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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

ELEMENTOS DE ESTRUTURAS DE MADEIRA

Plano de
cargas i
y
ftmmumnnnnnn
— ''' '
yc1

yt2
x

SEÇÃO
r
T'\x\;

.V NJS?
b
r at2,d
h

, Banzo Montante
Superior Diagonal
p=90°
y=a
P=9O°
NJ T'r'XNk
V tf X-
|gL
Montante
Diagonal IX
Banzo Inferior
<s> ®

NORMAN BARROS LOGSDON

CUIABÁ, MT. – 2012


1

i 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Sumário Página

1. Madeiras de construção 2

2. Modelo de segurança adotado pela norma brasileira 22

3. Tração 47

4. Compressão 58

5. Cisalhamento 79

6. Torção 80

7. Flexão 81

í
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í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Sumário Página

8. Ligações 122

9. Referências bibliográficas 159

Anexo 1 - Características geométricas de seções planas ???

Anexo 2 - Diagramas e fórmulas para o cálculo de vigas ???

I
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2

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

1. Madeiras de construção

Cabe ao projetista viabilizar a construção, portanto, verificar no


mercado o que poderá usar em termos de dimensões e espécies.

a) Tipos e dimensões comerciais


/ Madeira bruta ou roliça
Maciça -> < Madeira falquejada (lavrada)
! Madeira serrada
ícolada
> Madeiras ->< Madeira -/pregada
laminada
Industrializada ->
(colada e pregada
Madeira compensada
Madeira aglomerada
Outros produtos derivados

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í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Madeira bruta ou roliça -> É a madeira empregada na forma de troncos,


em geral apenas descascados.
A seção variável dessas peças, cuja forma se aproxima a um tronco de
cone, dificulta o cálculo estrutural, por isso a NBR 7190, da ABNT (2012),
permite a associação destas peças a uma peca cilíndrica. O diâmetro
dessa peça cilíndrica, deve ser igual ao diâmetro situado a um terço do
comprimento a partir da seção mais delgada da peça de madeira roliça,
desde que não superior a 1,5 vezes o menor diâmetro.

dmáx~dmin~
2
~
v
dmáx dmin dmin
dmáx‘dmin"
2 xZt
àz
L

í
dm,x-dmin
Diâmetro de cálculo da peça cilíndrica dd - dÿ + 3
associada (usar o menor dos 2)
dd =1,5x1,™
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k
3

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Madeira falquejada (lavrada) -> É a madeira obtida a partir de troncos,


cujas faces laterais são aparadas a machado ou enxó, formando seções
maciças, quadradas ou retangulares, de grandes dimensões.
Para aplicação em estruturas de madeira duas seções têm especial
interesse: a seção que fornece máxima área, de interesse nos problemas
de tração e compressão; e a seção que fornece máximo momento de
inércia, de interesse nos problemas de flexão.

Seção de madeira
d h , , d.V2
b = h =- falquejada mais indicada na
2 V4ração ou compressão,
H b

'01
/ Seção de madeira
b = - e h = —— falquejada mais indicada
Enxó; 2 na flexão.
——

b
i
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> Madeira serrada -> É o produto estrutural de madeira mais comum entre
nós. O tronco é desdobrado nas serrarias, em dimensões padronizadas
para o comércio, passando, em seguida, por um período de secagem.

Secagem > Melhor aproveitamento da tora


> Menos operações na serra de fita
IJ £r3 > £r2 > Mais económico ,6o
3-*-direção tangencial
2ÿdireção radial
> Madeira heterogénea
> Maiores empenamentos/ÿ
v'
a
Desdobro em pranchas paralelas
*
> Melhor a qualidade da madeira aos
defeitos de secagem
> Praticamente sem empenamentos
> Madeira homogénea
2
> Melhor preço no mercado
> Menor aproveitamento e economia
4
> Muitas operações na serra de fiteÿ-i
3 Secagem
> Desdobro lento e oneroso \
Desdobro radialÿ) «r,3 > £r,2
3-*direção tangencial Prof. Dr. Norman Barro
2-ÿdireção radial
4

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

O comprimento das peças é limitado, por problemas de manejo e transporte,


em 5,00 m (comercial). Peças especiais com até 6,50 m podem ser obtidas. As
dimensões da seção transversal são definidas pela tradição de mercado.
Tabela 1 - Madeira serrada, dimensões comerciais da seção transversal
NOMENCLATURA SEÇÃO NOMENCLATURA SEÇÃO
UTILIZADA EM cm x cm UTILIZADA EM cm x cm

PRANCHÃO 3,0 x 30,0 CAIBROS 5,0 x 6,0


4,0 x 20,0 até 4,0 x 40,0 6,0 x 6,0
6,0 x 15,0 até 6,0x30,0 8,0 x 8,0
9,0 x 30,0
SARRAFOS 2,5 x 5,0 (ripâo)
VIGAS 5,0 x 16,0 3,0x12,0
6,0 x 12,0 (vigota) 3,0 x 16,0
6,0 x 15,0
6,0 x 16,0 (vigota) TÃBUAS 2,5x10,0 até 2,5x30,0
10,0 x 10,0 3,0 x 10,0 até 3,0x30,0
12,0 x 12,0
15,0 x 15,0 RIPAS 1,0 x 5,0
Seções 20,0 x 20,0 1,5 x 5,0
encontradas 25,0 x 25,0
25,0 x 30,0 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
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> Peças de seção composta -> Unindo-se solidariamente duas ou mais


peças de madeira (bruta, falquejada, ou serrada) obtém-se uma peça de
seção composta.
Para as peças compostas por peças de seções retangulares, segundo a
NBR 7190 da ABNT (2012), ou por peças de seções circulares, segundo
Hellmeister (1978), ligadas por conectores metálicos deve ser feita a
correção das características geométricas como se apresenta a seguir,
usando os valores de ar apresentados na tabela 2.
Área efetiva da seção transversal da peça de seção composta

Número de elementos que compõem a seção composta


Aef = 2>,
i=i Área da seção transversal do elemento “i”

Momento de inércia efetivo da peça de seção composta


fef = “rha Momento de inércia teórico da peça de seção composta,
obtido da teoria apresentada em “Resistência dos materiais”.

Fator de redução do momento de inércia, apresentado na tabela 2.

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i
5

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Para as peças em seção T, I ou caixão, ligadas rigidamente por pregos, a


NBR 7190, da ABNT (1997), também permitia essa correção, entretanto, só se
recomenda essa simplificação quando a força cisalhante, absorvida pelos pregos,
puder ser desprezada, como nas seções compostas das barras de treliças.
Tabela 2 - Fator de redução do momento de inércia (ar) de peças composta
Seção Fator de Seção Fator de Seção Fator de
utilizada redução, ar utilizada redução, ar utilizada redução, ar

JjouG;: 0,80 Seção


Sr; ou 0,85 0,85
caixão
LU
qp
(T) ou H 0,60 Seção
. ; 0,85
,
f) i
ou
II 0,70
ad
C3E3
Seção
0,95
ou
;•? ,
'

0,40
; •.i (#|Í

i
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1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Quando não se pode desprezar a força cisalhante entre as peças deve-se


obter o produto de rigidez efetivo, (EI)ef, considerando-se a rigidez da
ligação, como recomenda a NBR 7190 da ABNT (2012).
O cálculo, proposto pela NBR 7190 da ABNT (2012), do produto de
rigidez efetivo, entre outros, utiliza a notação, a figura e o roteiro
apresentados a seguir.
Notação:
Ai, I; eE; = Área, momento de inércia (Ix_x) e módulo de elasticidade,
do elemento “i” (parte da seção composta);
S;, Ki eF; = Espaçamento efetivo dos pregos, módulo de deslizamento
e força aplicada no conector, do elemento “i” com o “2”;
b;ehi = Largura e altura da seção transversal do elemento “i”;
ai = Distância entre o centro de gravidade do elemento “i” e a
linha neutra (eixo x-x);
h = Posição da linha neutra (de tensões nulas) em relação à
base do elemento “2”;
CT; e Gÿí = Tensão no centro do elemento “i" (efeito da força normal)
e restante desta tensão até seu valor máximo (efeito do
momento fletor).
6

bi Aj , h, E1 am,1
<H)-> <*iPT

------
«I w
ai a2 ai
X X, ?2 CTKÿ
T, h* h2
a3 0,5 bj
h3
a3
'dKm h3
A2 , <2.
3
_r,£A-ÿ AÿAA'A +A
2(/I.E1.A1 +/;£,A; +/3£37\jl
b3
A3,I3,E3/ fej
’ \s3, K3, F3
F °m,3

b1
(Cg) b3
CTm,1
-(Hh ai a2
Ihi T—
ai
L
CT1
®

-fB) a:
a2
+

_tâA-(hÿ)-rsEsA(h-y
2(ÿ£,A+ÿA+ÿA)
a3 0,5 bÿ
x

b3
X

Ií?3
h
h2 a3
Lx
a2
-x-
h
h
h2
2'h
am,3
Sj,K1,F1 am,1
<V
hi 7
a_
:
XAAÁ+M a1
2(7,AA+ÿAA) . h2 y
âãPÿ - -X
|ph
2
/"ÿSeçõesÿN _fh, M
h
Distribuição'
ÍT I e caixão ) |a* [2 2/-a; A2 , l2, E2 Aj- >,2jd2 de tensões
b2

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Roteiro - Peças compostas, de seção T, I e caixão, ligadas por pregos.


1 - Identificar, adotando se necessário, as dimensões da seção transversal
dos elementos (b; e hj), que compõem a peça composta, a rigidez
(módulo de elasticidade) da madeira correspondente (E;) e a densidade
equivalente da madeira (pk).
OBS.: A densidade equivalente da madeira (pk) corresponde à sua
densidade aparente a 12% de umidade (em kg/m3) ou, no caso de
madeiras diferentes, à média geométrica das densidades aparentes.
Densidade equivalente (kg/m3), entre os elementos “i” e 2
Ád =ÿPi-p2
Densidade aparente do elemento 2
Densidade aparente do elemento “i”
2 -Obter as características geométricas (A; e I;) da seção transversal de
cada elemento que compõem a peça composta.
Área da seção transversal do elemento “i”

Largura da seção transversal do elemento “i"

.1, = bX
12
Altura da seção transversal do elemento “i"

Momento de inércia do elemento “i”


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t
7

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 - Identificar, adotando se necessário, o diâmetro do prego (d;) utilizado na


ligação de cada elemento “i”, com o elemento 2, e os espaçamentos (s;)
correspondentes.
OBS.: O espaçamento dos pregos (s;) pode ser uniforme ou variar
conforme a força de cisalhamento, entre um valor mínimo (sÿ) e um
máximo (smáx), mantendo Nesse último caso usar um valor
efetivo, dado por: sef=0,75.smi>+0,25.smáI.

