOS E


PASSIVOS) E CONTAS DE RESULTADOS (RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS), as quais
devem distinguir-se, normalmente, por sua própria denominação.

Embora seja, em tese, desejável certa padronização geral de contas (e, assim, dos diversos
Planos de Contas das diversas empresas), deve ser preservado o respeito às peculiaridades
dos vários ramos de atividade. Desse modo, a denominação de uma conta deve ser
adaptada, quando necessário, à atividade especifica de cada empresa.

Denominações do tipo “Despesas Gerais” ou “Despesas Diversas” devem ser evitadas tanto
quanto possível, pois geram o agrupamento em uma só conta de fatos diversos que
deveriam estar registradas em contas especificas.

5.5 Observações sobre o modelo


O modelo de Plano de Contas (elenco de contas) apresentado, com as devidas adaptações,
pode ser utilizado por empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços.

Partindo deste modelo e após verificar as reais necessidades da empresa, o profissional


eliminará contas excessivas e incluirá outras que se revelarem necessários, bem como
adotará codificações e subdivisões que se mostrarem mais convenientes.

Outro aspecto para o qual chamamos a atenção é a codificação das contas, que, além de
agilizar, na prática, o trabalho de classificação de documentos, é elemento indispensável
para efeito do processamento de dados. Neste modelo de Plano de Contas adotamos os
seguinte critério de graduação dos códigos (levando em consideração a necessária
simplificação):

X. X. X. XX.

4º grau (dois dígitos que indicam a conta objeto de lançamento)

3º grau (um dígito que indica o subgrupo).

2º grau (um dígito que indica o grupo).

1º grau (um dígito que indica a estrutura).

21
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

5.6 Modelo de Plano de Contas

1. ATIVO

1.1 CIRCULANTE

1.1.1. Disponível
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Bancos de Conta Movimento
1.1.1.3 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata

1.1.2. Clientes
1.1.2.1 Duplicatas a Receber
1.1.2.2 (-) Duplicatas Descontadas

1.1.3 Outros Créditos


1.1.3.1 Bancos Conta Vinculada
1.1.3.2 Títulos a Receber
1.1.3.3 Cheques em Cobrança
1.1.3.4 Dividendo a Receber
1.1.3.5 Importações em Andamento
1.1.3.6 Adiamentos a Fornecedores
1.1.3.7 Adiamentos a Empregados

1.1.4 Tributos (Impostos) a Recuperar/Compensar


1.1.4.1 IPI a Recuperar
1.1.4.2 ICMS a Recuperar
1.1.4.3 Imposto de Renda Retido na Fonte
1.1.4.4 Imposto de Renda Pago por Estimativa
1.1.4.5 Contribuição Social sobre o Lucro Pago por Estimativa

1.1.5 Aplicações Financeiras


1.1.5.1 Aplicações Financeiras com Rendimento Pós-fixados
1.1.5.2 Aplicações Financeiras com Rendimento Prefixados
1.1.5.3 Ações
1.1.5.4 Debêntures

1.1.6 Estoques
1.1.6.1 Mercadorias
1.1.6.2 Matéria-prima
1.1.6.3 Material de Embalagem e Acondicionamento
1.1.6.4 Produtos Acabados
1.1.6.5 Produtos em Elaboração
1.1.6.6 Almoxarifado de Manutenção
1.1.6.7 Almoxarifado Administrativo
1.1.6.8 (-) Provisão para Ajuste do Estoque ao Valor de Mercado

22
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

1.1.7 Despesas Pagas Antecipadamente


1.1.7.1 Prêmio de Seguros a Apropriar
1.1.7.2 Assinaturas e Anuidades

1.2 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

1.2.1 Clientes
1.2.1.01 Duplicatas a Receber
1.2.1.2 (-) Duplicatas Descontadas

1.2.2 Outros Créditos


1.2.2.1. Bancos Conta Vinculada
1.2.2.2. Empréstimo a Controladora, Controladas e Coligadas
1.2.2.3. Empréstimo a Sócios, Administradores e Pessoas Ligadas
1.2.2.4. Aplicações Financeiras
1.2.2.5. Depósitos Judicias

1.3 PERMANENTE

1.3.1 Investimentos
1.3.1.1. Participações em Empresas Controladas e/ou Coligadas
1.3.1.2. Outras Participações Societárias
1.3.1.3. Participações por Incentivos Fiscais ( Finor, Finam)
1.3.1.4. Imóveis não Destinados ao Uso
1.3.1.5. (-) Provisão para Perdas em investimentos Permanentes

