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Orientadores:
Mestre Sérgio Santos
Doutor Fernando Romeiro
Alunos:
Rodrigo José Caetano Leal – eau17073@student.estg.ipleiria.pt
João Paulo Nave Silva – eau17089@student.estg.ipleiria.pt
ii
II ÍNDICE
1 Introdução ......................................................................................................................... 1
2 Revisão Bibliográfica ......................................................................................................... 2
2.1 Sistemas de Protecção no Atropelamento ................................................................ 2
2.1.1 Sistema Jaguar .................................................................................................. 2
2.1.2 Sistema Volvo .................................................................................................... 2
2.1.3 Sistema Bosch.................................................................................................... 4
2.2 Cortiça ....................................................................................................................... 4
2.2.1 Estrutura da Cortiça .......................................................................................... 4
2.2.2 Caracterização da Cortiça .................................................................................. 6
2.2.3 Comportamento Mecânico da Cortiça Micro-Aglomerada............................... 7
2.3 Métodos dos Elementos Finitos ................................................................................ 8
2.4 Head Injury Criterion ................................................................................................. 8
3 Cenário do Atropelamento ............................................................................................... 9
3.1 Descrição da Cabeça................................................................................................ 10
3.2 Descrição do Capot.................................................................................................. 11
3.2.1 Estrutura .......................................................................................................... 12
3.2.2 Forra ................................................................................................................ 13
3.3 Descrição da Cortiça ................................................................................................ 13
3.4 Definições da Simulação.......................................................................................... 14
3.4.1 Dbase ............................................................................................................... 14
3.4.2 Cnstrnd ............................................................................................................ 14
3.4.3 Control ............................................................................................................. 15
3.4.4 Initial ................................................................................................................ 15
3.4.5 Contact ............................................................................................................ 15
4 Simulações....................................................................................................................... 15
4.1 Impacto com Capot Original.................................................................................... 15
4.2 Impacto com Capot com Cortiça ............................................................................. 16
5 Resultados Obtidos ......................................................................................................... 17
5.1 Velocidade de Atropelamento de 30 km/h ............................................................. 17
5.1.1 Capot Original .................................................................................................. 17
5.1.2 Cortiça com 10 mm ......................................................................................... 18
5.1.3 Cortiça com 20 mm ......................................................................................... 19
5.1.4 Cortiça com 40 mm ......................................................................................... 20
5.2 Velocidade de Atropelamento de 50 e 65 km/h ..................................................... 21
6 Conclusões....................................................................................................................... 22
7 Bibliografia ...................................................................................................................... 23
iii
8 Anexos ............................................................................................................................. 24
iv
III ÍNDICE DE FIGURAS
IV ÍNDICE DE TABELAS
v
Tabela 13 – Componentes da velocidade de atropelamento ................................................ 15
Tabela 14 – Valores de HIC para 50 e 65 km/h ...................................................................... 21
Tabela 15 – Valores das Acelerações do Capot...................................................................... 22
Tabela 16 – Valores de HIC .................................................................................................... 22
vi
1 INTRODUÇÃO
O veículo automóvel tem sido ao longo de décadas o meio de transporte mais utilizado pelo
Homem para se deslocar. É um meio de transporte bastante seguro, mas que atinge elevadas
velocidades. Os seus construtores têm criado sistemas auxiliares que conferem ao automóvel
uma maior segurança. No entanto, o condutor e o meio externo (condições ambientais,
pavimento, sinalização, peões, etc.) influenciam o comportamento do automóvel e muitas
vezes provocam o acidente. O acidente pode ter as mais diversas origens, que resulta
normalmente em lesões graves nos ocupantes dos veículos e/ou nos peões que se encontrem
em contacto com o veículo.
Este trabalho surge com o intuito de diminuir as lesões provocadas no peão num caso
particular de acidente, o atropelamento. Este tipo de acidente ocorre maioritariamente em
centros urbanos onde a concentração de pessoas e veículos é maior.
Com a preocupação de diminuir o número de atropelamentos fatais e a gravidade das
lesões geradas, é estudada uma solução que consiste na adição de um material que absorve a
energia resultante do impacto entre o veículo e o peão.
1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2
FIGURA 2 – SISTEMA VOLVO
Possui uma unidade de radar integrada na grelha frontal que detecta objectos e determina
a distância a que estão, calculando assim o risco de um impacto real. Além disso, tem uma
câmara atrás do espelho retrovisor interior, que utiliza as informações capturadas pelo radar
para determinar o tipo de objectos que está à frente do veículo. Graças à sua elevada
resolução, a câmara ainda é capaz de identificar a circulação de peões, prevendo assim se
poderão saltar para a frente do veículo (2).
