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DECRETO Nº 8.896/86 E LEI Nº 4.583/2005

DECRETO Nº 8.896 DE 31 DE MARÇO DE 1986 2) a segunda, de aprovação em estágio experimental,


com apuração de freqüência, aproveitamento e conceito, bem
Regulamenta a Lei nº 944, como na prova de investidura social, considerando-se os
de 18 de dezembro de 1985, e antecedentes criminais, sociais e familiares do candidato.
dá outras providências. § 1º A restrição quanto ao limite máximo de idade não
se aplica aos funcionários públicos federais, estaduais e
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JA- municipais.
NEIRO, no uso de suas atribuições legais e tendo em § 2º O estágio experimental, obrigatório, terá a dura-
vista o disposto no artigo 14 da Lei nº 944, de 18 de dezem- ção mínima de 6 (seis) meses, quando se apurará o desem-
bro de 1985, penho do candidato nas atividades próprias do cargo,
DECRETA: inclusive suas condições psicológicas, sendo ministrado
na sua fase inicial um Curso de Treinamento pelo DESIPE.
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares Art. 6º O período de validade do concurso não pode-
rá ultrapassar de 4 (quatro) anos.
Art. 1º O Subgrupo 9 – Atividades Profissionais de Art. 7º O estágio probatório é o período de 2 (dois)
Natureza Especial – Segurança Penitenciária (Decreto anos de efetivo exercício, a contar da data do início deste,
nº 3.313, de 07.07.80), do Grupo III – Cargos Profissio- durante o qual são apurados os requisitos necessários à
nais do Plano de Cargos do Estado do Rio de Janeiro – confirmação do funcionário no cargo efetivo para o qual
Quadro Permanente (Decreto-Lei nº 408, de 2/2/1979), é foi nomeado.
integrado pelas categorias funcionais de Inspetor de Se- § 1º Os requisitos de que trata este artigo são os
gurança Penitenciária (Código 3.9.01.200 e Agente de Se- seguintes:
gurança Penitenciária (Código 3.9.01.100), cujos quanti- 1) idoneidade moral;
tativos de cargos e séries de classes são os fixados no 2) assiduidade;
Anexo da Lei nº 944, de 18/12/1985. 3) pontualidade;
Art. 2º O exercício, em caráter permanente, dos car- 4) disciplina;
gos de Inspetor de Segurança Penitenciária e Agente de 5) eficiência;
Segurança Penitenciária, fundado na hierarquia e discipli- 6) interesse;
na, é incompatível com qualquer outra atividade, remune- 7) integração;
rada ou não, que traga prejuízo à Administração Pública. 8) urbanidade.
Art. 3º O provimento dos cargos definidos neste de- § 2º Trimestralmente, o responsável pela Unidade
creto dar-se-á: Administrativa encaminhará ao órgão setorial de pessoal,
I – na classe “A” da categoria funcional de Agente de em boletim próprio, o resultado da apreciação sobre o com-
Segurança Penitenciária, por concurso público de provas; portamento do funcionário em estágio.
II – nas demais classes, por promoção e por ascen- § 3º Quando o funcionário em estágio probatório não
são, consoante quadro discriminado no Anexo I. preencher quaisquer dos requisitos enumerados no § 1º
deste artigo, deverá o responsável pela Unidade Adminis-
CAPÍTULO II trativa comunicar o fato ao órgão setorial de pessoal, para
DO Ingresso na Carreira o procedimento, na forma da lei.
§ 4º No período do estágio probatório e durante os 2
Art. 4º A nomeação será feita em caráter efetivo, me- (dois) anos imediatamente seguintes ao seu término, o
diante concurso público. funcionários não poderá exercer outras funções que não
Art. 5º São requisitos para ingresso no cargo efetivo: sejam as estritamente inerentes aos Serviços de Seguran-
I – ser de nacionalidade brasileira; ça nas unidades prisionais. (Acrescentado pelo art. 2º do
II – ter no mínimo 25 anos completos e no máximo 45 Decreto nº 13455/89)
anos incompletos, à data do encerramento das inscrições,
sendo obrigatória, no ato da inscrição, a apresentação de CAPÍTULO III
certificado de conclusão de 1º grau, devidamente registrado; Da Promoção e da Ascensão
III – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
IV – ser motorista habilitado a dirigir veículos Art. 8º A promoção a que se refere o artigo 3º será
automotores terrestres; efetuada pelos critérios de antigüidade e merecimento,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V – ter sido habilitado e classificado, previamente, em alternadamente, e, ainda, por bravura e post-mortem.