4 -Obter o módulo de deslizamento (Kj), na interface de ligação entre o


elemento “i” e o elemento 2.
Densidade equivalente (kg/m3), entre os elementos “i” e 2
C/5
05 \
ãl \ is5 Diâmetro dos
> Estados Limites de Utilização => K1 = K5" = P]á 'd‘ pregos (mm),
sis
i « fe - 20 entre “i” e 2

ll! Módulo de deslizamento


(N/mm), da ligação entre
___
Q_ "O <D último
os elementos “i” e 2 de serviço
I‘sjS| x
> Estados Limites Últimos => K; =A=|-Kí (utilização)

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l
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Obter o fator de redução da inércia de cada elemento (yi).


x Em geral, serão
necessários valores últimos
e de utilização.

Fator de redução Fator de redução para o elemento “i”


para o elemento 2
Módulo de elasticidade (MPa) do elemento T
1
Yi =1 e
Yi
/Tÿ.EjAÿi . Para i=1 e 3-
Área (mm2) do elemento “i”

K;.L2 Espaçamento dos pregos (mm),


na interface dos elementos “i” e 2

Módulo de deslizamento
Vão efetivo fL=vão,para vigas biapoiadas;
(N/mm), da ligação entre
da viga (mm) —
i V L=0,8.vão, para vigas contínuas;
os elementos “i” e 2 (L=2.vão,para vigas em balanço.
6 -Obter a distância (a,) entre os centro de gravidade, da seção de cada
elemento “i”, até a linha neutra da peça composta (ver figura com seções).
/i-Ei.Ai.(h2 ±hj) /3.E3.A3.(1i2 ±h3)
_ Distância do centro de gravidade dos
a2 elementos 1, 2 e 3 à linha neutra
\ 2-(/í-Ei-Aj +/2-E2.A2 +/3.e3.a3)
Altura dos elementos 1,2 e 3

ai
/
-a2 e a3
/_fh3+lQ + a2 .imitações: 0 < a2 < —
. Seção T -> A3=b3=h3=0.
8

% (0
402 0459 5- Estruturas de Madeira

7 -Obter o produto de rigidez efetivo, (El)ef, levando em consideração a


rigidez da ligação.
Distância do centro de gravidade do
.1 3 elemento “i” à linha neutra (mm)
o§ (ElL = £(£.ÿ!< +r,-E,.A1.aí
Isl O 03
í=I Área (mm2) do elemento “i”
- N
1
®
>I 3 Módulo de elasticidade (MPa) do elemento “i”

Produto de rigidez Momento de inércia Fator de redução
o efetivo (N.mm2) (mm4) do elemento “i" para o elemento “i”
o
8 - Obter as tensões normais atuantes nos elementos.
Tensão (MPa) no centro do elemento “i” (efeito da normal)
o M
ci — /i.Ei.ai. (EI).,-
ilí
f!l
Momento fletor, de cálculo, na seção de Oj

Produto de rigidez efetivo (N.mm2)


(N.mm)

M
i? $ =0,5.Ei.hi. Fator de redução, módulo de elasticidade (MPa) e
(ElXr
\ distância do CG à linha neutra (mm), do elemento “i”

Restante de o, (MPa) até seu valor Altura da seção transversal


máximo (efeito do momento fletor) do elemento “i”

402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tensão máxima (MPa) no elemento “i"


±<Jmf (ver figura com distribuição das tensões)

Tensão (MPa) no centro do Restante de Oj (MPa) até seu valor


elemento “i” (efeito da normal) máximo (efeito do momento fletor)

9 -Obter a tensão de cisalhamento máxima, que ocorre na linha neutra, a


uma distância “h” da base do elemento 2.
h, V
h= e {v} ,E3 .AJ ,a3 + 0.5.E,.b,.h2 )
~2±a- a =
b.,(El)„
Distância (mm) da base
\
Tensão de cisalhamento Força cortante (N),
do elemento 2 à linha máxima (MPa), no de cálculo, na seção
neutra (ver figura com elemento 2 de T2.ma>
distribuição das tensões)
Demais notações apresentadas anteriormente

/ÿÿ"Na avaliação deÿ


tensões interessam os
valores últimos. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
9

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

10 - Obter a força aplicada no conector da interface do elemento “i” com o 2.


E

'li®
1.1 F,=/,.E,.Ai.a,.s,.*
v
(EI)rfNv Para
Espaçamento entre conectores (mm),
e 3 na interface dos elementos “i” e 2.

0 O
z 103
co
d)
t
o
\
Força aplicada (N), no Força cortante máxima (N), de cálculo
jfl
1o conector da interface do
TO elemento “i” com o 2 Demais notações apresentadas anteriormente

> Peças compostas com alma treliçada ou de madeira compensada ->


As peças compostas com alma em treliça, formada por tábuas diagonais,
e as peças compostas com alma formada por chapa de madeira
compensada devem ser dimensionadas à flexão simples ou composta,
considerando exclusivamente as peças dos banzos, sem redução de
suas dimensões. A alma dessas vigas e suas ligações, com os
respectivos banzos devem ser dimensionadas a cisalhamento como se a
viga fosse de seção maciça.
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Treliçado de Town

U '
& ft , o
\ \
I.-
\
A3

Alma
y

Peça composta com " ;


alma em treliça, formada por Banzos
\ tábuas diagonais
10

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Madeira laminada colada (MLC) ->


A madeira laminada colada é o
produto estrutural de madeira mais importante nos países
industrializados. A madeira é selecionada e cortada na forma de tábuas
com espessura de 1,5 cm ou mais, que são coladas sob pressão,
formando grandes vigas de madeira, em geral de seção retangular.

Pressão
i Não há limitação
para dimensões e
formas das vigas
de MLC

Linha de cola

Tábua

A NBR 7190, da ABNT (2012), em seu item 5.7,


apresenta todos os dados para fabricação,
comercialização e utilização das vigas de MLC. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
4 402 0459 5- Estruturas de Madeira Segundo a NBR 7190,
da ABNT (2012)
Distribuição das lâminas -> As tábuas, que
comporão a MLC, devem ser classificadas pelo
EM.S (1/4) h
módulo de elasticidade e as de menor rigidez
utilizadas nas lâminas da metade central.
t Rigidez à flexão do elemento estrutural -> Para as
vigas de MLC, de lâminas classificadas como na
figura ao lado, à rigidez a flexão deve ser obtida por:
h X X (1/2) h
C- Produto de rigidez do
EM.í
EI — [2.EMs.I(1M) + EMj.I(1 2) elemento estrutural

| Módulo de elasticidade médio Momento de inércia, da


| das lâminas de maior rigidez “metade” central em
relação ao eixo x-x.
(1/4) h
EM.S Momento de inércia, de
cada “quarto” afastado Módulo de elasticidade médio
em relação ao eixo x-x. das lâminas de menor rigidez
b
lâminas mais
resistentes são utilizadas
-""'Lâminas de maior"
módulo de elasticidade nos “quartos” externos. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
11

f 402 0459 5- Estruturas de Madeira

! :
Segundo a NBR 7190,
da ABNT (2012)
Note que o cálculo do produto de
:_| rigidez corresponde à obtenção do
Ay momento de inércia da seção
x X.ÿMÿX composta multiplicado pelo módulo
X
+ XT +
de elasticidade de cada elemento.
Ay
Ay =0
EM,S t=l i=l

(14), + Ay-.A(14))+(lfl 4)x . +Ay -A(1 4) )+ (l(1 2)


0 2),. +0 .A(1.2))
Id 4) I(1/4) I(1/2)
Madeira -> Deve-se evitar a composição da MLC com espécies diferentes,
pois os diferentes coeficientes de retração podem causar delaminação ao longo
do tempo. Empregar, preferencialmente, madeiras de densidade aparente no
intervalo 0,40 g/cm3 < pap 12% < 0,75 g/cm3.
Dimensões das lâminas -> Espessura e largura máximas, respectivamente,
de 5 e 20 cm.
Qualidade da cola -> A cola deve ter resistência suficiente para que o
cisalhamento ocorra na madeira e nunca na linha de cola.
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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira Segundo a NBR 7190,
da ABNT (2012)
Teor de umidade das lâminas -> As lâminas, para eficiência da colagem,
deverão estar secas e com no máximo 18% de teor de umidade.
União longitudinal das lâminas -> A emenda entre peças para compor uma
lâmina deve ser feita por colagem de entalhes múltiplos (“finger joints”) usinados
nas extremidades de tábuas consecutivas. Outros tipos de união devem ser
evitados e, se utilizados, ter eficiência comprovada por laboratório idóneo.

imendas longitudinais
Usinagem horizontal Usinagem vertical
com “finger joints”

Distância mínima entre emendas ->


Nas lâminas da metade central as
uniões devem estar afastadas de no mínimo 50 cm, já nas lâminas mais
resistentes, dos “quartos” externos, de no mínimo 80 cm. A distância mínima
entre emendas de lâminas adjacentes deve ser de 20 cm.
Largura mínima da seção transversal -> Nas vigas de MLC, de seção
constante, a largura deve ser de pelo menos 1/7 da altura da seção transversal.
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S
12

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Madeira laminada colada, com emendas de topo


> Utilização -> Embora a NBR 7190, da ABNT (2012), não recomende a
utilização de emendas de topo, elas costumam ser utilizadas, principalmente
na falta de indústria apropriada. Nestes casos, recomenda-se ainda:
Emenda de topo Tábua extra
t

2
B >
o)

-O

Distância entre
-> Quando pjga >
aw f

Existência = 5,00 m
emendas
Desencontrar
C Uma emenda por seção
> Emendas longitudinais -> emendas -><
Distância > altura da viga
I Se tábuas adjacentes > 25.t
porrigir deficiência -> tábua extra (emenda de topo)
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5
>
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Madeira laminada colada e pregada ->


Prego

Linha de cola

A falta de industria, para produzir Tábua


madeira laminada colada, deu origem à
madeira laminada colada e pregada.
Nestas peças a pressão é substituída
por ligações pregadas.

