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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS


BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

AUGUSTO CÉSAR AZEVEDO CARVALHO FILHO


CHRISTIANA LETICIA FONTENELE GOMES
DIMAS CARVALHO SILVA DINIZ
MATHEUS ABREU GOMES
PABLO BRUZACA DOS SANTOS
RAFAEL PIMENTA OLIVEIRA
REGIS VINICIUS DE SOUZA CASTRO

Energia Solar e Geração Distribuída

São Luís – MA
2018
AUGUSTO CÉSAR AZEVEDO CARVALHO FILHO
CHRISTIANA LETICIA FONTENELE GOMES
DIMAS CARVALHO SILVA DINIZ
MATHEUS ABREU GOMES
PABLO BRUZACA DOS SANTOS
RAFAEL PIMENTA OLIVEIRA
REGIS VINICIUS DE SOUZA CASTRO

Energia Solar e Geração Distribuída

Trabalho apresentado ao Curso de


Bacharel Interdisciplinar em Ciência e
Tecnologia da Universidade Federal do
Maranhão, como requisito para
obtenção de terceira nota na disciplina
de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

São Luís – MA
2018
RESUMO

O presente trabalho foi resultado de pesquisa dos alunos do curso


Bacharel Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do
Maranhão, que teve como foco: Energia Solar e Geração Distribuída. O
objetivo é demonstrar de forma simples, objetiva e intuitiva o funcionamento da
energia solar, e suas características tais como vantagens, desvantagens e
viabilidade. Bem como, demonstrar a aplicação de sistema fotovoltaico
integrado ao entorno construído e conectado à rede elétrica como alternativa
para a Geração Distribuída. Geração Distribuída é a produção de energia
elétrica realizada junto ou próxima ao consumidor. Fontes de geração
conectadas diretamente na rede de distribuição ou no consumidor são
alternativas para: descentralização do sistema de geração e
consequentemente a redução de novos investimentos em construção de novas
usinas, linhas de transmissão e redes de distribuição.
Palavras Chave: Energia Solar, Geração Distribuída, Sistema Fotovoltaico.
ABSTRACT
This paper is the result of the research project of the students of the
course Interdisciplinary Bachelor in Science and Technology of the Federal
University of Maranhão, which focused on: Solar Energy and Distributed
Generation. The objective is to demonstrate in a simple, objective and intuitive
way the operation of solar energy, and its characteristics such as advantages,
disadvantages and viability. As well, demonstrate the application of integrated
photovoltaic system to the environment built and connected to the electric grid
as an alternative to Distributed Generation. Distributed Generation is the
production of electric energy carried out next to or close to the consumer.
Generation sources connected directly to the distribution network or the
consumer are alternatives to: decentralization of the generation system and
consequently the reduction of new investments in the construction of new
plants, transmission lines and distribution networks.

Keywords: Solar Energy, Distributed Generation, Photovoltaic System.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................7

2 OBJETIVOS......................................................................................................9

3 METODOLOGIA................................................................................................9

4 DESENVOLVIMENTO.....................................................................................11

4.1 ENERGIA SOLAR.....................................................................................11

4.1.1 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS............................................................13

4.1.1.1 MÓDULO SILÍCIO MONOCRISTALINO (M-SI)..........................14

4.1.1.2 MÓDULO SILÍCIO POLICRISTALINO (P-SI)..............................14

4.1.1.3 FILMES FINOS............................................................................14

4.1.1.4 CÉLULAS ORGÂNICAS..............................................................15

4.1.2 SISTEMA FOTOVOLTAICO..............................................................15

4.2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA........................................................................17

4.2.1 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO BRASIL.............................................18

4.2.2 REGULAMENTAÇÃO........................................................................19

4.2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS...................................................20

