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ALEX ITCZAK
Alegrete
2016
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ALEX ITCZAK
Alegrete
2016
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AGRADECIMENTO
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por ter me cercado de pessoas especiais.
Minha eterna gratidão aos meus pais, Avelino e Inês, ao meu irmão Alan, pelo amor,
pelas lições de vida, pelo carinho, incentivo e pela fé depositada em mim. Muito
obrigado por toda dedicação, apoio e paciência para que esse sonho se tornasse
realidade.
A minha noiva Rita, sempre compreensiva, paciente e preocupada, estando sempre
ao meu lado em todas as horas. Sem você não teria ido tão longe.
Aos meus sogros Elder e Maria Ceci, por todo apoio e incentivo recebido.
Ao meu orientador e amigo Dr. Eduardo Machado dos Santos, pela orientação e
pelos ensinamentos compartilhados durante o desenvolvimento deste trabalho.
Aos colegas e amigos que fizeram a diferença nesta trajetória.
Aos membros e ao Grupo de Energia e Sistemas Elétricos de Potência (GESEP).
A todos os professores do curso, que muito contribuíram para o meu crescimento
pessoal e profissional.
7
RESUMO
Um gerador síncrono é uma fonte de tensão com frequência constante que fornece
potência a uma carga. A tensão em seus terminais é controlada pelo sistema de
excitação o qual fornece corrente contínua, induzindo um campo magnético, no
enrolamento do gerador. Porém, sabe-se que problemas podem ocorrer devido à
subexcitação do gerador, tais como o afundamento de tensão nos terminais do
gerador e a perda na capacidade de geração de potência ativa, além de o gerador
passar a consumir potência reativa, o que provoca o , aquecimento da máquina. Por
isso, surge a necessidade de estudos voltados para o desenvolvimento
metodologias de proteção do gerador síncrono que eliminem situações indesejadas
como àquelas causadas pelas perdas parcial e total de excitação da máquina.
Nesse contexto, o presente trabalho apresenta os problemas causados pela perda
parcial e total de excitação em geradores síncronos, através da realização de
simulações de situações onde ocorrem perdas de excitação, usando o software
DigSilent®. Além disso, uma metodologia para a detecção das perdas parciais e
totais de excitação, capaz de diferenciar esses fenômenos de uma oscilação estável
de potência, foi desenvolvida com base na análise dos sinais gerados nas
simulações. Tal técnica, fundamenta-se na extração das envoltórias dos sinais de
corrente e tensão nos terminais do gerador, as quais apresentam características
específicas, tanto nos eventos de perda de excitação quanto nos de oscilação de
potência. A detecção dessas características permite a classificação do respectivo
evento. Assim, a técnica proposta se mostrou rápida, precisa e com bom
desempenho na detecção de oscilações estáveis de potência e perdas de excitação,
totais ou parciais, quando comparada às metodologias tradicionais aplicadas para a
detecção de perdas de campo.
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
Figura 41– Diferenças das envoltórias de corrente para uma excitação de 0,5 p.u.,
em um gerador de 390 MVA. ............................................................................................... 56
Figura 42– Diferenças das envoltórias de tensão para uma excitação de 0,5 p.u., em
um gerador de 390 MVA. ..................................................................................................... 56
Figura 43 - Variação entre as diferenças das envoltórias do sinal de corrente para
uma perda de excitação de 0,5 p.u., em um gerador de 390 MVA ............................... 57
Figura 44 - Variação entre as diferenças das envoltórias do sinal de corrente para
uma perda de excitação de 0,5 p.u., em um gerador de 390 MVA. .............................. 57
Figura 45 – Detalhe das Envoltórias de corrente para uma oscilação estável de
potência em um gerador de 390 MVA com carregamento de 100%. ........................... 61
Figura 46 – Detalhe das Envoltórias de tensão para uma oscilação estável de
potência em um gerador de 390 MVA com carregamento de 100%. ........................... 61
Figura 47– Detalhe do sinal de diferença entre as amostras das envoltórias do sinal
de corrente, durante uma oscilação estável de potência em um gerador de 390 MVA
com carregamento de 100%. ............................................................................................... 62
Figura 48– Detalhe do sinal de diferença entre as amostras das envoltórias do sinal
de tensão, durante uma oscilação estável de potência em um gerador de 390 MVA
com carregamento de 100%. ............................................................................................... 62
13
LISTA DE TABELAS
GS – gerador síncrono
TR – transformador de potência
LT – linha de transmissão
P – potência ativa
P* – potência ativa de referência
Q – potência reativa
Q* – potência reativa de referência
Z - impedância
Vc – tensão de controle
