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RESUMO
A indústria da construção civil vem agregando avanços tecnológicos tanto na execução das edificações
quanto em seu processo de concepção, os quais visam a melhoria da qualidade, eficiência e
produtividade, assim como a redução de custos e prazos. O presente trabalho tem por objetivo modelar
as diferentes disciplinas de projetos relativas a uma residência unifamiliar, executar o levantamento de
quantidades, bem como detectar as interferências entre as disciplinas de projetos, utilizando os conceitos
do Building Information Modeling (BIM), através de softwares correlatos a esta temática. Para atingir os
objetivos declarados, utilizou-se o software Revit a fim de modelar parametricamente os projetos
arquitetônico, estrutural, elétrico e hidrossanitário e gerar as quantidades de materiais destas disciplinas.
Então utilizou-se o software Navisworks para detectar possíveis interferências entre as modalidades de
projeto citadas. Os arquivos originais da residência utilizados como base para a modelagem foram
elaborados por métodos tradicionais CAD (Computer Aided Design), proporcionando, como objetivo
específico, apresentar as vantagens do software Navisworks para detecção de interferências. Como
resultado, obteve-se os modelos tridimensionais e as tabelas com quantitativo de materiais,
demonstrando velocidade na produção destes. Por fim, foram detectadas incompatibilidades não
verificadas nos projetos originais e registradas em relatório específico. Pelo conjunto de atributos
percebidos, os softwares BIM demonstraram-se capazes de contribuir para a concepção de edificações.
1 INTRODUÇÃO
Seguindo uma tendência mundial, a indústria da construção civil no Brasil vem buscando por
empreendimentos mais racionais e com menor desperdício de recursos. Para que isto seja possível é
necessária a compatibilização das diversas disciplinas de projetos presentes em uma obra (AVILA,
2011).
Segundo Mattos (2010), existem quatro estágios no ciclo de vida de uma obra. O primeiro é o de
concepção e viabilidade. Neste está abrangida a definição do escopo, formulação do empreendimento,
estimativa de custos, estudo de viabilidade e anteprojeto. O segundo é o detalhamento do projeto e
planejamento. Neste estágio estão abrangidos o orçamento analítico, planejamento e o projeto executivo
da obra. Já no estágio três, considera-se a execução, controle da qualidade e fiscalização da obra e
serviços nela presente. O quarto é a finalização da obra. Nele está inserida a inspeção final, testes,
transferência de responsabilidades, resolução das pendências e termos de compromisso.
Um projeto, quando desenvolvido em um ambiente multidisciplinar, onde existe cooperação
entre os diversos profissionais envolvidos na concepção, tende a ser mais complexo e em uma situação
ideal, melhor estudado, diminuindo o número de retrabalhos e problemas na execução. Deve-se
conscientizar que o projeto produz informações com desdobramentos no planejamento, controle de
materiais, cronograma e mão de obra para subsidiar as atividades do canteiro (NASCIMENTO, 2013).
Quando as atividades de projetos não são valorizadas, e estes são entregues à obra sem
compatibilização, geram grandes perdas de eficiência. É necessário integrar os diversos projetos,
visando o perfeito ajuste entre eles, com o objetivo de minimizar os conflitos existentes, simplificando a
execução, e assim mantendo as características do produto que foram idealizadas (NASCIMENTO,
2013).
Avila (2011) ratifica este entendimento, apontando a compatibilização como uma ferramenta
fundamental no processo de desenvolvimento dos projetos, detectando problemas ainda na fase de
concepção, reduzindo retrabalhos, custo e prazos, qualificando o empreendimento e aumentando a
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competitividade junto ao mercado.
Além da compatibilização, outra etapa importante para a competitividade no mercado é o
orçamento, o qual se inicia por uma estimativa de custos, configurando-se em uma previsão quanto aos
valores envolvidos no empreendimento. Este é realizado pela construtora com base nos projetos
anteriormente executados e experiência no cenário. Deste processo pode-se determinar a viabilidade
econômica da obra e sua rentabilidade, anteriormente à definição do projeto em questão. É importante
que se possa analisar a possibilidade de realização da obra de acordo com sua previsão de custos
determinada à partir de um levantamento de materiais preciso. (OLIVEIRA, 2011).
