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Educação especial

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Jovem com deficiência física

A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas


com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes
especializados (como por exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que
atendem a pessoas com deficiência intelectual). São também considerados público-alvo dessas
escolas crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas
habilidades/superdotação de acordo com o art. 58 da Lei de diretrizes e bases da educação
nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, que diz:

“Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.”

A educação especial é uma educação organizada para atender especifica e exclusivamente alunos
com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo de
necessidade, enquanto outras se dedicam a vários. O ensino especial tem sido alvo de criticas por
não promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Por outro lado, a
escola direcionada para a educação especial conta com materiais, equipamentos e professores
especializados. O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogicamente
transformado para atender de forma inclusiva.
Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que difere,
entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno.

Ela se desenvolve em torno da igualdade de oportunidades, atendendo às diferenças individuais


de cada criança através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os
educandos podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades. O Ensino
Especial tem ganhado visibilidade nas últimas duas décadas devido ao movimento de educação
inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas por sua exclusividade e por não promover o
convívio entre as crianças especiais e as demais crianças.

O termo "educação especial" denomina tanto uma área de conhecimento quanto um campo de
atuação profissional. De um modo geral, a educação especial lida com aqueles fenômenos de
ensino e aprendizagem que não têm sido ocupação do sistema de educação regular, porém têm
entrado na pauta nas últimas duas décadas, devido ao movimento de educação inclusiva.
Historicamente, a educação especial vem lidando com a educação e aperfeiçoamento de
indivíduos que não se beneficiaram dos métodos e procedimentos usados pela educação regular.
Dentro de tal conceituação, no Brasil, inclui-se em educação especial desde o ensino de pessoas
com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
passando pelo ensino de jovens e adultos, alunos do campo, quilombolas e indígenas, até mesmo
o ensino de competências profissionais.

Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que difere,
entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno.

Por outro lado, as escolas com educação especializada contam com materiais, tecnologia,
equipamentos e professores especializados. enquanto o sistema regular de ensino ainda precisa
ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.

Dentre os profissionais que trabalham ou atuam em educação especial, estão: educador especial,
educador físico, pedagogo, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional,
psicopedagogo, neuropsicopedagogo, dentre outros.

Sendo assim, é necessário antes de tudo, tornar reais os requisitos para que a escola seja
verdadeiramente inclusiva, e não excludente.

Índice
 1 Crianças com necessidades especiais
 2 Atendimento Educacional Especializado – AEE
o 2.1 AEE para alunos com deficiência visual
o 2.2 AEE para alunos com deficiência intelectual
 3 A educação da criança com deficiência auditiva
 4 Sala de recursos
 5 Tecnologias especiais para crianças com necessidades especiais
 6 Vantagens
 7 A adaptação do sistema educativo
 8 Perspectivas históricas da educação especial: a caminho da inclusão
 9 Integração X Inclusão
 10 Alunos atendidos pela Educação Especial
 11 Como está sendo feita a inclusão de alunos com deficiência que nunca tiveram contato
com as classes regulares? É necessário algum tipo de adaptação?
 12 Objetivo da política nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva
 13 Diretrizes da política nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva
 14 Legislação e Inclusão
 15 Legislação que regulamenta a Educação Especial no Brasil
 16 Ver também
 17 Ligações externas
 18 Referências

Crianças com necessidades especiais


Crianças com necessidades especiais são aquelas que, por alguma diferença no seu
desenvolvimento, requerem certas modificações ou adaptações complementares ou
suplementares no programa educacional,visando torná-las autônomas e capazes de serem mais
independentes possíveis para que possam atingir todo seu potencial. As diferenças podem advir
de condições visuais, auditivas, mentais, intelectuais ou motores singulares, de condições
ambientais desfavoráveis, de condições de desenvolvimento neurológico, psicológico ou
psiquiátrico específicos.

Reuven Feuerstein afirma que a inteligência pode ser "ensinada".[1] A Teoria da modificabilidade
cognitiva estrutural, elaborada por ele, afirma que a inteligência pode ser estimulada em qualquer
fase da vida, concedendo ao indivíduo (mesmo considerado inapto) a capacidade de aprender.
Seu próprio neto (portador de síndrome de Down) foi auxiliado por seus métodos.[2]

No Brasil, muitas são as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com necessidades especiais,
dificuldades de acessibilidade e falta de tecnologias assistivas, principalmente nas escolas que
estão realizando a inclusão de alunos com deficiências no ensino regular.

Ser uma criança especial é ser uma criança diferente, e essa diferença esta também no professor
atuante na área ou seja fazer e ser diferente.

Atendimento Educacional Especializado – AEE


O atendimento educacional especializado (AEE) é uma modalidade de ensino amparada
juridicamente por um conjunto de legislações no Brasil que asseguram a inclusão de alunos com
deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, oferecendo
recursos pedagógicos e de acessibilidade que atendam às demandas de suas necessidades
específicas. O atendimento às necessidades educacionais especiais, além de exigir uma sólida
formação inicial e contínua de professores e profissionais, também requer que o professor do
AEE busque articulação com as demais áreas de políticas setoriais para fortalecer uma rede
intersetorial de apoio ao desenvolvimento integral do aluno.

"A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o


sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam
quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações
físicas de grau e gravidade variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão
ocorrida. (BRASIL, 2004, p. 11). "

AEE para alunos com deficiência visual

"A deficiência visual envolve as condições de cegueira e de baixa visão. A pessoa cega apresenta
perda total da visão até a ausência de projeção de luz, enquanto pessoas com baixa visão
conseguem perceber a projeção de luz, mas sua acuidade visual interfere e limita seu
desempenho. A pessoa cega aprende por meio dos sentidos remanescentes (tato,audição, olfato,
paladar) e utiliza o sistema Braille como principal meio de comunicação escrita. A pessoa com
baixa visão (anteriormente chamada de visão parcial ou visão subnormal) aprende por meio
visual, mas com a utilização de recursos específicos (BRASIL, 2003)."

AEE para alunos com deficiência intelectual

A história nos apresenta muitos estudiosos preocupados com a compreensão do funcionamento


da inteligência, tanto em seus aspectos de normalidade e potencialidades como em suas
fraquezas, dificuldades e alterações. Dos estudos surgiram teorias utilizadas para explicar o
funcionamento humano e a capacidade de aprendizagem dos indivíduos nas diferentes fases de
crescimento e desenvolvimento. Entre esses estudos encontramos a teoria psicogenética de
Piaget(1896–1980),segundo a qual a inteligência se constrói pela ação do homem sobre o objeto
do conhecimento. Para Vygotsky (1896–1934) e seus colaboradores (Leontiev e Luria),
expoentes da teoria histórico-cultural, é decisiva a influência positiva dos fatores sociais e
culturais no desenvolvimento da inteligência. Ou seja, o desenvolvimento mental do indivíduo é
reflexo de seu desenvolvimento cultural.

Para o psicólogo israelense Reuven Feuerstein (1921–2014), criador da teoria da


modificabilidade cognitiva estrutural (MCE), todas as pessoas, independentemente de sua idade
ou origem étnica ou cultural, nascem com um potencial de aprendizagem a ser desenvolvido.
Entretanto, a maioria apresenta falhas no funcionamento cognitivo em decorrência da falta de
estímulos adequados. Por meio de apoio psicopedagógico sistemático, de recursos e instrumentos
concretos, o indivíduo é capaz de modificabilidade e ganhos em seu potencial cognitivo.

A educação da criança com deficiência auditiva


Crianças fazendo sinal V

A educação é crucial no crescimento da pessoa. A educação da criança surda é um direito, faz


parte da sua condição como ser humano, e o dever de educar é uma exigência da pessoa adulta,
dos pais e dos educadores. Para a criança surda, tal como para a criança ouvinte, o pleno
desenvolvimento das suas capacidades linguísticas, cognitivas, emocionais e sociais é uma
condição imprescindível para o seu desenvolvimento.