concurso público de provas, realizado por órgão estadu- Art. 9º As promoções por antigüidade e merecimento
al, dividido em duas fases: obedecerão obrigatória e alternadamente à proporção de
1) a primeira, composta de provas escritas de conhe- uma vaga de antigüidade para uma vaga de merecimento e
cimentos gerais, prova de aptidão física, exame psicológi- o interstício mínimo de 730 dias.
co, exame de sanidade físico-mental e prova oral de co- Art. 10. Qualquer outra forma de provimento de vaga,
nhecimentos específicos. (Redação dada pelo art. 1º do mesmo aquela por via judicial, não interromperá a seqüên-
Decreto nº 13455/89) cia dos critérios de que trata o artigo anterior.
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Art. 11. Considera-se bravura a conduta do funcio- I – proteger pessoas e bens;
nários consistente na prática de ato ou atos incomuns de II – preservar a ordem, repelindo a violência;
coragem e audácia, que, ultrapassando os limites normais III – respeitar os direitos e garantias individuais;
do cumprimento do dever, representem feitos úteis às ati- IV – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso;
vidades do Sistema Penal, pelos resultados alcançados V – exercer a função com probidade, discrição e mo-
ou pelo exemplo altamente positivo deles emanados. deração, fazendo observar as leis e os regulamentos;
§ 1º A bravura determinará a promoção do funcioná- VI – não permitir que sentimentos ou animosidades
rio, mesmo que do ato praticado tenha resultado sua mor- pessoais possam influir em suas decisões;
te ou invalidez. VII – respeitar a dignidade da pessoa humana;
§ 2º Para os fins deste artigo, a autoridade competen- VIII – cultuar o aprimoramento técnico-profissional;
te apurará o ato de bravura por meio de procedimento IX – amar a verdade e a responsabilidade, como fun-
sumário, ultimado no prazo de dez (10) dias. damentos da ética do serviço próprio do Sistema Penal;
Art. 12. A promoção por bravura far-se-á indepen- X – obedecer às ordens superiores, exceto quanto
dentemente de vagas, considerando-se excedentes os car- manifestamente ilegais;
gos desta forma providos. XI – não abandonar o posto em que deva ser substi-
Art. 13. A ascensão a que se refere o artigo 3º é a tuído sem a chegada do substituto;
passagem da última classe da série da classe inferior para XII – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço
a classe inicial da série de classe imediatamente superior. atribuído ao Sistema Penal;
Art. 14. São requisitos cumulativos da ascensão: XIII – prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de
I – interstício de 730 (setecentos e trinta) dias; serviço, a fim de prevenir ou reprimir fugas, motins ou
II – prova de conclusão do 2º grau; outras situações de emergência, quando solicitado por
III – aprovação em curso específico, ministrado por autoridade competente;
órgão estadual; e XIV – prestar auxílio, mesmo de folga e quando con-
IV – classificação na prova de seleção, quando ne- vocado, em quaisquer outras situações não especificadas
cessária, na forma do § 2º deste artigo. no inciso anterior;
§ 1º Os requisitos de interstício, escolaridade e curso XV – não violar disposições proibitivas previstas em
específico serão exigidos por ocasião da inscrição para a
lei e em atos normativos.
prova de seleção.
§ 2º O provimento por ascensão, quando o número de
CAPÍTULO VI
vagas for inferior ao número de candidatos que satisfa-
Dos Direitos
çam as condições estabelecidas, obedecerá à ordem de
classificação obtida na prova de seleção.