Prego

> Madeira laminada pregada ->


Tábua Alternativa menos eficiente, onde as
tábuas são apenas pregadas entre si.
A madeira laminada pregada só deve
ser usada em estruturas provisórias,
pois pode ocorrer um fenômeno
conhecido por “stress nail” e, com o
tempo, os pregos soltarem-se.

i
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13

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Madeira compensada ->


A madeira compensada é formada pela
colagem sob pressão, em indústrias, de três ou mais laminas de
espessura entre 1 e 5 mm, alternando-se a direção das fibras em
ângulo reto. É utilizada em portas, armários, divisórias etc.. No Brasil, os
compensados não são fabricados para uso estrutural, portanto
recomenda-se avaliação laboratorial da qualidade estrutural, do material
adquirido, caso se pretenda utilizá-lo em estruturas.
> Madeira aglomerada -> A madeira aglomerada é formada pela colagem
sob pressão, em indústrias, de pequenos pedaços de madeira (cavacos).
É utilizada em portas, armários, divisórias etc. Os aglomerados não têm
qualidade estrutural, portanto não devem ser utilizados em estruturas.

> Outros produtos derivados de madeira -> Variações da madeira


compensada ou aglomerada, como LVL (laminated veneer lumber), MDP
(medium density particleboard), MDF (medium density fibers) e OSB
(oriented strand boards), no Brasil, não são fabricadas para uso
estrutural. Assim, sua aplicação deve prever ensaios laboratoriais de
resistência e durabilidade.

i
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Exemplos de aplicação

> Exemplo de aplicação 01 -> Seja uma peça de madeira bruta com
4,00 m de comprimento, 30 cm de diâmetro na base e 25 cm de diâmetro
no topo. Para o cálculo de uma viga fletida, a que peça se deve associar
a peça de madeira bruta descrita acima?
Solução:
Uma peça de madeira bruta deve ser associada, em cálculo, à uma peça
cilíndrica (de seção circular), de diâmetro de cálculo (dd) dado por:

Diâmetro de cálculo da peça cilíndrica


associada (usar o menor dos 2)
í_ dd=1.5,dm
min

dd - dmin + dmax 3 dmin


, 30-25

{ =>
dd, = 25 +-

dd =1,5.25 =>
3
dd = 37,5
=>
cm
dd = 26,6 cm

E, portanto, usa-se o menor dos dois -¥ dd = 26,6 cm

í
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14

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 02 -> Qual a seção mais adequada de uma peça
de madeira falquejada, extraída de um toro de 4,00 m de comprimento e
30 cm de diâmetro mínimo, para ser utilizada em uma viga fletida?
Solução:
A seção, de madeira falquejada, para ser utilizada em vigas submetidas à
flexão é a seção retangular de lados:

m b
b= 4
:

E, portanto, a seção de lados ->


e

b-í2
:

=> b
Seção de madeira
falquejada mais indicada
.

30
2
na flexão.

=> b = 15 cm

, <W3 . , 30.V3 => h = 26 cm


h =- =>h =
2 2
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! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 03 ->Obter o produto de rigidez


efetivo, (El)ef (em torno do eixo horizontal), da seção
2,5 6 2,5

3-I J
£
caixão esquematizada na figura ao lado, de uma viga u
fletida biapoiada, com 4,00 m de vão, composta por
peças de madeira serrada solidarizadas por pregos, com 3H
o objetivo de determinar a flecha máxima, portanto em 11 cm
um Estado Limite de Serviço (utilização). A madeira é de
uma folhosa da Classe D40, que tem densidade aparente de
Pap,i2% = 950 kg/m3 e módulo de elasticidade de Eÿf = 10920 MPa. Os
pregos utilizados são comerciais, n° 19 X 33, possuem diâmetro de
3,9 mm e estão espaçados, longitudinalmente, entre si de 20cm.
Solução:
Em geral, além do momento fletor, as vigas fletidas também são
submetidas à força cortante, que produz tensões de cisalhamento.
Não sendo possível desprezar as tensões de cisalhamento, o cálculo de
peças compostas, de seção T, I e caixão (caso em pauta), ligadas por
pregos, segue roteiro descrito na NBR 7190, da ABNT (2012). Aplicando-
se esse roteiro, obtém-se:

*
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15

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

1 - Identificar, adotando se necessário, as dimensões da seção transversal


dos elementos (b; e h;), que compõem a peça composta, a rigidez
Ver roteiro
(página 6)

(módulo de elasticidade) da madeira correspondente (E;) e a densidade


equivalente da madeira (pk).
Dimensões da seção:
Interface 1 2,5 6 2,5 Elemento 1
[bÿ6 cm=60 mm [Kl6 cm=60 mm
HE u
o
| b, = 2x2,5 cm=50 mm | h2 =30 cm= 300 mm
Cl

cm= 60 mm [KK6 cm= 60 mm


11 Cl Elemento 3
Elemento 2 1 Características da madeira:
Interface 3
Ad = Pt3 = 950 kg/m3 ; E3 = E: = E3 = 10920 MPa
2 -Obter as características geométricas (A; e I;) da seção transversal de
cada elemento que compõem a peça composta.
b, .h;
A. = b,.h, e I,=
12
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i
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

A,: = bj.hj => A,l =60.60 =>


Ver roteiro
(página 6)

Aj = 3600 mm2
b,.h;
: 60 .603
It = 12
=> I,=
12
It = 1080000 mm4

A2 = b2.h2 A2 = 50.300 => A 2 =15000 mm2

h = b2.h2
50.3003
12 h= 12
I2 = 112500000 mm4
A,3 = b3.h3 => A,3 =60.60 A 3 = 3600 nmr

60.603
I| = b3*h3 li —> L3 =1080000 mm4
12 12
3 - Identificar, adotando se necessário, o diâmetro do prego (dj) utilizado na
ligação de cada elemento “i”, com o elemento 2, e os espaçamentos (sj
correspondentes.
Dados no enunciado => dj=d3=3,9 mm e Sj = s3 = 20 cm = 200 mm
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t
16

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 -Obter o módulo de deslizamento (K;), na interface de ligação entre o


elemento “i” e o elemento 2.
Ver roteiro
(página 6)

O objetivo desse problema é o cálculo de flechas, cuja verificação é para


Estado Limite de Serviço (utilização), portanto devem ser obtidos valores
de serviço (utilização).

_ Pu A 950u3,9 K( =5709,8 N/mm


Kt=Kser 20
=> K-! 20
=
20

3 4 950 3,9
K3 PÍ20
_
e = = 5709,8 N/mm
20

5 - Obter o fator de redução da inércia de cada elemento (yj).

1 L=vão, para vigas biapoiadas;


n= , i=1 e 3, e onde: í L=0,8.vão, para vigas contínuas;
r2= 1 e i+ L=2.vão, para vigas em balanço.
K,L2 J
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t
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

/i =
1 1
n2.10920.3600.200
=>
Ver roteiro
(página 6)

yl = 0,5407

1+ 1+
K,.L2 5709.8.40002 r2=loo
Viga biapoiada =>
>
L = vão =>
L = 4,00 m = 4000 mm De forma análoga à y-, , obtém-se; 73 = 0,5407

6 -Obter a distância entre os centro de gravidade (a|), da seção de cada


elemento “i”, até a linha neutra da peça composta (ver figura das seções).

_ /j.EpA) .(h; ±h1)-/3.E3.A3.(h2 + h3)


a2
2-Oÿi-Ej.Aj +/2.E2.A2 +/3.E3.A3)
a -fh2±2 ht -a, e a3 -a.

0,5407.10920.3600.(300- 60) -0.5407.10920.3600.(300 -60) = 0 mm


a2 = 2.(0,5407. a2
10920.3600 + 1,00.10920.15000 + 0,5407.10920.3600)

300-60 300-60
3i = -0 => Sj = 120 mm e a3 = +0 => a3 =120 mm
2 2

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t
17

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

7 -Obter o produto de rigidez efetivo, (El)ef, levando em consideração a


rigidez da ligação.
Ver roteiro
(página 6)

3
(EI)rf = Z(E1.Il+r,-E1.Ai.a,2)
i-1

(EI)ef =(E1.I1+71.E1.A1.a[)+(E2.I2+/2.E2.A2.aÿ)+(E3.l3+/3.E3.A3.a;) =>

(El)ef = 2.(l0920 .1080000 + 0,5407 .10920 .3600 .1202 ) -


+ (10920 .112500000 + 1,00. 10920 .15000 .02 ) =>

CParaEstados limites de Serviço (utilização)ÿ) (El)ef = 1864259953920 N.mnr

Sendo E-, = E2 = E3 = Ec0ef = 10920 MPa, pode-se dizer ainda:


(El)ef 1864259953 920
Ief = 4= => Irf =170719776 mm4
Ec0,ef 10920
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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 04 -> As lâminas mais resistentes, de uma viga


de madeira laminada colada de Marupá, apresentaram módulo de
elasticidade de EMs = 12000 MPa e foram colocadas nos “quartos”
externos da seção da referida viga, as lâminas menos resistentes, de
EMj = 9000 MPa, foram aplicadas na “metade” central. Conhecidas as
dimensões da seção transversal dessa viga, esquematizada abaixo, que
produto de rigidez (E.l) deve ser utilizado no cálculo?

Lâminas mais resistentes i2cm 6 cm


(maior módulo de elasticidade)
12 cm 24 cm

6 cm
Lâminas menos resistentes
10 cm (menor módulo de elasticidade)
Solução:
Nos casos de MLC com classificação das lâminas pelo módulo de
elasticidade, deve-se considerar a seção transformada e obter o produto
de rigidez por:
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í
18

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

E.I - [2.Eÿs.I|j 4) +EMj.I(1 2)

Ao se decompor a seção composta, obtém-se:

6 cm
Ek :y :y
r—r-- T
:‘Ti
E
X-L.i.j.x -X Õ
12 cm
3 = "fl't* c5 +
3 AyJ CM
O
CN

6 cm ...L— ,--rSI<°
r±r 10 cm
:y
10 cm
11 y
10 cm
;y Ay = o
10 cm
Ayy = — - — = 9 cm
2 2
Com as dimensões em “mm", obtém-se:
b,.h; 100.603
I(14) -
!ix.x + AYI-AI => I(,,4) = :
+ Ayÿ.(b1.h1) => I(14) 90:.(l00.60)
12 12

=> I,! 4) = 50400000 nun4

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

I(i 2) = I T
_b2.h3 I(12)
100. 1203
1
=> (12)~ =>
12 12

=> I(1 2) = 14400000 nun4


Finalmente, obtém-se:

E.I = [2.EMS.I(1 4) + EM,.I(1,2)] E.I = [2.1200Q50400000f 9000.1440000(j

=> E.I = 1339200000000 N.mnr

> Exemplo de aplicação 05 -> Durante 0 cálculo de uma viga fletida de


madeira laminada (com emendas de topo), com 7,00 m de comprimento e
composta por tábuas de seção 2,5 cm x 20 cm, se obteve uma altura
necessária de 51 cm (com 20 cm de largura). Com que altura mínima
deve ser construída esta viga? Apresente uma solução para a disposição
das emendas longitudinais (se existirem).
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í
19

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Inicialmente deve-se lembrar, que a altura de uma viga de madeira
laminada é um múltiplo da espessura das tábuas que a compõem.