1.3.2 Imobilizado
1.3.2.1 Terrenos
1.3.2.2 Edifícações
1.3.2.3 Moveis e Utensílios
1.3.2.4 Máquinas e Equipamentos
1.3.2.5 Veículos
1.3.2.6 Softwares e Hardwares
1.3.2.7 Recursos Naturais
1.3.2.8 Marcas, Direitos e Patentes
1.3.2.9 Imobilizado em Andamento
1.3.2.10 (-) Depreciações, Amortizações e Exaustões Acumuladas

1.3.3 Ativo Diferido


1.3.3.1 Gastos Pré-Operacionais
1.3.3.2 Gastos com Pesquisas e Desenvolvimento
1.3.3.3 Gastos de Implantação de Novos Sistemas e Métodos
1.3.3.4 (-) Amortizações Acumuladas

23
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

2. PASSIVO

2.1 CIRCULANTE

2.1.1 Fornecedores
2.1.1.1 Fornecedores Nacionais
2.1.1.2 Fornecedores Estrangeiros
2.1.1.3 Outros Credores

2.1.2 Empréstimo e Financiamentos


2.1.2.01 Empréstimos Bancários
2.1.2.02 Empréstimo Estrangeiros
2.1.2.03 Financiamentos Bancários
2.1.2.04 Financiamentos Estrangeiros
2.1.2.05 Adiamentos sobre Contratos de Câmbio

2.1.3. Obrigações Tributarias


2.1.3.1 IPI a Recolher
2.1.3.2 ICMS a Recolher
2.1.3.3 ISS a Recolher
2.1.3.4 Provisão para Imposto de Renda - IRPJ
2.1.3.5 Provisão para Contribuição Social sobre o Lucro – CSSLL
2.1.3.6 Imposto de Renda por Estimativa a Recolher
2.1.3.7 Contribuição Social sobre o Lucro por Estimativa a Recolher
2.1.3.8 Imposto de Renda na Fonte a Recolher
2.1.3.9 PIS a Recolher
2.1.3.10 Cofins a Recolher

2.1.4 Obrigações Trabalhista e Providenciárias


2.1.4.1 Salários e Ordenados a pagar
2.1.4.2 Pró labore a Pagar
2.1.4.3 Gratificações a Pagar
2.1.4.4 INSS a Recolher
2.1.4.5 FGTS a Recolher
2.1.4.6 Provisão para Férias e encargos
2.1.4.7 Provisão para 13º Salário e encargos

2.1.5 Dividendos e Participações


2.1.5.1 Dividendo a Pagar
2.1.5.2 Participações a Pagar

24
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

2.2 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

2.2.1 Fornecedores
2.2.1.1 Fornecedores Nacionais
2.2.1.2 Fornecedores Estrangeiros

2.2.2 Empréstimo e Financiamentos


2.2.2.1 Empréstimos Bancários
2.2.2.2 Empréstimos Estrangeiros
2.2.2.3 Financiamentos Bancários
2.2.2.4 Financiamentos Estrangeiros
2.2.2.5 Título a Pagar
2.2.2.6 Débitos com Controladora, Controladas e Coligadas
2.2.2.7 Outros Débitos com Sócios, Administradores e Pessoas Ligadas

2.3 RESULTADOS DE EXERCÍCIO FUTUROS

2.3.1 Resultados Operacionais


2.3.1.1 Receitas de Exercício Futuros
2.3.1.2 Custos e Despesas Vinculadas às Receitas

2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.4.1 Capital Social


2.4.1.1 Capital Social Subscrito e Integralizado
2.4.1.2 (-) Capital a Integralizar

2.4.2 Reservas de Capital


2.4.2.1 Correção Monetária do Capital Integralizado*
2.4.2.2 Ágio na Emissão de Ações
2.4.2.3 Doações e Subvenções para Investimentos
2.4.2.4 (-) Ações/Quotas em Tesouraria

2.4.3 Reservas de Reavaliação


2.4.3.01 Reavaliação de Ativos Próprios
2.4.3.02 Reavaliação de Ativos de Coligadas

2.4.4 Reservas de Lucros


2.4.4.1 Reserva Legal
2.4.4.2 Reserva Estatutária
2.4.4.3 Reservas para Contingências
2.4.4.4 Reservas Lucros a Realizar
2.4.4.5 Reserva de lucros p/ expansão