Art. 15. As promoções e ascensões no Sistema Penal Art. 19. São direitos pessoais decorrentes do exercí-
serão realizadas a partir de 1986, uma vez por ano, no dia cio dos cargos definidos neste decreto:
01 de maio, observada a existência de cargos vagos e na I – as vantagens e prerrogativas inerentes ao cargo;
forma das linhas de promoção e ascensão dispostas no II – estabilidade, nos termos da legislação em vigor;
Anexo I deste decreto. III – desempenho de cargos e funções corresponden-
Parágrafo Único. A promoção e a ascensão que não tes à condição hierárquica;
se verificarem na data referida neste artigo terão seus efei- IV – percepção de vencimentos e de vantagens
tos retroagidos. pecuniárias, fixados em lei;
Art. 16. Fica criada a Comissão Executiva de Promoção V – percepção de salário-família;
e Ascensão, cujos integrantes serão designados através VI – carteira de identidade funcional;
de ato próprio do Secretário de Estado de Justiça e do Inte- VII – promoções regulares e por bravura, inclusive
rior, dela fazendo parte um representante da classe. post-mortem;
Parágrafo Único. As promoções e ascensões serão VIII – medalha do Mérito Penitenciário, com anota-
feitas através de decreto coletivo, por proposta da Comis- ções na ficha do funcionário agraciado, a ser concedida
são Executivas de Promoção e Ascensão, com apoio téc- na forma deste regulamento;
nico da Secretaria de Estado de Administração. IX – assistência médica, hospitalar e social;
X – aposentadoria nos termos da lei;
CAPÍTULO IV XI – auxílio funeral;
Das Atribuições XII – férias e licenças previstas em lei;
XIII – gratificação adicional por tempo de serviço;
Art. 17. As atribuições das categorias funcionais XIV – ascensão, transferência e remoção regulamen-
de que se trata são as definidas no Anexo III do Decreto tares;
nº 3313, de 07.07.80, complementadas pelo Anexo II XV – garantias devidas ao resguardo da integridade
deste decreto. física do funcionário em caso de cumprimento de pena em
Parágrafo Único. Os atuais Guardas de Presídio, con- estabelecimento penal, conquanto sujeito ao sistema dis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tratados pelo regime da CLT, desempenham também as atri- ciplinar penitenciário;


buições específicas do Agente de Segurança Penitenciária. XVI – porte de arma.

CAPÍTULO V CAPÍTULO VII


Do Código de Ética Da Responsabilidade

Art. 18. O funcionário manterá observância dos se- Art. 20. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o
guintes preceitos de ética: funcionário responde civil, penal e administrativamente.
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Art. 21. As sanções civis, penais e disciplinares pode- XXII – insubordinar-se ou desrespeitar a superior hi-
rão cumular-se, sendo umas e outras independentes entre erárquico;
si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa. XXIII – dedicar-se a atividades que prejudiquem o
fiel desempenho da função;
CAPÍTULO VIII XXIV – utilizar, ceder ou permitir que outrem use ob-
Das Transgressões Disciplinares jetos arrecadados, recolhidos ou apreendidos;
XXV – entregar-se à prática de jogos proibidos, ou
Art. 22. São transgressões disciplinares: vício de embriaguez, ou qualquer outro comportamento
I – falta de assiduidade ou impontualidade; degradante;
II – interpor ou traficar influência alheia para solicitar XXVI – portar-se de modo inconveniente em lugar
ascensão, remoção, transferência, promoção, ou público ou acessível ao público;
comissionamento; XXVII – esquivar-se de atender a ocorrências passí-
III – dar informações inexatas, alterando ou desfigu- veis de intervenção que presencie ou de que tenha co-
rando propositadamente as verdadeiras; nhecimento imediato;
IV – usar indevidamente os bens do Estado ou de XXVIII – emitir opiniões ou conceitos desfavoráveis
terceiros, sob sua guarda ou não; aos superiores hierárquicos;
V – divulgar notícias sobre ocorrências, serviços ou XXIX – cometer à pessoa estranha a Unidade o de-
tarefas em desenvolvimento ou realizadas em qualquer sempenho de encargos próprios ou da atribuição de seus
órgão do Sistema Penal, ou contribuir para que sejam subordinados;
divulgadas, ou ainda conceder entrevistas sobre as mes- XXX – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento
mas, sem autorização da autoridade competente; de decisão judicial ou ato administrativo ou criticá-los;
VI – dar, descer ou emprestar carteira de identidade XXXI – eximir-se do cumprimento de suas obriga-
funcional; ções profissionais;
VII – manter relações de amizade, ou exibir-se em pú- XXXII – deixar o funcionário a sua Unidade para ir a
blico, de forma habitual, com pessoas de má reputação, outra, a não ser a serviço e com autorização superior;
exceto em razão de serviço; XXXIII – deixar de usar uniforme próprio, quando
VIII – permutar o serviço sem expressa autorização de em serviço, descuidando da sua higiene e aparência pes-
autoridade competente; soais;
IX – ingerir bebidas alcoólicas ou freqüentar bares, XXXIV – violar o Código de Ética.