_ hviga K ecessana
«tábuas ® tábua ntábuas =>
'

tábua
«tábuas * ® tábua

51
=> => ntabuas = 21 tábuas
«tábuas
* 2,5 TT «tábuas
* 20,4
Se as tábuas fossem inteiras, com 21 linhas de tábuas poder-se-ia
construir a viga, mas não é o caso, pois a viga tem 7 m e as tábuas
comerciais 5 m. Assim serão necessária emendas longitudinais.

Existência -> Quando £ÿQa > 4sbua = 5,00 m


Desencontrar
C Uma emenda por seção
> Emendas longitudinais -> emendas -><
Distância > altura da viga
I Se tábuas adjacentes > 25.t
Corrigir deficiência -> tábua extrá> (emenda de topo)

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i
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

A colocação da tábua extra aumenta o número de tábuas e, em


consequência, a altura da viga.

«final = «tábuas +1 => «final =21+ 1 «finai = 22 tábuas

Afinal «final -etábua => hgnaj =22.2,5 Afinal = 55 cm

Uma solução para montagem da viga seria a apresentada a seguir.

Zona comprimida (emendas transmitem esforços)

55 cm
{
55 55 55" 55 55 55 40 1 55" 55 55 55 55 55

700 cm

Zona tracionada (desencontrar emendas)

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20

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Exercícios propostos

> Exercício proposto 01 -> Seja uma peça de madeira bruta com 7,00 m
de comprimento, 50 cm de diâmetro na base e 35 cm de diâmetro no
topo. Para o cálculo de uma viga fletida, a que peça se deve associar a
peça de madeira bruta descrita acima?
> Exercício proposto 02 ->
Qual o momento de inércia efetivo de uma
viga composta por dois postes, com 25 cm de diâmetro médio (central),

&
i i
-EU
•E U -E U -EU
I
I
A<l
Seção Central A-A
porca e arruela-
parafuso. 25 cm

anel metálico
25 cm

í
porca e arruela—
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1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 03 -> Qual a seção mais adequada de uma peça de
madeira falquejada, extraída de um toro de 4,00 m de comprimento e
25 cm de diâmetro mínimo, para ser utilizada em um pilar comprimida?
> Exercício proposto 04 -> Qual a seção mais adequada de uma peça de
madeira falquejada, extraída de um toro de 7,00 m de comprimento e
40 cm de diâmetro mínimo, para ser utilizada em uma viga fletida?

> Exercício proposto 05 -> Qual o momento de inércia efetivo de uma


viga composta por duas peças de madeira serrada, de seção
20 cm x 20 cm, solidarizadas por anéis metálicos?

Seção A-A
A AAo A rjn JÒL —porca e arruela
r "parafuso
- -
€3 E3 E3-E3-+-E3 - - - E3 E3 E 3-

V V J T -
8 II metálico
porca e arruela
A<l 20 cm

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t
21

Exercício proposto 06 -> Sendo possível desprezar as forças de


cisalhamento nas ligações das seções esquematizadas na figura abaixo,
que características geométricas (área e momento de inércia efetivos)
deveriam ser utilizadas no cálculo destas vigas compostas solidarizadas
rigidamente por pregos?
m m in
2,5 6 2,5 CN ci CN
H-H

mH HW £ 10 cm

EB”l"
11cm
E
o
o

ffl«I 1
7,5 cm
o
o
co
m
2 6 2
2,5 cm
12 cm

a) Seção caixão b) Seção T c) Seção "T"


> Exercício proposto 07 -> Obter o produto de rigidez efetivo, (El)ef (em
torno do eixo horizontal), das seções “I” e “T” esquematizadas na figura
acima, considerando que as vigas são fletidas, biapoiadas, com 4,00 m e
3,00 m de vão, respectivamente, composta por peças de madeira serrada

i
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

!
402 0459 5- Estruturas de Madeira

solidarizadas por pregos, com o objetivo de determinar a flecha máxima,


portanto em um Estado Limite de Serviço (utilização). A madeira é de uma
folhosa da classe de resistência D40, que tem densidade aparente
Pap.12% = 950 kg/m3 e módulo de elasticidade Eÿ = 10920 MPa. Os
pregos utilizados são comerciais, n° 19 X 33, possuem diâmetro de
3,9 mm e estão espaçados, longitudinalmente, entre si de 20 cm.
> Exercício proposto 08 -> Se o objetivo do I EMs= 10500 MPa
exemplo de aplicação 03 fosse a obtenção
das tensões atuantes máximas, que produto f
i JVEM-
FR T7.5 cm
WOO MPa

de rigidez efetivo deveria ser usado?


15 cm 30 cm
> Exercício proposto 09 -> A figura ao lado
representa a seção de uma viga fletida de =!= 7,5 cm
MLC, que produto de rigidez (E.l) deve ser <y\
utilizado no cálculo de flechas?
i—'
10 cm

« EM s» 10500 MPa

> Exercício proposto 10 -> Durante o cálculo de uma viga fletida de


madeira laminada, com 5,00 m de comprimento e composta por tábuas
de seção 2,5 cm x 20 cm, se obteve uma altura necessária de 42 cm
(com 20 cm de largura). Com que altura mínima deve ser construída esta
viga? Apresente uma solução para a disposição das emendas
longitudinais (se existirem). Prof Norman Barros Logsdon J*
22

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2. Modelo de segurança adotado pela norma brasileira


A norma brasileira para o “Projeto de estruturas de madeira”, NBR 7190
da ABNT (2012), adota o “Método dos Estados Limites”, descrito na
norma de “Ações e segurança nas estruturas”, NBR 8681 da ABNT
(2004). Estas normas, permitem o calculo em diversas situações de
projeto, que, por sua vez, definem os carregamentos e as verificações a
serem utilizados. Assim, tornam-se necessárias algumas definições
iniciais para entender e aplicar o método.
a) Definições iniciais

> Estados limites -> São os estados a partir dos quais a estrutura
apresenta desempenhos inadequados às finalidades da
construção. Os estados limites podem ser:
n Estados Limites Últimos -> São os estados que caracterizam
a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção
(ruptura, ruína ou perda de instabilidade).
n Estados Limites de Serviço (Utilização) -> São os estados
que não respeitam as condições especificadas para o uso
normal da construção (deformações ou vibrações excessivas).

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Condição de segurança ->A segurança em relação a possíveis


estados limites pode ser expressa por:
Solicitação de cálculo
sd -?-d
t Resistência de cálculo

> Tipos de ações -> As ações, definidas como as causas que


provocam esforços ou deformações nas estruturas, podem ser:
n Permanentes -> Ações que apresentam pequena variação
durante praticamente toda a vida da construção.
n Variáveis -> Ações que apresentam variação significativa
durante a vida da construção.
n Excepcionais -> Ações de duração extremamente curta, e
com baixa probabilidade de ocorrência, durante a vida da
construção.
Durante o cálculo de estruturas as ações devem ser combinadas,
levando-se em conta a probabilidade de ocorrência simultânea, de
modo a representar as situações mais críticas para a estrutura.
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23

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Classes de carregamentos -> Um carregamento é especificado


pelo conjunto de ações que tem probabilidade não desprezível de
atuação simultânea. Conforme a duração da atuação simultânea
das ações pode-se definir uma classe para o carregamento
As classes de carregamento, de qualquer combinação de ações, é
definida pela duração acumulada da ação variável, tomada como
principal na combinação, e são definidas na tabela 3.
Tabela 3 - Classes de carregamento
AÇÃO VARIÁVEL PRINCIPAL DA COMBINAÇÃO
CLASSE DE
CARREGAMENTO Duração acumulada Ordem de grandeza da duração
acumulada da ação característica
Permanente Permanente vida útil da construção
[~> Longa duração Longa duração mais de 6 meses
Média duração Média duração 1 semana a 6 meses
Curta duração Curta duração menos de 1 semana
Duração instantânea Duração instantânea muito curta
Fonte: NBR 7190 da ABNT (2012)

1
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Tipos de carregamentos -> Conforme o tipo de ações envolvidas no


carregamento são definidos os seguintes carregamentos:

n Carregamento normal -> Um carregamento normal inclui apenas


as ações decorrentes do uso previsto para a construção, é
considerado de longa duração e deve ser verificado nos
estados limites último e de serviço (utilização).
n Carregamento especial -> Um carregamento especial inclui as
ações variáveis de natureza ou intensidade especiais, cujos efeitos
superem em intensidade os efeitos produzidos pelas ações
consideradas no carregamento normal.
n Carregamento excepcional -> Na existência de ações com efeitos
catastróficos, o carregamento é definido como excepcional, e
corresponde à classe de carregamento de duração instantânea.
n Carregamento de construção -> Um carregamento de construção
é transitório e deve ser definido em cada situação particular onde
exista risco de ocorrência de estados limites últimos durante a
construção.
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t
24

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Situações de projeto -> A norma brasileira, NBR 7190 da ABNT (2012),
considera as seguintes situações de projeto:

tt Situações duradouras -> Nas situações duradouras, que podem ter


duração igual ao período de referência da estrutura, devem ser
verificados os estados limites últimos e de serviço (utilização) e
devem ser consideradas em todos os projetos. Nas verificações de
segurança a estados limites últimos consideram-se combinações
últimas normais, enquanto que nas de estados limites de serviço
(utilização) consideram-se combinações quase permanentes de
serviço.

n Situações transitórias -> Quando a duração for muito menor que a


vida útil da construção tem-se uma situação transitória, que só será
considerada se existir um carregamento especial, explicitamente
especificado, e na maioria dos casos verifica-se apenas estados
limites últimos, considerando-se combinações últimas especiais
ou de construção. Se necessária a verificação dos estados limites
de serviço (utilização), deve-se considerar combinações
frequentes de serviço ou raras.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Situações excepcionais -> As situações com duração


extremamente curta são consideradas excepcionais e verificadas
apenas quanto aos estados limites últimos, considerando-se
combinações últimas excepcionais. As situações excepcionais
devem ser explicitamente especificadas, sempre que houver
necessidade dessa consideração no projeto.
b) Combinações de ações em estados limites últimos

> Combinações últimas normais -> São utilizadas para verificação


de estados limites últimos causados por um carregamento normal.
As ações variáveis são divididas em dois grupos, as principais
(/ÿqi iç) e as secundárias (Fqjik). Para as ações permanentes (Fgjk),
devem ser feitas duas verificações: a favorável, na qual as cargas
permanentes aliviam o efeito da atuação simultânea das ações; e
a desfavorável, na qual as cargas permanentes aumentam o efeito
da atuação simultânea das ações. Assim, para este caso, a ação,
ou solicitação, de cálculo (Fd) é obtida utilizando-se a expressão
apresentada a seguir, na qual os coeficientes yg, yq e entre
outros, são apresentados nas tabelas 4, 5, 6, 7 e 8.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
k
25

i 402 0459 5- Estruturas de Madeira

i Combinações ultimas normais


Se puder
romper ->
N, V, Mete.