25
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

2.4.5 Lucros ou Prejuízos Acumulados


2.4.5.1 Lucros Acumulados
2.4.5.2 (-) Prejuízos Acumulados

3. CONTAS DE RESULTADO – RECEITAS

3.1 RECEITAS OPERACIONAIS

3.1.1 Receita Bruta de Vendas e Serviços


3.1.1.01 Receitas de Vendas de Produtos
3.1.1.02 Receitas de Vendas de Mercadorias
3.1.1.03 Receitas da Prestação de Serviços

3.1.2 (-) Dedução da Receita Bruta


3.1.2.01 (-) Cancelamentos e Devoluções
3.1.2.2 (-) Descontos Incondicionais
3.1.2.3 (-) IPI
3.1.2.4 (-) ICMS
3.1.2.5 (-) ISS
3.1.2.6 (-) Cofins
3.1.2.7 (-) PIS

3.1.3 Receitas Financeiras


3.1.3.1 Juros de Aplicações Financeiras
3.1.3.2 Juros Ativos[outros]
3.1.3.3 Descontos Obtidos
3.1.3.4 Variações Monetárias Ativas
3.1.3.5 Variações Cambiais Ativas

3.1.4 Recuperação de Despesas


3.1.4.1 Recuperação de Créditos Considerados Incobráveis
3.1.4.2 Reversão de Provisões

3.1.5 Outras Receitas Operacionais


3.1.5.1 Aluguéis e Arrendamentos
3.1.5.2 Dividendos e Lucros Recebidos

3.2 RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS


3.2.1 Resultados Não-Operacionais
3.2.1.01 Equivalência Patrimonial Positiva (Alienação de Investimentos)
3.2.1.02 Lucros na Alienação Bens do Imobilizado
3.2.1.03 Resultados de Sinistro com Imobilizados

26
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

4. CUSTOS DE RESULTADO - CUSTOS E DESPESAS

4.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO

4.1.1 Custos Direitos de Produção


4.1.1.01 Material Aplicado
4.1.1.1 Mão-de-Obra Direta e encargos
4.1.1.2 Gastos Gerais de Fabricação (GGF’S)

4.1.2 Custos Indiretos de Produção


4.1.1.3 Mão-de-Obra Indireta e encargos
4.1.1.4 Materiais de Consumo Indireto
4.1.1.5 Materiais de Manutenção e Reparo
4.1.1.6 Utilidade de Serviços
4.1.1.7 Alugueis e Arrendamentos
4.1.1.8 Depreciações, Amortizações e Exaustões
4.1.1.9 Combustíveis e Energia Elétrica

4.1.3 Custos Diretos da Produção de Serviços*


4.1.3.01 Mão-de-Obra Direta e encargos
4.1.3.02 Gastos Gerais

4.1.4 Custos Indiretos da Produção de Serviços*


4.1.4.01 Mão-de-Obra Indireta
4.1.4.02 Materiais de Consumo Indireto

4.2 Despesas Operacionais


4.2.1 Despesas Comerciais
4.2.1.01 Salários e Ordenados
4.2.1.02 Pró Labore
4.2.1.3 13º Salário
4.2.1.4 Férias
4.2.1.5 INSS
4.2.1.6 FGTS
4.2.1.7 Indenizações e Aviso Prévio
4.2.1.8 Assistência Médica e Social
4.2.1.9 Comissões sobre Vendas
4.2.1.10 Propaganda e Publicidade
4.2.1.11 Amostra Grátis
4.2.1.12 Fretes e Carretos
4.2.1.13 Manutenção de Veiculo
4.2.1.14 Descontos concedidos
4.2.1.15 Despesas com Viagens e Representações
4.2.1.16 Despesas com Hospedagem
4.2.1.17 Despesas com Refeições
4.2.1.18 Alugueis

27
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

4.2.1.19 Manutenção e Reparos


4.2.1.20 Telefone
4.2.1.21 Despesas Postais
4.2.1.22 Depreciações e Amortizações
4.2.1.23 Serviços Prestados por Terceiros
4.2.1.24 Seguros
4.2.1.25 Créditos vencidos e Não Liquidados

