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Lara Sirlei Silva

Sheiza de Oliveira Rodrigues Rezende

Direito Diurno - 6° Período

Centro Universitário do Planalto de Araxá – UNIARAXA

TDE: DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – TUTELAS


PROVISÓRIAS

Prof.ª: Elizabeth Futami

ARAXÁ

2021
1 – Responda objetivamente as questões formuladas, e quando possível indique o
dispositivo legal pertinente, estabelecido no CPC:

A - Caio foi notificado pelo Sistema de Proteção de Crédito, informando que o seu
nome foi inserido no cadastro de inadimplentes, por uma dívida contraída com a
empresa Araxá Comercial Ltda. Entretanto, Caio nunca manteve nenhuma relação
comercial com a referida empresa e desconhece a origem da dívida. Contudo, mesmo
após diversos contatos com a em presa Araxá Comercial Ltda. na tentativa de
solucionar o problema, não obteve êxito. Diante deste fato, Caio ajuizou ação
judicial de obrigação de fazer para o cancelamento do protesto indevido, cumulada
com indenização por danos morais, formulando pedido em caráter liminar. Após
análise de admissibilidade o magistrado deferiu a medida pleiteada. Considerando
a situação hipotética, responda: De acordo com a classificação das tutelas
provisórias, qual a tutela pleiteada por Caio? Quais os requisitos necessários para o
deferimento da referida tutela pleiteada? Se a ação ajuizada por Caio ao final for
julgada improcedente, qual será o desfecho do processo no tocante a tutela de
urgência?

RESPOSTA:

Caio pleiteará Tutela de Urgência de fazer contra a empresa Araxá Comercial


Ltda, visto que não houve em nenhum momento qualquer relação com esta empresa
requerendo que haja a retirada do seu nome dos órgãos de proteção ao crédito, e o
cancelamento do registro no Cartório de Protesto, e diante desta situação, sabendo que há
muitos prejuízos, requererá também indenização por danos morais.

É os requisitos necessários para o deferimento da tutela de urgência é a prova


inequívoca de verossimilhança da alegação. O juiz pode antecipar a tutela sem a presença
do risco de dano imediato e irreparável. E o art. 273 do Código de Processo Civil discorre
sobre esses requisitos para que o juiz defira a tutela antecipada.

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar,


total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no
pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada
pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação; ou (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o
manifesto propósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de
modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.
(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver
perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que
couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts.
588, 461, §
§ 4o e 5o, e 461-A. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a
qualquer tempo, em decisão fundamentada. (Incluído pela
Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o
processo até final julgamento. (Incluído pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida
quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles,
mostrar-se incontroverso. (Incluído pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer
providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando
presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida
cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. (Incluído
pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)

E para que haja o deferimento é necessário prova inequívoca, que é a prova


em si, com um grau de probabilidade, é necessário que tenha provas que demonstrem
veracidade que somente a mera aparência não basta.

"A rigor, em si mesma, prova alguma será inequívoca, no


sentido de absolutamente incontestável. Mesmo a escritura
pública, lavrada por notário conceituado e revestida de todos
os requisitos formais, é passível de ser impugnada. "[...] O
juízo da verossimilhança repousa na forte convicção de que
tanto a quaestiones facti como as quaestiones iuris induzem a
que o autor, requerente da antecipação de tutela, merecerá a
prestação jurisdicional a seu favor." CARNEIRO, 2004.

Ao citarmos a verossimilhança da alegação estamos dizendo que diante da


prova inequívoca temos a demonstração de que os fatos aparentam ser verídicos, mesmo
não sendo suficiente para a concessão da tutela. Mas diante do grau de persuasão,
influenciará na decisão do julgador para conceder ou não, a mesma.

O art. 273 condiciona a antecipação da tutela à existência de


prova inequívoca suficiente para que o juiz 'se convença da
verossimilhança da alegação'. A dar peso ao sentido literal do
texto, seria difícil interpretá-lo satisfatoriamente porque prova
inequívoca é prova tão robusta que não permite equívocos ou
dúvidas, infundindo no espírito do juiz o sentimento de certeza
e não mera verossimilhança. [TJSC • Procedimento do Juizado
Especial Cível • Obrigação de Fazer • 0308793-
30.2015.8.24.0018 • 2º Juizado Especial Cível do Tribunal de
Justiça de Santa Catarina]
Como requisito da tutela cautelar adentramos ao “fumus boris iuris”, sendo
assim a prova inequívoca, com credibilidade para o convencimento do julgador.

E caso a ação ajuizada por Caio for julgada improcedente, a ação de tutela de
urgência não torna a coisa julgada por ser de efeito provisório, ela se torna nula e a
empresa Araxá Comercial Ltda, poderá ingressar com uma ação para o ressarcimento e
caso queira qualquer indenização.