Coeficientes de ponderação Se carga rápida, Fq é multi¬


Tabelas 4 a 7, páginas 26 e 27 plicado por 0,75 (página 25)
Mesmo sinal
°o "5d Desfavorável

3 >' \
í z “
- 'V d
i=l j=2 VI
Madeira isoladamente: \
Valor característico
Desfavorável -> 1,3
da variável secundária
Favorável -> 1,0 Valor característico
Fator de combinação
Valor característico da variável principal Tabela 8, página 28
da carga permanente
Cargas variáveis Efeitos dinâmicos
para madeira permanentes
pagina 25
Só entram as com sinal de Fd página 25
Entram sempre

i
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Coeficientes de ponderação para ações permanentes -> Os coeficientes


de ponderação e os fatores de combinação e de utilização utilizados nas
combinações de ações, estão definidos na NBR 8681, da ABNT (2004). Para
os elementos estruturais de madeira, no caso de ações permanentes
diretas consideradas separadamente, são recomendados, pela NBR 7190
da ABNT (2012), os seguintes coeficientes de ponderação:
Elementos de madeira em geral -> yg- 1,3
[ Se desfavoráveTÿ> Elementos de madeira industrializados -> yg = 1,2

| Se favoráveÍÿ> -> yg- 1,0 Valor


Elementos de madeira
usual da NBR 8681
NBR 7190 é omissa.
a Fatores de redução de cargas rápidas -> Os efeitos dinâmicos de pontes
(impacto vertical, força centrífuga, força longitudinal e impacto lateral)
e o vento, quando variável principal, segundo a NBR 7190 da ABNT

elementos estruturais de madeira, multiplicando-as por 0,75. *


n Efeitos dinâmicos em pontes -> Segundo a NBR 7190 da ABNT (2012), a -----
(2012), em combinações últimas, devem ser reduzidas na verificação dos

força vertical (carga móvel, Fqm) e seus efeitos dinâmicos (impacto vertical,
Fqj), devem ser utilizados como variável principal (Fq1 k=Fqm+0,75.Fqi) na
.

combinação de esforços.
Apenas na verificação dos elementos estruturais de madeira.
26

Tabela 4 - Coeficientes de ponderação yQ, para ações


permanentes diretas consideradas separadamente
Efeito
Combinação Tipo de ação Desfa¬ Favo¬
vorável rável
Peso próprio de estruturas metálicas 1,25 1.0
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,30 1.0
Normal /—i Peso próprio de estruturas moldadas no local 1,35 1,0
Elementos construtivos industrializados W 1,35 1.0
Elementos construtivos industrializados com adições in loco 1,40 1.0
Elementos construtivos em geral e equipamentos _ 1,50 1.0
Peso próprio de estruturas metálicas 1.15 1,0
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,20 1.0
Especial ou de Peso próprio de estruturas moldadas no local 1,25 1,0
construção Elementos construtivos industrializados <1> 1,25 1,0
Elementos construtivos industrializados com adições in loco 1,30 1,0
Elementos construtivos em geral e equipamentos (*> _ 1,40 1.0
Peso próprio de estruturas metálicas 1,10 1,0
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,15 1.0
Excepcional Peso próprio de estruturas moldadas no local 1,15 1.0
Elementos construtivos industrializados 1,15 1,0
Elementos construtivos industrializados com adições in loco 1,20 1,0
Elementos construtivos em geral e equipamentos (2) _ 1,30 1,0
(1)
Por exemplo: paredes e fachadas pré-moldadas, gesso acartonado.
(2)
Por exemplo: paredes de alvenaria e seus revestimentos, contrapisos. Fonte: NBR 8681, da ABNT (2004)

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 5 - Coeficientes de ponderação yg , para ações permanentes diretas


agrupadas (consideradas em conjunto)

Efeito
Combinação Tipo de estrutura
Desfavorável Favorável
Grandes pontes 1,30 1,0
Normal <=ÿ Edificações tipo 1 e pontes em geral (2> 1,35 1,0
Edificação tipo 2 1,40 1,0
Grandes pontes <1> 1,20 1,0
Especial ou
Edificações tipo 1 e pontes em geral <2> 1,25 1,0
de construção
Edificação tipo 2 <3> 1,30 1,0
Grandes pontes <1> 1,10 1,0
Excepcional Edificações tipo 1 e pontes em geral <2> 1,15 1,0

___
Edificação tipo 2 <3> 1,20 1,0
<1> Pontes em que o peso próprio da estrutura supera 75% da totalidade das ações permanentes.
® Edificações tipo 1 são aquelas onde as cargas acidentais superam 5 kN/m2.
<3> Edificações tipo 2 são aquelas onde as cargas acidentais não superam 5 kN/m2.
Fonte: NBR 8681, da ABNT (2004)
Cargas permanentes consideradas em

— —
conjunto, ou
I
sejaÿXg-Fp.k =
i-i i«i
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%
27

t 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 6 - Coeficientes de ponderação yq, para ações variáveis


consideradas separadamente

Combinação Tipo de ação Coeficiente de


ponderação
Ações truncadas <1> 1,2
Efeito de temperatura 1,2
Normal <£ÿ Ação do vento 1,4
Ações variáveis em geral 1,5
Ações truncadas d) 1,1
Especial ou Efeito de temperatura 1,0
de construção Ação do vento 1,2
Ações variáveis em geral 1,3
Excepcional Ações variáveis em geral 1,0
0) Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição
de máximos é truncada por um dispositivo físico de modo que o valor
dessa ação não pode superar o limite correspondente. O coeficiente
de ponderação apresentado nesta tabela se aplica a esse valor limite.
Fonte: NBR 8681, da ABNT (2004)

í
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! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 7 - Coeficientes de ponderação rq, para ações variáveis


_ consideradas em conjunto * _
Coeficiente de
Combinação Tipo de estrutura
ponderação
Pontes e edificações tipo 1 (1> IA
Normal l
Edificações tipo 2 1,4
Especial ou Pontes e edificações tipo 1 IA
de construção Edificações tipo 2 <2> 1,2
Excepcional Estruturas em geral 1,0
0) Edificações tipo 1 são aquelas onde as cargas acidentais superam 5 kN/m2.
® Edificações tipo 2 são aquelas onde as cargas acidentais não superam 5 kN/m2.
* Para ações variáveis consideradas conjuntamente, o coeficiente de ponderação,
apresentado nessa tabela, se aplica a todas as ações, devendo-se considerar
também conjuntamente as ações permanentes diretas. Nesse caso permite-se
considerar separadamente as ações indiretas como recalque de apoio e retração
dos materiais e o efeito de temperatura.

——• Ações variaveis


consideradas em conjunto, ou seja:
Fonte: NBR 8681, da ABNT (2004)

/W +É = Yv FqIi + X V'oj-Fqj*
J=-

í
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28

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 8 - Fatores de combinação e de redução t//0, V'I e W2


AÇÕES EM ESTRUTURAS CORRENTES 2

• Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local 0,6 0,5 0,3
• Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral _ 0,6 0,3 0
CARGAS ACIDENTAIS DOS EDIFÍCIOS

• Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos


fixos, nem de elevadas concentrações de pessoas <1) 0,5 0,4 0,3
• Locais onde há predominância de pesos de equipamentos que
permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevadas
concentrações de pessoas (2) 0,7 0,6 0,4
• Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens _ 0,8 0,7 0,6

CARGAS MÓVEIS E SEUS EFEITOS DINÂMICOS Vo


• Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3
• Pontes rodoviárias 0,7 0,5 0,3
• Pontes ferroviárias não especializadas 0,8 0,7 0,5
• Pontes ferroviárias especializadas 1,0 1.0 0,6
• Vigas de rolamentos de pontes rolantes 1,0 0,8 0,5
,1)
Edificações residenciais de acesso restrito; Fonte: NBR 8681, da ABNT (2004)
(2)
Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público;
(3)
Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar zero para v|/2;
(4>
Para combinações excepcionais onde a ação principal for 0 fogo, y2 pode ser reduzido, multiplicando-o por 0,70.

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Combinações últimas especiais ou de construção -> Para


verificação de estados limites últimos causados por um
carregamento especial ou de construção, a combinação é a
mesma utilizada para o carregamento normal, com = iÿ0j,
salvo quando ação variável principal Fq1 tenha um tempo de
atuação muito pequeno, neste caso i//0jef = i//2j, portanto:

Fd “

+?q|ÿql,k + X
> Combinações últimas excepcionais -> Para verificação de
estados limites últimos causados por um carregamento
excepcional, não se aplica o coeficiente de ponderação yq à ação
excepcional e se mantém o coeficiente definido para as
combinações especiais ou de construção, portanto:
m

Ygiÿgi,k Fq.exc Y VÿOj.efÿqj.k


i=l j=l

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t
29

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira Se entortar


u (flecha) etc.
c) Combinações de ações em estados limites de serviço (utilização)
->

> Combinações quase permanentes (de serviço) -> No controle


usual de deformações das estruturas são consideradas as
combinações quase permanentes. Nestas combinações, definidas
pela expressão abaixo, todas as ações variáveis atuam com seus
valores quase permanentes (y/2-Fq,k)-

i Combinações quase permanentes (de serviço)

Valor característico
™ _2L_
F = 2j'=i.k +
xd?uti qjfk
da carga variável

i=l H VI
Valor de serviço Valor característico Fator de redução
(utilização) da carga permanente Tabela 8, página 28
F-> u, vibração etc.
Permanentes Cargas variáveis
Entram sempre Só entram as com sinal de Fd utj
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í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Combinações frequentes (de serviço) ->


Utiliza-se esta
combinação no caso de existirem materiais frágeis, não
estruturais, ligados à estrutura. Nestas condições a ação variável
principal atua com seu valor frequente (ÿ.Fq1 k) e as demais com
seus valores quase permanentes (t//2.Fqk).

