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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO


PATROCÍNIO

FACULDADE DE FARMÁCIA ITU

ANDREIA MARIA DOS SANTOS PIRES

TOXICOLOGIA

ITU

2021
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ANDREIA MARIA DOS SANTOS PIRES

TOXICOLOGIA

Trabalho apresentado ao Curso de Farmácia


ao Centro Universitário Nossa Senhora do
Patrocínio, a ser utilizado como diretrizes de
dependência.

Orientador: Prof.

ITU

2021
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................4
Áreas para Aplicação da Toxicologia.............................................................5

Primeira Avaliação.........................................................................................6

Diagnóstico da Intoxicação..........................................................................6

Exames Físicos..............................................................................................7

Exames Complementares..............................................................................7

INTOXICAÇÃO AGÚDA........................................................7
Diagnóstico..................................................................................................7

Tratamento e Descontaminação...................................................................7

Antídotos...................................................................................................9
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INTRODUÇÃO
A toxicologia é um estudo que abrange os adversos efeitos de
substâncias químicas nos organismos vivos. É uma ciência
conhecida desde os tempos primórdios da humanidade, desde
esses tempos já tinham o conhecimento sobre os efeitos tóxicos,
como dos animais e das plantas. Essas toxinas eram usadas para
caças e também eram usadas como armas nas guerras; há
registros bíblicos sobre flechas envenenadas e também eram
usadas para penas de morte assim como foi com Sócrates (470
a.C).

O papiro encontrado cerca de 1.500 a.C, escrito por Ebers,


continha mais de 800 registros de ingredientes tóxicos, entre
eles metais, venenos de animais e vegetais tóxicos.

A experiência toxicológica de Mitridates (120 a.C) foram uma


das primeiras já feitas. Ele temia ser envenenado, por isso
ingeria regularmente um composto com um dos ingredientes
sendo gordura de víbora. Em Roma, por volta de 82 a.C foi
criada a primeira lei contra envenenadores.

Discórides um médico grego, criou a primeira classificação


diferenciando os venenos do reino animal, vegetal e mineral. Por
exemplo, o veneno dos sapos e das serpentes é classificado
como toxinas do reino animal, já o veneno das plantas como a
cicuta foi classificado como toxinas do reino vegetal, e também
temos as toxinas do reino mineral, como o chumbo e o cobre.

Do fim da idade média até o inicio do renascentismo, venenos


eram muito utilizados, assim para a sociedade o risco de morte
cotidiana por envenenamento era normal.

Philippus (1493-1541), um medico alquimista de grande


importância para a medicina e ciência. Ele desenvolveu
princípios revolucionários de toxicologia, farmacologia e
terapêutica, muito deles são utilizados até hoje. O conceito da
relação dose-resposta foi gerado através destes princípios e se
tornou um dos pontos fundamentais da toxicologia.

Através de especialistas como Fontana, Megendie, Bernadino,


Claude Bernard, e vários outros, foi possível sabermos tanto
assim sobre as toxinas hoje em dia. A toxicologia de atualmente,
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se originou no fim dos anos 1850 com a chegada dos


analgésicos e desinfetantes. Essa foi à fase do teste de muitos
medicamentos, o que acabou provocando várias intoxicações. E
em 1890 até o inicio de 1900, iniciaram os testes em animais.

Hoje em dia há uma preocupação maior com o uso de


substâncias químicas. Dados são coletados para gerar um
controle regulatório de substâncias químicas em alimentos, no
ambiente e na natureza. E atualmente há centenas de profissões
e organizações que trabalham com a toxicologia. Assim vemos
que o estudo da toxicologia foi um conhecimento útil para a
ciência e para a sociedade em geral.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2012,


cerca de 193.460 pessoas morreram em todo o mundo por conta
das intoxicações não intencionais. A intoxicação é um problema
de saúde pública de importância global. Em torno de quase
370.000 de pessoas morrem todo ano usando substâncias
químicas para cometerem suicídio.