No caso de uma situação eminente de atropelamento acontecer, o condutor é inicialmente
informado através de um aviso sonoro e de uma luz a piscar no display interior do veículo
(Figura 4) (2).
3
2.1.3 SISTEMA BOSCH
O sistema Electronic Pedestrian Protection (EPP) controla electronicamente a protecção dos
peões no caso de atropelamento. O EPP utiliza sensores de aceleração na frente do veículo
para efectuar a detecção do impacto e uma unidade de controlo que acciona os actuadores
que levantam o capot (Figura 6 (3)). Este sistema oferece uma zona de deformação mais
eficiente ao corpo de impacto reduzindo assim o risco de lesão (3).
Como alternativa, também podem ser utilizados airbags também para utilização na
protecção contra impactos. Os fabricantes de automóveis podem oferecer a protecção contra
impactos activa com uma unidade de controlo independente, ou podem integrá-la numa
unidade de controlo de airbag já existente no veículo (3).
2.2 CORTIÇA
Nesta secção do trabalho são apresentados os fundamentos teóricos sobre o material
cortiça. Este material tem vindo cada vez mais a ser utilizado em aplicações que envolvem
sistema de amortecimento de energia mecânica e ruído. É pretendido no nosso sistema utilizar
este material daí a necessidade de o caracterizar.
4
FIGURA 7 – DESENHOS DE ROBERT HOOKE DA ESTRUTURA DA CORTIÇA
Dada a anisotropia e estrutura celular da cortiça, podem definir-se três direcções principais
e três secções principais. As primeiras são designadas de acordo com a orientação em relação
ao tronco da árvore. Assim, as direcções segundo o raio e o eixo do tronco designam-se por
radial e axial, respectivamente. A direcção tangente à circunferência do tronco designa-se por
tangencial. Do mesmo modo se designam as secções tangencial, transversal e radial, em
concordância com a posição das secções relativamente ao tronco.
De uma forma simplificada, as células de cortiça podem ser descritas como prismas, em
média hexagonais, empilhados em colunas ou fiadas, cujo eixo tem a direcção radial.
Uma das complexidades da estrutura da cortiça reside na irregularidade das paredes
segundo esta direcção, geralmente onduladas. As células de uma mesma coluna são geradas,
uma após outra, pela mesma célula de felogénio e não existe correlação entre as alturas das
células de cortiça em colunas adjacentes. As dimensões das células da cortiça variam bastante,
quer de cortiça para cortiça, quer numa mesma prancha de cortiça. De um modo geral, as
paredes celulares têm uma altura média de 45 μm, um lado de base hexagonal de
comprimento aproximadamente igual a 20 μm e uma espessura média de parede celular de 1
μm. Na Figura 8 (4) e Figura 9 (4) pode observar-se uma fotografia da estrutura celular da
cortiça na direcção radial, captada com microscópio electrónico de varrimento, e a
representação esquemática de uma célula de cortiça, respectivamente (4).
5
FIGURA 9 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA CÉLULA DE CORTIÇA
6
tendo sempre em vista uma melhoria da qualidade e do desempenho deste material para a
indústria rolheira. São exemplo disso os estudos sobre a viscoelasticidade, a fluência e a
relaxação de tensões; as publicações sobre o coeficiente de Poisson, a influência da humidade
e porosidade no material; os avanços nos mecanismos de crescimento e fractura da cortiça
com o intuito de conhecer os parâmetros que afectam directamente a qualidade das pranchas
de cortiça, etc..
De facto, a cortiça é um material celular natural com características favoráveis no âmbito
da segurança passiva. Destacam-se, além da capacidade de absorção de energia de impacto, a
baixa densidade, boa estabilidade química e resiliência, impermeabilidade a líquidos e
resistência ao fogo e ao desgaste.
A cortiça é ainda um material reciclável e reutilizável, ecológico, higiénico, de fácil
manutenção e com elevada durabilidade. Poderá esperar-se, portanto, que este material seja
capaz de satisfazer exigências em todas as vertentes do sector automóvel como, por exemplo,
as exigências ambientais, económicas, de desempenho e de crashworthiness1 (4).
1
Capacidade de deformação plástica mantendo a integridade do habitáculo de forma a garantir a
protecção dos ocupantes.