4.2.4 ProGD E INCENTIVOS......................................................................21

5 CONCLUSÃO..................................................................................................22

6 REFERÊNCIAS...............................................................................................22
7

1 INTRODUÇÃO
A crise energética e a busca por energias renováveis têm reacendido
o debate sobre fontes alternativas de energia. E nesses debates a energia
solar vem ganhando cada vez mais espaço, uma vez que é de fácil
implantação, possui custo de manutenção baixo, é uma fonte renovável e ideal
para locais onde as radiações solares são abundantes. Mas no Brasil, país que
pela área, geografia e localização, entre outros fatores, é potencialmente
favorável para o desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos, existe um atraso
nesta área em relação a outros países. 
Com o constante avanço da tecnologia, várias inovações no modo
como são fabricados os sistemas para geração de energia solar estão
surgindo, contribuindo assim para diminuição dos preços e consequentemente
tornando este tipo de energia mais acessível. 
Nesse sentido, a geração distribuída, que é caracterizada pela
instalação de geradores de pequeno porte, normalmente a partir de fontes
renováveis ou mesmo utilizando combustíveis fósseis, localizados próximos
aos centros de consumo de energia elétrica, vem ganhando destaque no
cenário brasileiro.
De forma geral, a presença de pequenos geradores próximos às cargas
pode proporcionar diversos benefícios para o sistema elétrico, dentre os quais
se destacam a postergação de investimentos em expansão nos sistemas de
distribuição e transmissão; o baixo impacto ambiental; a melhoria do nível de
tensão da rede no período de carga pesada e a diversificação da matriz
energética.
Por outro lado, há algumas desvantagens associadas ao aumento da
quantidade de pequenos geradores espalhados na rede de distribuição, tais
como: o aumento da complexidade de operação da rede, a dificuldade na
cobrança pelo uso do sistema elétrico, a eventual incidência de tributos e a
necessidade de alteração dos procedimentos das distribuidoras para operar,
controlar e proteger suas redes. Desde 17 de abril de 2012, quando a ANEEL
criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, o consumidor brasileiro
pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou
8

cogeração qualificada e inclusive fornecer o excedente para a rede de


distribuição de sua localidade.
9

2 OBJETIVOS

3 METODOLOGIA
10

Serão realizadas pesquisas teóricas para a obtenção prévia de dados,


visando mostrar em apresentação como a utilização da energia renovável
gerada a partir do sol pode ser o caminho para um desenvolvimento
sustentável.
Realização, em um segundo momento, mostrar as formas de se adquirir
um sistema fotovoltaico eficiente e que atenda às necessidades de uma
residência ou comercio, mostrando ainda financiamentos incentivados pelo
governo federal com o objetivo de difundir a utilização de energia solar que
podem ser adquiridas por pessoas jurídicas e físicas.
Tendo em vista a difusão e inserção desse sistema em residências
comuns, hoje no Brasil nós temos o sistema de geração distribuída, que
resumidamente consiste na instalação de centrais geradoras conectadas
diretamente à concessionária e regidas através do sistema Net Metering.
Por último, será apresentado uma relação de custo e benefício,
evidenciando em quanto tempo após a implantação do sistema o mesmo
passará a ter custo somente de manutenção, já que o sistema adotado para a
edificação atenda a suas necessidades.
11

4 DESENVOLVIMENTO
4.1 ENERGIA SOLAR
Tomando como base o fato de que a produção de energia solar é a que
mais cresce em nosso país, havendo muitos projetos em áreas urbanas para o
abastecimento residencial e empresarial. Em 2016 observou-se um
crescimento próximo a 300%, de acordo com a Associação Brasileira de
Energia Solar Fotovoltaica (site, Absolar). Ela apresenta vantagens que
ultrapassam as demais, o investimento para sua instalação é menor, o impacto
visual e ambiental que ela gera é reduzido em relação às demais e sua
manutenção é mais barata e pode ser instalada em uma grande variedade de
locais, onde há incidência de raios solares.

Inúmeros benefícios podem ser adquiridos quando se aborda o uso


dessa energia alternativa para o planeta, como o fato de a eletricidade solar
não produzir dióxido de carbono nocivo ou outros poluentes. Assim um sistema
fotovoltaico típico de uma casa pode deixar de emitir cerca de 1200 kg de CO2
por ano, o que representa cerca de 30 toneladas ao longo da vida, além de
trazer um retorno financeiro podendo resultar em um retorno médio de 30%.

No Brasil a fonte de energia renovável mais comum são as


hidroelétricas, porém esta tem apresentado muitos problemas, devido as
constantes secas que sucedem o país, resultando no aumento da conta de luz,
afetando, assim, os brasileiros. Segundo a Aneel:

É importante ressaltar que mesmo as regiões com menores


índices de radiação apresentam grande potencial de
aproveitamento energético. Existe uma infinidade de
pequenos aproveitamentos da energia solar no Brasil, mas
isso ainda é pouco significativo, diante do grande potencial
existente.

