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Prof.

Moreno

Brincadeira do bem me quer , mal me quer e não bem-me-quer, malmequer.

Quando os namorados tiram as pétalas da margarida, eles vão dizendo “Mal me quer, bem me
quer; mal me quer, bem me quer” — presumindo-se que o sujeito implícito do verbo querer
seja a figura do(a) amado(a): (“[ela] bem me quer, [ela] mal me quer”). Estamos, portanto, em
pleno nível sintático, onde cada palavra é uma unidade independente, separada uma da outra
pelo tradicional espaço em branco.

Quando a expressão foi substantivada para designar a própria flor, passou a substantivo
composto: malmequer (ou bem-me-quer) É mais ou menos o que aconteceu com “Deus nos
acuda!” e “foi um deus-nos-acuda“, “Chove e não molha” e “ficaram no chove-não-molha“.
Uma coisa é a frase, que veio em primeiro lugar; a outra, o substantivo que foi formado a
partir dela.

Quanto ao uso do hífen, deves lembrar que a regra que se aplica ao prefixo bem é diferente da
que se aplica a mal: bem vai ser hifenizado sempre que formar um composto com outro
vocábulo de existência independente em nosso idioma (bem-estar, bem-aventurado, bem-
querer, bem-vindo, etc.), enquanto mal só vai ter hífen quando se ligar a palavras iniciadas por
H ou por vogal: mal-estar, mal-assombrada, mal-arranjado (mas malfeito, malmequer, etc.).

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