É por meio dos relacionamentos sociais que descobrimos o que é necessário para viver na
sociedade. O primeiro contato social da criança é no meio familiar. Segundo Santana e Bergamo
(2005),os surdos foram durante muito tempo condenados por sua condição, considerados
doentes, pela falta da comunicação oral e escondidos da sociedade pela sua família. A língua de
sinais era proibida. Recentemente, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) [3] foi reconhecida como
língua materna dos surdos, através da Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, o que proporcionou
aos mesmos um reconhecimento perante a sociedade.O Decreto Federal n° 5.626[4], de 22 de
dezembro de 2005, estabelece que os alunos surdos tenham direito a educação da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) e a língua portuguesa como sua segunda língua; logo as crianças
devem ter acesso a língua especial o mais cedo possível, o que em geral acontece nas escolas.

No ano de 2006 e 2009, o ministério da educação (MEC) certificou mais de 5.000 interpretes da
língua de sinais. Mais de 7,6 mil cursos superiores como pedagogia, fonoaudiologia e letras
oferecem a disciplina, porém o número para atender a demanda das escolas é muito pequeno.
São Paulo contém apenas 19 interpretes para atender mais de 200 alunos; Estimasse que no
Brasil exista 230 interpretes capacitados em sala de aula. A inclusão da Libras no cotidiano da
sociedade, principalmente nas escolas, seria indispensável para o desenvolvimento social do
surdo. É importante para os surdos que as pessoas consigam comunicar-se com eles através da
Libras.Serviços básicos como saúde, educação e comércio em geral muitas vezes não possuem
pessoas qualificadas para o atendimento ao surdo, fazendo com que ele se sinta ainda mais
excluído.

Nas escolas é fundamental os recursos visuais para ajudar o desenvolvimento dos surdos, sempre
com materiais pedagógicos ilustrados e com maior quantidade possível de referências que
possam ajudar como: caderno de vocabulário, dicionário, manuais em libras, etc, devem também
oferecer apoio no contra turno.

A utilização de Libras nas escolas deve ser obrigada, as crianças com deficiência têm a
necessidade de aprender o quanto antes, o aprendizado da língua deve ser incentivado tornando a
educação dos surdos facilitada e incluída na educação brasileira. A aprendizagem social ou
educacional precisa de contribuições desde o nascimento da criança, sendo compreendida pelas
suas características. O relacionamento interpessoal familiar, faz diferença no modo como essa
criança irá se identificar enquanto parte das relações sociais. [5]

Sala de recursos
Sala de Recursos são espaços (salas) destinados ao atendimento aos alunos com necessidades
educacionais especiais que estão inseridos na educação regular por meio da política de Educação
Inclusiva. Trata-se de salas com materiais diferenciados, além de contar com profissionais
preparados especificamente para o atendimento às diversas necessidades educativas especiais dos
educandos.

Tecnologias especiais para crianças com necessidades


especiais
A Educação Especial desenvolve-se em torno da igualdade de oportunidades, em que todos os
indivíduos, independentemente das suas diferenças, deverão ter acesso a uma educação com
qualidade, capaz de responder a todas as suas necessidades. Desta forma, a educação deve-se
desenvolver de forma especial, numa tentativa de atender às diferenças individuais de cada
criança, através de uma adaptação do sistema educativo.

A evolução das tecnologias permite cada vez mais a integração de crianças com necessidades
especiais nas nossas escolas, facilitando todo o seu processo educacional e visando a sua
formação integral. No fundo, surge como uma resposta fundamental à inclusão de crianças com
necessidades educativas especiais num ambiente educativo.

Como uma das respostas a estas necessidades surge a utilização da tecnologia, com o
desenvolvimento da Informática veio a se abrir um novo mundo recheado de possibilidades
comunicativas e de acesso à informação, manifestando-se como um auxílio a pessoas com
necessidades educativas especiais.

Partindo do pressuposto que aprender é fazer, a tecnologia deve ser encarada como um elemento
cognitivo capaz de facilitar a estruturação de um trabalho viabilizando a descoberta, garantindo
condições propícias para a construção do conhecimento. Na verdade são inúmeras as vantagens
que advêm do uso das tecnologias no campo do ensino – aprendizagem no que diz respeito a
crianças especiais.

Assim, o uso da tecnologia pode despertar em crianças especiais um interesse e a motivação pela
descoberta do conhecimento tendo em base as necessidades e interesses das crianças. A
deficiência deve ser encarada não como uma impossibilidade, mas como uma força, onde o uso
das tecnologias desempenha um papel significativo.

Vantagens
O uso das tecnologias no campo do ensino-aprendizagem traz inúmeras vantagens no que
respeita às crianças com necessidades especiais, permitindo:

 Alargar horizontes levando o mundo para dentro da sala de aula;


 Aprender fazendo;
 Melhorar capacidades intelectuais, tais como a criatividade e a eficácia;
 Permitir que um professor ensine simultaneamente em mais de um local;
 Permitir vários ritmos de aprendizagem numa mesma turma;
 Motivar o aluno a aprender continuamente, pois utiliza um meio com que ele se
identifica;
 Proporcionar ao aluno os conhecimentos tecnológicos necessários para ocupar o seu lugar
no mundo do trabalho;
 Aliviar a carga administrativa do professor, deixando mais tempo livre para dedicar ao
ensino e à ajuda a nível individual;
 Estabelecer a ponte entre a comunidade e a sala de aula.

A adaptação do sistema educativo


A adaptação do sistema educativo a crianças com necessidades especiais deve procurar:

 Incentivar e promover a aplicação das tecnologias da informação e comunicação ao


sistema de ensino. Promover a utilização de computadores pelas crianças e jovens com
necessidades especiais integrados no ensino regular, criar áreas curriculares específicas
para crianças e jovens de fraca incidência e aplicar o tele-ensino dirigido a crianças e
jovens impossibilitados de frequentar o ensino regular.
 Adaptar o ensino das novas tecnologias às crianças com necessidades especiais,
preparando as escolas com os equipamentos necessários e promovendo a adaptação dos
programas escolares às novas funcionalidades disponibilizadas por estes equipamentos.
 Promover a criação de um programa de formação sobre a utilização das tecnologias da
informação no apoio às crianças com necessidades especiais, destinados a médicos,
terapeutas, professores, auxiliares e outros agentes envolvidos na adequação da
tecnologia às necessidades das crianças.

Perspectivas históricas da educação especial: a caminho da


inclusão
Educação Especial: contexto histórico Para entender melhor sobre a educação especial no
Brasil no s dias atuais, faz-se necessário uma abordagem sucinta sobre a sua historicidade.
Devemos recordar que na antiguidade, os deficientes não eram vistos com bons olhos, é o que
diz Aranha (1979), “a deficiência nessa época, inexistia enquanto problema, sendo que as
crianças que apresentavam deficiências imediatamente detectáveis, a atitude adotada era a da
‘exposição’, ou seja, o abandono ao relento, até a morte”.

A idade média, é marcada pelo interesse da medicina, aos portadores de alguma deficiência,
porém, os indivíduos ainda eram discriminados pela sociedade,o interesse maior era com relação
aos indivíduos que por algum motivo , se tornaram deficientes físicos e passariam a ser
sustentados pelo governo, a iniciativa da medicina era devolver a estes, uma maneira de voltar a
trabalhar e prover o seu próprio sustento.

No Brasil, por volta do século XIX, as crianças com deficiências passaram a ser cuidadas por
instituições religiosas, que passaram a crer que esses seres tinham alma e não mereciam o
sacrifício de suas vidas. No início do século XX, houve o surgimento das escolas com
atendimentos especiais, porém, uma educação a parte, esse alunado teria convívio apenas com
outros portadores de necessidades especiais, eram instituições de natureza filantrópica como as
APAES (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Por volta da década de 1950, a
história da educação especial no Brasil, é marcada pela criação do Instituto Benjamin Constant
(para pessoas cegas) e Instituto Nacional de Educação de Surdos /INES (para pessoas surdas),
porém a oferta de atendimento era muito abaixo da demanda.