A energia solar possui uma grande facilidade de instalação e amplitude


territorial. Porém esta segunda característica é considerada algo
desencorajador. Porém de acordo com a Aneel:

A energia solar comparada, contudo, a outras fontes, como a


energia hidráulica, por exemplo, que muitas vezes requer
12

grandes áreas inundadas, observa-se que a limitação de


espaço não é tão restritiva ao aproveitamento da energia
solar.

O artigo “Energia Solar no Brasil dos incentivos aos desafios” de 2014,


texto publicado para discussão do Senado Federal escrito por Rutelly Marques
da Silva: (Silva, R.M, 2015)

Segundo Pereira et al. (2006: 31), a menor irradiação global


no Brasil é de 4,25 kWh/m2 (no litoral norte de Santa
Catarina) e a maior é de 6,5 kWh/m2 (norte da Bahia). Em
virtude disso, a irradiação solar global incidente em qualquer
região do território brasileiro varia de 4.200 a 6.700
kWh/m2/ano, superior às verificadas em outros países que
hoje são expoentes do uso da energia solar: 900 a 1.250
kWh/m2 /ano na Alemanha; 900 a 1.650 kWh/m2/ano na
França; e 1.200 a 1.850 kWh/m2/ano na Espanha.

Dados como este ressaltam a importância da energia solar para o Brasil.

Outros dados como da EPE, Empresa de Pesquisa Energética no Brasil


(2016), o país tem potencial para produção de energia residencial sustentável,
ou seja, a capacidade de geração é maior que a de consumo, nas devidas
regiões investigadas de acordo com os índices solares, principalmente na
região Nordeste. Porém como diversas outras problemáticas no país, a
burocracia e o alcance deste tipo de benefício são carregadas de óbices.

Acrescentados dos problemas ambientais que são cada vez mais


comuns, as discussões envolvendo o meio ambiente e a sua preservação
tornaram-se corriqueiras. A energia solar é considerada uma energia
inesgotável, ultrapassando qualquer outra fonte de energia.

A utilização da energia solar tem sido um grande investimento, pois tem


promovido uma grande economia advinda dos descontos na conta de energia.
Os incentivos do governo, a evolução e o barateamento dos equipamentos,
assim como aumento das possibilidades de financiamento tem ajudado a
diminuir o tempo de retorno do investimento.

Segundo uma pesquisa divulgada pelo Jornal Folha de São Paulo, no


ano de 2015, a energia solar já era um investimento que seria viável para o
13

país. No entanto, diversos fatores devem ser levados em consideração quando


se fala no cálculo do tempo de retorno. Fatores tais como: o tamanho do
sistema, a capacidade energética, impostos cobrados e outros.

Os efeitos da utilização da energia solar, no que se refere à economia,


podem ser notados já no primeiro mês de uso. As empresas e casas que
instalam as placas solares tendem a depender menos da energia elétrica,
reduzindo o consumo e diminuindo o preço da conta de energia.

A grande impassibilidade da geração de energia solar no âmbito


residencial está focada na ignorância sobre o assunto. É um sistema que pode
ser instalado em casas, condomínios e especialmente comércios e indústrias,
que demandam uma capacidade maior de energia. Porém, o país não conta
com grande participação e direcionamento para a expansão desta tecnologia,
que apesar de não ser inovadora, recompensa por sua sustentabilidade.

A energia solar possui uma grande facilidade de instalação e amplitude


territorial. Porém esta segunda característica é considerada algo
desencorajador. O que precisa ser feito para rodear esta dificuldade é a
localização e posição das placas, para se produzir energia com eficiência,
utilizando ao máximo o potencial dos equipamentos, a posição ideal para a
instalação deve estar voltada para o Norte. Em relação ao ângulo de
inclinação, o ideal é que ele seja igual à latitude.

A inclinação não interfere de forma substancial no rendimento final de


produção, as perdas nos telhados com face voltada para o Nordeste ou
Noroeste giram em torno de 3% a 8% (site, Solariom). Por tanto, o que deve
ser levado em consideração é que os painéis solares devem receber a maior
incidência de raios solares durante o dia. Portanto a recomendação é que os
telhados não sejam instalados com direção votada a para o Sul.