7
2.3 MÉTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS
Nos dias de hoje, o método dos elementos finitos está bastante divulgado e é utilizado, de
uma forma generalizada, nas análises de engenharia. Nos próximos anos é expectável um
crescimento do número de análises de engenharia realizadas através do método dos
elementos finitos (5).
O seu desenvolvimento começou com o advento do computador. A solução da análise por
elementos finitos é obtida resolvendo um sistema de equações, como tal só depois do
aparecimento do computador é que o processo se tornou eficiente e de aplicação
generalizada. Estas duas propriedades, eficiência e aplicabilidade generalizada, são inerentes à
teoria utilizada que permite a análise de um grande leque de problemas (5).
O método dos elementos finitos em engenharia foi inicialmente desenvolvido para analisar
problemas de mecânica estrutural. No entanto, cedo se reconheceu que o método pode ser
aplicado a outro tipo de problemas, como por exemplo, transferência de calor e dinâmica de
fluidos (5).
A escolha do modelo matemático que rege o problema físico é sempre a primeira etapa da
análise por elementos finitos. A solução aproximada pelo método dos elementos finitos do
modelo matemático envolve uma discretização da solução em vários pontos do domínio. O
método dos elementos finitos é utilizado para resolver modelos matemáticos complexos, mas
é importante apreender que a solução nunca pode conter mais informação que a existente no
modelo (5).
As propriedades físicas dos elementos são regidas por um conjunto relativamente simples
de equações matemáticas. Qualquer mudança de estado aplicada em qualquer elemento
devido a uma fonte externa (por exemplo, carga física, termodinâmica ou gravitacional) pode
ser facilmente calculada. Não só as mudanças dentro do elemento são determinadas, mas
qualquer influência sobre o meio ambiente, incluindo elementos na vizinhança, e outros
organismos mediante a aplicação de propriedades de ligação. O solver utilizado na Análise de
Elementos Finitos pode ser implícito ou explícito. O solver implícito utiliza um algoritmo que
assume uma aceleração média constante ao longo do intervalo de integração. As propriedades
de materiais não lineares podem ser utilizadas em problemas estáticos mas não em problemas
dinâmicos. O solver explícito assume deslocamentos que ocorrem de forma linear e as
acelerações e velocidades são calculadas de acordo com os deslocamentos. O solver explicito
tende a ser instável a menos que o intervalo de tempo (timestep) seja menor que o valor da
flutuação da tensão e da dimensão do menor elemento (5)e (6).
O solver implícita é mais rápido, mas não é adequado para todos os problemas. Por esta
razão o software utilizado neste trabalho efectua um cálculo explícito permitindo estudar
comportamentos não lineares e complexos (6).
8
As lesões na cabeça são as lesões que mais provavelmente resultam em fatalidade na
sequência de uma colisão com um veículo. Tanto a aceleração linear, como a angular são
debatidas como principais determinantes da lesão no cérebro. Outros factores como o
impacto lateral ou frontal, o tempo da fase de aceleração/desaceleração, contusão cerebral ou
choque e movimentos do cérebro em relação ao crânio são importantes.
O HIC foi posteriormente desenvolvido por Versace (1971). Este centra-se no intervalo de
tempo de integração sobre a parte mais prejudicial do impulso. O valor do HIC é dado pela
equação seguinte (1):
Este índice de dano na cabeça (HIC) possui limitações que são as seguintes (1):
- As acelerações angulares não são tidas em conta;
- Lida apenas com os contactos rígidos;
- Os dados são obtidos somente entre os valores máximos de aceleração.
3 CENÁRIO DO ATROPELAMENTO
9
FIGURA 11 – CENÁRIO UTILIZADO NO LS-DYNA
10
TABELA 3 – DEFINIÇÃO DO MATERIAL DA CABEÇA
*SECTION_SOLID
Título Secção cabeça
Número da secção 11
TABELA 4 – DEFINIÇÃO DA SECÇÃO DA CABEÇA
11
O capot é constituído por duas partes a estrutura (amarelo) e a forra (castanho). A
estrutura confere ao capot a sua resistência mecânica ao impacto enquanto a forra permite o
isolamento e o revestimento ao compartimento do motor.
3.2.1 ESTRUTURA
O material utilizado para caracterizar o comportamento do aço aplicado nos elementos do
capot foi o *MAT_PIECEWISE_LINEAR_PLASTICITY. Este tipo de material permite traduzir um
comportamento elastoplástico através de uma definição de uma curva de tensão-extensão.
Permite também definir a tensão de rotura do material. Os parâmetros definidos na
caracterização estão apresentados na Tabela 5 e na Figura 14.