botequins ou similares, quando em serviço; § 1º As transgressões disciplinares previstas nos
X – deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspe- incisos VI, VIII, IX, XII, XV, XVIII, XX, XXII, XXV, XXII e
ção médica determinada em lei ou por autoridade compe- XXX deste artigo são consideradas graves.
tente; § 2º Será também considerada grave a transgressão
XI – valer-se do cargo com fim ostensivo ou velado disciplinar prevista no inciso XXXIV deste artigo, a crité-
de obter proveito de natureza político-partidária, para si rio da autoridade competente, atendendo à culpabilidade,
ou para outrem; ao antecedente, à conduta funcional, à personalidade do
XII – simular doença para esquivar-se ao cumprimen- transgressor, bem como aos motivos, às circunstâncias e
to do dever; as conseqüências da infração.
XIII – agir, no exercício da função, com displicência, § 3º A autoridade competente classificará as demais
deslealdade ou negligência; transgressões disciplinares em médias ou leves, atenden-
XIV – intitular-se funcionário ou representante de do aos mesmos critérios do parágrafo anterior.
Unidade a que não pertença;
XV – maltratar preso ou internado, sob sua guarda, CAPÍTULO IX
ou usar de violência desnecessária no exercício da fun- Das Sanções Disciplinares
ção;
XVI – deixar de concluir, nos prazos legais ou regula- Art. 23. São sanções disciplinares:
mentares, sem motivos justos, sindicâncias, atos ou pro- I – advertência;
cessos administrativos; II – repreensão;
XVII – deixar de tratar os superiores hierárquicos, ou III – suspensão, conversível em multa;
seus pares e os subordinados com a deferência e urbani- IV – destituição de função;
dade devidas; V – demissão;
XVIII – coagir ou aliciar servidores com o objetivo de VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
impedir ou perturbar o desenvolvimento normal do expe- Art. 24. Na aplicação das sanções disciplinares serão
diente do Sistema Penal, ou reunir-se ou concentrar-se em consideradas:
locais próximos às Unidades prisionais com o mesmo ob- I – repercussão do fato;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

jetivo; II – conseqüências decorrentes da transgressão;


XIX – praticar usura em qualquer de suas formas; III – causas de justificação;
XX – apresentar parte, queixa ou representação in- IV – circunstâncias atenuantes;
fundadas contra superiores hierárquicos, se comprovada V – circunstâncias agravantes.
a má-fé; § 1º São causas de justificação:
XXI – indispor servidores contra seus superiores hi- 1) motivo de força-maior plenamente comprovado;
erárquicos ou provocar, velada ou ostensivamente, ani- 2) ter sido cometida a transgressão na prática de ação
mosidade entre os mesmos; meritória, no interesse do serviço, da ordem e da segurança;
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3) ter cometido o fato em legítima defesa, em estado § 3º Nos casos dos incisos II e III, sempre que a san-
de necessidade, no exercício regular do direito e no estrito ção decorrer de processo administrativo disciplinar, a com-
cumprimento do dever legal. petência para decidir e para aplicá-la é do Secretário de
§ 2º São circunstâncias atenuantes: Estado de Administração.
1) boa conduta funcional; Art. 32. Prescreverão:
2) relevância de serviços prestados. I – em 5 (cinco) anos, as faltas sujeitas às sanções de
§ 3º São circunstâncias agravantes: destituição de função, demissão e cassação de aposenta-
1) má conduta funcional; doria ou disponibilidade;
2) prática simultânea ou conexão de duas ou mais II – em 2 (dois) anos, nos demais casos.
transgressões; § 1º A falta também prevista como delito na Lei Penal
3) reincidência; prescreverá juntamente com este.
4) ser praticada a transgressão em concurso por duas § 2º O curso da prescrição começa a fluir da data do
ou mais pessoas; evento punível disciplinarmente ou do seu conhecimento
5) ter sido praticada a transgressão com premeditação e interrompe-se pela abertura de processo administrativo
ou com abuso de autoridade hierárquica ou funcional. disciplinar.