4.1.1 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS


O Efeito Fotovoltaico foi observado pela primeira vez em 1839 por
Edmond Becquerel que verificou que placas metálicas, de platina ou prata,
14

mergulhadas num eletrólito, produziam uma pequena diferença de potencial


quando expostas à luz (BRITO; VALLÊRA, 2006).
A forma mais comum da utilização da energia solar é a energia fotovoltaica que
converte diretamente a energia solar em energia elétrica, essa conversão
ocorre por meio de um dispositivo denominado células fotovoltaicas. Segundo
Severino e Oliveira (2010), complementado por Nascimento (2014, p.14):

O efeito fotovoltaico é gerado através da absorção da luz


solar, que ocasiona uma diferença de potencial na estrutura
do material semicondutor. Uma célula fotovoltaica não
armazena energia elétrica, apenas mantém um fluxo de
elétrons num circuito elétrico enquanto houver incidência de
luz sobre ela.

4.1.1.1 MÓDULO FOTOVOLTAICO SILÍCIO MONOCRISTALINO (M-SI)


A maioria dos módulos fotovoltaicos de silício monocristalino, também
denominados de células, são obtidos a partir de fatias de um único grande
cristal, mergulhados em silício fundido (MIRANDA, 2015). Neste processo, o
cristal recebe pequenas quantidades de boro formando um semicondutor
dopado do tipo “p”8
A esse semicondutor, após seu corte, é introduzido impurezas do tipo
“n”9, expostas a vapor de fósforo em fornos com altas temperaturas, garantindo
confiabilidade e eficiência aos produtos (CEPEL & CRESESB, 2004; CEMIG,
2012).

4.1.1.2 MÓDULO FOTOVOLTAICO SILÍCIO POLICRISTALINO (P-SI)


Segundo Ruther (2004), a eficiência do módulo fotovoltaico p-Si é menor
que a do silício monocristalino, mesmo sendo fabricados pelo mesmo material.
Isto, pois, ao invés de ser formado por um único cristal, é fundido e solidificado,
resultando em um bloco com grandes quantidades de grãos ou cristais,
concentrando maior número de defeitos. Em função destes, o seu custo é mais
baixo quando comparados às células monocristalinas.
15

4.1.1.3 FILMES FINOS


Diversos estudos elaborados nesta área têm direcionado a fabricação
dos filmes finos a utilizarem diferentes materiais semicondutores e técnicas de
deposição. Por exemplo, em camadas finas de materiais silício e outros, sob
uma base que pode ser rígida ou flexível.
Entre os materiais mais estudados estão o silício amorfo (a- Si)
(VILLALVA & GAZOLI, 2012).
Em comparação às demais tecnologias fotovoltaicas, os filmes finos
apresentam a grande vantagem de consumir menos matéria prima e menos
energia em sua fabricação, tornando muito baixo o seu custo. Além disso, a
reduzida complexidade na fabricação torna mais simples os processos
automatizados, favorecendo sua produção em grande escala
(VILLALVA & GAZOLI, 2012).
Apesar dessa vantagem, “convertem fótons em elétrons de forma menos
eficiente do que as células de cristais únicos de silício” (GORE, 2010, p.70).

4.1.1.4 CÉLULAS ORGÂNICAS


Segundo a Cepel & Cresesb (2014), as células orgânicas ou poliméricas
representam a mais recente das tecnologias fotovoltaicas, estando, ainda, em
fase de pesquisa e desenvolvimento, teste e produção em pequena escala.
Esta tecnologia baseia-se na utilização de um semicondutor orgânico, o
qual é responsável pela absorção de luz, geração, separação e transporte de
cargas. Alguns destes dispositivos são produzidos pela mistura de um polímero
condutor e um derivado de fulereno (ALVES, 2011).

4.1.2 SISTEMA FOTOVOLTAICO


O sistema fotovoltaico gera energia elétrica até em dias nublados e
chuvosos, ou seja, não necessita de uma alta irradiação solar para funcionar.
Ele é altamente viável tanto para empresas quanto para residências que
queiram contar com uma fonte mais sustentável e menos agressiva ao meio
ambiente para a produção de energia elétrica.

Partindo-se do fato de que a geração solar fotovoltaica é a que necessita


de uma maior amplitude territorial para instalação, isto deve ser visto como
16

uma vantagem, pois o país conta com uma área terrena muito extensa,
superando assim outras fontes alternativas de energia. A incidência solar no
Brasil possibilita um bom aproveitamento de geração fotovoltaica.

