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ANA CALMON, KAREN MARQUES, RAÍSSA PEREIRA, RAQUEL

SOUZA, VINÍCIUS BARRETO, VITOR BARRETO

PRÁTICA 8 – BOMBA DE CALOR

Relatório para o laboratório de Física II

SALVADOR

2019
ANA CALMON, KAREN MARQUES, RAÍSSA PEREIRA, RAQUEL
SOUZA, VINÍCIUS BARRETO, VITOR BARRETO

PRÁTICA 8 – BOMBA DE CALOR

Relatório para o laboratório de Física II

Relatório da prática 8 apresentado à


disciplina Física Experimental II, como
um dos requisitos para apreciação da
nota final.

Orientador: Professor Erick Santana

SALVADOR

2019
1. Objetivo

Levantar a variação temporal das temperaturas de cada calorímetro e da


diferença de potencial U com a bomba sujeita a uma corrente elétrica I constante. A
partir da determinação das taxas de variação da temperatura de cada calorímetro e
da potência dissipada P determinar, com respectivas imprecisões¹:

i) a capacidade calorífica dos calorímetros C (são iguais);

ii) o coeficiente de rendimento da bomba de calor K;

dSv
iii) A produção de entropia total do processo .
dt

2. Introdução

Quando uma corrente elétrica flui através de um circuito composto de dois


diferentes semicondutores, o calor será liberado em uma junção e absorvido na
outra, dependendo da direção em que a corrente estiver fluindo. Este efeito é
conhecido como Efeito Peltier. A quantidade de calor Q, liberada por unidade de
tempo é proporcional a corrente I:

Q
= 𝑃 = 𝜋.𝐼 = 𝛼.𝑇.𝐼
t
(2.1)

onde π é o coeficiente Peltier, α o coeficiente Seebeck e T a temperatura absoluta.


Se uma corrente elétrica I flui em um condutor homogêneo, na direção de um

dT
gradiente de temperatura , o calor será absorvido ou dissipado, que depende do
dt
material. Este efeito é conhecido como Efeito Thomson e pode ser descrito como:

dT
𝑃T = 𝜏.𝐼.
dx
(2.2)

onde 𝜏 é chamado de coeficiente Thomson. A direção na qual o calor fluirá depende


do sinal do coeficiente de Thomson, da direção em que a corrente fluirá e do
gradiente de temperatura.
Na figura 2.1 abaixo, os fluxos de calor que sai da fonte fria, 𝐻𝑓 , e o que
entra na fonte quente, 𝐻q, juntamente com a potência elétrica P fornecida pela fonte
de tensão são positivos. Considerando que a bomba de calor e as fontes estão, por
hipótese, isoladas de todos o resto, não há trocas de calor entre o ambiente e a
fonte quente e fria.

Figura 2.1: Fluxo de calor no termogerador (bomba de calor).

De acordo com a primeira lei da termodinâmica, o fluxo de calor pode ser escrito
como:

dTf
𝐻𝑓 = −𝐶𝑓.
dt
(2.3)

dT q
𝐻q = −𝐶q.
dt
(2.4)

Levando em conta que a energia precisa ser conservada teremos:

𝐻q=Hf + P (2.5)

3. Materiais

 Termo gerador;

 Multímetros;

 Termômetros;
 Fonte de tensão;

 Cabos de ligação.

4. Procedimento Experimental

4.1 Dados Experimentais

Ao preencher as células Peltier com água nos dois lados, ligamos a fonte e
fixamos a corrente em 2A. Partimos para a medição. A cada 30 segundos passados,
registramos as medições de temperatura na fonte fria (Tf ), na fonte quente (Tq), as
medições de tensão e as pequenas variações de corrente elétrica. O tempo total foi
de 14 minutos. Armazenamos os dados na tabela a seguir:

Tabela 4.1: Dados obtidos para o tempo cronometrado.