§ 4º Não haverá transgressão quando for reconheci- § 3º A prescrição não exime o infrator da reparação do
da uma das causas de justificação previstas. dano, se da falta resultar prejuízo material.
Art. 25. A sanção de advertência será aplicada em par-
ticular e verbalmente, em caso de falta leve, comunicada CAPÍTULO X
ao órgão de pessoal. Da Apuração das Infrações Disciplinares
Art. 26. A sanção de repreensão será aplicada, por
escrito, em caso de falta leve. Art. 33. A aplicação das sanções disciplinares será
Art. 27. A sanção de suspensão não excederá de 90 sempre antecedida de sindicância ou apuração sumária da
(noventa) dias, implicando em perda total da remuneração transgressão cometida por funcionário.
correspondente aos dias fixados. § 1º A investigação a que se refere este artigo será
Parágrafo Único. Quando houver conveniência para ultimada no prazo máximo de 15 (quinze) dias pela Comis-
o serviço, a sanção de suspensão poderá ser convertida são ou servidor designado, segundo as regras estabelecidas
em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de pelo Decreto nº 7526, de 06.09.84 (Manual do Sindicante).
remuneração, obrigado, nesse caso, o funcionário a per- § 2º A autoridade competente decidirá no prazo de 48
manecer no serviço durante o número de horas de traba- horas, após o recebimento dos autos.
lho normal. § 3º Verificando a autoridade que é incompetente para
Art. 28. A sanção de suspensão será aplicada: aplicar a sanção cabível, remeterá os autos, no prazo refe-
I – de 1 (um) a 10 (dez) dias, em caso de falta leve; rido no parágrafo anterior, a quem de direito.
II – de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, em caso de falta média;
III – de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias, em caso de CAPÍTULO XI
falta grave. Da Medalha do Mérito Penitenciário
Art. 29. A destituição de função dar-se-á quando
verificada a falta de exação no cumprimento do dever. Art. 34. Fica instituída a Medalha do Mérito Peniten-
Parágrafo Único. o disposto neste artigo não impede ciário, destinada a condecorar quem traga contribuição
a aplicação da sanção disciplinar cabível, quando o desti- valiosa, eficiente e excepcional ao aperfeiçoamento do Sis-
tuído for, também, ocupante de cargo efetivo. tema Penal do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 30. A sanção de demissão, cassação de aposen- § 1º A outorga da Medalha será sempre precedida de
tadoria ou disponibilidade será aplicada nos casos pre- sugestão fundamentada do Diretor-Geral do DESIPE ao
vistos pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Secretário de Estado de Justiça e do Interior, que a subme-
Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro e no seu terá à aprovação do Governador do Estado.
respectivos Regulamento. § 2º Todo expediente concernente à outorga da Me-
Art. 31. São competentes para aplicação das sanções dalha do Mérito Penitenciário se processará em caráter
disciplinares previstas neste decreto: reservado, exceto a sua entrega, que será feita em soleni-
I – o Governador do Estado, em qualquer caso e pri- dade pública.
vativamente, nos casos de demissão de cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade; CAPÍTULO XII
II – os Secretários de Estado e o Diretor-Geral do De- Das Disposições Gerais e Transitórias
partamento do Sistema Penal, em todos os casos, exceto
nos de competência privativa do Governador do Estado; Art. 35. As normas contidas nos Capítulos V, VII,
III – os dirigentes de Unidades Administrativas em geral,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII, IX e X deste decreto são aplicáveis aos ocupantes


nos casos de sanções de advertência, repreensão, suspensão do emprego de Guarda de Presídio, salvo na parte em que
até 30 (trinta) dias e sua conversão em multa, se for o caso. contrariar as normas da CLT.
§ 1º Quando, para qualquer transgressão, for prevista Art. 36. Aos atuais ocupantes dos cargos de Agente
mais de uma sanção disciplinar, a autoridade competente, atenta de Segurança Penitenciária, classe C, fica assegurado o
às circunstâncias de cada caso, decidirá qual a aplicável. direito de ascensão ao cargo de Inspetor de Segurança
§ 2º A aplicação da sanção de destituição de função Penitenciária, Classe A, desde que aprovados em prova
caberá à autoridade que houver feito a nomeação ou a de seleção, obedecida a ordem da classificação e a exis-
designação do funcionário. tência de vagas.