Um quesito que pode ser levantado para avaliar a viabilidade do sistema


de geração de energia solar e sua real eficiência é o consumo. Calculando-se o
gasto total, o de cada mês, com tarifas e impostos. Ao instalar-se o sistema
solar fotovoltaico, a cota de energia virá somente com o custo de
disponibilidade (clientes residenciais) ou o custo da demanda contratada
(clientes industriais). De acordo com diversas pesquisas sobre o assunto, a
economia gira em torno de até 95% e com um rápido retorno do investimento,
confirmando sua viabilidade e eficiência.

Para que possa ser calculada a dimensão necessária para suprir a


demanda de acordo com a necessidade dos consumidores na residência, pode
ser usado como base o consumo mensal em kWh da conta de energia. Para se
obter uma melhor precisão o ideal é que se tenha uma boa parte do histórico.

Para que haja um aproveitamento da instalação, geralmente é utilizado


um telhado sem sombreamento, porém aos que dispõem de espaço em casa,
tem-se por base que 2m² de dimensão produz entre 30kWh e 50kWh de
energia por mês. Ainda assim se não houver espaço disponível para a
demanda há outras soluções para a utilização da energia solar fotovoltaica

Segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica),


uma instituição que é responsável por tornar viáveis as operações de compra e
venda em todo o Sistema Interligado Nacional – SIN, a irradiação do Sol na
superfície terrestre é suficiente para atender milhares de vezes o consumo
global de energia.

Os painéis solares encontrados instalados em casas e prédios são


compostos pela junção de células fotovoltaicas. Essas absorvem a luz solar e
transformam em energia elétrica, no entanto esta é uma energia de corrente
contínua, diferente da utilizada nas casas (corrente alternada), portanto é
necessário que se utilize de um aparelho chamado de "inversor" para fazer a
conversão da corrente contínua para a alternada. Caso a energia gerada for
17

maior do que a consumida essa energia é armazenada na rede de distribuição,


podendo ser utilizada como crédito pelo usuário.

A legislação brasileira permite várias formas de consumo de energia:


geração no mesmo local de consumo e a geração em local diferente, contanto
que seja na mesma área e desde que o medidor de consumo e o fornecimento
sejam da mesma pessoa, essa forma é chamada de autoconsumo remoto.
Além destas, também foram criadas mais duas novas: a geração por
condomínio e geração compartilhada.

Na geração por condomínio, pode se utilizar a energia gerada em uma


área comum ou gerada em cada residência. Já na geração compartilhada,
diversos usuários podem se utilizar de uma coorporativa para partilhar energia,
mesmo que essa seja gerada em um lugar distante e que esteja na área de
distribuição.

Em relação à custos, como citado por Ricardo Rüther, as instalações


interligadas à rede elétrica pública, o custo atualmente é superior ao da energia
fornecida de forma convencional. Estes custos vêm, no entanto, declinando
continuamente desde o lançamento do primeiro programa de implantação de
sistemas deste tipo no início dos anos 90 pelo governo alemão, o 1000-Roofs
Program, seguido no final daquela década do 100.000-Roofs Program [Erge &
et al., 2001; Germany 2000, 2001].

Além da vantagem mais conhecida, não agredir o meio ambiente, a


energia solar pode ser bastante rentável economicamente para aqueles que a
usam, a conta de energia elétrica pode diminuir em quase 100%, o imóvel que
dela se utiliza fica mais valorizado no mercado, não necessita de constante
manutenção, tem a possibilidade de ser instalada em qualquer lugar, não paga
impostos.

Para a implantação da energia solar de forma correta é importante que o


morador faça uma dimensão econômica, ou seja, analise se é viável
economicamente, para ele, a implantação da energia, dimensionar o sistema,
contatar fornecedores, instalar o sistema e acompanhar a produção dessa
energia.
18

4.2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA


A geração distribuída pode ser definida como uma fonte de energia elétrica
conectada diretamente à rede de distribuição ou situada no próprio consumidor.
Segundo a ANEEL:

Considera-se geração distribuída toda produção de energia


elétrica proveniente de agentes concessionários,
permissionários ou autorizados (...) conectados diretamente
no sistema elétrico de distribuição do comprador, exceto
aquela proveniente de: hidrelétrico com capacidade instalada
superior a 30 MW; termelétrico, inclusive de cogeração, com
eficiência energética inferior a 75%.

