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Metodologia da

Pesquisa

Carla Dalmolin

Programa de Pós-Graduação em Química


CCT – UDESC
1. Por quê a disciplina
Metodologia de pesquisa?
Justificativa
 A confiabilidade dos resultados de uma pesquisa científica
está baseada nos rigores da metodologia aplicada em seu
planejamento e execução.

 O conhecimento da metodologia científica é ponto de partida


para a análise e interpretação do resultados de seu estudo,
bem como das informações veiculadas em periódicos
científicos.

 Desta forma, o entendimento da metodologia científica é


imprescindível para o avanço e a produção do
conhecimento científico.
Metodologia da Pesquisa
Estudo científico dos métodos

Conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com


maior segurança e economia, permite:

 traçar o caminho a ser seguido,

 detectar erros,

 auxiliar nas decisões, e

 alcançar o objetivo,
Metodologia da Pesquisa
A metodologia de pesquisa possibilita ao indivíduo adequar os
métodos e técnicas para procurar, de forma científica e
reprodutível, as respostas às suas indagações e registrar as
informações de modo que outros pesquisadores possam
compreendê-la

Geração do
conhecimento
Metodologia da Pesquisa
Ciência
Do grego “scire”

conhecer

 Para os gregos, significava todo o saber criticamente


fundamentado.

 Conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o


comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar
A Ciência NÃO É:

 Senso comum
 Caracteriza-se pela aceitação não problematizada, muitas
vezes crédula, do que afirmamos ou temos por válido
 Sabedoria
 Apresenta componentes como convivência e intuição
 Ideologia
 Porque esta não tem como alvo central tratar a realidade,
mas justificar posição política
 Paradigma
 Conhecimento científico é representado pela disputa
dinâmica e interminável de paradigmas, que vão e voltam,
somem e se transformam
A Ciência É:

 Objetivação
 Tentativa de conhecer a realidade tal como é, evitando
contaminá-la com ideologia, valores, opiniões ou
preconceitos

 Discutibilidade
 Coerência no questionamento
 Objeto de estudo bem-definido e de natureza empírica
 Delimitação e descrição objetiva e eficiente da realidade
empiricamente observável
A Ciência É:

 Observação controlada dos fenômenos


 Preocupação em controlar a qualidade do dado e o
processo utilizado para sua obtenção

 Originalidade
 Expectativa de que todo discurso científico corresponda a
alguma inovação, pelo menos, no sentido reconstrutivo

 Coerência
 argumentação lógica, bem-estruturada, sem contradições
 Consistência
 Capacidade de resistir à contra-argumentação ou merecer
o respeito de opiniões contrárias
Princípios da Ciência
O conhecimento científico nunca é absoluto ou final, pode ser
sempre modificado

1ª Lei da 2ª Lei da 3ª Lei da


Termodinâmica Termodinâmica Termodinâmica
∆𝑈 = 0 ∆𝑆𝑢𝑛𝑖𝑣 ≥ 0 lim 𝑆𝑚 = 0
𝑇→0

Lei Zero da
Termodinâmica
Princípios da Ciência
 A exatidão sobre um conhecimento nunca é obtida
integralmente, mas sim, através de modelos sucessivamente
mais próximos

a.C 1807 1897 1908 1919 ...

Demócrito: Dalton: Thomson: Rutherford: Bohr,


(grego) experimentos Descoberta do Existência do Schrödinger:
partícula bola de elétron núcleo; Mecânica
indivisível bilhar pudim de passas modelo nuclear Quântica
Modelo atual
Princípios da Ciência
 Um conhecimento é válido até que novas observações ou
experimentações o substituam
Qual a função da Ciência?
As novas descobertas originam novos produtos e processos,
que beneficiam a humanidade tanto nas áreas da saúde,
educação, transportes, comunicação como em qualquer outra que
esteja relacionada a vida cotidiana.

Nas áreas, industrial, comercial e de serviços, a ciência tem uma


função vital, possibilitando o aumento da competitividade
empresarial e a consequente melhoria dos sistemas
produtivos.
Método Científico
 Conjunto de processos ou operações mentais que devemos
empregar numa investigação
 É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa
 Esclarecem os procedimentos lógicos que deverão ser
seguidos no processo de investigação científica.
 Possibilitam decidir acerca do alcance da investigação, das
regras de explicação dos fatos e da validade de suas
generalizações

DEDUTIVO INDUTIVO

HIPOTÉTICO
DEDUTIVO
Métodos Dedutivos e Indutivos
DEDUTIVOS INDUTIVOS
A partir de teorias consideradas Método responsável pela
verdadeiras, prediz a ocorrência de generalização. Parte-se de algo
casos particulares particular para uma questão mais
ampla
Se todas as premissas são Se todas as premissas são
verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeiras, a conclusão é
verdadeira provavelmente verdadeira, mas não
necessariamente verdadeira
Todo mamífero tem um coração Todos os cães que foram observados
Cães são mamíferos tinham um coração.
Logo: Logo:
Todos os cães são mamíferos Todos os cães tem um coração
Método Hipotético Dedutivo
O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma
lacuna no conhecimento científico, passando pela formulação
de hipóteses e por um processo de inferência dedutiva, o
qual testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos
pela referida hipótese.