Um passo importante para a educação e special, foi a declaração de Salamanca, criado em 1.994
pelo governo Espanhol, se refere as necessidades educacionais especiais, nela, tratam-se os
princípios, direitos, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. A
declaração de Salamanca, aborda o s direitos da inclusão no sistema de ensino regular; os direitos
humanos; um sistema de educação para todos; apresenta proposta para uma nova visão
educacional especial, com orientações e organizações que podem ser trabalhadas ao nível
regional, nacional e internacional; apresenta um direcionamento a os educadores e as adequações
necessárias nas escolas para o recebimento dos alunos com alguma deficiência. A declaração de
Salamanca, abriu caminhos para uma educação inclusiva mais justa, pois,

[...] O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as
crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
linguísticas ou outras. Deve acolher crianças com deficiência e crianças bem-dotadas, crianças
que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e
crianças de outros grupos, ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas (1994, p. 17-18)

No Brasil, o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a Convenção Internacional


sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova
York, e m 30 de março de 2007 , rege os direitos da pessoa com deficiência, onde esses, teriam o
direito a educação inclusiva, pois os atendimentos em salas especiais o tornaram excluídos da
sociedade. Conforme parágrafo 2 artigo 24 que se refere a convenção, não pode haver exclusão
do sistema de ensino regular, pelo fato de ser portadores de deficiências, devem ter acesso à
educação inclusiva, acomodação, suporte e apoio individual caso seja necessitado.

Conforme descrito na convenção de Nova Iorque, em seu artigo 1, pessoas com deficiência, “são
aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”

Integração X Inclusão
A integração escolar, cuja metáfora é o sistema de cascata, é uma forma condicional de inserção
em que vai depender do aluno, ou seja, do nível de sua capacidade de adaptação às opções do
sistema escolar, a sua integração, seja em uma sala regular, uma classe especial, ou mesmo em
instituições especializadas. Trata-se de uma alternativa em que tudo se mantém, nada se
questiona do esquema em vigor.

Já a inclusão institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática, uma vez que
o objetivo é incluir um aluno ou grupo de alunos que não foram anteriormente excluídos. A meta
da inclusão é, desde o início não deixar ninguém fora do sistema escolar, que terá de se adaptar
às particularidades de todos os alunos para concretizar a sua metáfora — o caleidoscópio.
(MONTOAN,2012)

Alunos atendidos pela Educação Especial


Por muito tempo perdurou o entendimento de que a educação especial organizada de forma
paralela à educação comum seria mais apropriada para a aprendizagem dos alunos que
apresentavam deficiência, problemas de saúde, ou qualquer inadequação com relação à estrutura
organizada pelos sistemas de ensino. Essa concepção exerceu impacto duradouro na história da
educação especial, resultando em práticas que enfatizavam os aspectos relacionados à
deficiência, em contraposição à dimensão pedagógica.

O desenvolvimento de estudos no campo da educação e a defesa dos direitos humanos vêm


modificando os conceitos, as legislações e as práticas pedagógicas e de gestão, promovendo a
reestruturação do ensino regular e especial. Em 1994, com a Declaração de Salamanca se
estabelece como princípio que as escolas do ensino regular devem educar todos os alunos,
enfrentando a situação de exclusão escolar das crianças com deficiência, das que vivem nas ruas
ou que trabalham, das superdotadas, em desvantagem social e das que apresentam diferenças
lingüísticas, étnicas ou culturais.

O conceito de necessidades educacionais especiais, que passa a ser amplamente disseminado, a


partir dessa Declaração, ressalta a interação das características individuais 15 dos alunos com o
ambiente educacional e social, chamando a atenção do ensino regular para o desafio de atender
as diferenças. No entanto, mesmo com essa perspectiva conceitual transformadora, as políticas
educacionais implementadas não alcançaram o objetivo de levar a escola comum a assumir o
desafio de atender as necessidades educacionais de todos os alunos. Na perspectiva da educação
inclusiva, a educação especial passa a constituir a proposta pedagógica da escola, definindo
como seu público-alvo os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. Nestes casos e outros, que implicam em transtornos funcionais
específicos, a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para
o atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos.
Consideram-se alunos com deficiência àqueles que têm impedimentos de longo prazo, de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem
ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com
transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do
autismo e psicose infantil.

Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das
seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e
artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e
realização de tarefas em áreas de seu interesse. Dentre os transtornos funcionais específicos
estão: dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre
outros. As definições do público alvo devem ser contextualizadas e não se esgotam na mera
categorização e especificações atribuídas a um quadro de deficiência, transtornos, distúrbios e
aptidões. Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto no
qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação
de exclusão, enfatizando a importância de ambientes heterogêneos que promovam a
aprendizagem de todos os alunos.

Como está sendo feita a inclusão de alunos com deficiência


que nunca tiveram contato com as classes regulares? É
necessário algum tipo de adaptação?
Na perspectiva da educação inclusiva, o foco não é a deficiência do aluno e sim os espaços, os
ambientes, os recursos que devem ser acessíveis e responder à especificidade de cada aluno.
Portanto, a acessibilidade dos materiais pedagógicos, arquitetônicos e nas comunicações, bem
como o investimento no desenvolvimento profissional, criam condições que asseguram a
participação dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. Vivemos um tempo de transformação de referências curriculares, que
indicam que não cabe ao aluno se adaptar à escola tal como foi construída; a escola é que deve se
reconstruir para atender a toda a sua comunidade, da qual fazem parte pessoas com e sem
deficiência.

Portanto, são necessárias as adaptações nos espaços e nos recursos e principalmente uma
mudança de atitude, que já reflitam a concepção de desenho universal, não só na estrutura física
das escolas, como também no desenvolvimento das práticas de ensino e aprendizagem e nas
relações humanas.

Objetivo da política nacional de Educação Especial na


perspectiva da Educação Inclusiva
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como
objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para
garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis
mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação
infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de
professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação
para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos
transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na
implementação das políticas públicas.

Diretrizes da política nacional de Educação Especial na


perspectiva da Educação Inclusiva
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e
modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e
recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua
utilização nas turmas comuns do ensino regular. O atendimento educacional especializado
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras
para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas
realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento
complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela.

O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular,


o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e
tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento
deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. A inclusão escolar tem início
na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do
conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas
diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais,
cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações
interpessoais, o respeito e a valorização da criança.

Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de
serviços de intervenção precoce que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e
aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. Em todas as etapas e
modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para
apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino e
deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro
especializado que realize esse serviço educacional.

Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional, as ações da


educação especial possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização, formação para a
inserção no mundo do trabalho e efetiva participação social. 17 A interface da educação especial
na educação indígena, do campo e quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e
atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos
com base nas diferenças socioculturais desses grupos. Na educação superior, a transversalidade
da educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a
participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e
serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de
informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos
processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvem o ensino, a
pesquisa e a extensão.

Para a inclusão dos alunos surdos, nas escolas comuns, a educação bilíngüe - Língua
Portuguesa/LIBRAS, desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais, o
ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos surdos, os
serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais
alunos da escola. O atendimento educacional especializado é ofertado, tanto na modalidade oral
e escrita, quanto na língua de sinais. Devido à diferença lingüística, na medida do possível, o
aluno surdo deve estar com outros pares surdos em turmas comuns na escola regular. O
atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com
conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na
modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do soroban, da orientação e
mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento
dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e
produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos,
da tecnologia assistiva e outros.

Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da educação


inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete,
bem como de monitor ou cuidador aos alunos com necessidade de apoio nas atividades de
higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e
continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da
área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado e deve
aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas 18 comuns do ensino
regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos
de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes
domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. Esta formação deve
contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o
desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas, visando à acessibilidade
arquitetônica, os atendimentos de saúde, a promoção de ações de assistência social, trabalho e
justiça.
O que é educação especial e qual diferença
para a educação inclusiva?
 Educação
 Notícias

Sua instituição de ensino está preparada para atender alunos com necessidades
especiais?