Fd,uti - X FeU + + X

> Combinações raras de serviço -> São utilizadas quando for


importante impedir defeitos decorrentes das deformações da
estrutura. Neste caso a ação variável principal atua com seu valor
característico (Fp1 k) e as demais com seus valores frequentes
(V'l-Fqj.k)-

Fd,utí =ZFgi,k+Fqi,k+ZÿiJFqj,k

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t
30

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Exemplos de aplicação (combinação de ações)

> Exemplo de aplicação 06 -> Uma determinada barra de uma tesoura, de um


telhado convencional de madeira, apresenta os esforços característicos
listados a seguir. Considerando que o telhado pode ser considerado como
uma edificação do tipo 2, pois seu carregamento é inferior a 5 kN/m2, e
sabendo-se que o carregamento é de longa duração e, em princípio, não se
sabe qual a ação variável principal, pede-se:
a) O esforço de cálculo máximo de compressão na barra;
b) O esforço de cálculo máximo de tração na barra.
Esforços normais nas barras (valores negativos indicam compressão,
positivos tração), devidos a:
•Peso próprio (telha, madeiramento e elementos de ligação) ->Ng = -16400 N
•Peso de água absorvida pelas telhas ->Nqa = -2100 N
•Vento de pressão -»Nq’vp= -14900 N
•Vento de sucção VS= 900 N
Note que o carregamento deve
ser considerado em conjunto. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
C. Última Normal
(página 25)

Os esforços solicitantes são as causas das rupturas nas seções das estruturas,
portanto produzem Estados Limites Últimos. Para verificação destes estados
são utilizadas combinações últimas, no caso de carregamento de longa duração
usa-se a Combinação Última Normal.
Na existência de mais de um carregamento variável, em princípio não se sabe
qual a variável a ser tomada como principal. Nestes casos, deve-se obter os
esforços de cálculo nas diversas hipótese possíveis (em cada hipótese, adota-
se um dos carregamentos como variável principal) e, entre os esforços de
cálculo obtidos, escolher o mais prejudicial estrutura.
a) Nd de compressão (-)
N -> Esforço solicitantepode causar ruptura -> Estado limite último =>
Combinação Última Normal (situação duradoura de projeto, para uso)
o
Nd(-) => Entram -> Ng (sempre); Nq a e Nq Vp (mesmo sinal de Nd) => por
existirem duas ações variáveis, usam-se duas hipóteses para Fq1 k
o
Hipótese 1) Água é a variável principal (Fq1 k = Nqa)
i
co
Mesmo sinal \|/Q <- vento
CB | \
O)
cu Fd = + Yv FqU + ÉÿOj-Fqj.fc => Nd = l,40.Ng +l,40.[Nqa +0,6.NqVP]
O i«l j=2
31

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Nd =lJ40.Ng+l,40.[Nqa+0,6.NqVP]
C. Última Normal
(página 25)

= 1,40.(- 16400) +1,40.[(- 2100) + 0,6.(- 14900)]

<Se água for a variável principa Nd= -38416 N

Hipótese 2) Vento de pressão é a variável principal (Fq1 k = NqVP)


\|fo local
Mesmo sinal Carga rápida da água
[ —--
Fd = r,-êF«Uc +;/q| => Nd = 1.40.Ng +1.40.[o,75.Nq w + 0,5.Nqa
_
w _ V H _
y1

Nd = l,40.Ng +l,40.[o,75.NqVP +0,5.Nq J=>Nd =l,40.(-16400)+l,40.[0,75.(-14900)+0,5.(-2100)]


vento de pressão for a variável principal => Nd =-40075 N

Finalmente, conclui-se sobre a variável a ser considerada principal e sobre o


esforço de cálculo (o maior, em valor absoluto, deles).
Compressão

ionsidera-se o vento de pressãi => Nd N


-ÿ_como variável principai_ÿ

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Nd de tração (+)
C. Última Normal
(página 25)

N -> Esforço solicitante => pode causar ruptura -> Estado limite último =>
Combinação Última Normal (situação duradoura de projeto, para uso)

Nd(+) => Entram -> Ng (sempre) e Nq Vs (mesmo sinal de Nd) => só existe
uma ação variável, portanto, Fq1 k= NqVs
Sinais diferentes Carga rápida

re-fyÿ+r<l. Fqlsk +Xv/oj-Fq]*k j


|favorável | N
Fd = => Nd = l,0.Ng + l,40.[o,75.Nq vs]

Nd = 1,0.Ng + l,40.[o,75.NqVS] => Nd = 1,0.(- 16400)+ 1,40.[0,75.(900)] =>

Compressão Nd =-15455 N

O máximo esforço de tração obtido, ainda é de compressão,


portanto, não ocorrerá esforço de tração na barra.

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í
32

1
>
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exemplo de aplicação 07 -> Uma tesoura, de um telhado convencional de


madeira, apresenta os deslocamentos verticais (flechas), no centro da
tesoura, listados a seguir. Considerando que o telhado pode ser considerado
como uma edificação do tipo 2, pois seu carregamento é inferior a 5 kN/m2, e
sabendo-se que o carregamento é de longa duração e, em princípio, não se
sabe qual a ação variável principal, pede-se:

a) O deslocamento vertical de serviço, para baixo, máximo na tesoura;


b) O deslocamento vertical de serviço, para cima, máximo na tesoura.

Deslocamentos verticais no centro da tesoura (valores positivos indicam


deslocamentos verticais para baixo, negativos para cima), devidos a:

•Peso próprio (telha, madeiramento e elementos de ligação) ->Ug =4,8 mm


•Peso de água absorvida pelas telhas ->uqa = 0,6 mm
•Vento de pressão vp= 3,7 mm
•Vento de sucção -0,3 mm
Note que o carregamento deve
ser considerado em conjunto. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
C. Quase Permanente
(página 29)

a) uef ou Ujj uti para baixo (+)

u -> deslocamento =x> pode causar deformação -> Estado limite de serviço
(utilização) =x> Combinação quase permanente (de serviço), usual em
situação duradoura de projeto (uso previsto da edificação)

Ud,uti(+) => Entram -> ug (sempre); uq a e uq Vp (mesmo sinal de ud]Uti)

\\f2 <r local da água \\i2 4- vento


Fd,uti - +ÿ,//2j-Fqj.k => Ud,uti = ug +0,3.uqa +0,0.uq vp

Ud.ud = ug + 0,3 -Uqa + 0,0.uqVP => + 0,3.0,6 + 0,03,7

Para baixo Ud,ud >4ÿ98 mm

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t
33

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) uef ou ud uti para cima (-)


C, Quase Permanente
(página 29)

u -> deslocamento => pode causar deformação -> Estado limite de serviço
(utilização) => Combinação quase permanente (de serviço), usual em
situação duradoura de projeto (uso previsto da edificação)

Ud,uti(-) => Entram -> ug (sempre) e uq Vs (mesmo sinal de udiUtj)

\|/2 vento
m
Fd,uti - +ÿV/2j-Fqj,k ud,utí=ug+0;0.uqVS uduti = 4,8 + 0,0.(- 0,3)

máxima flecha negativa (para cima)


obtida, ainda é positiva (para baixo), portanto, => ud uti = 4,8 mm
flecha para cima. /
I Para baixo I

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 08 -> Na figura, a seguir, estão representados


os carregamentos típicos de uma ponte rodoviária de madeira, sem
revestimento, aplicados em uma das vigas principais. Considerando
um produto de rigidez efetivo de Ec0rf.Irf = 1,25.1013 N.mrrr, um
carregamento normal (para o uso previsto da construção), e que, em
princípio, não se sabe qual a ação variável principal, pede-se:

a) Os valores característicos do momento fletor, da força cortante e


do deslocamento vertical máximo (flecha) para cada um dos
carregamentos;

b) O momento fletor e a força cortante de cálculo;

c) O deslocamento vertical (flecha) efetivo.

Note que o carregamento pode


ser considerado separadamente.
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t
34

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

12 kN 12 KN 12 kN Impacto vertical Carregamento


>
variável
50 kN 50 kN 50 kN Carga móvel (trem-tipo)

m uinnnuTTT AU
3,00 N/mm Peso próprio
estrutura de madeira
da
! Carregamento
permanente

Note que as cargas podem ser consideradas


,0,50, 1,50 1,50 0,5ÿ separadamente. Recomenda-se utilizar, sempre
4,00 m que possível, as cargas separadamente, pois
h
se tem melhor controle do carregamento e os
esforços de cálculo resultam menores.
> Solução

a) Valores característicos
A obtenção dos valores característicos é a resolução do
problema de “Resistência dos Materiais” e/ou “Estática das
Estruturas” envolvido.

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í
402 0459 5- Estruturas de Madeira

a.1) Carga permanente


Diagramas de
O esquema estático, correspondente a carga permanente, é
E. S. (Anexo 2) usual e está tabelado, portanto:
.3,00 N/mm ... .. p1 3.4000
1111111/iiiiiiiiirrm v!(„oaPo,o) = v=T = — => Vg = 6000 N
_A_ pi2 3.400tf N.mm
; = 6.000.000
,500, 1500 1500 ,500ÿ
!
MS (n° Centl'°) = Mmãx = £V-
8 8
4000 mm
r H 5.p.r _ 5.3.4000i
ug(no centro) = vmáx = => us = 0,80 mm
384.E.I 384.(1.25. 1013)
a. 2) Carga móvel (trem-tipo)
Diagramas de O esquema estático, correspondente a carga móvel, pode ser
E. S. (Anexo 2) decomposto em dois problemas tabelados (alíneas b e g),
J portanto, pode-se utilizar a superposição de efeitos:
50000 N 50000 N 50000 N 50000 N 50000 N 50000 N

-A- Zk.
,500, 1500 1500 ,500, 2000
+ 2000 3000 404
r 4000 mm 4000 mm 4000 mm H
Carga móvel Alínea b Alínea g
35

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Aplicando-se a superposição de efeitos obtém-se:


50000
Vqm(n° apoio) = Valínea b + V*~g=2
-+P = + 50000 => Vqm = 75.000 N
2
p, 50000.4000
Mqm(no centro) =MaaneaV +M‘alínea g = — + P.a = +50000.500 =i> Mqm = 75.000.000 N.mm
4
Pi3 Pa
uqra(no centro) = ua]ineab + uaHnea g ,(3.í2-4.a!) 3
48.E.I 24.E.I
50000.40003 50000.500
uqm(no centro) = (3.4000:-4.500:) => uqm = 9,25 mm
48.(l,25.1013) 24.(l,25.1013)
a.3) Impacto vertical
O carregamento, correspondente ao impacto vertical, é
proporcional ao da carga móvel, portanto, pode-se utilizar a
superposição de efeitos:
12 kN 12 kN 12 kN
t l t Vqj(no apoio) = = Vqi =18.000 N