Problema ou lacuna no
conhecimento existente

Corroboração
Modelo Teórico do Modelo
Correção do
Avaliação
Modelo
Teste das
Refutação
Hipóteses
Aquisição do Conhecimento
Aquisição do Conhecimento

Intuição + Empirismo + Racionalização


Doutrina que afirma
A intuição é O Empirismo que a razão humana,
uma função significa o pensamento
especial da “experiência” racionalista, é a única
mente humana, fonte do
que age pelo É uma doutrina que conhecimento.
pensamento, afirma que a única
independente fonte do Ao contrário dos
da pessoa ter conhecimento é a empiristas, os
formação experiência, ou seja, racionalistas afirmam
científica ou todo que os nossos
técnica conhecimento sentidos nos enganam
somente é obtido e nunca podem
por experimentação conduzir a um
conhecimento
verdadeiro
A evolução do Pensamento para geração
de ciência
Pesquisa
Visa estabelecer uma série de compreensões de forma a descobrir
respostas para as indagações e questões existentes

Pesquisar cientificamente significa realizarmos essa busca de


conhecimentos,
apoiando-nos em procedimentos capazes de dar confiabilidade aos
resultados

Pesquisa

Básica Aplicada

produzir conhecimento solucionar problemas


e teorias práticos
Pesquisa
Planejamento da Pesquisa
Antes de iniciar qualquer procedimento, é necessário antever toda
a série de passos que devem ser dados para chegarmos a uma
resposta segura sobre a questão que deu origem à pesquisa.

Esses passos ou etapas devem ser percorridos dentro do contexto


de uma avaliação precisa das condições de realização do trabalho:

 tempo disponível para sua realização;


 espaço onde será realizado;
 recursos materiais necessários;
 recursos humanos disponíveis.
Etapas da Pesquisa
A pesquisa, como atividade científica completa, é mais do que uma
simples indagação, pois percorre, desde a formulação do problema
até a apresentação dos resultados, a seguinte sequência de fases:

 Preparação da pesquisa:
 Seleção, definição e delimitação do problema a ser
investigado;
 Planejamento de aspectos logísticos para a realização da
pesquisa;
 Formulação de hipóteses e construção de variáveis
 Trabalho de campo (coleta de dados)
 Processamento dos dados
 Análise e interpretação dos dados;
 Elaboração do relatório da pesquisa
Ciência e Pesquisa
no Brasil
História da Ciência no Brasil
Brasil Colonial: séc. XVI a XVIII
 Manufatura (inclusive Gráficas) eram proibidas na Colônia

 O Brasil não possuía universidades, mídias


impressas, bibliotecas e museus
 Impedir o surgimento de classes de brasileiros
educados com aspirações para
a independência política, como ocorrido
nos Estados Unidos e em algumas colônias
espanholas da América Latina.
 Expedições militares e científicas para o
levantamento dos recursos naturais

1808: Família Real no Brasil


 Abertura da Biblioteca Nacional, Jardins
Botânicos, Academias Militares e Faculdades de
Medicina
 Empenho da Coroa de iniciar a formação de
quadros para o governo local.
História da Ciência no Brasil
Primeiro e Segundo Império: séc. XIX
 Pouco interesse de D. Pedro I com políticas educacionais, ciência e tecnologia
 Surgimento das primeiras escolas de ensino superior em Recife e São Paulo
 A educação de nível superior era predominante em Portugal

 D. Pedro II incentivava as artes, a literatura, a ciência e a tecnologia e tinha


contatos internacionais extensivos nestas áreas.
 Museu Nacional do Brasil e Instituto Politécnico Brasileiro, no Rio de Janeiro.
 O Estado se apresentava como o grande financiador das práticas científicas
 Fazer ciência no Brasil tinha a função de mostrar ao mundo que existia um
império civilizado nos trópicos
História da Ciência no Brasil
República Brasileira
O centralismo da produção científica no Rio de Janeiro começou a se espalhar
pelas províncias brasileiras.

1899 - 1908
 Foco principal na saúde
 Oswaldo Cruz: combate aos surtos de
febre amarela, peste bubônica e varíola
 Primeiro serviço sanitário na cidade de São
Paulo.
 Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
1912 - 1950
 Desenvolvimento da Ciência em todas as áreas
 1912: Primeira Universidade (UFPR)
 1916: Academia Brasileira de Ciências (ABC)
 1924: Associação Brasileira de Educação (ABE)
 1948: Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC)
História da Ciência no Brasil
Décadas de 1950, 60 e 70
No início do segundo governo Vargas, a retomada do projeto de construção de
uma nação desenvolvida e independente era palavra de ordem.
O processo de industrialização e a complexidade da administração pública
trouxeram à tona a necessidade de distintos especialistas em diferentes áreas.
Movimentos para a institucionalização da Ciência:
 1951: Criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq)
 1952 : Início da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES)
 Década de 1960: Criação dos Institutos Nacionais de Pesquisa
 Década de 1970: Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPESP)
1990: FAPESC

1985
Criação do Ministério da Ciência e Tecnologia
Ciência no Brasil
 Universidades, centros e institutos públicos de pesquisa são
responsáveis pela maior parte da ciência básica no Brasil
 A pesquisa aplicada também é realizada pela maior parte nas
universidades e centros de pesquisa
 Poucas companhias brasileiras são competitivas e bastante ricas para
ter um setor de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I)
próprio
 O setor privado altamente tecnológico no Brasil é dominado por
companhias multinacionais.