Entender o que é a Educação Especial e como ela é importante para o desempenho dos alunos
com necessidades especiais é decisivo para quem deseja abrir uma escola com educação
especializada.

Há escolas que vão se dedicar a apenas um tipo de necessidade, e outras que o farão com várias.
Independente da forma de trabalho, o objetivo de todas essas instituições é um só: promover a
igualdade de oportunidades, de forma que todos os indivíduos, independentemente das suas
diferenças, tenham acesso a uma educação de qualidade.

Neste artigo, vamos falar um pouco sobre o conceito de Educação Especial, sua principal
diferença em relação à Educação Inclusiva, suas diretrizes básicas, como implantar na sua escola,
lidar com os alunos e envolver toda a sua equipe neste processo.

Caso tenha dúvidas ou sugestões, deixe seu comentário no final deste post.

Boa leitura!

O que significa educação especial?


A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas
com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes
especializados (como por exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que
atendem a pessoas com deficiência intelectual).  

São também considerados público-alvo dessas escolas crianças com transtornos globais de
desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação de acordo com o art. 58 da Lei de
diretrizes e bases da educação nacional, nº  9394 de 20 de dezembro de 1996, que diz:

“Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.”  
Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que difere,
entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno.

Ela se desenvolve em torno da igualdade de oportunidades, atendendo às diferenças individuais


de cada criança através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os
educandos podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades.

O Ensino Especial tem ganhado visibilidade nas últimas duas décadas devido ao movimento de
educação inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas por sua exclusividade e por não
promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças.

Por outro lado, as escolas com educação especializada contam com materiais, tecnologia,
equipamentos e professores especializados. enquanto o sistema regular de ensino ainda precisa
ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.

Educação especial x Educação Inclusiva


O ensino inclusivo não pode ser confundido com educação especial: diferentemente do ensino
inclusivo, a educação especial se mostra em uma grande variedade de formas que incluem
escolas especiais, unidades pequenas e a integração das crianças com apoio especializado.

Fizemos um post específico explicando sobre a Educação Inclusiva que traz todas informações,
detalhes e como implantar na sua escola. Confira!

Desde a sua origem, a Educação Especial é um sistema separado de educação das crianças com
deficiência, fora do ensino regular. Tal sistema baseia-se na noção de que as necessidades dessas
crianças não podem ser supridas nas escolas regulares. Existem três categorias de necessidades
especiais:

 Dependentes: são aqueles atendidos somente em clínicas, já que dependem totalmente de


serviços necessários para sua total sobrevivência. Esses alunos não conseguem ter hábitos
higiênicos ou se vestir, necessitando de um acompanhamento de 24 horas.
 Treináveis: são alunos que frequentam escolas especiais, já conseguem se defender dos
perigos, repartir e respeitar os outros. Estes já adquiriram hábitos rotineiros de higiene,
necessitando somente de ajuda e supervisão, e na maioria dos casos, o retardo é
identificado nos primeiros anos de vida.
 Educáveis: são os alunos que frequentam classes especiais. Eles já possuem vocabulário
suficiente para a vida diária e habilidade de adaptação pessoal e social. Geralmente, essas
crianças atingem na fase adulta uma idade de desenvolvimento mental entre sete e doze
anos.

Implantar educação especial na sua escola: é possível?


Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas – ONU, pessoas com deficiências
representam 10% da população mundial, percentual que pode ser mais elevado quando falamos
de países, como o Brasil, onde as condições socioeconômicas da população são precárias.

Neste sentido, a Lei de Diretrizes e Bases Nacionais da Educação (9.394/96), de 1996, assegura
o direito constitucional de educação pública e gratuita aos deficientes. Ainda assim, a grande
maioria das crianças com necessidades especiais ainda está fora do sistema tradicional de ensino.
Muitas estão em escolas específicas para crianças deficientes.

Vale lembrar que no Brasil, diferentemente de outros países, existe uma Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008). O movimento inclui outros
tipos de alunos, além dos que apresentam deficiências. E acompanha os avanços do
conhecimento e das lutas sociais para constituir políticas públicas promotoras de uma educação
de qualidade para todos os estudantes.

Para uma prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível, porém, são requeridas
mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas atuais, na formação humana
dos professores e nas relações família-escola.

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns exige que a
escola regular se organize para oferecer:

 Possibilidades objetivas de aprendizagem a todos os alunos, especialmente àqueles com


deficiências.
 Tecnologias que permitam cada vez mais a integração de crianças com necessidades
especiais nas escolas, facilitando todo o seu processo educacional e visando a sua
formação integral.
 Um grupo de profissionais que trabalha em educação especial, como educador físico,
professor, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e
psicopedagogo.

Acima de tudo, é preciso tornar factíveis os requisitos para que a escola seja verdadeiramente
inclusiva, e não excludente. Dentro desse contexto, vale destacar o trabalho de secretarias de
educação do país, como a exemplar Secretaria de Educação do Paraná.

Ela disponibiliza em sua página materiais pedagógicos e guias auxiliares para a capacitação dos
gestores e educadores no trabalho junto a estes alunos.
Resumo: A presente pesquisa será embasada na doutrina e na legislação pátria atinente
ao acesso à educação e inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais
nas classes comuns de ensino regular e o atendimento educacional especializado.
Partindo do levantamento da evolução histórica do tema serão analisados os
instrumentos normativos decorrentes de tratados internacionais, a Constituição
Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação. Para tanto, será utilizado o método lógico dedutivo e a pesquisa
bibliográfica e legal. O objetivo do presente trabalho é apresentar a inclusão como um
direito humano fundamental capaz de propiciar a inserção social.

Palavras-chave: inclusão – alunos com necessidades educacionais especiais – direito


fundamental.

 “Deficiente é aquele que não consegue


modificar sua vida, aceitando as imposições
de outras pessoas ou da sociedade em que
vive, sem ter consciência de que é dono do seu
destino”

(Mario Quintana)

INTRODUÇÃO

O presente artigo fará uma breve ilustração acerca da inclusão escolar dos
portadores de necessidades especiais como direito fundamental.
Inicialmente analisaremos a evolução histórica da educação especial, primeiro
na sua perspectiva exclusiva e após em sua análise inclusiva.

Na seqüência apresentaremos ainda, os instrumentos normativos que


regulamentam a educação especial no cenário nacional, iniciando pela regulamentação
constitucional dada ao tema e perpassando pela legislação infraconstitucional e
tratados internacionais atinentes a educação especial dos quais o Brasil é signatário.

Por derradeiro, demonstraremos a inclusão escolar como direito fundamental


propiciador de inserção social e instrumento de redução da marginalização e
discriminação.

1 – Educação Especial x Educação Inclusiva: evolução histórica

            Hodiernamente muitas são as formas de exclusão social, geralmente


decorrentes de preconceitos, desigualdades e total desrespeito ao próximo e sua
diversidade.

            Neste sentido a escola, tanto pode ser um ambiente de transformação e


inclusão – como se pretende demonstrar nesta pesquisa – como pode ser um ambiente
de exclusão através da homogeneização e perpetuação das diferenças, segregando
todos os que não se enquadram nos modelos padronizados como ideal ou normal.