4.2.2 Despesas Administrativas


4.2.2.1 Salários e Ordenados
4.2.2.2 Pró Labore
4.2.2.3 Prêmios e Gratificações
4.2.2.4 13º
4.2.2.5 Férias
4.2.2.6 INSS
4.2.2.7 FGTS
4.2.2.8 IPTU
4.2.2.9 Taxas Diversas
4.2.2.10 Energia Elétrica
4.2.2.11 IPVA
4.2.2.12 Água e Esgoto
4.2.2.13 Telefone
4.2.2.14 Despesas Postais
4.2.2.15 Seguros
4.2.2.16 Materiais de Escritório
4.2.2.17 Materiais de Higiene e Limpeza
4.2.2.18 Assistência Contábil
4.2.2.19 Serviços Prestados por Terceiros
4.2.2.20 Depreciações e Amortizações
4.2.2.21 Despesas Legais e Judiciais
4.2.2.22 Livros, Jornais e Revistas

4.2.3 Despesas Financeiras Líquidas


4.2.3.1 Juros Passivos
4.2.3.2 Juros pagos ou incorridos
4.2.3.3 Despesas Bancárias
4.2.3.4 Variações cambiais passivas
4.2.3.5 (-) Juros Ativos
4.2.3.6 (-) Juros recebidos ou auferidos
4.3 DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS

4.3.1 Resultados Não-Operacionais


4.3.1.01 Equivalência Patrimonial Negativa (Alienação de Investimentos)
4.3.1.2 Perdas na Alienação Bens do Imobilizado
4.3.1.3 Perdas em Sinistros com Imobilizado
4.3.1.4 Provisões para Perdas Permanentes

28
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

ARCABOUÇO (ESTRUTURA) DO BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVOS E PASSIVOS

ATIVO PASSIVO
Circulante: (1.1) Circulante: (2.1)

São contas (bens ou direitos) que estão São as obrigações exigíveis que serão liquidadas
constantemen- te em giro (em movimento) já no no próximo exercício social (nos próximos 365
podendo ser de proprieda- o após o levantamento do Balanço).
de da empresa ou não. Neste caso a conversão em
dinheiro será, no máximo, no próprio exercício
social, (até 365 dias após o encerramento do
Balanço).
Realizável a Longo Prazo: (1.2) Exigível a Longo Prazo: (2.2)

São Bens e Direitos que se transformarão em São as obrigações exigíveis que serão
dinheiro para a empresa, somente um ano após o Liquidadas com prazo superior a um ano
encerramento (dívidas de longo prazo).
Do Balanço Patrimonial.
Permanente: (1.3) Patrimônio Líquido: (2.4)

São Bens e Direitos que não se destinam a venda, São os recursos dos proprietários (capital próprio)
mas de de uso pela empresa, em grande parte, em aplicados na empresa.
suas atividades Operacionais.
Os recursos significam o Capital Social mais o seu
Investimentos: (1.3.1) rendimento, representado pelos Lucros e Reservas.
São as inversões financeiras de caráter
permanente que geram rendimentos que
não
são necessária à manutenção da atividade
fundamental da empresa.

Imobilizado: (1.3.2)
São itens de natureza permanente que serão
Utilizado para a manutenção da atividade
Operacional da empresa.

Diferido: (1.3.3)
São aplicações de recursos que beneficiarão
Resultados de exercícios futuros.

29
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

DRE - DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCICIO

É o total geral das vendas (independentemente da forma e/ou


Receita Operacional Bruta (3.1.1) condições)
Neste grupo incluem-se todos os valores que não representam
sacrifícios financeiros (esforços) para a empresa, mas que são
meros ajustes para se chegar a um valor mais indicativo que é a
(- ) Deduções da Receita Bruta (3.1.2) Receita Operacional Líquida, como, por exemplo, devoluções de
vendas, descontos incondicionais e Impostos cobrados do
consumidor no momento da venda. (IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS)
(=) Receita Operacional Liquida Representa a diferença entre a Receita Operacional Bruta e as
Deduções da Receita Bruta

Como regra geral, representam os gastos despendidos para se


(-) Custos dos Produtos Vendidos, ou conseguir vender um produto, mercadoria ou serviço. Os custos,
obedecendo suas particularidades, são estudadas com profundidade
(-) Custos das Mercadorias Vendidas, ou
no curso de Ciências Contábeis, na disciplina de Contabilidade de
(-) Custos dos Serviços Prestados Custos e/ou Análise de Custos.
(4.1)
Também denominado de Lucro Bruto. É a diferença produzida pela
comparação entre o preço de venda de um bem e o de seu custo
de fabricação ou aquisição. (Receita Operacional Líquida – Custos
(=) Resultado Operacional Bruto
das vendas)

São ao gastos de escritório, gastos para administrar (despesas


(-) Despesas Operacionais: (4.2) administrativas) a empresa como um todo: desde o esforço para
colocar os produtos ao cliente (despesas de vendas: propaganda,
Administrativas
comissão), até a remuneração ao capital de terceiros (despesas
Comerciais financeiras: juros).
Financeiras
Lucro Líquido Resultante das operações normais realizadas pela
(=) Resultado Operacional Líquido empresa. Também conhecido como Lucro Operacional.