 Como está a Ciência no Brasil Hoje?


ClickCiência – UFSCar

 O que Trava a Ciência no Brasil?


Revista Galileu
Ciência no Brasil
Financiamento da pesquisa no Brasil
 Sistemas e instituições de fomento, ligadas aos ministérios brasileiros
 CNPq, CAPES, FINEP, FNDCT, BNDES
 Agências estaduais que constituem as FAPs – Fundações Estaduais de
Amparo a Pesquisa
 Há também leis de Incentivo Fiscal e Fomento à Inovação,
financiamentos empresariais e institucionais.
Ciência no Brasil
CNPq
1.3%
1.59%
1.81%
1.86% CAPES
2.16%
FAPESP
4.45%
FAPEMIG
4.99% FAPERJ
NSF*
40.3% NIH-USA*
FINEP
FAPERGS
18.57% EU*

22.96%

Maiores financiadores (2011 – 2018)


Ciência no Brasil
Ciência no Brasil
Institutos de Pesquisa e Desenvolvimento
FAPESC
Órgão do governo estadual que repassa recursos
públicos para:
 Atividades de pesquisa,
 Inovação,
 Capacitação de recursos humanos, e
 Difusão de conhecimentos (por meio de eventos,
livros etc).

O apoio financeiro é dado por meio de editais de chamadas públicas


http://www.fapesc.sc.gov.br/
CAPES
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior

Fundação do Ministério da Educação – MEC


 Expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado)
 Formação de professores da educação básica

Linhas de ação:
 Avaliação da pós-graduação stricto sensu;
 Acesso e divulgação da produção científica;
 Investimentos na formação de recursos humanos de alto nível, no país e exterior;
 Promoção da cooperação científica internacional;
 indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação
básica nos formatos presencial e a distância.

https://www.capes.gov.br/
CAPES
Recursos Interessantes

GEOCAPES: https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/

 Base de dados que consiste em referenciar informações de acordo com sua


localização geográfica
Dados Abertos: http://dadosabertos.capes.gov.br ou http://dados.gov.br/
 Informações públicas na internet, processadas em formatos que permitem a sua
reutilização e redistribuição;
Plataforma Sucupira: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/
 Acesso a informações relativas à avaliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação
 Acesso ao Qualis
CAPES
Portal de Periódicos CAPES
http://www.periodicos.capes.gov.br/

Biblioteca virtual que reúne e disponibiliza produções científicas internacionais a


instituições de ensino e pesquisa no Brasil.
Acervo:
 45 mil títulos de periódicos com texto completo
 130 bases referenciais
 12 bases dedicadas exclusivamente a patentes
 livros, enciclopédias e obras de referência
 normas técnicas
 estatísticas
 conteúdo audiovisual
CNPq
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
Fundação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações -
MCTI
 Fomentar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação
 Promover a formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa, em todas
as áreas do conhecimento
Ações
 Promover a formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa, em todas
as áreas do conhecimentoApoiar e promover reuniões de natureza científica e
tecnológica
 Promover e realizar estudos sobre o desenvolvimento científico e tecnológico
 Prestar serviços e assistência técnica em sua área de competência
 Prestar assistência na compra e importação de equipamentos e insumos para uso
em atividades de pesquisa científica e tecnológica

http://www.cnpq.br/web/guest/pagina-inicial
CNPq
Plataforma Carlos Chagas
Reúne dados sobre:
 Bolsas e auxílios
 Encaminhamento de projetos e pedidos de bolsas
 Emissão de pareceres, assinaturas de termos de concessão, relatórios técnicos e de
prestação de contas

http://carloschagas.cnpq.br/
CNPq
Plataforma Lattes
Bases de dados de Currículos, de Grupos de Pesquisa e Instituições
 Planejamento, gestão e operacionalização do fomento do CNPq e outras agências
de fomento federais e estaduais
 Estratégica para atividades de planejamento, gestão, e formulação das políticas do
MCTI e outros órgãos governamentais da área de ciência, tecnologia e inovação

http://lattes.cnpq.br/
CNPq
Currículo Lattes

 Padrão nacional no registro de estudantes e pesquisadores do país


 Adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de
pesquisa do País
 Elemento indispensável e compulsório à análise de mérito e competência dos
pleitos de financiamentos na área de ciência e tecnologia.

Atualização do Currículo
Lattes
Plataformas de Pesquisa

https://orcid.org/signin

https://www.researcherid.com
https://publons.com

https://www.researchgate.net/

https://www.academia.edu/

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