,500, 1500 1500


4000 mm
,500,
1
Mÿno centro) = =ÿ.75000000 =18.000.000 N.mm

12 12
u0.(no
qiV centro) = — .uom
qm = —.9.25 => uqi = 2,22 mm
50 5Q

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Valores de cálculo para Estados Limites Últimos (Vd e Md)


Os esforços solicitantes são as causas das rupturas nas seções das
estruturas, portanto produzem Estados Limites Últimos. Para
verificação destes estados são utilizadas combinações últimas, no
caso do carregamento normal usa-se a Combinação Última Normal.
Na existência de mais de um carregamento variável, em principio
não se sabe qual a variável a ser tomada como principal. Nestes
casos, deve-se obter os esforços de cálculo nas diversas hipótese
possíveis (em cada hipótese, adota-se um dos carregamentos como
variável principal) e, entre os esforços de cálculo obtidos, escolher o
mais prejudicial à estrutura.
No caso de exemplo isso não será necessário, pois o impacto
vertical (efeito dinâmico da carga móvel) só poderá existir na
presença da carga móvel, portanto, a carga móvel deveria ser
tomada como variável principal. Por outro lado, a NBR 7190 da
ABNT (2012) recomenda utilizar a carga móvel e seu efeito dinâmico
(impacto vertical), em conjunto, como variável principal.

i
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36

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b.1) Momento fletor de cálculo (Md)


Apenas madeira

Todos os momentos característicos encontrados produzem


Carga rápida

C. Última Normal
tração embaixo, com valor máximo no centro. Assim, só faz
(página 25) sentido procurar Md no centro e produzindo tração embaixo,
Aplicando-se a Combinação Última Normal, obtém-se:ÿ?ÿ
m

Fd - + <yql-ÿql,k + Xÿqj'ÿOj'ÿqj.k => Md = 1.3.Mg + L5.(\lqm + Mq,.0.75) =>


i=l V—yW j-2

Md = 1.3.6000000 + 1.5.(75000000 + 18000000.0.75) => Md = 140.550.000 N.mm


b.2) Força cortante de cálculo (Vd)
No apoio esquerdo (direito), todas as forças cortantes
características encontradas são positivas (negativas).
Assim, só faz sentido procurar Vd positiva (negativa) no
apoio esquerdo (direito). Aplicando-se a Combinação Última
Normal, obtém-se: Carga rápida
ic 1c

Fd = 2>Ak + rqi-Fql,k + Xÿ-V'oj-Fqj-.k => Vd=l,3.Vg+l,5.(Vqm+Vqi.0,75)


i=l j=2

Vd = 1,3.6000 + 1,5.(75000 + 18000.0.75) Vd = 140.550 N

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Valor efetivo (de cálculo) para o Estado Limite de Serviço (uduti)

Deslocamentos em uma viga não causam rupturas, mas podem


produzir Estados Limites de Serviço (utilização) fazendo a
estrutura perder funcionalidade. Para verificação destes estados
são utilizadas combinações de utilização, no caso do
carregamento normal usa-se a Combinação Quase Permanente
(de Serviço).

Todas flechas características encontradas são para baixo, com


valor máximo no centro. Assim, só faz sentido procurar udutl no
centro e para baixo. Aplicando-se a Combinação Quase
Permanente (de Serviço), obtém-se:
m

C. Quase Permanente
Fd,un - XFg*.k + Xÿ-Jÿqi.k => Uef = Ud,ut. = Ug + °:3uqm + 0,3-Uqi =>
1=1 j=2
(página 29)
uef = ud ud = 0.80 + 0.3.9,25 + 0.3.2.22 => urf = ud,ud = 4ÿ24 mm

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37

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

e) Outras definições encontradas na NBR 7190 da ABNT (2012)


No cálculo de uma estrutura de madeira podem ser utilizados valores
de resistências: obtidos em ensaios, realizados em laboratório, para
caracterização de espécies; fornecidos pela norma brasileira para o
projeto de estruturas de madeira, que apresenta o resultado de ensaios
de caracterização de diversas espécies; ou valores definidos pela
norma brasileira de acordo com a classe de resistência que a espécie
pertence. Estes valores de resistência deverão ser corrigidos para a
situação de utilização da estrutura. Para isto é necessário compreender
alguns conceitos definidos na NBR 7190 da ABNT (2012).
> Resistência -> A resistência é a aptidão da matéria suportar
tensões. Os valores de resistência, obtidos em ensaios, são
determinados convencionalmente pela máxima tensão que pode
ser aplicada a corpos-de-prova normalizados e isentos de defeitos
até o aparecimento de fenômenos particulares de comportamento
que restrinjam o emprego do material em elementos estruturais.
> Rigidez -> A rigidez é definida pelo módulo de elasticidade da
madeira, o qual determina o seu comportamento na fase elástico-
linear.

i
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Classes de umidade ->As propriedades de resistência e de


rigidez da madeira precisam ser ajustadas em função das
condições ambientais onde permanecerão as estruturas. Este
ajuste é feito em função das classes de umidade apresentadas na
tabela 9.
Tabela 9 - Classes de umidade
CLASSES DE UMIDADE RELATIVA UMIDADE DE EQUILÍBRIO
UMIDADE DO AMBIENTE, Uamb DA MADEIRA, Ueq
1 < 65% 12%
2 65% < Uamb 75% 15%
3 75% < U-upb < 85% 18%
4 Uamb > 85% durante longos períodos > 25%
Fonte: NBR 7190, da ABNT (2012)
> Tipos de caracterização da madeira -> Para a caracterização de
um lote de madeira, para utilização estrutural, podem ser utilizados
três procedimentos distintos para a caracterizar as propriedades
de resistência e dois para as propriedades de elasticidade.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
38

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

lCaracterização da madeira
Completa -> Todos ensaios, direções paralela e normal
> Resistência -> < Mínima -> Ensaios na direção paralela -> (Formulário
VSimplificada -> Ensaio de compressão paralèta
í"co,k /fIOJE _ 0>77 /ÿcO,k _ /ÿtO.k -
w/w = °.25 Cansaio de flexãoÿ
Completa -> Ensaios de compressão paralela e normal
> Rigidez -> ( 1
Simplificada -> Ensaio de compressão paralela -> Ec90 = — .Ec0
20
Para verificação de estabilidade -> Ec0,k - E0 05 - 0,7.Ec0 m
1Notação utilizada
Propriedade -> f = resistência; E = módulo de elasticidade
Tipo de valor -> Solicitação -> c = compressão; t = tração;
k = característico; v = cisalhamento e e = embutimento
ef = efetivo; Direção das fibras (0o, 90°, a etc.)
/
Xyn,z
í
d = cálculo, ou
m = médio Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Classes de resistência -> Visando padronizar as propriedades da


madeira, a norma adota 0 conceito de classes de resistência
(definidas na tabela 10), propiciando, assim, a utilização de várias
espécies com propriedades similares em um mesmo projeto.
_ Tabela 10 - Classes de resistência _
Classes de Resistência
-o (Valores na condição-padrão de referência U = 12 %)

s Classes fc0,k fv0,k Ec0,m Eco,k=Eo,o5* Paparente sr


(ti (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (kg/m3) 5
m
d)
Ci
w C20 20 4 3500 2450 500 l-
2 z
co â C25 25 5 8500 5950 550 co
E § <
ro
o O C30 30 6 14500 10150 600
2 O
CL
«T D20 20 4 9500 6650 650 CD
CO (0
8 CD
D30 30 5 14500 10150 800 cn
tf) S.S
O
CQ
8 D40 40 6 19500 13650 950 z
a)

£ II D50 50 7 22000 15400 970


1o
5. D60 60 8 24500 17150 1000 U.
39

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

f) Valores de cálculo das resistências e das rigidezes


Obtidos os valores característicos das propriedades da madeira
pode-se obter valores de cálculo por:
Valor de cálculo -> Valor característico -> f = resistência ou
f = resistência ou E = módulo de elasticidade
E = módulo de
elasticidade Resultados de ensaios

Xd=kmod Xk
Classes de resistência
Tabela 10, página 38

] /w Coef. de minoração
Tabela 15, página 41
Coeficiente
de modificação
E — V mod,l ' V inod.2 ' V*mocl,3
inod
(situação de uso)
E cO.ef = k mod F cO.m Duração da carga Qualidade da madeira
Tabela 11 , página 39 Tabelas 13 e 14, páginas 40 e 41
Para MLC -> consultar norma
_ EcO.ef
ef =Ec9°,ef
G., Umidade da madeira (Classe) Valores de kmod 2
20~ Tabela 9, página 37 C=> Tabela 12, página 40

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 11 - Valores de kmod •, (considera a classe de carregamento e o tipo de


material empregado) _
Ação variável principal da combinação Tipos de madeira
Classes de Madeira serrada
carregamento Ordem de grandeza da Madeira
Duração Madeira roliça
acumulada
duração acumulada da Madeira laminada colada recomposta
ação caracteristica Madeira compensada

Permanente Permanente Vida útil da construção 0,60 0.30


Longa duração Longa duração Mais de seis meses czr> (JT70 ) 0.45
Média duração Média duração Uma semana a seis meses 0.80 0.65
Curta duração Curta duração Menos de uma semana 0,90 0.90
Instantânea Instantânea Muito curta 1.10 1.10
Fonte: NBR 7190, da ABNT (2012)
t
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i
40

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 12 - Valores de kmod2 (considera a classe de umidade e o tipo de


material empregado )

Madeira serrada
Classes de Madeira roliça
umidade Madeira laminada colada Madeira recomposta
Madeira compensada

<=t> d) 1.00 1,00

(2) 0.90 0,95

(3) 0.80 0,93

(4) 0,70 0,90


Fonte: NBR 7190,
da ABNT (2012) tf OBS.: Para madeiras submersas,
admite-se kmod2=0,65

1
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Segundo a atual NBR 7190, da Tabela 13 - Valores de kmod3 para folhosas


ABNT (2012), a qualidade da (madeira classificada )
madeira é definida após
classificação, no mínimo por Tipo de classificação 5
método visual, definindo um Classe
h-
dos seguintes níveis: Apenas visual z
Visual e mecânica co
<
SE - Classe Estrutural Especial; SE 0,90 1,00
S1 - Classe Estrutural N° 1; o
CD
S2 - Classe Estrutural N° 2; S1 0,85 0,95 £
S3 - Classe Estrutural N° 3. co
S2 0,80 0,90 z
Definida a classe da madeira, o 0,75 0,85
V
S3
coeficiente kmod3 é fornecido o
nas Tabelas 13 e 14. OBS.: Madeira de folhosa não classificada,
admite-se: kmod3=0,70

í
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41

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 14 - Valores de kmod3 para coníferas (madeira classificada )

Tipo de classificação As coníferas


Classificação Classe também são
Apenas visual Visual e mecânica classificadas
pela classe de
SE-D 0,70 0,90 densidade.