Geralmente, são gastos e/ou receitas imprevisíveis, anormais,


(+/-) Resultado Não Operacional extraordinários, que não contribuem para a obtenção de receita
(3.2/4.3) (vendas). É o grupo 3.2 e 4.3

Há pessoas que, voluntária ou involuntariamente, terão uma ”fatia


(=) Lucro Líquido Antes da Distribuição do lucro”: Governo (através do IR/CS); administradores,
empregados (gratificação) etc.

É o lucro Líquido retido da empresa e que irá formar os Lucros


(=)Lucro Líquido do Exercício Acumulados e/ou Reservas de Lucros.

30
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

5.7 Roteiro para se efetuar lançamentos contábeis


Quando colocados diante de um fato contábil, podemos seguir os seguintes passos para
efetuar o correspondente lançamento contábil:

Etapa 1 – com base num determinado modelo de plano de Contas, identificar as Contas
envolvidas no lançamento (duas Contas ou mais)

Etapa 2 – identificar o grupo (Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receita Custo ou Despesa)
a que pertence cada uma das Contas envolvidas no lançamento, visando identificar o efeito
do lançamento em cada uma delas (ou seja, identificar se o lançamento em cada Conta será
efetuado a débito ou a crédito).

Etapa 3 – efetuar o lançamento segundo o mecanismo de débito e crédito, lembrando que,


pelo método das partidas dobradas, o valor total lançado a débito deve corresponder a um
valor idêntico lançado a crédito.

5.8. Exemplos de lançamentos contábeis

a) Fato contábil nº - 1
Constituição da empresa Exemplo S.A., em 01//02/X1, através da integralização de Capital
Social, em moeda corrente no valor de R$ 6.000,00
Trata-se de um lançamento para recohecimento contábil do capital dos sócios, devendo-se
creditar o Capital Social (origens de recursos) e, debitando-se a cota de aplicação desses
mesmos recursos (caixa), por se tratar de valores em espécie (dinheiro).

01/02/X1
Caixa
A Capital Social 6.000
Razonetes:

1.1.1.01 Caixa 2.4.1.01 - Capital Social


6.000 6.000

b) Fato contábil nº 02
Compra de mercadoria a prazo, no valor de R$ 5.000,00 em 02/02/X1

Etapa 1 – identificação das Contas envolvidas


O fato descrito envolve as Contas Mercadoria/Estoques (compra de mercadorias) e
Fornecedores (dívida com fornecedores, decorrente de compra realizada a prazo)

31
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Etapa 2 – identificação do efeito do lançamento em cada uma das Contas envolvidas


a) Conta Mercadorias / Estoques – trata-se de uma Conta de Ativo, cujo saldo aumenta
por lançamentos a débito e diminui por lançamentos a crédito (vide quadro resumo). No
presente caso, o saldo de Mercadorias será aumentado, pela aquisição de mercadorias para
revenda. Conseqüentemente, o lançamento na Conta Mercadorias / Estoques deverá ser
efetuado a débito.

b) Conta fornecedores – trata-se de uma Conta de passivo, cujo saldo aumenta por
lançamentos a crédito e diminui por lançamentos a débito (vide quadro resumo). No
presente caso, o saldo da Conta Fornecedores Social será aumentado, tendo em vista o
surgimento de uma dívida com o fornecedor das mercadorias. Conseqüentemente, o
lançamento na Conta Fornecedores deverá ser efetuado a crédito.

Etapa 3 – realização do lançamento, segundo o mecanismo das partidas dobradas


Conforme visto na etapa anterior, a Conta Mercadorias / Estoques deve ser debitada e a
Conta Fornecedores creditada. O valor do lançamento corresponde a R$ 5.000,00. Assim
sendo, deve ser efetuado o seguinte lançamento no Livro Diário:

02/02/X1
Mercadorias / Estoques
A fornecedores 5.000,00

No Livro RAZÃO (razonetes) , por sua vez, devem ser efetuados os seguintes lançamentos:

1.1.6.01 - Mercadorias 2.1.1.01 - Fornecedores


5.000 5.000

c) Fato contábil nº 03
Compra de mercadoria a vista, no valor de R$ 3.000,00, em 03/02/X1.

