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Perto do grande rio 

existia
um casarão muito antigo...
Diziam que estava abandonado
há mais de 150 anos...
Sempre que ia passar as férias
na casa de sua avó, ele olhava
fascinado para aquela grande e
misteriosa casa e dizia pensativo:
__ “Aposto que ali, naquele
casarão, tem um mistério...”

Autor: Alberto Filho


Aquele menino adorava passar
as férias na casa de sua avó.
Algumas vezes subia num
morro ali perto e ficava olhando
os garotos de uma Favela das
redondezas brincando com suas
pipas.
__ “Apesar de ser um bom
lugar para empinar uma pipa,
acho muito perigoso ficar perto
demais daqueles abismos em
volta das casas...”

Daquele mesmo morro ele


podia ver uma coisa que o
deixava bastante pensativo.
Era um lixão, onde adultos e
crianças das redondezas,
catavam coisas para vender, e
algumas vezes, até restos de
comida. E nessas horas ele
pensava:
__ “E ainda tem gente que
reclama da boa comida quentinha
e limpinha que tem em casa
todos os dias...”

Mas, como ele estava de


férias, precisava se divertir.
Assim, foi brincar com sua
pipa, sua brincadeira favorita.
Corria pelo mato,
descansava um pouco. Corria de
novo, e no fim da brincadeira,
ficava com tanta fome que até
comia todas as verduras e ainda
lambia o prato.
Sua avó, feliz da vida, nem
precisava pedir para que
comesse tudo.
Até que, certa tarde, o
cordão da sua pipa se quebrou e
ela voou para longe. Ele,
desesperado, correu atrás
tentando alcançá-la.
“Preciso pegá-la de volta.
Vou tentar segui-la e quando ela
cair eu a pego de volta...”, disse
para si mesmo.
E correu atrás, sempre
olhando para cima com medo de
perdê-la de vista.

E depois de muito tempo correndo atrás acabou por perdê-la de vista.


Ao olhar em volta, percebeu que estava em um lugar onde nunca estivera antes.
Então, ao olhar para baixo, viu uma coisa no chão que o deixou intrigado.
Com uma parte enterrado na areia, podia ver um pequeno Rolo de papel
amarrado com uma fita.
--“Deve ter sido a enchente de ontem que o desenterrou...”, comentou, enquanto
se abaixava para ver o que era.
Ao abrir o pequeno rolo, percebeu que havia achado uma espécie de mapa. E
quase sem voz de tão surpreso, exclamou:
“Nossa, parece que é mesmo um verdadeiro mapa de um tesouro!”
E depois de examinar o mapa, ele exclamou entusiasmado: -“Aqui diz que, em
algum lugar lá no velho casarão abandonado, existe um tesouro escondido...”
Assim, sem perder tempo, ele saiu pelo mato em direção ao velho casarão.
Ao avistá-lo de cima do morro, sentiu uma forte emoção seguida de um forte
calafrio que percorreu todo seu corpo.
Mas, como ele estava muito decidido, disse:
__ “Vou entrar lá e procurar esse tesouro até achar... disso eu tenho certeza...”
Então, desceu do morro devagar e com cuidado, e logo chegou no pátio em
ruínas da velha casa.
Nesse momento, não se conteve e exclamou maravilhado:
__ “Puxa, a casa é bem maior do que eu pensava... também, nunca tinha
chegado tão perto...”
Antes de entrar, ele deu mais uma olhada no mapa, e disse: “De acordo com o
que está escrito no mapa, o tesouro está lá dentro, escondido num quarto secreto...”
Assim, enrolou o mapa e empurrou devagar a imensa porta da casa.
Ao abrir a pesada porta, esta fez um barulho tão assustador que o deixou
arrepiado. Nesse momento, até pensou em desistir daquela aventura...
E do vão da porta, ficou fascinado com o tamanho da casa por dentro. Foi
quando viu que tudo estava em ruínas; muitas coisas quebradas, tudo espalhado pelo
chão, um cenário desolador e misterioso.
Ele então pensou consigo mesmo:
__ “Minha vó disse que desde seu tempo de criança essa casa já estava
abandonada... disse ainda que ninguém sabe o que aconteceu por aqui, ou com seus
donos...”
A luz do Sol que entrava pelos buracos do telhado deixava tudo muito claro lá
dentro, por isso sentiu-se tranquilo.
Ele então abriu o mapa sobre uma mesa, e pensou: “Agora vou dar mais uma
olhada no Mapa para saber o que devo fazer. Aqui diz que devo procurar por um
corredor com as paredes Verdes; é lá que está a passagem secreta. No quarto secreto
vou encontrar uma parede com uma argola de ferro...”
Não demorou muito para ele achar o corredor com as paredes verdes.
E enquanto caminhava pelo corredor, pisou numa tábua solta que acionou um
mecanismo revelando uma passagem secreta escondida em uma das paredes.
Levou o maior susto quando viu uma parte da Parede se abrir sozinha. Então,
exclamou entusiasmado:
__ “Acho que acabei de encontrar o quarto secreto...”
Ao entrar no quarto secreto, logo viu que se tratava de um depósito muito
antigo, onde se guardavam as coisas da casa.
Então, abaixo da escadaria, viu algo mais. Era um sólido paredão de pedras.
Encravada nele, pode ver uma grande argola de ferro.
E, muito contente, exclamou: “É a parede com a argola descrita no mapa...”
Estava ansioso para achar o tesouro escondido. Como já sabia o que fazer, subiu
sobre uma pedra junto à parede da argola, e disse:
__ “Conforme está no mapa, basta puxar a argola com força e algo vai
acontecer... Vamos lá...”
E usando toda sua força, puxou a grande argola. Nesse momento uma pedra
começou a sair do paredão...
Quando a Pedra caiu da Parede, ele viu que ela escondia um compartimento
secreto.
Ao olhar lá dentro, ele mal pode acreditar no que estava vendo...
Vários pequenos baús, recheados com centenas de moedas de ouro, joias e
pedras preciosas. Quase sem voz de tanta emoção, exclamou:
__ “Achei o Tesouro Perdido...”
E ele decidiu: “Com essa fortuna toda acredito que serei capaz de ajudar muitas
pessoas, e claro, principalmente meus pais...”
Assim, ele colocou parte do Tesouro em um saco, e pensou: “Chegando em casa,
vou chamar meu pai para me ajudar. Faremos muitas viagens até conseguir levar
tudo... Mas, é um trabalho que, além de valer a pena, precisa ser feito com
paciência...”

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