O orçamento é uma etapa mais avançada, servindo para estabelecer o real valor do projeto. O
orçamento é realizado quando o projeto está definido e envolve a identificação, descrição, valoração,
mas, principalmente a quantificação. Deve levar em conta ainda todos os aspectos que envolvem a obra,
como valor da mão de obra, impostos, material utilizado, aluguel de equipamentos e o índice de
bonificação de despesas indiretas (BDI) (OLIVEIRA, 2011).
A fim de auxiliar e qualificar os processos de de projetos e orçamentação, está presente no
mercado o BIM, o qual traz conceitos e ferramentas computacionais capazes de produzir modelos de
construção paramétricos que automatizam o levantamento de materiais e o planejamento de um
empreendimento, diminuem o risco de potenciais falhas existentes nos métodos tradicionais baseados
em sobreposições de desenhos bidimensionais CAD (Computer Aided Design). Estas ferramentas
possibilitam a redução no tempo e custo de execução de um empreendimento, pois com o aumento das
informações disponíveis qualifica a tomada de decisões (EASTMAN,2013).
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo modelar as diferentes disciplinas de projetos
relativas a uma residência unifamiliar, executar o levantamento de quantidades, e detectar as
interferências entre estas utilizando os conceitos do Building Information Modeling (BIM).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo irá apresentar os aspectos teóricos a respeito dos temas orçamento, BIM (
Building Information Modeling) e Detecção de Interferências através da revisão de literatura
técnica abrangendo estas temáticas, além de explicar as funções dos softwares Revit e
Navisworks os quais foram utilizados para realização do estudo.
2.1 ORÇAMENTO
O levantamento de quantidades é a atividade chave para execução de qualquer
orçamento. Este possui diversas funções, geralmente ligados à área de finanças e economia. É,
neste sentido, a quantidade monetária estimada necessária para atender certas despesas, sejam
estas de uma empresa, organização, família, obra ou estado. É uma ferramenta utilizada tanto
por pessoas físicas quanto jurídicas, para previsão das receitas e despesas, sendo um documento
que permite definir as prioridades e avaliar a capacidade de realização de um objetivo
(LIMMER, 1997).
Por ser a base da fixação de preço de um projeto, a orçamentação torna-se uma das
principais etapas da construção civil. Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o
conhecimento detalhado dos serviços e precisão no levantamento de quantidades, para que
possa identificar as dificuldades e consequentemente determinar seus custos de forma correta.
Um trabalho bem executado com critérios técnicos bem estabelecidos, informações confiáveis
e um bom julgamento, pode gerar orçamentos precisos, embora não exatos, pois o verdadeiro
custo de um empreendimento é impossível de se fixar em função de imprevistos durante a fase
de construção. A criação de um orçamento se inicia com o levantamento de quantitativo, sobre
o qual é feita uma estimativa de custos e em função destes o construtor irá atribuir seu preço de
venda, esse sim bem estabelecido (MATTOS, 2006).
A denominada “Estimativa de Custos” é uma avaliação feita com base em custos
históricos e comparação com projetos similares. Assim é possível obter uma ordem de grandeza
ao valor de um empreendimento. Em geral é feita a partir de indicadores genéricos, os quais
servem para uma primeira abordagem sobre os recursos financeiros necessários à obra, a
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tradição, experiência e conhecimento do cenário relevantes para este fim. Um indicador
bastante utilizado, é o custo baseado no metro quadrado construído. Inúmeras são as fontes de
referência deste parâmetro, sendo o Custo Unitário Básico (CUB) o mais utilizado. No entanto,
cada construtora pode gerar seus próprios indicadores com o passar do tempo ao adquirir
experiência (VARGENS, 2019).
Segundo Mattos (2006), a lei obriga o Sindicato da Indústria da Construção Civil dos
estados a calcular e divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos unitários básicos
da construção civil, abrangendo os diversos padrões de construção (baixo, normal e alto). A
NBR 12.721 define os critérios de coleta, cálculo, lotes de insumos (materiais e mão de obra),
de acordo com os padrões de construção, que levam em conta as condições de acabamento,
qualidade do material empregado e equipamentos existentes.
Com um grau de detalhamento maior que a estimativa de custos, o orçamento preliminar
requer o levantamento de alguns quantitativos. Geralmente feito após a elaboração do
anteprojeto anterior ao projeto básico. O orçamento preliminar trabalha com uma quantidade
maior de indicadores, representando um aprimoramento da estimativa inicial. Alguns
indicadores úteis são, por exemplo, o volume de concreto, peso de aço e área de fôrmas. Estes
servem para gerar conjuntos de serviços menores, facilitando o orçamento e análise dos preços
(VARGENS, 2019).