Apesar do agravo na demanda diária dos serviços de saúde, o


tema ainda é negligenciado na graduação dos profissionais de
saúde

ÁREAS PARA APLICAÇÃO DA


TOXICOLOGIA:
- Ecotoxicologia: é a caracterização e o estudo dos efeitos de
substâncias tóxicas ou da mistura de substâncias em um
ecossistema. Seu principal objetivo é explicar e predizer os
efeitos da exposição a determinadas substâncias em vários
níveis de organizações biológicas.

- Toxicologia de alimentos: é direcionada aos alimentos que


podem ser tóxicos de duas maneiras; um alimento não tóxico
pode se tornar tóxico por meio de algum ato do homem ou da
natureza ou pelo consumo excessivo. A maioria das doenças de
origem alimentar é causada pela contaminação microbiológica
de alimentos.

- Toxicologia analítica: envolve a aplicação das ferramentas da


química analítica para a estimativa de produtos químicos que
podem exercer efeitos adversos sobre os organismos vivos.
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- Toxicologia forense: envolve o uso de toxicologia para efeitos


da lei, sendo a mais comum a identificação de produtos
químicos que podem ter sido usados como agentes causadores
de morte ou lesão.

- Toxicologia clínica: engloba os conhecimentos nas


especialidades de toxicologia médica, toxicologia aplicada e
informações clínicas sobre envenenamentos.

- Toxicologia ocupacional: é a aplicação dos princípios e da


metodologia da toxicologia para riscos químicos e biológicos
encontrados no trabalho.

PRIMEIRA AVALIAÇÃO
O primeiro passo para evitar a piora clinica de um paciente
intoxicado, é realizar um breve exame físico para assim
identificar as medidas necessárias para estabilizar o individuo.
Portanto é fundamental checar:

 Sinais vitais;
 Nível e estado de consciência;
 Pupilas;
 Temperatura e umidade da pele;
 Oximetria de pulso;
 Medida de glicose capilar;
 Obter ECG e realizar monitoramento eletrocardiografia se
necessário;
 Manter vias aéreas abertas e realizar intubação orotraqueal
(IOT), se necessário;
 Obter acesso venoso calibroso;
 Administrar tiamina e glicose via intravenoso (IV) se o
paciente se apresentar com alteração de consciência;
 Administrar naloxona em pacientes com hipótese de
intoxicação por opioide;
 Procurar sinais de trauma, infecção, marca de agulha ou
edema de extremidades.

DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO
O diagnostico envolve a história da exposição, o exame físico e
exames complementares de rotina e toxicológicos. Para história
da exposição utiliza-se a estratégica dos “5 Ws”, isto é, deve se
obter os dados sobre o paciente (Who? - Quem?), a substância
utilizada (What? - O quê?), o horário da exposição (When? -
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Quando?), local do ocorrido (Where? - Onde?) e motivo da


exposição (Why? - Por quê?). Deve se ficar atento para o fato de
que muitas das informações podem ter sido omitidas ou
distorcidas.

EXAMES FÍSICOS
Realizar exames físicos verificando os principais sinais e
sintomas do paciente, como:

 Odores característicos;
 Achados cutâneos;
 Temperatura;
 Alteração de pupilas;
 Alterações da consciência;
 Anormalidades neurológicas;
 Alterações cardiovasculares;
 Anormalidades respiratórias;
 Achados do aparelho digestório.

Esses sintomas quando agrupados, podem caracterizar uma


determinada síndrome tóxica. As primeiras síndromes tóxicas
utilizadas para o diagnostico da intoxicação aguda são: síndrome
sedativo-hipnótica, opioide, colinérgica, anticolinérgica,
adrenérgica, serotoninérgica e extrapiramidal.

EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames laboratoriais, ECG, exames de imagem (RX, TC) ou
endoscopia digestiva alta, são exames solicitados dependendo
do agente toxicologico.