Portanto, essa modalidade difere diretamente da geração centralizada, onde as


grandes usinas geradoras é que produzem a energia e a enviam aos
consumidores através das linhas e redes de transmissão, chegando até eles
pelas distribuidoras locais.

4.2.1 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO BRASIL


A geração distribuída no Brasil tem como base o net metering, no qual o
consumidor-gerador (ou “prosumidor”, palavra derivada do termo em inglês
prosumer – producer and consumer), após descontado o seu próprio consumo,
recebe um crédito na sua conta pelo saldo positivo de energia gerada e
inserida na rede (sistema de compensação de energia). Sempre que existir
esse saldo positivo, o consumidor recebe um crédito em energia (em kWh) na
próxima fatura e terá até 60 meses para utilizá-lo. No entanto, os
“prosumidores” não podem comercializar o montante excedente da energia
gerada por GD entre eles. A rede elétrica disponível é utilizada como backup
quando a energia gerada localmente não é suficiente para satisfazer as
necessidades de demanda do “prosumidor” - o que geralmente é o caso para
fontes intermitentes de energia, como a solar.
Desde 2012, é permitido no Brasil que os cidadãos gerem a sua própria
energia elétrica a partir de fontes renováveis e, caso haja excedente na
produção, forneçam energia para a rede de distribuição de sua localidade
(Resolução Normativa da ANEEL nº 482/2012).
19

No ano de 2014 tinham 424 sistemas instalados e subiu para 1731 em


2015. Um crescimento de mais de 300 % em um ano. Até o mês de maio de
2016, foram instaladas 3.565 conexões no Brasil. Em maio de 2017, o número
de conexões de micro e mini geração de energia superou 10 mil instalações no
Brasil.

4.2.2 REGULAMENTAÇÃO
De acordo com RN 482/2012, responsável por constituir as condições
regulatórias para a inserção da geração distribuída na matriz energética
brasileira, a micro e a mini geração distribuída consistem na produção de
energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes
renováveis de energia elétrica ou cogeração qualificada, conectadas à rede de
distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.
Para efeitos de diferenciação, a micro geração distribuída refere-se a
uma central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou
igual a 75 quilowatts (kW), enquanto que a mini geração distribuída diz respeito
às centrais geradoras com potência instalada superior a 75 kW e menor ou
igual a 3 megawatt (MW), para a fonte hídrica, ou 5 MW para as demais fontes.
A Resolução Normativa da ANEEL nº 482, representou um grande
avanço para a regulamentação da micro e mini geração de energia no país pois
ela permite a conversão do excedente de energia gerado pelo sistema
fotovoltaico em créditos de energia para serem utilizados posteriormente.
A compensação é realizada a partir da energia excedente injetada pelo
micro ou mini gerador na rede da distribuidora de energia, a qual gera créditos
de energia equivalentes para serem consumidos em um período de até 60
meses. Ainda, de acordo com o art. 2º, é possível que o crédito gerado seja
utilizado por outra unidade consumidora, desde que esta esteja relacionada ao
mesmo CPF (Cadastro de pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro de Pessoa
Jurídica) da unidade consumidora responsável pela geração dos créditos. Em
outras palavras, a energia que você gera em excesso, por exemplo na hora do
almoço quando tem muito sol, é “jogada” para rede elétrica da distribuidora lhe
gerando créditos em kWh para serem abatidos do seu consumo noturno ou em
dias chuvosos.
20

Outras regras básicas definidas pela REN 482/2012, aperfeiçoada pela


RN 687/2015 válidas desde 1º de março de 2016:
 Possibilidade de utilização da geração e distribuição em cotas de crédito
para condomínios;
 Foram estabelecidos prazos para processos, padronização de
formulários para solicitação de conexão e definição de
responsabilidades atribuídas aos clientes, a empresa responsável pela
implantação do sistema e a distribuidora;
 Foi possibilitada a geração compartilhada onde um grupo de unidades
consumidoras são responsáveis por uma única unidade de geração.