*MAT_PIECEWISE_LINEAR_PLASTICITY
Título Aço da forra interna
Identificação do material (MID) 554
Massa Volúmica (RO) [kg/m3] 7,89x10-6
Módulo Young (E) [GPa] 210
Coeficiente de Poisson (PR) 0,3
Tensão de Rotura (SIGY) 0,229
TABELA 5 – CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA DO CAPOT UTILIZADO NO LS-DYNA
O tipo de secção utilizada para definir a estrutura foi o *SECTION_SHELL com os seguintes
parâmetros.
*SECTION_SHELL
Título Estrutura
Identificação da secção (SECID) 554
(T1) 1,5
(T2) 1,5
Espessura [mm]
(T3) 1,5
(T4) 1,5
TABELA 6 – CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA DO CAPOT UTILIZADO NO LS-DYNA
12
3.2.2 FORRA
O material utilizado para definir a forra foi o *MAT_PIECEWISE_LINEAR_PLASTICITY no qual
estão definidos os seguintes parâmetros.
*MAT_PIECEWISE_LINEAR_PLASTICITY
Título Aço da forra interna
Identificação do material (MID) 554
Massa Volúmica (RO) [kg/m3] 7,89x10-6
Módulo Young (E) [GPa] 210
Coeficiente de Poisson (PR) 0,3
Tensão de Rotura (SIGY) 0,229
TABELA 7 – CARACTERÍSTICAS DA FORRA DO CAPOT UTILIZADA NO LS-DYNA
O tipo de secção utilizada para definir a estrutura foi o *SECTION_SHELL, com os seguintes
parâmetros.
*SECTION_SHELL
Título Forra
Identificação da secção (SECID) 555
(T1) 1,5
(T2) 1,5
Espessura [mm]
(T3) 1,5
(T4) 1,5
TABELA 8 – CARACTERÍSTICAS DA FORRA DO CAPOT UTILIZADA NO LS-DYNA
*MAT_HONEYCOMB
Título Material cortiça
Identificação do material (MID) 559
Massa Volúmica (RO) [kg/m3] 2,93x10-7
Módulo Young (E) [GPa] 0,9
Coeficiente de Poisson (PR) 0,3
Tensão de Rotura (SIGY) 0,001
Curva de tensão-extensão LCA 118
TABELA 9 – CARACTERÍSTICAS DA CORTIÇA UTILIZADA NO LS-DYNA
13
FIGURA 15 – GRÁFICO TENSÃO-EXTENSÃO DA CORTIÇA
*SECTION_SOLID
Título Seccao cortica
Número da secção 1
TABELA 10 – CARACTERÍSTICAS DA CORTIÇA UTILIZADA NO LS-DYNA
3.4.1 DBASE
As definições do database são opcionais, mas são necessárias para obter os ficheiros de
saída que contêm a informação dos resultados. Foi necessário definir o *BINARY_D3PLOT que
representa o tempo de apresentação de resultados e o *BINARY_D3THDT que guarda em
histórico os dados relativos aos subconjuntos de cada elemento. Os valores introduzidos foram
os apresentados na Tabela 11.
3.4.2 CNSTRND
O parâmetro *CONSTRAINED permite constrangir os graus de liberdade de modo a mover
os elementos da mesma forma. É criada um *CONSTRAINED_SPOTWELD para realizar uma
2
O modo hourglass representa uma grandeza não física, modos de deslocamento de energia zero
que produzem tensões e extensões nulas.
14
união soldada entre a estrutura e a forra do capot. A necessidade de limitar os deslocamentos
dos topos do capot levou à utilização do *CONSTRAINED_NODE_SET para constranger os
deslocamentos lineares das três direcções.
3.4.3 CONTROL
Este parâmetro é opcional e permite alterar as definições tidas por defeito, activar opções
de solução, malhas adaptadas e soluções implícitas.
Foram definidos os parâmetros apresentados na Tabela 12.
3.4.4 INITIAL
De modo a simular as condições dinâmicas iniciais de embate do peão no veículo houve a
necessidade de definir a velocidade de impacto. Este parâmetro é inserido através do
comando *INITIAL_VELOCITY. A cabeça do peão é animada de velocidade nas três direcções,
velocidade esta que depende das condições do atropelamento. Na Tabela 13 são apresentadas
as componentes da velocidade de embate para as diferentes simulações realizadas. De referir
que as velocidades utilizadas estão de acordo com o livro “Motor Vehicle Accident
Reconstruction and Cause Analysis” que refere estas velocidades como típicas para a realização
de ensaios de atropelamento.
