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Processo n° 999.999.2020.8.19.0004
Réus: TADEU
TARSO
TIAGO
TOMÉ
SENTENÇA
Enquanto o réu Tomé dormia, os réus Tadeu e Tarso anunciaram os assaltos mandando as
vítimas entregarem todos os pertences portando uma arma de fogo, tendo se evadido do local com o
veículo dirigido pelo réu Tiago, que a todo momento esteve consciente das ações praticadas pelo
bando. Cumpre ressaltar que nos delitos contra o patrimônio, notadamente o roubo, na maioria das
vezes perpetrado de forma distante dos olhares de terceiros, a palavra da vítima assume especial
relevância, considerando-se sobretudo, que ao apontar o autor da ação criminosa não tem outros
interesses que não os de revelar a verdade dos fatos e contribuir para a reprimenda penal do
respectivo responsável pela ação delituosa. De mais a mais, não foi apontado qualquer motivo
particular que as vítimas poderiam ter para imputar falsamente aos réus fatos tão graves. A
absolvição, portanto, é impossível. As penas privativas de liberdade devem ser aplicadas
respeitando-se a medida de culpabilidade de cada agente na empreitada criminosa.
Com efeito, também restaram comprovadas, pelos relatos das vítimas, as circunstâncias
referentes ao emprego de arma de fogo e ao concurso de pessoas.
Confirmam os ofendidos que foram abordados por quatro indivíduos em um carro, que os
ocupantes dos bancos de trás desembarcaram do veículo para realizar o assalto, na posse de arma de
fogo, não sendo a mesma apreendida. Saliente-se que a arma de fogo não precisa ser apreendida
para que seja considerada pelo julgador, bastando que a vítima afirme de forma segura seu emprego
por parte dos réus.
a) ABSOLVER o réu Tomé devido a estar inconsciente a todo o momento da ação criminosa
do bando, restando evidente a ausência de sua participação nos delitos ora narrados; e
b) CONDENAR o réu Tadeu como incurso nas penas do artigo 157 §2º, I e II, e § 2º-A, I, na
forma do artigo 69, ambos do Código Penal.
c) CONDENAR o réu Tiago como incurso nas penas do artigo 157 §2º, I e II, e § 2º-A, I, na
forma do artigo 69, ambos do Código Penal
d) CONDENAR o réu Tarso como incurso nas penas do artigo 157 §2º, I e II, e § 2º-A, I, na
forma do artigo 69, ambos do Código Penal
DO RÉU TADEU
Na segunda fase, verifico que o acusado Tadeu é menor de 21 anos, razão pela qual atenuo
sua pena em 07 (sete) meses, acomodando a pena intermediária em 02 (dois) anos e 10 (dez) meses.
DO RÉU TIAGO
Na segunda fase, verifico que o acusado Tiago é menor de 21 anos, razão pela qual atenuo a
penas em 07 (sete) meses, acomodando a pena intermediária em 02 (dois) anos e 10 (dez) meses.
DO RÉU TARSO
No caso em exame, em que a subtração foi cometida mediante grave ameaça, com o
emprego de arma de fogo, a periculosidade e o elevado grau de reprovabilidade da conduta indicam
que só serão alcançados os citados objetivos com o estabelecimento do regime fechado.
Verifico que o réu não preenche os requisitos do artigo 44 do Código Penal, tendo em vista
que delito cometido no presente caso ocorreu mediante grave ameaça, razão pela qual deixo de
substituir a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito.
Outrossim, verifico que os réus Tadeu, Tarso e Tiago não preenchem os requisitos do artigo
77 do Código Penal, vez que a pena fixada é superior a dois anos, razão pela qual deixo de aplicar a
suspensão condicional da pena.
Condeno, ainda, os réus ao pagamento das despesas judiciais com fundamento no artigo 804
do CPP, salientando que eventual pedido de gratuidade de justiça deverá ser formulado ao Juízo da
Execução Penal.
Expeça-se Carta de Execução Provisória, na forma do artigo 8º da Resolução 113/2010 do
CNJ, artigo 12 da Resolução TJ/OE/RJ nº 07/2012 e Súmula 261 do TJ/RJ.
Anote-se para fins estatísticos e eleitorais, nos termos do artigo 15, inciso III da Constituição
da República de 1988.