            A escola ao longo da história, infelizmente já se apresentou e ainda por vezes


se apresenta como local propício a institucionalização das relações de poder,
destinando-se a um aluno-modelo, destinado a transmissão de conhecimentos e desta
forma, pode ser analisada como mais uma instituição para reforçar as relações de
poder e de gênero, pois conforme enfatiza Foucault (1998), todo ponto de exercício de
poder é, ao mesmo tempo, um lugar de formação de saber.
            Neste sentido, convém ainda mencionar que:

“A escola é, na teoria tradicional, uma instituição ou um aparelho do


Estado, tanto na visão positivista de Émile Durkhein (1978) como nas
versões críticas de Louis Althusser(s/d) e Pierre Bourdieu (1990). A
escola tem uma história documentada, geralmente escrita a partir do
poder estatal, que destaca sua existência homogênea. Assim
entendida, a instituição escolar é difusora de um sistema de valores
universais ou dominantes, transmitidos sem modificações”
(FERREIRA;GUIMARÃES, 2003)

            Sabemos que a escola já apresentou diversas formas de segregar: antigamente


as escolas para homens e mulheres eram separadas e o conteúdo destas distinto, os
negros e indígenas no Brasil por muitos anos não tiveram acesso à educação formal,
assim como os portadores de necessidades especiais também não tinham acesso à
educação e quando tinham era de forma segregada geralmente em instituições
especializadas, privadas, filantrópicas, que conforme lição de Ferreira primavam pelo
caráter multidisciplinar/multiprofissional, reunindo atividades de assistência,
reabilitação, saúde e escolarização (FERREIRA, 2006, p. 87).

            No que se refere à exclusão do portador de necessidades especiais, objeto de


nosso trabalho, encontramos na história da humanidade diferentes posturas atinentes
aos antigamente denominados portadores de deficiência e atualmente denominados
portadores de necessidades educacionais especiais. Parafraseando Ferreira e
Guimarães, percebemos que até o século XVI os deficientes eram vistos como frutos
de forças sobre-humanas e, portanto, passíveis de extermínio, perseguição, rejeição,
negligência ou exclusão; no período compreendido entre o século XVII até o século
XVIII as causas das deficiências seriam biológicas e, por tal motivo, os deficientes
deveriam ser confinados em hospitais, asilos ou institutos; no século XIX, a
nomenclatura muda de deficiente para excepcional e esta é atribuída à privação de
estímulos, iniciando a educação para pessoas com deficiências em instituições
separadas; no século XX (até 1970) adota-se a concepção interacionista e a educação
básica começa a ser democratizada, criando classes especiais e de apoio e no século
XX (a partir de 1970) inicia-se a discussão sobre integração/inclusão das crianças com
deficiência no sistema regular de ensino. (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003,p. 90/97)

            Com a evolução da educação no cenário brasileiro, muitas mudanças


aconteceram, pois juridicamente todos têm direito à educação básica gratuita, sem
distinção de sexo, raça, cor ou credo, sendo tal direito garantido constitucionalmente,
estando, portanto, as pessoas portadoras de necessidades especiais contidas nesse
conceito de ‘todo’, sendo que as estas além de garantido o direito de acesso à
educação básica – regular – também é garantido o atendimento educacional
especializado.

            Ocorre, entretanto, que muitos ainda são os estereótipos acerca do tema o que
incute nos profissionais da educação baixa expectativas em relação ao papel
transformador da educação, tais como a associação da pobreza com o fracasso escolar,
as criticas aos pais pelo desinteresse das crianças pelos conteúdos escolares e a
clássica alegação de que o governo não gasta dinheiro suficiente com a educação, não
que tais fatores não influenciem nos resultados alcançados pelo processo educacional,
todavia, não podem ser determinantes.

             Especificamente, no que tange a educação especial, por muito tempo – e na


maior parte do território nacional até os dias atuais – entendeu-se que esta se tratava
de uma modalidade de educação, assim as crianças rotuladas como normais
freqüentavam as escolas de educação básica e as crianças rotuladas com
deficientes/excepcionais/especiais freqüentavam a escola especial.

            Desta maneira, os portadores de necessidades especiais até tem/tinham acesso


a algum tipo de educação, entretanto, de maneira segregada e com conteúdos
distintos.
            Contudo, a educação especial nestes moldes – em escolas especiais/classes
especiais – não propicia a educação inclusiva preceituada pela Constituição Federal e
diversos tratados internacionais que analisaremos na seqüência. Nota-se, portanto, que
quando os portadores de necessidades especiais são atendidos por instituições de
ensino especiais, segregadas, não estaremos diante de inclusão, mas sim de
integração. Mittler, neste sentido afirma que: “A integração envolve preparar os
alunos para serem colocados nas escolas regulares, o que implica um conceito de
‘prontidão’ para transferir o aluno da escola especial para a escola regular”
(MITTLER, 2003, p. 34)

            Ressalta ainda Stainback que:

“(...)as práticas segregacionistas do passado tiveram efeitos


prejudiciais às pessoas com deficiência, às escolas e à sociedade em
geral. A idéia de que poderiam ser ajudadas em ambientes
segregados, alijadas do resto da sociedade, fortaleceu os estigmas
sociais e a rejeição. Para as escolas regulares, a rejeição das crianças
com deficiência contribuiu para aumentar a rigidez e a
homogeneização do ensino, para ajustar-se ao mito de que, uma vez
que as classes tivessem apenas alunos normais, a instrução não
necessitaria de outras modificações ou adaptações(...)”
(STAINBACK,1999, p. 43/44)

            A educação inclusiva pode não ser o caminho mais fácil a ser percorrido pelos
profissionais da educação, principalmente em virtude de diferentes mazelas
encontradas em nossas escolas públicas, porém, compete ao Poder Público e a todos
os agentes do processo educativo (alunos, pais, professores, gestores) procurar
soluções, caminhos para sua implementação, precisamos fugir do lugar comum, ou
seja, da falácia de que é melhor para o portador de necessidades educacionais
especiais freqüentar escolas especiais, tendo em vista que estas possuem melhores
equipamentos e recursos materiais, bem como profissionais especializados, pois tais
instituições apesar destas características materiais segrega, aliena tais pessoas do
convívio social e, por vezes sequer oferecem conteúdo pedagógico, trabalhando com
conteúdos destinados a higiene pessoal, alimentação e comunicação, não propiciando
a qualificação para vida social e para o trabalho.

            Entre os especialistas em educação e direito educacional é pacífico que a


educação tem papel transformador, vez que não se restringe à transmissão de
conhecimentos historicamente acumulados (educação bancária), mas acima de tudo é
a escola espaço propicio ao convívio social, a troca de experiências, conhecimentos e
valores, enfim deve ser constituída da diversidade humana que integra a sociedade
brasileira, devendo desta forma, ser garantido as pessoas com necessidades
educacionais especiais a inclusão neste ambiente de convivência social.

            Destarte, as crianças portadoras de necessidades especiais têm direito a


educação inclusiva –  direito fundamental, ou seja, têm o direito à vaga nas escolas de
educação básica regular e não mais em escolas especiais, transpondo a fase de
educação exclusiva para educação inclusiva, onde tanto os alunos ditos especiais e
normais são beneficiados pois convivendo com  a diversidade têm a oportunidade de
valorizarem a cooperação, o respeito e o valor social da igualdade.

2 – Instrumentos normativos que regulamentam o acesso à educação aos


portadores de necessidades educacionais especiais.

            O acesso à educação é direito público subjetivo que deve ser garantido a todos,
inclusive aos portadores de necessidades educacionais especiais. Sobre o tema,
diferentes regulamentações foram expedidas, sejam na órbita internacional, federal,
estadual e municipal. No presente trabalho apresentaremos sinteticamente os
principais instrumentos normativos internacionais e federais sobre o tema.

2.1. Constituição Federal


            A Constituição Federal brasileira de 1988 dedicou capítulo próprio para
regulamentar o direito à educação – Capítulo III (artigos 205 a 214) – bem como
tratou do tema nos artigos 6º; 7º, XXV; 23, V; 30, VI; devendo para análise
constitucional do tema ainda ser analisado o princípio da dignidade da pessoa humana
esculpido no artigo 1º, III e no objetivo fundamental de redução das desigualdades
sociais preceituadas no artigo 3º, III.