Vc* – tensão de controle de referência
R – resistência
X – reatância
X1 – reatância sequência positiva
X2 – reatância sequência negativa
X0 – reatância sequência zero
Xd – reatância de eixo direto
X’d – reatância transitória de eixo direto
X’’d – reatância subtransitória de eixo direto
Xq – reatância de eixo de quadratura
Z – impedância
Z1 – impedância sequência positiva
Z2 – impedância sequência negativa
Z0 – impedância sequência zero
S – potência aparente
FP – fator de potência
PE – perda de excitação
OEP – oscilação estável de potência
FMEE – filtro morfológico de extração de envoltória
TP – transformador de potencial
TC – transformador de corrente
CA – corrente alternada
CC – corrente contínua
15
LISTA DE SÍMBOLOS
ωr – velocidade rotórica
ωr* – velocidade rotórica de refêrencia
∆dif – diferença entre amostras
17
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19
1.1 Estrutura do Trabalho ................................................................................ 21
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 22
2.1 Gerador Síncrono .......................................................................................... 22
2.2 Princípio de Funcionamento do Gerador Síncrono .................................... 22
2.3 Controle do Gerador Síncrono no Sistema de Potência ............................ 22
2.4 Sistema de Excitação .................................................................................... 23
2.5 Elementos de um sistema de excitação ...................................................... 24
2.6 Classificação dos Sistemas de Excitação ................................................... 25
2.7 Sistema de Excitação CC .............................................................................. 25
2.8 Sistema de excitação CA .............................................................................. 25
2.9 Sistemas de excitação estáticos .................................................................. 27
2.10 Causas da perda de Campo ........................................................................ 28
2.11 Efeitos da perda de excitação .................................................................... 28
2.12 Diagrama R-X ............................................................................................... 32
2.13 Proteções do Gerador ................................................................................. 33
2.14 Proteção Contra a Perda Parcial de Excitação ......................................... 34
2.15 Oscilações Estáveis de Potência ............................................................... 35
2.16 Metodologia de Mason (1949) ..................................................................... 36
2.17 Metodologia de Berdy (1975) ...................................................................... 38
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 41
3.1 Parâmetros das Simulações ......................................................................... 41
3.2 Defeitos e Faltas ............................................................................................ 42
3.3 Filtro Morfológico para Extração de Envoltórias para Detecção da Perda
Parcial e Total de Excitação Além da Oscilação Estável de Potência ............ 42
4. ANÁLSE DOS RESULTADOS ............................................................................. 48
4.1. Caso 1 – PE para um gerador de 390MVA operando com 100% de
carregamento ....................................................................................................... 48
18
1 INTRODUÇÃO
O sistema teste a partir do qual foram obtidas as formas de onda dos sinais
de corrente e tensão nos terminais de um gerador síncrono foi implementado no
software DigSILENT Power Factory®. Para tal, foram simulados diferentes casos de
perdas parciais e totais de excitação, além de situações envolvendo oscilações
estáveis de potência.
Por fim, a técnica proposta detecta corretamente as perdas parciais de
excitação e consegue diferenciá-las das oscilações estáveis de potência, além da
detecção de perdas totais de excitação, promovendo a rápida atuação do relé em
caso deperda de campo, garantindo a abertura do disjuntor e desconectando a
máquina do circuito o mais rápido possível, evitando que a mesma seja danificada
ou que o problema se propague para os outros componentes do sistema.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Figura 8- Comportamento da tensão e corrente de campo durante a perda parcial e total de excitação
Ressalta-se que, quanto maior for o nível de perda parcial de excitação, maior
será o afundamento de tensão e aumento da corrente nos terminais da máquina. As
Figuras 10 e 11 apresentam o afundamento de tensão nos terminais da máquina e o
respectivo aumento da corrente. Consequentemente, a potência ativa gerada diminui
gradativamente, bem como a potência reativa, a Figura 12 apresenta o
comportamento da potência ativa e reativa do gerador 1 durante a perda parcial e
total de excitação.