Medição Tq(ºC) Tf(ºC) Tensão(V) Corrente(A) Potência(W)


1 26 25 6,37 2,042 13,007
2 27 25 6,50 2,041 13,267
3 27 25 6,56 2,041 13,389
4 28 25 6,58 2,041 13,430
5 29 24 6,64 2,041 13,552
6 30 24 6,69 2,040 13,648
7 31 24 6,70 2,041 13,675
8 31 24 6,74 2,041 13,756
9 32 23 6,80 2,040 13,872
10 33 23 6,85 2,040 13,974
11 33 23 6,89 2,040 14,056
12 34 22 6,93 2,040 14,137
13 35 22 6,99 2,040 14,260
14 35 22 7,02 2,040 14,321
15 36 22 7,06 2,040 14,402
16 36 21 7,10 2,040 14,484
17 37 21 7,16 2,040 14,606
18 37 21 7,17 2,040 14,627
19 38 21 7,21 2,040 14,708
20 38 20 7,24 2,040 14,770
21 39 20 7,27 2,040 14,831
22 39 20 7,34 2,040 14,974
23 40 20 7,34 2,040 14,974
24 40 20 7,37 2,040 15,035
25 41 20 7,39 2,040 15,076
26 41 20 7,43 2,040 15,157
27 41 20 7,44 2,040 15,178
28 41 20 7,49 2,040 15,280

dTq dTf
Precisamos determinar os valores de , , média de Tq, média de Tf e P.
dt dt
Construiremos outra tabela:

Tabela 4.2: Dados relacionados à temperatura:

Medição Tf (ºC) Tq (ºC) t(s) dTf dTq


(ºC/s) (ºC/s)
dt dt
1 25 26 30 -0,03333 0,033333
2 25 27 60 0 0,033333
3 25 27 90 0 0
4 25 28 120 0 0,033333
5 24 29 150 -0,03333 0,033333
6 24 30 180 0 0,033333
7 24 31 210 0 0,033333
8 24 31 240 0 0
9 23 32 270 -0,03333 0,033333
10 23 33 300 0 0,033333
11 23 33 330 0 0
12 22 34 360 -0,03333 0,033333
13 22 35 390 0 0,033333
14 22 35 420 0 0
15 22 36 450 0 0,033333
16 21 36 480 -0,03333 0
17 21 37 510 0 0,033333
18 21 37 540 0 0
19 21 38 570 0 0,033333
20 20 38 600 -0,03333 0
21 20 39 630 0 0,033333
22 20 39 660 0 0
23 20 40 690 0 0,033333
24 20 40 720 0 0
25 20 41 750 0 0,033333
26 20 41 780 0 0
27 20 41 810 0 0
28 20 41 840 0 0

dTq dTf
Com os valores relacionados, a média de Tq, Tf , e são
dt dt
respectivamente:

Tq= (34,82 ± 4,80)ºC

Tf = (22,03 ± 1,87)ºC

dTq
= (0,0195 ± 0,0167)ºC/s
dt

dTf
= (-0,008 ± 0,014)ºC/s
dt

O valor da potência também pode ser obtido pela média. Ele será de:

P = (14,30 ± 0,66)W

Visto que este número é obtido a partir da média³ das potências a cada
iteração do experimento, há um desvio dessas médias. Por isso, a melhor forma de
expressar este número é na forma acima. O mesmo ocorre com as grandezas de
temperatura e ºC/s.

Agora que determinamos os valores médios de cada grandeza podemos


determinar o que se pede.

I) A capacidade calorífica C = Cf = Cq;

Munidos dos dados, pode-se determinar o valor da constante C. Utilizando a


equação 2.5, podemos rearrumar a expressão, utilizando as equações 2.4 e 2.3.
Com isso, iremos obter uma nova expressão, que será chamada de 2.6. Assim
sendo:

𝐻q=Hf + P
Mas como possuímos as expressões para 𝐻q e Hf , podemos substituir e
isolar P. Utilizaremos 2.4 e 2.3. Logo:

dTq dTf
Cq . +Cf =P
dt dt

De acordo com o tópico I, podemos considerar Cq =Cf =C. Escreve-se:

C ( dTq
dt
+
dTf
dt )
=P

A equação para determinar P é então obtida:


Ć=
´
dTq dTf´ (4.1.1)
+
dt dt

A barra acima dos termos indica que C será determinado a partir de valores
médios, que obtivemos anteriormente.