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Art. 37. Anualmente, apurar-se-á, em 31 de dezembro, LEI Nº 4.583, DE 25 DE JULHO DE 2005
a ordem de antigüidade dos funcionários abrangidos por
este decreto, cuja lista será publicada no Diário Oficial. Dispõe sobre a criação da
Parágrafo único. O funcionário que se julgar prejudi- categoria funcional de Inspeto-
cado, terá o prazo improrrogável de 10 (dez) dias para res de Segurança e Administra-
ção Penitenciária e dá outras
contestá-la, a contar da publicação. providências.
Art. 38. O Secretário de Estado de Justiça e do Interi-
or baixará os atos complementares que se fizerem neces- A Governadora do Estado do Rio de Janeiro,
sários à execução deste decreto. Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado
Art. 39. São enquadrados definitivamente, mediante do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
transposição, no Quadro I, Permanente, do Poder Executi- Art. 1º Fica criada e estruturada, na forma desta Lei,
vo do Estado do Rio de Janeiro, os atuais Agentes de no âmbito da Secretaria de Estado de Administração Peni-
Segurança Penitenciária, Agentes Penitenciários e Guar- tenciária, a Categoria Funcional de Inspetores de Segu-
rança e Administração Penitenciária.
das de Presídio estatutário, que ainda não o foram, a se-
Art. 2º A Categoria Funcional de Inspetores de Segu-
rem relacionados mediante ato do Secretário de Estado de rança e Administração Penitenciária a que se refere esta
Justiça e do Interior. Lei é composta por cargos de provimento efetivo, organi-
§ 1º Os enquadrados ora formalizados poderão ser re- zados segundo os quantitativos e atribuições genéricas
vistos, mediante sua anulação, modificação ou alteração. dos Anexos I e II desta Lei, respectivamente.
§ 2º O órgão setorial de pessoal apostilará os títulos Art. 3º O provimento originário dos cargos efetivos
de provimento dos funcionários abrangidos pelo caput, que compõem a Categoria Funcional de Inspetores de
declarando a nova situação que passarão a deter. Segurança e Administração Penitenciária depende de apro-
§ 3º Os efeitos financeiros do enquadramento defini- vação prévia em concurso público de provas e títulos,
dividido em duas fases, a saber:
tivo vigorarão a partir da publicação deste decreto corren- I – a primeira, composta de exame psicotécnico, provas
do a respectiva despesa à conta dos recursos orçamentá- escritas de conhecimentos, exame médico e prova de capaci-
rios próprios do Poder Executivo do Estado do Rio de dade física, e investigação do seu comportamento social.
Janeiro. II – a segunda, de curso de formação profissional,
Art. 40. Este decreto entrará em vigor na data de sua com apuração de freqüência, aproveitamento e conceito.
publicação, revogadas as disposições em contrário. § 1º As regras de cada certame, inclusive a fixação de
Rio de Janeiro, 31 de março de 1986. prazos recursais, serão estabelecidas através de edital pre-
viamente publicado.
LEONEL DE MOURA BRIZOLA § 2º Aprovado na primeira fase, o candidato será ma-
triculado no Curso de Formação Profissional, observados
Governador a ordem de classificação e o número de vagas fixado no
edital do concurso.
Eduardo Seabra Fagundes Art. 4º No concurso público para o provimento dos
Teodoro Buarque de Hollanda cargos efetivos de Inspetor de Segurança e Administração
Leôncio de Aguiar Vasconcellos Penitenciária exigir-se-á, quando da posse, além de outros
documentos reputados necessários, a comprovação de pos-
Anexo I suir o candidato o nível médio de escolaridade.
Quadro de Promoção e Ascensão Art. 5º O candidato será submetido à prova de inves-
tigação do seu comportamento social, que poderá esten-
CATEGORIA der-se até o ato de investidura, considerando-se seus an-
CLASSE PROMOÇÃO ASCENSÃO
FUNCIONAL tecedentes criminais e seu comportamento social, bem
Inspetor de Segurança
C – como sua conduta no curso de formação profissional.