            Dos mencionados artigos merecem destaque no que concerne ao acesso à


educação dos portadores de necessidades educacionais especiais o art. 205 que em
síntese define a educação como direito de todos e dever do Estado e da família,
objetivando o pleno desenvolvimento da pessoa, preparando-a para cidadania e para o
trabalho, enumerando, ainda o art. 206 os princípios basilares do ensino, merecendo
destaque para o nosso tema, o inciso I, que garante a “igualdade de condições para o
acesso e permanência na escola”. O art. 208, III por sua vez garante “ atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino”, estabelecendo o art. 211 um regime e colaboração entre União,
Estados, Distrito Federal e Municípios no que tange ao sistema de ensino.

            Ainda, no art. 227 estabelece a Constituição Federal que, entre outros direitos
no caput deste artigo estipulados, “é dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à (...)
educação”, estabelecendo, ainda no §1º, II “criação de programas de prevenção e
atendimento especializados para os portadores de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos
arquitetônicos”
            No art. 6º enumera a Constituição Federal a educação como direito social,
essencial nas palavras de Fiorillo ao piso vital mínimo (2005), no  7º, XXV estipula o
direito à creche aos menores de 05 (cinco) anos , por sua vez o art.  23, V estipula
como competência comum entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios  a obrigatoriedade de proporcionar os meios de acesso à educação e por
derradeiro o art. 30, VI a competência municipal para manter a educação infantil e o
ensino fundamental.

            Ainda, para uma correta hermenêutica constitucional sobre o tema, conforme
mencionado devemos analisar todos os artigos acima especificados, conjuntamente
com o art. 1º, II e III que estipula como fundamentos do Estado Democrático de
Direito a cidadania e a dignidade da pessoa humana e com o art. 3º que enumera os
objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil, principalmente, a
construção de uma sociedade livre, justa e solidária; erradicação da marginalização e
redução das desigualdades e promoção do bem de todos, sem preconceitos ou
discriminação.

            Da leitura dos artigos constitucionais mencionados constatamos a preocupação


do constituinte em tutelar o direito à educação formal e suas modalidades de ensino,
garantindo a todos o acesso à educação, proibida qualquer forma de limitação ou
exclusão. Destarte, qualquer texto normativo que pretenda excluir qualquer pessoa do
direito à educação, ou limitar seu acesso com quaisquer regras é eivada de nulidade,
vez que inconstitucional.

            Se o texto constitucional não exclui, tampouco limita o acesso à educação,


notório que a educação especial exclusiva em instituições ou classes especiais fere o
texto constitucional, pois este conforme observamos da leitura do art. 208, III,
preceitua o atendimento educacional especializado aos deficientes, não havendo
qualquer menção a educação especial segregada.
            Ressalte-se que o termo preferencialmente utilizado no mencionado artigo não
autoriza a educação especial segregada como ainda encontramos no território
nacional, erroneamente tentam alguns interpretar tal texto no sentido de que a
educação dos deficientes deva acontecer preferencialmente na escola regular,
entendendo o termo como alternativa do local da prestação do ensino as pessoas com
deficiência, que poderá ser na escola regular (preferência) ou em instituições/classes
segregadas, alegando, ainda esta possibilidade nos casos mais severos.

            Contudo, a alternativa lançada pelo texto constitucional, refere-se apenas ao


atendimento educacional especializado, ou seja, é somente este que deverá ser
preferencialmente prestado na escola regular, possibilitando, portanto, parcerias com
outras instituições na prestação de tal atendimento, valendo-se da experiência
amealhada pelas instituições que antes realizavam a educação especial exclusiva.

Conclui-se, portanto, que os dispositivos constitucionais em tela garantem ao


deficiente o acesso a todos os níveis de ensino, o direito a uma educação de qualidade,
garantido ainda a este um atendimento educacional especializado o qual pressupõe
recursos educativos diferenciados conforme a deficiência para que o mesmo possa
aprender e se desenvolver, tais como braile, libras, acessibilidade arquitetônica etc.

Esclarecemos, ainda que o atendimento educacional especializado não se


confunde com a educação especial segregada, pois a Constituição Federal não
preceituou uma educação especial para os deficientes, mas sim uma educação para
todos associada a um atendimento educacional especializado aos deficientes.

Neste diapasão o direito à educação, como direito fundamental preceituado pelo


art. 6º da Constituição Federal, associado aos artigos 205 e 208, III somente será
garantido através de uma educação inclusiva de qualidade em igualdade de condições,
sem preconceito e discriminação, com garantia de acesso e permanência na escola
regular e atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência,  em
todos os níveis de escolaridade.

            Assim, conforme doutrina constitucional pátria “a clareza do dispositivo


constitucional e de suas disposições não deixa dúvida quanto ao fato de que o direito
público subjetivo à educação envolve toda a educação básica, nela incluídas a
educação atinente aos que sejam portadores de deficiência (...)” (ARAÚJO, 2010, p.
517)

2.2.  Estatuto da Criança e do Adolescente

            Na esfera infraconstitucional merece destaque no que tange ao direito ao


acesso à educação pelos portadores de necessidades educacionais especiais o Estatuto
da Criança e do Adolescente  (ECA) – Lei nº 8069/1990.

            Primeiramente, cumpre destacar que define referido estatuto em seu artigo 2º
criança como sendo o menor de 12 anos e adolescente os que possuam entre 12 e 18
anos.

            Na seqüência em seu art. 3º garante a criança e ao adolescente o respeito aos


direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, entre estes, portanto, à educação.
Reforçando, ainda no art. 4º que é dever da família, da sociedade e do Poder Público
assegurar-lhes à educação. Neste sentido, toda criança e adolescente têm direito à
educação, prevendo no art. 5º punição na forma da lei ao desrespeito a este direito.

            Além dos artigos já mencionados o E.C.A. dedica capítulo especial para o
direito à educação – Capítulo IV, que compreende os artigos 53 a 59, dentre os quais o
art. 54, III prevê o dever do Estado de assegurar a criança e ao adolescente o
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência
preferencialmente na rede regular, estabelecendo, ainda em seu § 1º que “o acesso ao
ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”.

            Destarte, assim como preceituado tanto pela CF quanto pelo ECA, todas as
pessoas, compreendida entre estas as crianças e os adolescentes, tem direito à
educação, tendo assegurado o acesso ao ensino fundamental gratuito e concomitante a
este o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência
preferencialmente na rede regular, ou seja, o acesso ao ensino fundamental na rede
regular é obrigatório, o que pode ser prestado pela rede regular – preferencialmente –
ou por outras instituições é apenas o atendimento educacional especializado.

2.3. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

            Ainda, na esfera infraconstitucional mister analisar alguns dispositivos da Lei


de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96, atinentes a inclusão
dos portadores de necessidades educacionais especiais.

            Inicialmente o art. 1º da LDB estabelece que “a educação abrange os


processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”, entretanto, embora a
educação com base no caput deste artigo possa ser formal e não-formal, estabelece em
seus parágrafos que a lei regulamentará a educação escolar e que esta deva ser
vinculada ao trabalho e à prática social.

            O art. 2º por sua vez estabelece a educação como dever da família e do Estado
e estabelece como objetivo desta o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
            Na seqüência o art. 3º estabelece os princípios em que deve ser pautado o
ensino (incisos I a XI) e finalmente, no art. 4º, III estabelece o atendimento
educacional especializado aos educandos com necessidades especiais, conforme já
preceituado pela Constituição Federal e Estatuto da Criança e do Adolescente,
também preceituando que o mesmo deverá ser prestado preferencialmente na rede
regular de ensino.

            E, somente no art. 58 regulamenta a educação especial, dispondo que a mesma


é uma modalidade de educação escolar que deve ser ofertada preferencialmente na
rede regular de ensino, prevendo ainda serviços de apoio especializado e o
atendimento em classes ou escolas especializadas, conforme as condições específicas
dos alunos, estabelecendo a mesma que a educação especial é dever constitucional do
Estado.

            Em complementação a regulamentação da educação especial, estabelece o art.


59 em seus incisos I a V o que os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos
com necessidades especiais, tais como currículos, métodos, técnicas e recursos
específicos à necessidade, terminalidade, professor especializado, educação voltada ao
trabalho e acesso aos programas sociais suplementares.