O levantamento da estimativa de materiais, fornece o ponto de partida para a gestão de
custos de um projeto, este pode ser realizado tanto manualmente quanto eletronicamente,
dependendo da preferência e das ferramentas disponíveis pelo orçamentista. Os métodos
tradicionais são feitos a partir da quantificação dos elementos do projeto, de desenhos feitos no
AutoCAD. Após isto, orçamentistas utilizam planilhas de custos para estimar um orçamento.
Este processo está sujeito ao erro humano além de ser demorado (SABOL, 2008).
Ferramentas BIM utilizam objetos ao invés de linhas, contendo as propriedades dos
materiais, que compõem tabelas de quantitativos. Estas ferramentas fornecem a quantificação
exata e automatizada, aumentando a velocidade além de reduzir os erros humanos antes
cometidos, assim otimizando a gestão de custos (SANTOS, 2009).
Porém, o orçamento analítico é a maneira mais detalhada e precisa de prever o custo da
obra. É feito a partir de composições de custos unitários compostos pelos materiais levantados e
pesquisa de preços dos insumos. Objetiva aproximação ao custo real da obra, com uma pequena
margem de incerteza. Além dos custos diretos, os custos indiretos são incorporados a esse tipo
de orçamento como encargos trabalhistas, equipamentos e impostos. Para a elaboração deste, é
necessário que o orçamentista tenha em mãos o projeto executivo, projetos complementares,
especificações técnicas e preço dos insumos. Após isto, com a montagem dos custos indiretos
acrescido do BDI, é possível chegar ao preço de venda. Assim, o orçamento analítico é o que
exige mais empenho do orçamentista, pois demanda leitura e interpretação do projeto, cálculo
de áreas e volumes, além de outros itens a fim de quantificar todos os materiais, serviços e
equipamentos necessários para a realização completa da obra (MATTOS, 2006).
O índice BDI na construção civil é um elemento orçamentário que ajuda o profissional
responsável pelo orçamento a compor o preço de venda adequado, levando em conta os custos
indiretos. Este índice não é absoluto, cada obra, serviço deve ter um próprio BDI, pois as
condições de cálculo e preço de venda são especificas para cada caso, este é afetado pela
localização do empreendimento, tipo de administração, impostos gerais sobre o faturamento
entre outros. O índice de benefícios e despesas indiretas deve cobrir todas as despesas do
projeto, incluindo o lucro almejado. Em um orçamento, o preço final do empreendimento é
determinado pelos Custos Diretos e Custos Indiretos, o primeiro consta no orçamento e é
inerente à execução do projeto, o segundo é incorporado ao produto final, porém faz parte do
custo total, por exemplo: impostos, juros, lucros e despesas com escritório (VARGENS, 2019).
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Portanto, esta é a caracterização do contexto em que se insere o levantamento de
quantidades de materiais e serviços realizados no presente trabalho.
2.2 DETECÇÃO DE INTERFERÊNCIAS (CLASH DETECTION)
A detecção de interferências é o passo inicial para o processo de compatibilização de
projetos. Para que se entenda o que é incompatibilidade, primeiramente é necessário
compreender o que é compatibilidade.
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(MONTEIRO, 2017).
Para obras de pequeno porte como residências unifamiliares, mesmo com menos
interferências, a compatibilização de projetos é essencial. Uma vez que possuem as mesmas
áreas de projetos que um edifício, como é o caso de residências de alto padrão que possuem
especificidades de automação e personalizações capazes de criar pontos de conflito. A
compatibilização se faz necessária, a fim de diminuir os retrabalhos, aumentar a racionalização
e diminuir custos e prazos (MENEGATTI, 2015).
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Figura 2- Esquema de funcionamento da plataforma BIM
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entre os arquitetos e o restante da equipe responsável pelo empreendimento, onde qualquer
alteração no modelo acarreta mudanças em todos os documentos do projeto, sejam vistas,
cortes, fachadas e quantitativo. O eixo principal da plataforma é a engrenagem de
parametrização, o qual pode ser entendido a seguir (PEREIRA, 2016).
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3.2.2 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO
A partir do projeto hidrossanitário, foram geradas tabelas contendo nome e parâmetros,
descritas a seguir:
Tabela de tubos: Tipo, diâmetro e comprimento.
Tabela de acessórios de tubos: Família, diâmetro e quantidade.