Etapa 1 - identificação das Contas envolvidas.


O fato descrito envolve as Contas Mercadoria/ Estoques (compra de mercadorias) e Caixa
(saída de dinheiro para pagamento à vista das mercadorias adquiridas).

Etapa 2 – identificação do efeito do lançamento em cada uma das Contas envolvidas


a) Conta Mercadorias / Estoques – trata-se de uma Conta de Ativo, cujo saldo aumenta
por lançamentos a débito e diminui por lançamentos a crédito (vide quadro resumo). No
presente caso, o saldo de Mercadorias será aumentado, pela aquisição de mercadorias para
revenda. Conseqüentemente, o lançamento na Conta Mercadorias / Estoques deverá ser
efetuado o débito.

32
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

b) Conta caixa – trata-se de uma Conta de Ativo, cujo saldo aumenta por lançamentos a
débito e diminui por lançamentos a crédito (vide quadro resumo). No presente caso, o saldo
da Conta Caixa será reduzido, tendo em vista a saída de recursos financeiros para
pagamento à vista das mercadorias adquiridas. Conseqüentemente o lançamento na Conta
Caixa deverá ser efetuado a crédito.

Etapa 3 – realização do lançamento, segundo o mecanismo das partidas dobradas.


Conforme visto na etapa anterior, a Conta Mercadorias/Estoques deve ser debitada e a
Conta Caixa creditada. O valor do lançamento corresponde a R$ 3.000,00. Assim sendo,
deve ser efetuado o seguinte lançamento no Livro Diário:

03/02/X1
Mercadorias / Estoques
A caixa 3.000,00

No livro razão (razonete) por sua vez, devem ser efetuados os seguintes lançamentos
(valores em negrito). Convém ressaltar que as duas Contas já apresentam saldos iniciais,
decorrentes dos lançamentos anteriores (Valores em texto normal):

1.1.6.01 - Mercadorias 1.1.1.01 - Caixa


5.000 6.000 3.000
3.000

d) Fato contábil nº 04
Pagamento de fornecedor, no valor de R$ 1.000,00 em 04/02/X1

Etapa 1 – Identificação das Contas envolvidas


O fato descrito envolve as Contas fornecedores (pagamento de dívida junto a fornecedor) e
Caixa (saída de dinheiro, para pagamento do fornecedor)

Etapa 2 – identificação do efeito do lançamento em cada uma das Contas envolvidas


a) Conta fornecedores - trata-se de uma Conta de passivo, cujo saldo aumenta por
lançamentos a crédito e diminui por lançamentos a débito (vide quadro resumo). No presente
caso, o saldo da Conta Fornecedores será reduzido, tendo em vista o pagamento de uma
parte das dívidas (obrigações) junto aos fornecedores. Conseqüentemente, o lançamento na
Conta Fornecedores deverá ser efetuado a débito.

b) Conta caixa – trata-se de uma Conta de Ativo, cujo saldo aumenta por lançamentos a
débito e diminui por lançamentos a crédito (vide quadro resumo). No presente caso, o saldo
de Caixa será reduzido, pela saída de dinheiro para pagamento de fornecedores.
Conseqüentemente, o lançamento na Conta Caixa deverá ser efetuado a crédito.

33
www.ResumosConcursos.hpg.com.br
Apostila: Contabilidade Geral – por Prof. Joel Marques de Oliveira

Etapa 3 – realização do lançamento segundo o mecanismo das partidas dobradas.


Conforme visto na etapa anterior, a Conta Fornecedores deve ser debitada e a Conta Caixa
creditada. O valor do lançamento corresponde a R$ 1.000,00. Assim sendo, deve ser
efetuado o seguinte lançamento no Livro Diário:

04/02/X1
Fornecedores
A caixa 1.000,00

No livro RAZÃO (razonete) por sua vez, devem ser efetuados os seguintes lançamentos
(valores em negrito). Convém ressaltar que as duas Contas já apresentam lançamentos
anteriores (valores em texto normal):

2.1.1.01 - Fornecedores 1.1.1.01 - Caixa


1.000 5.000 6.000 3.000
1.000

34

Você também pode gostar