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“FALAS TANTO TEMPO TODO DE FLORES E”,

ode religiosa ao alter-ego

Falas tanto tempo todo de flores e


Não tem nem uma sequer que fosse
No teu quarto: teu reduto mui doce.

Ouves muito dizerem que os sabores


Compartilhados pela saliva dos louvores
Na boca dos ficantes das festas sem temores.

Perambulavas pelo atroz percurso dorido


Mesmo que enquanto passavas estivesse florido
Não alterava o espanto de ser mero desconhecido.

Soçobrou então para o bosque em que te enfiaste


As hastes das árvores nativas pois teve dia holofotes foste
Já no hoje percalças com as calças nas mãos como viscondes.

Sonolenta elegia dedicada a energúmenos insondáveis


És como eles, tens tua tez enrugada de traços miseráveis
Traçados pelo tempo que passou e nadavas tal que os hábeis.

Maledicência transcorrida pelo teu exorbitante rompante


Tu dizias, nobre rapaz, que sagaz serias ao ponto do elucidante
Contraste nervoso os transeuntes tu és macilento e dilacerante.

G R TISSOT
30, Nov 2021
11:07 pm

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