Tabela de conexões: Família, diâmetro e quantidade.
Tabela de peças hidrossanitários: Família e quantidade.
3.2.3 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS DO PROJETO ESTRUTURAL
A partir do projeto estrutural, foram geradas tabelas contendo nome e parâmetros,
descritas a seguir:
Tabela de fundação concreto: Família e tipo, volume e quantidade.
Tabela de pilar concreto: Família e tipo, volume, nível base, nível superior.
Tabela de vigas concreto: Descrição, tipo, volume e quantidade.
Tabela de lajes: Tipo, material e volume.
3.2.4 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS DO PROJETO ELÉTRICO
A partir do projeto elétrico, foram geradas tabelas contendo nome e parâmetros,
descritas a seguir:
Tabela de circuito elétrico: Tomadas de uso geral, tomadas de uso específico, número do
circuito e corrente.
Tabela de conduíte: Tipo, Diâmetro e comprimento.
Tabela de conexões de conduíte: Tipo, tamanho e quantidade.
3.3 DETECÇÃO DE INTERFERÊNCIAS
Utilizou-se o software Navisworks Manage na versão 2019 estudantil para a importação
dos modelos 3D anteriormente gerados pelo Revit. A importação se deu de origem à origem, ou
seja, com a sobreposição precisa de cada modelo por meio de coordenadas cartesianas. Uma
vez integradas as disciplinas de projeto, foram programadas regras paramétricas para detecção
das interferências. Foram elas:
- Estrutura x Hidrossanitário;
- Arquitetônico x Estrutura;
- Soleira x Estrutura;
- Guarda corpo x Estrutura;
- Piso x Tubulação pluvial;
- Fundação x Tubulação esgoto;
- Esquadria x Estrutura;
- Revestimento de parede x Revestimento de piso;
Importante destacar que o foco desta etapa do presente trabalho não foi analisar as
interferências nem propor suas possíveis soluções, mas sim estruturar e executar o processo
BIM para detectá-las caso existissem, uma vez que se tratava de um projeto executivo em CAD.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao realizar a modelagem paramétrica tridimensional dos projetos arquitetônico,
estrutural, elétrico e hidrossanitário foi possível verificar as contribuições apontadas por
Menegatti (2015) relativas ao processo de representação gráfica proporcionada pelo BIM por
meio do software Revit em relação aos processos CAD. Foi possível realizar, por exemplo,
quantos cortes fossem necessários para o entendimento e conferência do projeto sem demandar
maiores esforços ou desperdício de tempo, o que não acontece nos programas CAD, onde cada
peça gráfica deve ser desenhada por linhas de forma individual, ampliando a possibilidade de
equívocos de desenho e dificultando edições posteriores. Esta situação pode ser explicada
entendendo que no BIM, os desenhos 2D são subprodutos do modelo digital 3D, onde qualquer
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alteração neste, repercute em todos os desenhos bidimensionais (plantas, cortes e elevações),
configurando uma vantagem competitiva aos profissionais adeptos deste processo conforme
descreve Pereira (2016).
Além disso, pôde-se obter vistas em três dimensões e rotacioná-las em todas as direções
de forma dinâmica, possibilitando verificar a correção do que está sendo produzido, simular as
consequências das decisões de projeto e a completa visualização do edifício.
Ao modelar o arquitetônico foram inseridos elementos de acabamentos como soleiras,
janelas, portas e revestimentos cerâmicos, os quais, utilizando o estilo visual realista e o nível
de detalhes alto disponíveis no software BIM, permitiu visualizar os elementos de forma
realista, o que facilitaria o entendimento de toda a equipe responsável e do proprietário,
diminuindo problemas com a especificação de materiais e detalhes de acabamento nas fases de
projeto, antecipando assim potenciais dificuldades em obra.
A figura 3 apresenta a visualização 3D anteriormente citada, em posições distintas e
com detalhamento de esquadrias, guarda corpos, calçamento e alguns materiais de fachada.
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Figura 5 - Modelagem elétrica e hidráulica.
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Fonte: O Autor com base no software Autodesk Revit/2019.