Figura 10 – Comportamento da Tensão RMS gerada durante a perda parcial e total de excitação
Figura 11– Comportamento da Corrente RMS gerada durante a perda parcial e total de excitação
Figura 12– Comportamento das Potências Ativa e Reativa RMS, gerada durante a perda parcial e
total de excitação
65 65
64 64
Frequência GS 1 (Hz)
Frequência GS 2 (Hz)
63 63
62 62
61 61
60 60
59 59
0 5 10 0 5 10
Tempo (s) Tempo (s)
80 80
Portência Reativa GS 1 (MVAR)
60 60
40 40
20 20
0 0
-20 -20
-40 -40
0 5 10 0 5 10
Tempo (s) Tempo (s)
𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒−𝑓𝑎𝑠𝑒 . 𝑃
𝑅= (1)
𝑃2 + 𝑄 2
𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒−𝑓𝑎𝑠𝑒 . 𝑄
𝑋= (2)
𝑃2 + 𝑄 2
A saída não planejada ou até mesmo a falha de um gerador pode criar graves
consequências ao sistema elétrico, caso o gerador não seja substituído por outra
unidade. Segundo Mamede Filho (2011), o gerador é o elemento do sistema elétrico
de potência que está mais sujeito a falhas, tornando o sistema de proteção mais
complexo.
Ainda segundo Mamede Filho (2011), o sistema de proteção dos geradores
tem que atender aos seguintes requisitos e características:
Evitar a ocorrência de defeitos;
Na ocorrência de defeito, minimizar os danos recorrentes;
Não atuar para faltas além da zona de proteção;
34
Figura 16- Característica da impedância Aparente durante a perda parcial e total de excitação
Mason (1956) diz que as oscilações de potência são picos de energia que
ocorrem logo após a remoção de um curto-circuito, ou quando geradores que não
estão sincronizados são ligados em paralelo ao sistema. A Figura 17 apresenta a
trajetória das impedâncias vistas pelos relés mho de Berdy no diagrama R-X, para
um caso de oscilação de potência.
36
Diagrama R-X
1.5
0.5
X( )
-0.5
-1 Zona Temporizada
Zona Instantânea
Zaparente
-1.5
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
R( )
Figura 21- Característica de operação do relé MHO proposto por Berdy (1975)
3 METODOLOGIA
3.3.1 Filtro Para a Extração das Envoltórias dos Sinais de corrente e tensão
Para cada sinal obtido através das equações (4) e (5), um sinal Y(n) é
extraído através da média aritmética da soma dos valores de erosão, conforme a
Equação 6.
Figura 25– Fluxograma do filtro para a extração das envoltórias dos sinais de corrente e tensão
Início
n=1
Aquisição de dados
(VA (n) e IA (n))
Pré_Env Superior_V (n)= Pré_Env Inferior_V (n)= Pré_Env Superior_I (n)= Pré_Env Inferior_V (n)=
Y V (n) YV (n) Y I (n) Y I (n)
Env Superior_V (n)= Env Inferior_V (n)= Env Superior_I (n)= Env Inferior_I (n)=
máx[W 2_Superior_V (n)] máx[W2_Inferior_V (n)] máx[W 2_Superior_I (n)] máx[W2_Inferior_I (n)]
difI>1x10-7 NÃO
e
difV<-1x10-7
SIM
td(n)=t(n)
NÃO
uma oscilação estável de potência, ocorrendo sempre que ∆dif i(n) for menor que -
1x10-5 e ∆difV(n) for maior que 1x10-5.
Figura 26– Sinal de corrente senoidal para uma perda total de excitação em um gerador de 390 MVA.
Figura 27– Sinal de tensão senoidal para uma perda total de excitação em um gerador de 390 MVA.