Penitenciária
B C – Art. 6º Será considerado inabilitado e automaticamente
A B
excluído, em qualquer fase do certame, o candidato que,
C –
Agente de Segurança
B C
Inspetor de Segurança em qualquer prova, obtiver nota inferior ao mínimo fixado
Penitenciária
A B
Penitenciária A no edital do concurso.
Parágrafo Único. O regulamento do concurso estabe-
lecerá a nota mínima, que não poderá ser menor do que 50
Anexo II (cinqüenta) por disciplina.
CATEGORIA
FUNCIONAL
SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES GERAIS CLASSES Art. 7º O candidato julgado inapto ou contra-indicado,
Executar, sob supervisão, atividades relacionadas C nos exames psicotécnico ou médico, nas provas de capaci-
à manutenção da ordem, segurança, disciplina e dade física ou de investigação do comportamento social,
vigilância dos estabelecimentos penais; dirigir
veículos automotores terrestres oficiais, quando
será excluído do concurso através de ato motivado.
Agente de Segurança
habilitados e credenciados; escoltar presos e B Art. 8º O Poder Executivo, através de Comissão Es-
Penitenciária
internados; zelar pela segurança de pessoas ou pecial de Estágio Probatório, promoverá, trimestralmente,
bens; participar, ativamente, dos programas de
a avaliação especial do desempenho do estagiário, com
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reabilitação social, tratamento e assistência aos


presos e internados. A vistas à sua confirmação no respectivo cargo, assegurada
Executar e fiscalizar, sob orientação superior,
C a ampla defesa.
Inspetor de Segurança
as atribuições próprias dos Agentes de Parágrafo Único. Ao final de 03 (três) anos, se o servi-
Penitenciária
Segurança Penitenciária, supervisionando-as e
B dor for confirmado no cargo, será considerado estável.
respondendo por aquelas que envolvem níveis
de maior complexidade e dificuldade Art. 9º São transpostos para a categoria a que se
A
refere o art. 1º desta Lei os cargos de Agente de Seguran-
ça Penitenciária e de Inspetor de Segurança Penitenciária,
ATRIBUIÇÃO ESPECIAL procedida a alteração de nomenclatura e respeitada a li-
Chefiar equipes de Agentes de Segurança Penitenciária. nha de concorrência, na forma a seguir:
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I – os cargos vagos e os ocupados de Agente de Anexo I
Segurança Penitenciária, Classe I, ao cargo de Inspetor de Quantitativo de Cargos
Segurança e Administração Penitenciária, Classe I;
II – os cargos vagos e os ocupados de Agente de CATEGORIA FUNCIONAL CLASSES QUANT.
Segurança Penitenciária, Classe II, ao cargo de Inspetores Inspetor de Segurança e
I 1500
de Segurança e Administração Penitenciária, Classe II; Administração Penitenciária
III – os cargos vagos e os ocupados de Agente de Inspetor de Segurança e
II 2500
Segurança Penitenciária, Classe III, ao cargo de Inspetor Administração Penitenciária
de Segurança e Administração Penitenciária, Classe III; Inspetor de Segurança e
III 3000
IV – os cargos vagos e os ocupados de Inspetor de Administração Penitenciária
Segurança Penitenciária, Classe I, ao cargo de Inspetor de Anexo II
Segurança e Administração Penitenciária, Classe I; Das Atribuições Genéricas
V – os cargos vagos e os ocupados de Inspetor de
Segurança Penitenciária, Classe II, ao cargo de Inspetor Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária
de Segurança e Administração Penitenciária, Classe II;
VI – os cargos vagos e os ocupados de Inspetor de • exercer atividade de nível médio, envolvendo a super-
Segurança Penitenciária, Classe III, ao cargo de Inspetor visão, coordenação, orientação e execução de ativida-
de Segurança e Administração Penitenciária, Classe III. des relacionadas à manutenção da ordem, segurança,
§ 1º As transposições disciplinadas neste artigo, quan- disciplina e vigilância dos estabelecimentos penais;
to aos cargos ocupados, aplicam-se apenas àqueles cuja • dirigir veículos automotores terrestres oficiais; es-
investidura haja observado as pertinentes disposições coltar presos e internos; zelar pela segurança de
constitucionais e legais, quando ocorrida antes de 5 de pessoas ou bens; participar ativamente dos pro-
outubro de 1988 e, se posterior a essa data, tenha decorri- gramas de reabilitação social, tratamento e assis-