3.4.5 CONTACT
O parâmetro *CONTACT permite efectuar a definição do tipo de interacção que se pretende
realizar entre duas partes que se encontram separadas. Para o contacto da cabeça com os
elementos o capot foi utilizado o tipo de contacto *AUTOMATIC_SURFACE_TO_SURFACE, esta
definição permite obter resultados com uma boa aproximação sem necessidade de
caracterização pormenorizada do contacto entre as partes constituintes do atropelamento.
4 SIMULAÇÕES
15
cabeça e um consequente dano. A Figura 16 apresenta uma destas simulações em que é
possível verificar a deformação existente no capot do veiculo.
16
5 RESULTADOS OBTIDOS
Com a realização das simulações no software LS-Dyna foi possível obter os diferentes dados
relativos a cada uma das simulações efectuadas. No total foram realizadas 12 simulações que
permitiram obter os valores de Índice de dano da cabeça (HIC) e as acelerações a que este
esteve sujeito.
Através da análise da imagem acima apresentada é possível verificar que existe um pico de
aceleração da cabeça que atinge os 80 vezes a aceleração da gravidade. O valor de HIC obtido
neste ensaio é de 214,6 que através da análise Tabela 2 corresponde a uma ligeira dor de
cabeça para o peão. De referir que para esta situação a velocidade de impacto também é baixa
(30 km/h).
17
FIGURA 19 – ACELERAÇÃO RESULTANTE DO CAPOT
Através da análise da Figura 20 verifica-se que existe um pico de aceleração da cabeça por
volta dos 20ms da simulação. O valor de HIC obtido é de 179,8 correspondendo a uma ligeira
dor de cabeça para o peão. Para esta situação com a velocidade de impacto de 30 km/h foi
18
adicionada a camada superficial de cortiça que permitiu diminuir em 34,8 o índice de dano da
cabeça.
A aceleração resultante máxima obtida na superfície do capot para a situação de capot com
uma forra de 10mm de cortiça no atropelamento a 30 km/h é de 5,9 mm/ms2. Além do valor
máximo de aceleração ser inferior à situação original, também o valor médio da aceleração é
inferior neste caso.
19
Na Figura 22 observa-se um valor de HIC obtido é de 147,8. Esta configuração do capot
permitiu diminuir em 64,8 o índice de dano da cabeça.
20
Analisando a Figura 24 verifica-se a existência de um aumento valor de HIC obtido
relativamente à configuração de 20 mm de espessura. Neste caso a atenuação de impacto é
pior obtendo-se um HIC de 154,1. Esta situação corresponde igualmente a uma ligeira dor de
cabeça para o peão.
21
menos trágica para o peão seria a adição de uma camada de 40mm de espessura sob o capot
original. A diminuição do valor de HIC neste caso ultrapassa as mil unidades.
2
Acelerações do capot [mm/ms ]
Capot original + cortiça
Velocidade [km/h]
Capot original Cortiça micro-aglomerada
6 CONCLUSÕES
Durante a realização deste trabalho foram estudadas várias soluções para a implementação
de um sistema que permitisse a diminuição das lesões provocadas a peões em situações de
atropelamento.
Todo o estudo realizado neste trabalho foca-se nas lesões provocadas no embate entre a
cabeça e o capot do veículo, excluindo-se por isso as situações em que o peão atinge outras
partes do veículo em situações de atropelamento.
Com o auxílio do software de simulação utilizado neste trabalho foi possível determinar
com relativa confiança quais os valores de HIC resultantes de atropelamentos para diferentes
velocidades de impacto e superfícies do capot.
A solução que apresentamos como sendo a que produz maior diminuição do HIC para 30 e
50 km/h simultaneamente é um capot que contenha adicionada uma camada de cortiça micro-
aglomerada com uma espessura de 20 mm como a apresentada com o comportamento
utilizada nas simulações. É de frisar ainda que para a velocidade de 65 km/h, o valor do HIC
mínimo obtido é para uma condição de 40 mm de espessura. Para esta velocidade é pouco
importante a diferença entre os 20 e os 40 mm de espessura dado que o peão tem morte
quase certa. Na Tabela 16 são apresentados os dados relativos a todos os ensaios realizados, e
a melhor solução a utilizar é a cortiça de 20 mm.
HIC
Capot original + cortiça
Velocidade [km/h]
Capot original Cortiça micro-aglomerada
22
7 BIBLIOGRAFIA
23
8 ANEXOS
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