B - João, pessoa idosa e beneficiária de plano de saúde individual da sociedade “Boa


Saúde Ltda.”, começa a sentir fortes dores no peito durante a madrugada e,
socorrido por seus familiares, é encaminhado para a unidade hospitalar mais
próxima. O médico responsável pelo atendimento inicial constata um quadro clínico
grave, com risco de morte, sendo necessário o imediato encaminhamento do Sr. João
para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Ao ser contatado, o plano
de saúde informa que não autoriza a internação, uma vez que o Sr. João ainda não
havia cumprido o período de carência exigido em contrato. Diante a situação, um
dos filhos do Sr. João, contrata advogado, que diante da situação de urgência
elabora a ação cabível limitando-se apenas ao pedido de tutela de urgência. Diante
do caso exposto, pergunta-se: Quais os requisitos que deverão conter a petição
inicial ajuizada pelo advogado contratado? Em caso de deferimento da tutela
pretendida, qual deverá ser a conduta do advogado contratado, conforme determina
do CPC? Qual o prazo para o plano de saúde se defender?

RESPOSTA:

No caso explanado acima, o advogado entrará com uma Tutela Provisório de


Urgência Antecipada, que é uma solução satisfativa, que adianta o provimento jurídico,
o direito material na qual está sendo discutido, e a na qual aqui é o tratamento médico.
Sendo necessário conter na Petição Inicial alguns requisitos, que são: Elementos que
evidenciam a probabilidade do direito, outro requisito é o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.

Condições que devem ser levadas em conta para decisão do juiz o Principio
da Proporcionalidade, analisar as consequências do deferimento ou indeferimento, e
preciso ter o perigo, à ameaça, que foi ocasionada pelo réu por ação ou omissão, tornando
negligente ou menorizando.

Expresso no artigo 300, CPC:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.

Também tem a questão da irreversibilidade dos efeitos da tutela, os efeitos


não podem ser irreversíveis, protege o interesse mais relevante, e afasta risco superiores.
Ou seja, o magistrado deve amparar em um equilíbrio, uma balança, comparando os
danos, caso faça ou não. Critérios que estão presentes no problema acima, não tem o que
temer, pois o dano aqui e maior para o individuo doente.

Ferramentas como a caução torna importante, pois caso seja revogado a


medida ou perca a vigência é uma forma de ressarcir os danos, dando notoriedade a
Responsabilidade Civil do Requerente. Preceituando os artigos 300, § 1 e o 302:

Art. 300, § 1° Para concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a
outra parte sofrer, podendo caução ser dispensado se parte economicamente
hipossuficiente não puder oferece-la.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte


responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar a parte
adversa;

Com o deferimento do pedido, o advogado encaminha a decisão para parte ré


cumprir a decisão. É terá alguns prazos para defender, exposto no artigo 303, que é citado
para audiência de conciliação 30 dias, e 15 dias para contestar, previsto em lei:

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da


ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação
na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na
forma do art. 335.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso
de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação
ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser
citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15
(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

C - Joaquim ajuizou de cobrança contra Manuel, com fundamento em um negócio


jurídico celebrado entre as partes, cuja obrigação não foi cumprida por Manuel no
prazo convencionado. Durante o trâmite da ação, logo após a citação, Joaquim toma
conhecimento que Manuel colocou seu único bem móvel à venda, que consiste em
um terreno urbano, de forma que não resultará em nenhum outro bem que poderia
garantir o cumprimento da obrigação em caso de procedência da ação de cobrança.
Diante desta situação, o advogado de Joaquim, pleiteia tutela de urgência, que será
analisada pelo juiz do processo. Neste contexto hipotético, pergunta-se: Qual medida
de urgência deverá ser pleiteada pelo advogado de Joaquim? Em caso de
deferimento da tutela requerida, qual deverá ser a conduta do advogado de Manuel
e em que prazo deverá fazê-lo? O que poderá ser determinado pelo magistrado a
fim de resguardar os interesses de Manuel, no tocante ao deferimento da tutela de
urgência?

RESPOSTA:

O advogado de Joaquim deve ajuizar ação de Tutela de Urgência Cautelar,


que tem a finalidade instrumental, de garantir que o processo chegue ao final e que caso
tenha o deferimento entregue a parte requerente o que se pede, ou seja, assegura os
resultados após o termino do processo.

Com o deferimento da tutela provisória o doutor deve em 30 dias formular o


pedido principal, aditar, como dispõe o artigo 308 CPC:

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo
do adiantamento de novas custas processuais.

O magistrado para resguardar o direito do autor, que seria de receber os


valores da obrigação, pode utilizar dos meios que estão em lei como, arresto, sequestro,
arrolamento de bens entre outros, para caso defira, que haja bens moveis ou imóveis para
quitar a dívida, sendo, portanto, formas asseguração do direito.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação
de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

No caso acima, o arresto é umas das formas de assegurar, para que no futuro,
na fase de liquidação, possa penhorar o bem móvel que o réu possui, não determinando o
bem, pois pode se encontrar outro bem além do que acredito ter.

Referencias Bibliográfica:

BRASIL. Código de Processo Civil. (2015). Código de Processo Civil Brasileiro.


Brasília, DF, Senado, 2015.

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil- Esquematizado. 12ª


Edição. Saraiva.

MENDES E AZEVEDO. O panorama das tutelas provisórias no novo Código de


Processo Civil. Revista Consultor Jurídico, 2016. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2016-abr-03/panorama-tutelas-provisorias-cpc Acesso em
19/09/2021.

CARNEIRO, Athos Gusmão. Da antecipação dos efeitos da tutela. 5. ed. Rio de


Janeiro: Forense. 2004. p. 23 e 28.

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