tência aos presos e internos;
do de aprovação em concurso público. • exercer, ainda, quando ocupante da 1ª, 2ª e 3ª classes,
§ 2º A transposição dos cargos referidos nesta Lei atividades que envolvam maior complexidade e difi-
não poderá gerar aumento de despesa. culdade, supervisionando-as; revisar trabalho de fun-
Art. 10. O vencimento-base da Categoria Funcional cionários de classe igual ou inferior, além do controle,
de Inspetores de Segurança e Administração Penitenciá- orientação, coordenação, fiscalização e a chefia de equi-
ria corresponderá ao percebido pelos atuais ocupantes pes de inspetores hierarquicamente subordinados;
dos cargos de Agente de Segurança Penitenciária e de executar atividades de apoio técnico operacional, no
Inspetor de Segurança Penitenciária. âmbito do sistema penitenciário, compreendendo es-
Art. 11. O Adicional por Tempo de Serviço é devido tudos, pesquisas, análises e projetos sobre a adminis-
nos limites da legislação em vigor. tração de pessoal, material, organização, métodos e
Art. 12. Ficam extintas as carreiras de Agente de Se- trabalhos técnicos de segurança penitenciária;
gurança Penitenciária, Inspetor de Segurança Penitenciá- • exercer outras atividades que forem definidas por
ria e Técnico de Segurança Penitenciária do Quadro de lei ou outro ato normativo.
Pessoal da Secretaria de Estado de Administração Peni- LEI Nº 4.583, DE 25 DE JULHO DE 2005
tenciária.
Art. 13. Ficam assegurados aos respectivos inativos Parte vetada pela Governadora do Estado do Rio de
e pensionistas os direitos previstos nesta Lei. Janeiro e mantida pela Assembléia Legislativa do Projeto
Art. 14. Aos atuais ocupantes dos cargos de Agente que se transformou na Lei nº 4.583, de 25 de julho de 2005,
de Segurança Penitenciária e de Inspetor de Segurança que “DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DA CATEGORIA
Penitenciária, e respectivos aposentados e pensionistas, FUNCIONAL DE INSPETORES DE SEGURANÇA E AD-
fica resguardado o direito de se manifestar em sentido MINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA E DÁ OUTRAS PRO-
contrário ao enquadramento previsto nesta Lei, no prazo VIDÊNCIAS”, oriunda do Projeto de Lei nº 2.573, de 2005.
máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de
publicação desta Lei. Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado
Art. 15. Os proventos de aposentadoria, as pensões do Rio de Janeiro, manteve, e eu, Presidente, nos termos
do § 5º combinado com o § 7º do art. 115 da Constituição
e os vencimentos dos destinatários desta Lei serão rea- Estadual, promulgo a seguinte parte da Lei nº 4.583, de
justados na mesma data do aumento geral de vencimen- 25 de julho de 2005:
tos dos demais servidores do Poder Executivo Estadual.
Art. 16. Dentro do prazo de validade legal, os aprova- A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO
dos em concursos anteriores para as carreiras de agentes RIO DE JANEIRO
de segurança e inspetores de segurança penitenciária te- DECRETA:
rão garantia de aproveitamento e de transposição nos ter- Art. 1º ......................................................................
mos previstos nesta Lei. Veto derrubado pela ALERJ (Pu- .................................................................................
blicado no D.O. – P.II, de 26/10/2005) Art. 16. Dentro do prazo de validade legal, os aprova-
Art. 17. O Poder Executivo baixará, se necessário, dos em concursos anteriores para as carreiras de agentes
de segurança e inspetores de segurança penitenciária te-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

normas complementares à plena execução desta Lei.


Art. 18. As despesas decorrentes da presente Lei cor- rão garantia de aproveitamento e de transposição nos ter-
mos previstos nesta Lei.
rerão à conta das dotações orçamentárias próprias. Art. 19. (...)
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
cação, revogadas as disposições em contrário. Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 25 de julho de 2005. em 25 de outubro de 2005.
ROSINHA GAROTINHO DEPUTADO JORGE PICCIANI
Governadora Presidente

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