Os sinais das Figuras 27, 28, foram processados pelo filtro morfológico para
extração de envoltória. A partir desse processamento, foram obtidas as envoltórias
superior e inferior para os sinais de corrente e a tensão do sistema. Assim, as
Figuras 29 e 30 mostram as envoltórias superior e inferior dos sinais de corrente e
tensão, respectivamente, obtidas a partir do FMEE.
Figura 28 – Envoltórias de corrente superior e inferior para uma perda de excitação em um gerador de
390 MVA.
Figura 29 – Envoltórias de tensão superior e inferior para uma perda de excitação em um gerador de
390 MVA.
Figura 30 – Diferenças das envoltórias de corrente para uma perda de excitação, em um gerador de
390 MVA.
Figura 31 – Diferença das envoltórias de tensão para uma perda total de excitação em um gerador de
390 MVA
Figura 32 - Variação entre as diferenças das envoltórias do sinal de corrente para uma perda total de
excitação em um gerador de 390 MVA.
-3
x 10
5
3
Dif. entre Amostras de Corrente
-1
-2
-3
-4
-5
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (s)
Figura 33- Variação entre as diferenças das envoltórias do sinal de tensão para uma perda total de
excitação em um gerador de 390 MVA.
-3
x 10
1.5
-0.5
-1
-1.5
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (s)
Figura 34– Detalhe do Sinal de Variação entre as Diferenças das Envoltórias do Sinal de Corrente,
durante perda de excitação total para um gerador de 390 MVA.
Figura 35– Detalhe do Sinal de Variação entre as Diferenças das Envoltórias do Sinal de Tensão,
durante perda de excitação para um gerador de 390 MVA.
4.2 Caso 2 – Perda parcial de excitação para um gerador de 390 MVA operando
com 100% de carregamento
Figura 36– Sinal de corrente senoidal para uma excitação de 0,5 p.u., em um gerador de 390 MVA.
Figura 37– Sinal de tensão senoidal para uma de excitação de 0,5 p.u., em um gerador de 390 MVA.
Figura 38– Envoltórias de corrente superior e inferior para uma excitação de 0,5 p.u., em um gerador
de 390 MVA.
Figura 39 – Envoltórias de tensão superior e inferior para uma excitação de 0,5 p.u., em um gerador
de 390 MVA.
Figura 40– Diferenças das envoltórias de corrente para uma excitação de 0,5 p.u., em um gerador de
390 MVA.
Figura 41– Diferenças das envoltórias de tensão para uma excitação de 0,5 p.u., em um gerador de
390 MVA.
Figura 42 - Variação entre as diferenças das envoltórias do sinal de corrente para uma perda de
excitação de 0,5 p.u., em um gerador de 390 MVA
-3
x 10
5
-1
-2
-3
-4
-5
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (s)
Figura 43 - Variação entre as diferenças das envoltórias do sinal de corrente para uma perda de
excitação de 0,5 p.u., em um gerador de 390 MVA.
-3
x 10
1.5
1
Dif. entre Amostras de Tensão
0.5
-0.5
-1
-1.5
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (s)
PPE 0,5
PE 0,3523 8,3819 8,3819
p.u.100%
Figura 44 – Detalhe das Envoltórias de corrente para uma oscilação estável de potência em um
gerador de 390 MVA com carregamento de 100%.
Figura 45 – Detalhe das Envoltórias de tensão para uma oscilação estável de potência em um
gerador de 390 MVA com carregamento de 100%.
Figura 46– Detalhe do sinal de diferença entre as amostras das envoltórias do sinal de corrente,
durante uma oscilação estável de potência em um gerador de 390 MVA com carregamento de 100%.
Figura 47– Detalhe do sinal de diferença entre as amostras das envoltórias do sinal de tensão,
durante uma oscilação estável de potência em um gerador de 390 MVA com carregamento de 100%.
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers. IEEE Guide for AC Generator
Protection. Std C37.102TM-2006. New York: 2007.
KUNDUR, Prabha. Power System Stability and Control. New York: McGraw-Hill,
1994.
MASON, C. R. New Loss-of-Excitation Relay for Synchronous Generators. AIEE
Transactions, n. 3, p.1240-1245, 1949. 68 v.
WU, Q. H.; LU, Z.; JI,T. Y. Protective relaying of Power Systems Using
Mathematical Morphology. Springer, London, UK, 2009