INTOXICAÇÃO AGUDA
DIAGNÓSTICO

No diagnóstico poderá ser confirmado ou excluído substâncias


suspeitas, baseado nas síndromes tóxicas vistas a partir da
história e exames físicos. No caso de intoxicação por múltiplas
substâncias. E no prognóstico é avaliado a gravidade da
intoxicação, e é confirmado o diagnóstico.

TRATAMENTO E DESCONTAMINAÇÃO

A maneira adequada de manejar um paciente suspeito de


intoxicação depende do agente tóxico e da sua toxicidade, e
também do tempo entre a exposição e o atendimento. O
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tratamento envolve medidas especificas como a


descontaminação, administração de antídotos e técnicas de
eliminação.

A descontaminação é o ato da remoção do agente tóxico para


diminuir sua absorção. A equipe de atendimento deve tomar as
precauções para se proteger da exposição ao produto tóxico. Os
seguintes procedimentos estão indicados, de acordo com a via
de exposição:

 Cutânea: lavar superfície exposta e retirar roupas


impregnadas com o agente tóxico;
 Respiratória: retirar a vitima do local da exposição e
administrar oxigênio;
 Ocular: aplicar uma ou duas gotas de colírio
anestésico no olho afetado e proceder à lavagem com
SF 0,9% ou água filtrada, da região medial do olho
para a região externa, com as pálpebras abertas
durante no mínimo cinco minutos. Solicitar
oftalmologia;
 Gastrintestinal: é a remoção do agente tóxico do trato
gastrintestinal para evitar e diminuir a absorção.

A descontaminação Gastrintestinal depende da substância


ingerida, do tempo de ingestão, dos sintomas apresentados e da
gravidade do caso. É recomendada a avaliação do nível de
consciência do paciente, antes de iniciar o procedimento, e
sempre considerar intubação orotraqueal, se necessário, para
proteção de vias aéreas. Os maiores benefícios desse
procedimento são para situações, como:

 Na ausência de fatores de risco para complicações;


 Na ingestão de grandes quantidades da substância tóxica;
 Nas ingestões recentes (até 1 e 2 horas da exposição);
 Em casos que envolvam substancias que diminuam o
trânsito intestinal ou de substância de liberação
prolongada, a descontaminação pode ser mais tardia.

Esse procedimento divide-se em duas etapas: a lavagem gástrica


em seguida a administração do carvão ativado.

A lavagem gástrica é feita por infusão seguida por uma


aspiração de soro fisiológico (SF 0,9%) através da sonda
nasogástrica ou orogástrica, para retirar a substância tóxica
ingerida. Já o carvão ativado é um pó com partículas porosas
com um alto poder adsorvente do agente tóxico, assim
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prevenindo a absorção pelo organismo. Também temos a


lavagem intestinal, que consiste na administração de solução de
polietilenoglicol (PEG) via sonda naso-enteral para eliminar os
agentes através do trato gastrintestinal pelas fezes.

ANTÍDOTOS
São substâncias que agem no organismo neutralizando ações de
outras substâncias químicas. A administração de medicamentos
não é a primeira conduta a ser tomada. A maior parte das
situações de intoxicação podem ser tratadas somente com
medidas de suporte e sintomáticos, entretanto em algumas
situações exigem administração de medicamentos, e às vezes de
alguns específicos.

As principais medidas utilizadas para potencializar a eliminação


de agentes tóxicos são:

 Carvão ativado em dose-múltipla;


 Alcalização urinária;
 Hemodiálise ou hemoperfusão.
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Referências
Toxicologia e segurança/ Fernanda de Cássia Frasson Carvalho – Londrina:
Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2016. 192 p.

Manual de toxicologia clínica – Orientação para assistência e vigilância das


intoxicações agudas 1ª edição/ São Paulo- SP 2017

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