            Destaque-se, ainda que o art. 60 estabelece os critérios para apoio técnico e
financeiro do Poder Público para as instituições privadas sem fins lucrativos que
ofereçam educação especial, estabelecendo, contudo que o ideal seja a ampliação do
atendimento na rede pública regular. 

Elucidados os artigos da L.D.B. que dispõe sobre a temática do presente


trabalho, convém fazermos algumas ponderações. Vejamos:

Da análise do art. 21 constata-se que a educação formal, ou seja, a ofertada em


escolas regulares é composta pela educação básica – que engloba a educação infantil
(creches e pré-escolas), o ensino fundamental (ciclo I – 1º ao 5º ano e ciclo II – 6º ao
9º ano) e o ensino médio – e pela educação superior. Desta maneira a educação
especial regulamentada pelos artigos 58 a 60 não esta no rol do que denominamos
nível de ensino, logo, ela não exclui a educação em salas/classes regulares.

A educação especial especificada nos mencionados artigos referem-se apenas a


um direcionamento dado ao educando com necessidades especiais conforme a
deficiência/necessidade que apresente.

Ademais, analisando os preceitos contidos na LDB e consonância com a


Constituição Federal, observamos que a educação escolar deve ser ministrado em
condições igualitárias e garantido condições propicias ao acesso e a permanência na
escola, essa obrigatoriedade de isonomia, veta qualquer dispositivo que se revele
excludente ou limitador deste direito fundamental – o acesso à educação.

Neste diapasão a inclusão da pessoa com necessidades educacionais especiais


na escola regular se apresenta como um direito público subjetivo e fundamental, não
podendo sofrer quaisquer restrições. O que por certo, constata-se da leitura conjunta
da Constituição Federal, do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação é que além de terem acesso à educação escolar
regular, terá o aluno com necessidades educacionais especiais direito ainda ao
atendimento educacional especial, esta ofertada preferencialmente na própria rede
regular ou em outra instituição especializada.

A Constituição Federal em seu art. 208, III dispõe neste sentido, ou seja, o
atendimento educacional especializado (AEE) concomitante ao ensino regular e não
educação especial exclusiva, tendo em vista que a possibilidade de escolha se refere
apenas ao oferecimento do AEE na rede regular ou na especial, mas não a educação
do portador de deficiência na escola regular ou na escola especial.
            Flagrante, portanto, que o atendimento educacional especializado não se
confunde com a educação especial, sendo ainda que esta não tem qualquer previsão
constitucional. Conforme amplamente demonstrado educação é para todos e deve ser
de qualidade, oferecida em igualdades de condições, sem preconceitos ou
discriminações e, para tanto, cada aluno conforme suas necessidades merecerá
tratamento diferenciado para progredir e permanecer em seus estudos. Assim o aluno
cego deverá ter equipamentos adequados, o cadeirante acessibilidade, o surdo-mudo
interprete de Libras etc., além de atendimento educacional especializado para que
possa avançar em seus estudos.

            A educação inclusiva tem o condão de garantir além do acesso ao


conhecimento historicamente acumulado, convívio social e contato com a diversidade
cultural, racial, econômica etc.

2.4. Tratados e convenções internacionais

            Sobre a inclusão escolar dos portadores de necessidades educacionais


especiais ainda convém analisar alguns tratados e convenções internacionais que
regulamentam o tema. Vejamos:

2.4.a. Declaração Universal dos Direitos Humanos

            A Assembléia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 1948 proclamou a


Declaração Universal dos Direitos Humanos, reconhecendo a dignidade inerente toda
pessoa humana, esculpindo direitos atinentes a liberdade e a igualdade, estabelecendo,
ainda o ensino e a educação como instrumento para promover tais direitos.

            Especificamente em seu art. XXVI, a Declaração Universal dos Direitos


Humanos dispõe que toda pessoa tem direito a instrução elementar, determinando sua
obrigatoriedade e pautada no pleno desenvolvimento da personalidade humana, na
compreensão, tolerância, amizade e paz.

            Destarte, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos a educação atingiu
status de direito humano fundamental.

            Sobre referida declaração o psicólogo Jean Piaget, quando analisou seu art. 26
discorreu que “falar de um direito à educação é, pois, em primeiro lugar, reconhecer o
papel indispensável dos fatores sociais na própria formação do indivíduo” (PIAGET,
1988, p.29).

2.4.b. Declaração Mundial sobre Educação para Todos – Jomtien, 1990

            Entre os dias 5 a 9 de março de 1990, reuniram-se em Jomtien – Tailândia, os


participantes da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, relembrando a
educação como direito fundamental de toda pessoa humana em qualquer lugar do
mundo e como caminho para um mundo seguro,  desenvolvido, justo e pacífico.

            Reconhecendo a importância da educação para o mundo referida declaração


determinou a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem e em seu art. 3º
trouxe a necessidade de universalizar o acesso à educação, especificando no item 5,
do referido artigo que referida universalização engloba o acesso das pessoas
portadoras de deficiência.

2.4.c. Declaração de Salamanca – Espanha, 1994

            Entre os dias 07 a 10 de junho de 1994, em Salamanca – Espanha – se


reuniram os delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, os quais
reafirmaram os compromissos de uma educação para todos, estabelecendo princípios,
políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais.
            Referida declaração endossou a educação inclusiva e o desenvolvimento da
educação especial como parte integrante de todos os programas educacionais,
estabelecendo como princípio basilar o acesso à escola a qualquer criança
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
lingüísticas ou outras.

2.4.d. Convenção interamericana para eliminação de todas as formas de


discriminação contra as pessoas portadoras de deficiências – Guatemala, 1999

            Em 28 de maio de 1999, na Guatemala, foi aprovada a Convenção


interamericana para eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas
portadoras de deficiências, sendo esta posteriormente promulgada no Brasil, pelo
Decreto nº 3.956, de outubro de 2001.

            A convenção em análise reafirma que as pessoas portadoras de deficiência têm


os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes
direitos, inclusive o direito de não ser submetidas a discriminação com base na
deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano
e tem como objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as
pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade.

2.4.e. Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão – Canadá, 2001

            Em 05 de junho de 2001, foi aprovado em Montreal – Canadá – a Declaração


Internacional sobre Inclusão, a qual objetivou demonstrar a importância da inclusão,
não apenas para o incluído, mas para toda sociedade, enfatizando o papel dos
governantes para facilitar e monitorar a implementação de políticas e práticas
inclusivas e  o papel de todos nesse processo: governantes, empresários,
empregadores e sociedade civil.
2.5.f. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – ONU 2007

            Em 30 de março de 2007 foi aprovada em Nova Iorque, em sessão solene da


Organização das Nações Unidas (ONU), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência, com o objetivo de tornar efetivos os direitos das pessoas com
deficiência, entre estes o direito a educação, a não-discriminação, a acessibilidade e ao
pleno desenvolvimento.

Ante todo o exposto evidencia-se que muitos são os documentos internacionais


que prevêem a obrigatoriedade da inclusão escolar do portador de deficiência – além
dos mencionados – elevando tal acesso à educação a condição de direito fundamental,
garantindo às pessoas com deficiências o direito de não serem excluídas do ensino
regular por motivo de suas necessidades educacionais especiais.

Ademais, alguns destes tratados passaram a viger em território nacional através


de sua regulamentação por meio de decretos a exemplo do Decreto nº 6.949/2009
referente a Convenção de Nova York de 2007 e o Decreto nº 3.956/2001 referente a
Convenção de Guatemala de 1999.

O Decreto nº 6.949/2009 reforçou que em todo país as pessoas com deficiência


tem o direito fundamental de serem incluídas no ensino regular não, podendo,
conforme preceituado no art.24, item 2, “a” da Convenção de Nova York (2007) as
crianças deficientes serem excluídas do sistema educacional geral e do ensino
primário gratuito e compulsório e do ensino secundário em virtude suas deficiências,
revogando, portanto, as disposições em contrário e dando nova interpretação aos
artigos 58 a 60 da LDB.