4.2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS


A maior vantagem da geração distribuída de energia para o consumidor,
disparado, é a economia obtida. Um sistema solar fotovoltaico pode alimentar
até 100% da energia consumida em uma casa, empresa ou até mesmo de uma
indústria e, com isso, trazer para o seu consumidor uma economia de até 95%
na conta de luz.
Além da economia obtida, outra enorme vantagem que essa geração
própria traz é uma independência energética ao consumidor, que fica livre das
caras tarifas das distribuidoras e sua inflação crescente.
Veja bem que, para entrar nessa modalidade de geração distribuída, o
consumidor deve utilizar sistemas geradores que utilizem exclusivamente
as fontes renováveis de energia, portanto, gerar a energia através da luz do
sol, por exemplo, traz um ganho fantástico em sustentabilidade e qualidade de
vida, para ele mesmo e para todos os outros.
No quesito sustentabilidade, a geração distribuída através da luz do sol,
também apresenta enormes vantagens, uma vez que, painéis fotovoltaicos são
99% recicláveis e produzem energia elétrica por mais de 40 anos sem poluir ou
contribuir de qualquer forma com o aquecimento global. Desta forma a energia
solar é uma das fontes mais limpas, renováveis e abundante de energia do
mundo.
As desvantagens que podemos apontar, se é que podemos chamá-las
assim, são o investimento inicial nesses sistemas geradores, os quais ainda
ficam pesados para o bolso da maioria dos consumidores, e a burocracia.
21

Porém, no caso da burocracia, essa é apenas a inicial para conectar o sistema


à rede da distribuidora e, quando escolhida uma empresa de qualidade, esta já
fica responsável por todos os procedimentos. 
Já o investimento é altamente lucrativo para o consumidor. No caso dos
sistemas fotovoltaicos, o retorno do investimento que eles trazem nos mais de
25 anos de vida útil os colocam como aplicações mais rentáveis do que muitas
outras do mercado financeiro.
Para o sistema elétrico do país, as vantagens que a geração distribuída
traz são muitas. Pôr a energia estar sendo gerada diretamente no local de
consumo, minimizam-se as perdas na transmissão da energia, além da
redução no carregamento das redes e adiamento em investimentos de
expansão.
Por usarem fontes limpas e alternativas, essa geração distribuída
também traz uma diversificação na matriz energética do país, que ganha
também com a geração de empregos para o desenvolvimento de um novo
mercado e cadeia produtiva nacional.

4.2.4 ProGD E INCENTIVOS


Criado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o ProGD (Programa
de Desenvolvimento da Geração Distribuída), foi lançado no Brasil no dia 15 de
dezembro de 2015.
Como o próprio nome diz, o programa visa estimular, através de
diversas ações de apoio e incentivo, a geração de energia pelo próprio
consumidor, com ênfase na fonte solar fotovoltaica.
O objetivo do programa está vinculado a sustentabilidade e, para isso,
várias metas foram traçadas, incluindo a redução das emissões de CO2 em
relação aos níveis de 2005, em 37% até 2015, e em 43% até 2030; alcançar
23% de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de
energia elétrica e 10% de eficiência no sistema elétrico até 2030.
Existe a tendência de que municípios passem a adotar medidas de
incentivo para a dedução de IPTU para a geração distribuída como é o caso do
município de Palmas em TO;
Estão disponíveis no mercado linhas de financiamento para a geração
distribuída: Mais Alimentos (Pronaf), Economia Verde (Desenvolve SP), Finem
22

(BNDES), PE Solar (Agefepe), Crédito produtivo energia solar (Goiás


Fomento), FNE Sol (BNB), Construcard (Caixa Econômica Federal), CDC
Eficiência Energética (Santander), Proger (Banco do Brasil), Consórcio
Sustentável (Sicredi) além das empresas que estão oferecendo soluções
financiadas através de contratos de performance (ESCO) e alugueis.

5 CONCLUSÃO

6 REFERÊNCIAS
ANDRADE, V. Tecnologia Sustentável. Disponível em:
<http://blog.waycarbon.com/2017/08/tecnologia-sustentavel-desenvolvimento/>.
Acesso em 04 fev. 2018.

ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica. Brasil possui mais de 10 mil


conexões de micro e mini geração distribuída. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-
exibicao/-/asset_publisher/XGPXSqdMFHrE/content/brasil-possui-mais-de-10-
23

mil-conexoes-de-micro-e-minigeracao-distribuida/656877>. Acesso em 04 fev.


2018.

PORTAL SOLAR. O que é Geração Distribuída. Disponível em:


<https://www.portalsolar.com.br/o-que-e-geracao-distribuida.html>. Acesso em
04 fev. 2018.

LOPES, M. A energia fotovoltaica e sua relação custo/benefício. Disponível


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