Substituindo os termos na expressão, o valor de C= 1244 J/K. Há um erro


relativo na determinação de C. Este erro será explorado na seção 4.2.

II) O Coeficiente de rendimento K.

Segundo Young & Freedman², o rendimento K pode ser expresso por:

H
K= (4.1.2)
P

Possuímos o valor de P, no entanto, precisamos do valor de H. Sendo H,


expresso para fins didáticos como a equação 2.4, podemos substituir e alterar Cq =C
e obter:

dTq
C
Hq dt
K= =
P Ṕ

Obtém-se K= 1,7. Ainda de acordo com Young & Freedman, K é expresso


em termos comerciais com uma mistura de unidades inglesas que não são usadas
no Brasil. Um coeficiente de desempenho de 2,5 é da ordem de desempenho médio.
Assim sendo, aparelhos com capacidades maiores possuem maiores resultados.
No roteiro é solicitada uma comparação entre o coeficiente de rendimento K
com o valor máximo permitido pela segunda lei da termodinâmica.

A segunda lei da termodinâmica sugere que é impossível construir uma


máquina com eficiência de 100%. Assim sendo, a eficiência térmica de uma
máquina pode ser enunciada por:

Hf
e=1− | |
Hq
(4.1.3)

Tudo que precisamos fazer é calcular os valores de H f e H q . Portanto:

H q =1244*(0,0195) = 24,26J

H f =-1244*(-0,008) = 9,95J

Substituindo H q e H f na expressão acima, calcula-se o rendimento, que


resulta em e=0,59.

Observe que o coeficiente de rendimento e é um número adimensional e


representa o rendimento das células Peltier utilizadas. K é um valor de desempenho,
utilizado também para indicar o desempenho de máquinas. Pode-se concluir que o
rendimento dessa máquina é baixo, o que está dentro do esperado para um
equipamento de laboratório de física. Existem erros que também prejudicam a
obtenção destes valores de forma um pouco mais precisa.

III) Produção total de entropia dS / dt.

A entropia de um sistema pode ser expressa por:

dS 1 Q
=
dt ΔT dt

Sabe-se que a potência é a relação da energia pelo tempo e a variação de


temperatura T de cada celular é conhecida. A produção total de entropia então será:
dS 1
= 14,3
dt 34,82−22,03

dS
=1,11 W /K
dt

Era esperado um resultado positivo, visto que o sistema está se expandindo.


Estamos retirando calor de um lado e injetando no outro, realizando um trabalho, a
fim de aquecer a água. O aquecimento provoca uma agitação nas moléculas de
água.

4.2 Tratamento de dados

Na seção anterior, encontramos a capacidade calorífica C; seu valor


experimental foi de 1244 J/K . O roteiro solicita um comparativo com a capacidade
calorífica teórica de 1120 J/K. Há um erro relativo percentual³, que pode ser
determinado por:

e %=¿ Cexp −Cteo∨ ¿ .100 ¿


C teo
(4.2.1)

Substituindo os valores, conclui-se que houve um erro relativo de 11% na


determinação do coeficiente, mas que está dentro dos padrões para laboratório
experimental.

5. Conclusão

Determinamos experimentalmente todos os itens solicitados na aba de


atividades do relatório. Alguns valores que foram determinados estão destoantes em
relação ao valor esperado; deve-se levar em conta o local e as condições as quais o
experimento fora submetido.
Mesmo com todos estes pequenos casos, os valores foram bem próximos e
pudemos determinar tudo o que foi solicitado. Os objetivos estabelecidos no início
foram concluídos.

6. Referências Bibliográficas

1. SILVA Cavalcante, Ebenézer; SANTANA DOS SANTOS, Erick; S.


MENEZES JR,Roberto. Roteiros de Atividade Experimental de Física-
Hidrodinâmica, Ondas e Termodinâmica. Volume Único, IFBA 2018;
2. YOUNG,H.; FREEDMAN,R. Física II: Termodinâmica e Ondas- Sears &
Zemansky, 12ª edição, Pearson,2009;
3. VUOLO, JH. Fundamentos da teoria de erros. 2ª Ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 1996;

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