            Os mencionados documentos internacionais analisados e de outros não


apresentados neste trabalho que disciplinam o direito a educação inclusiva e veda
qualquer forma de discriminação aos portadores de deficiência, apresentam-se como
enorme progresso, entretanto, salienta Regina Maria Fonseca Muniz: “As
Declarações, por si só, pelo menos enquanto permanecem no âmbito do sistema
internacional, não dão efetividade aos direitos humanos fundamentais, pois formulam
direitos morais não sancionáveis”. (MUNIZ, 2002, p. 78).

3 – A inclusão escolar como direito fundamental

Da leitura do texto constitucional, do ECA, da LDB e dos mencionados


tratados internacionais torna-se inequívoco que a educação especial inclusiva é um
direito fundamental com eficácia imediata e oponível erga omnes.

Assim não cabe no cenário nacional qualquer discussão que envolva a limitação
ou restrição deste direito, tendo todo aluno portador de necessidades educacionais
especiais o direito de ser incluído em todos os níveis de ensino da rede regular,
primando por uma educação heterogênea que trabalha com as diferenças e promove o
desenvolvimento harmônico e a convivência social pacífica e solidária.

A legislação pátria estabelece a obrigatoriedade da educação básica a todos –


inclusive aos portadores de necessidades educacionais especiais – tornando facultativa
apenas o atendimento educacional especializado e a educação especial, que poderá ser
ofertado pela própria rede regular ou por outra instituição.

Ressaltamos, ainda que a inclusão escolar dos portadores de necessidades


educacionais especiais é primordial para garantir a dignidade dessas pessoas e é
imprescindível para solidificação da democracia, pois ao incluir o portador de
necessidades especiais na escola ele se desenvolverá e poderá exercer melhor sua
cidadania, pois a educação tem indubitavelmente este papel transformador.
Neste diapasão a educação – direito social público subjetivo – deve ser
prioridade nas políticas públicas e uma educação para todos deve concretizar-se a fim
de erradicar a exclusão social e garantir a formação de um país livre, justo e solidário.

Pautado nestes objetivos é essencial a implementação de políticas educacionais


voltadas à verdadeira inclusão, ou seja, garantir o acesso e a permanência na educação
básica de qualidade aos portadores de necessidades educacionais especiais e propiciar
recursos para trabalhar com suas necessidades através do atendimento educacional
especializado concomitante e complementar ao ensino regular, coibindo a educação
especial exclusiva.

A educação especial segregada não permite a interação social entre os


diferentes, reforça a homogeneidade, rotula os alunos em “normais” e “deficientes” e
muitas vezes não prima por conteúdos pedagógicos adequados. É importante
acreditarmos que toda pessoa tem potencial para aprender, para se transformar, para
sonhar e acreditar na mudança de sua realidade e a educação é um dos caminhos para
tal mister.
Agrupar os alunos em grupos homogêneos ressalta as diferenças, exclui e fere o
princípio da igualdade, pois conforme Santos e Paulino igualdade é um dos
fundamentos da educação inclusiva. Igualdade não significa tornar igual, “não é
nivelar nem uniformizar o discurso e a prática, mas exatamente o contrário: as
diferenças, em vez de inibidas, são valorizadas.”(SANTOS; PAULINO, 2006, p.12)
Ainda, neste sentido José Afonso da Silva discorre que “todo ser humano se
reproduz no outro como seu correspondente e reflexo de espiritualidade, razão por
que, desconsiderar uma pessoa significa, em última análise, desconsiderar a si
próprio”(SILVA, 2006, p.37).

A inclusão escolar aos portadores de necessidades educacionais especiais


garante, ainda, o tão proclamado princípio da igualdade, esculpido no caput do art. 5º
da CF. Não é concebível que a pretexto de melhor atendimento, os portadores de
necessidades educacionais especiais estes sejam segregados e excluídos da educação
formal regular, conforme assevera Souza Santos: “Temos direito à igualdade sempre
que a diferença nos inferioriza. Temos direito à diferença sempre que a igualdade nos
descaracteriza.” (SANTOS, 2002, p. 75). Inquestionavelmente, excluir inferioriza e
incluir permite a convivência com a diversidade.

Tanto os alunos com necessidades educacionais especiais quanto os demais,


possuem condições de aprender, de crescer, de progredir, dentro de suas diferenças,
necessidades e interesses e a educação é o espaço para tanto, vez que se apresenta
como um processo, como bem lecionou Paulo Freire “Ninguém nasce feito. Vamos
nos fazendo aos poucos, na prática social de que tomamos parte” (FREIRE, 2001,
p.40).

Ainda, neste sentido Piaget afirma que:

 “Afirmar o direito da pessoa humana à educação é pois assumir uma


responsabilidade muito mais pesada que a de assegurar a cada um a
possibilidade da leitura, da escrita e do cálculo: significa, a rigor,
garantir para toda criança o pleno desenvolvimento de suas funções
mentais e a aquisição dos conhecimentos, bem como dos valores
morais que correspondam ao exercício dessas funções, até a
adaptação à vida social atual. É antes de mais nada, por conseguinte,
assumir a obrigação – levando em conta a constituição e as aptidões
que distinguem cada indivíduo – de nada destruir ou malbaratar das
possibilidades que ele encerra e que cabe à sociedade ser a primeira a
beneficiar, ao invés de deixar que se desperdicem importantes frações
e se sufoquem outras (PIAGET, 1988, p. 34).

            Ademais, neste novo contexto de educação inclusiva, constata-se que a


educação tem um papel muito mais importante do que meramente o repasse de
conhecimentos ou a padronização das pessoas para o mercado, mas tem como escopo
a transformação social e o pleno desenvolvimento de cada pessoa.
            Neste diapasão o jurista e educador Gabriel Chalita assevera que “O pleno
desenvolvimento da pessoa humana significa o desenvolvimento em todas as suas
dimensões, não apenas no aspecto cognitivo ou da mera instrução, mas do ser humano
de forma integral” (CHALITA, ( 2001, p. 107).

            Afirmando, ainda, Mantoan que “só combateremos a exclusão escolar na


medida em que as escolas se tornarem aptas para incluir, incondicionalmente, todos os
seus alunos em um único sistema”. (MANTOAN, 2001, p. 54)

CONCLUSÃO

Após as reflexões suscitada pelo presente trabalho podemos concluir que a


educação especial não é um nível escolar, não podendo, assim, o portador de
necessidades educacionais especiais, freqüentar esta de maneira exclusiva, fazendo-se,
obrigatória sua inclusão na educação regular (educação básica e superior).

Destarte, através de uma educação inclusiva, todos – pessoas com ou sem


deficiência – terão a possibilidade de se desenvolverem plenamente, a fim de poderem
exercerem sua cidadania e se qualificarem para o trabalho, modificando suas
condições sócio-econômicas e assegurando sua existência digna, erradicando a
pobreza e a marginalização, possibilitando uma sociedade livre, justa e solidária.

E, para que todos esses objetivos sejam alcançados pelo portador de


necessidades educacionais especiais incluído na rede regular, imprescindível se faz
um atendimento educacional especializado.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JUNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito
constitucional. 14. Ed. – São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
CHALITA, Gabriel Benedito Issaac. Educação: a solução está no afeto. São Paulo:
Gente, 2001 

FERREIRA, Maria Elisa Caputo; GUIMARÃES, Marly. Educação Inclusiva. Rio de


Janeiro: DP&A.

FERREIRA, Júlio Romero. Educação Especial, inclusão e política educacional: notas


brasileiras. In: Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva.
David Rodrigues (org.). São Paulo: Summus, 2006. 

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6ª


ed.ampl. – São Paulo: Saraiva, 2005

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro:Graal, 1998.

FREIRE, Paulo. Política e educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Pensando e fazendo educação de qualidade. São


Paulo: Moderna, 2001.

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