Além dos modelos produzidos, foi possível verificar a importância da qualidade da
modelagem paramétrica dos elementos da construção e inserção de dados relativos aos
mesmos, uma vez que ao criar tabelas para a quantificação dos materiais, nestas vieram
inseridas diversas especificações destes antes modelados, auxiliando a realização e organização
da quantificação, etapa preliminar ao orçamento de uma obra. Além disto, foi possível notar a
agilidade para a criação das tabelas, a precisão das informações contidas e a relação paramétrica
de causa e efeito no modelo. Qualquer alteração neste se reflete na tabela, assim como alteração
de valores de dimensões nas tabelas, por exemplo no caso de uma esquadria (tabela 2 – colunas
Altura e Largura), repercutem graficamente no modelo alterando sua aparência. Estas
operações numéricas com as tabelas são características BIM apontadas por Crespo et al (2007).
Exemplificado o processo desenvolvido, são exibidas pelo menos duas tabelas de quantidades
para cada disciplina de projeto modelada neste estudo. Estes quantitativos podem ser
observados como segue:
Tabela 2 - Quantitativo de portas.
Tabela de portas
Quantidade Altura (m) Largura (m) Família e tipo
1 2,4 2,2 Porta de vidro com esquadria de correr
1 2,4 2 Porta de vidro com esquadria de correr
1 2,4 1,2 Porta de vidro com esquadria de correr
1 2,15 1,91 Porta de vidro com esquadria de correr
1 2,2 2,2 Porta de vidro com esquadria de correr
1 2,2 2,72 Porta de vidro com esquadria de correr
1 2,1 1,1 Porta pivotante
1 2,1 0,6 Porta interna única com painel de madeira
2 2,1 0,7 Porta interna única com painel de madeira
3 2,1 0,78 Porta interna única com painel de madeira
12
Total = 13
13
Contador Família Diâmetro (mm)
3 Adaptador com Anel - Água Fria Soldável - MEP - Tigre 25
2 Adaptador com Registro - Água Fria Soldável - MEP - Tigre 25
3 Adaptador com Registro - Água Fria Soldável - MEP - Tigre 32
6 Registro de Gaveta - Água Fria - MEP - Tigre 25
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Fonte: O autor com base no software Navisworks/ 2019.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizar o presente estudo, diversas contribuições dos conceitos BIM puderam ser
verificadas como possíveis. Durante a modelagem dos projetos da residência, observou-se a
importância dos parâmetros dos materiais, pois existe uma grande variedade de materiais para
obter o mesmo produto. Por exemplo, uma parede pode ser construída com blocos cerâmicos de
diversas dimensões para chegar ao resultado esperado. Ao modelar a parede com o bloco
cerâmico desejado, o projetista facilita o trabalho do responsável pelo orçamento, pois este
saberá exatamente o material desejado, assim reduzindo os erros e auxiliando no orçamento.
Outro ponto observado foi a agilidade e precisão proporcionadas pela parametricidade
do BIM ao criar tabelas com quantitativos de materiais. Além das questões apontadas no item 4,
estas podem conter as informações básicas como área, volume, quantidade e dimensões dos
materiais especificados, mas também personalizáveis por meio de novos parâmetros criados
pelo usuário como, por exemplo, contato do revendedor, níveis de atenuação de ruídos, dentre
outros oriundos de necessidades do projeto, os quais são relevantes para realização de um
planejamento adequado, orçamento preciso ou ainda funções peculiares.
Observou-se ainda o potencial de contribuição da detecção de interferências realizada
no contexto BIM, pois diversas foram encontradas mesmo se tratando de um projeto executivo
em CAD. A detecção convencional acaba dependendo do analista em um ambiente de
sobreposição 2D em que muitas vezes não se percebem nuances tridimensionais como a
sobreposição de tubos, vigas que atingem o topo de esquadrias, dentre várias outras, as quais
acarretariam na elasticidade do cronograma e custos para corrigi-las, estas sendo evitáveis
quando detectadas com a utilização de um software BIM como o Navisworks.
É importante ressaltar alguns pontos negativos levantados no referencial teórico durante
o estudo. Para que seja possível trabalhar com softwares BIM, são necessários computadores de
alto desempenho, os quais possuem valores elevados não necessários para programas CAD.
Além disso, é necessária a capacitação do usuário, o que requer investimento em cursos, uma
vez que as ferramentas BIM são complexas de usar (LANGNER, 2019).
Como última observação, considerando o conjunto de atributos percebidos e descritos
durante o trabalho, confrontando a atividade empírica aos aportes teóricos sobre o tema, de fato
as ferramentas BIM demonstraram-se eficazes na agilidade e precisão do orçamento e na
detecção de interferências.
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