Densas S1-D 0,60 0.80 cT


(D) 5
S2-D 0,50 0,70 Cl

S3-D 0,40 0,60 CD


< ANBR7190,
SE-ND 0,60 0,80 -o da ABNT (2012),
§ I não permite o
Não-Densas S1-ND 0,50 0.70 IC l uso de madeira
(ND) de conífera nãa
S2-ND 0,40 0,60 z \classificada.
V
c
S3-ND 0,30 0,50 o

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t
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Tabela 15 - Coeficientes de minoração, yw

COEFICIENTE DE
SITUAÇÃO
MINORAÇÃO yw

PARA ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS


• Compressão Y wc -
• Tração Ywt = !>8
• Cisalhamento Ywv =
PARA ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO

Adota-se o valor básico Yw =1>°

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í
42

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

g) Exemplo de aplicação (valores de cálculo de resistências e rigidezes)

> Exemplo de aplicação 09 -> Que valores de cálculo usar no projeto


de uma estrutura construída em Cuiabá, utilizando madeira serrada
de uma dicotiledônea, adquirida no comércio local, da classe de
resistência D60?
Estes dados, e os conceitos e definições vistos, permitem obter os
valores de cálculo como segue:
1 - Valores característicos previamente conhecidos

W=60 MPa
fy,k = 8 MPa
Classes de resistência
Tabela 10, página 38
Dicotiledônea
> Ec0m = 24500 MPa
D60 Ec0 k =17150 MPa
Paparente 1000 kg/m3

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l
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2 - Outros valores característicos


Ver formulário
(página 38)

Madeira usual (comercializada) -> Formulário para caracterização simplificada


_ fço.k 60
f«/f« =0.77 ftO.k 0,77
ftO.k ~

0,77
=> ft0k = 77,92 MPa

WfcO,k=0-25 ~ 0?25.fc0k fc9o,t _ 0,25.60 => fc90 fc — 15 MPa

feO,k/fcO,k=1’00 W = 60 MPa
W/fc0,k=O>25 few.k = 0-25.fc0k => fe90,k= 0,25.60 => fe90,k = 15 MPa

Wfto,k = 0’05 90,k = 0,05 .ft0k => ft90 k = 0,05 .77,92 => ft90k = 3,90 MPa
1 24500
Ec90,m 20
c0,m => Ecso.m = 1225 MPa
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t
43

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3 - Coeficiente de modificação (considerar situação de uso)


Carregamento normal Duração da carga
(uso) -> longa duração Tabela 11 , página 39
-> kmo41=0,70
Classe de Umidade
Cuiabá, Uamb < 65% Tabela 9, página 37 kmod,2 = 1,00
Classe de umidade 1 Valores de kmod 2
Tabela 12, página 40

Cuiabá, comércio não Qualidade da madeira k mod,3 0,70


classifica madeira -> Tabela 13*, página 40
->
V V V
''mod = ''‘modi ' mod.2 ' mod,3 => k mod 0,70.1,00.0,70 => kmod = 0,49
4 - Coeficientes de minoração das resistências

Compressão (embutimento) -> Xwc 7™ 1,4

í
~ ~

Coef. de minoração
Tabela 15, página 41 -> Tração e cisalhamento -> 7*t = fwv = L8

* Tabela 14, página 41, quando conífera Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
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5 - Valores de cálculo ( Xd = kmod Xk !


kmod'ÿcO.m 6 —

_ IçQ.k 60
kmod fco,d - 0,49. 1,4 => fc0 d = 21,00 MPa
fç90,k 15
lc90,d — k mc d =>fc9o,d =0,49.— fc90,d = 5,25 MPa
1,4
77,92
ko.d _ kmcd fto,d _ 0,49. 1,8
=> ft0,d = 21-21 MPa= fc0d => ft0,d = 21,00 MPa

3,90
ft90,d kmod =>f*u=0,49. 1,8 ft90.d = l.°6 MPa
fv,k 8
fv.d = kmod = 0,49. — =>
1,8 fvd = 2,18 MPa

IgQ.k 60
fe0.d=kmo d l"e0.d _ 0,49 •
1,4
=> fe0 d= 21,00 MPa
7we
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I
44

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

l'e90,d -
fe90,k
Ywe

15
0,49. _ . =>
1,4
fe90 d=5,25 MPa
17150 S
E cO,d =>ECM=0,49. —
1,4 Ec0d = 6003 MPa
Kc

Ec0.ef _ Emod.E cO:m =>Ec0ef = 0,49.24500 => Ec0 ef = 12005 MPa


•ÿcO;ef 12005
Gef — Ec90,ef — 20 Gef Ec90.ef =>
Gef - Ec90ef _ 600 MPa
Gef — Ec90 ef - kmod.Ec90iin =>Gef - Ec90ef - 0,49 .1225 =>
h) Tabela dos valores de cálculo das resistências e da rigidezes
De forma análoga, ao exemplo apresentado, podem ser obtidos os
valores de cálculo para todas as classes de resistências das
folhosas, apresentados na Tabela 16. Estes valores são validos na
região Centro Oeste do Brasil (classe de umidade 1), para madeira
não classificada, sempre que o carregamento for de longa duração
(carregamento normal).
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 16 - Valores de cálculo para madeira não classificada de folhosas

Valores de cálculo para as classes de resistência das folhosas


(Valores na condição padrão de referência U = 12%)
Classe fcO.d fc90,d ftO.d ft90,d fv0,d feO.d fe90,d Eco.d* EcO.ef Gef Pap,12%
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (kg/m3)
D20 7,00 1,75 7,00 0,35 1,09 7,00 1,75 2328 4655 233 650
D30 10,50 2,63 10,50 0,53 1,36 10,50 2,63 3553 7105 355 800
D40 14,00 3,50 14,00 0,71 1,63 14,00 3,50 4778 9555 478 950
D50 17,50 4,38 17,50 0,88 1,91 17,50 4,38 5390 10780 539 970
D60 21,00 5,25 21,00 1,06 2,18 21,00 5,25 6003 12005 600 1000
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade 1;
madeiras não classificadas, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e caracterizadas
de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190 da ABNT (2012).
* Utilizar apenas para verificação de estabilidade

Ver notação
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
(página 38)
45

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercícios propostos
Exercício proposto 11 -> Uma determinada barra de uma tesoura, de um
telhado convencional de madeira, apresenta os esforços característicos
listados a seguir. Considerando que o telhado pode ser considerado como
uma edificação do tipo 2, pois seu carregamento é inferior a 5 kN/m2, e
sabendo-se que o carregamento é de longa duração e, em princípio, não se
sabe qual a ação variável principal, pede-se:
a) O esforço de cálculo máximo de compressão na barra;
b) O esforço de cálculo máximo de tração na barra.
Esforços normais nas barras (valores negativos indicam compressão,
positivos tração), devidos a:
•Peso próprio (telha, madeiramento e elementos de ligação) -> Ng = -48601 N
•Peso de água absorvida pelas telhas -> Nqa = -6327 N
• Vento de pressão (vento à barlavento) -> Nq Vpb = -30873 N
• Vento de pressão (vento à sotavento) Nq VPs = -22514 N
• Vento de sucção (vento à barlavento) Nq'vsb = 17243 N
•Vento de sucção (vento à sotavento) Nq'vss 21795 N
=
Nota: Não é possível a ação simultânea de
duas direções, ou sentidos, de vento.
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Í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 12 ->


Uma determinada barra de uma tesoura, de um
telhado convencional de madeira, apresenta os esforços característicos
listados a seguir. Considerando que o telhado pode ser considerado como
uma edificação do tipo 2, pois seu carregamento é inferior a 5 kN/m2, e
sabendo-se que o carregamento é de longa duração e, em princípio, não se
sabe qual a ação variável principal, pede-se:

a) O esforço de cálculo máximo de compressão na barra;


b) O esforço de cálculo máximo de tração na barra.
Esforços normais nas barras (valores negativos indicam compressão,
positivos tração), devidos a:
•Peso próprio (telha, madeiramento e elementos de ligação) -> Ng = 45630 N
•Peso de água absorvida pelas telhas Nq,a = 5940 N
•Vento de pressão (vento à barlavento) 31480 N
•Vento de pressão (vento à sotavento) NqVPs = 20778 N
•Vento de sucção (vento à barlavento) Nq'vsb = -34036 N
•Vento de sucção (vento à sotavento) NqVSs= -19863 N
Nota: Não é possível a ação simultânea de
duas direções, ou sentidos, de vento.
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t
46

5
>
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 13 ->


Uma tesoura, de um telhado convencional de
madeira, apresenta os deslocamentos verticais (flechas), no centro da
tesoura, listados a seguir. Considerando que o telhado pode ser considerado
como uma edificação do tipo 2, pois seu carregamento é inferior a 5 kN/m2, e
sabendo-se que o carregamento é de longa duração e, em princípio, não se
sabe qual a ação variável principal, pede-se:

a) O deslocamento vertical de serviço, para baixo, máximo na tesoura;


b) O deslocamento vertical de serviço, para cima, máximo na tesoura.
Deslocamentos verticais no centro da tesoura (valores positivos indicam
deslocamentos verticais para baixo, negativos para cima), devidos a:
•Peso próprio (telha, madeiramento e elementos de ligação) -> ug = 12.455 mm
•Deformação das ligações (permanente) -> Ugiig = 56,683 mm
•Contraflecha (permanente) -> ugcf = -30,000 mm
•Peso de água absorvida pelas telhas uq,a
” 1,621 mm
•Vento de pressão uq,VP = 7,112 mm
•Vento de sucção -> uq vs = -4,886 mm
Nota: Aplicar contraflecha é construir a estrutura já deformada
em sentido contrário à flecha esperada.

i 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 14 -> Que valores de cálculo usar no projeto de uma
estrutura construída em Manaus (classe de umidade 3), utilizando madeira
serrada de uma dicotiledônea, adquirida no comércio local, da classe de
resistência D40?

Exercício proposto 15 ->


Que valores de cálculo deveriam ser usados no
projeto de uma estrutura de madeira pré-fabricada, cuja indústria classificou
visual e mecanicamente a madeira como sendo SE-ND de uma conífera da
classe de resistência C30, se a referida estrutura fosse em Cuiabá?

> Exercício proposto 16 -> Como deveriam ser corrigidos os valores


fornecidos na Tabela 16, para estruturas construídas em Manaus (classe de
umidade 3)?

* Exercício proposto 17 ->


É possível preparar uma tabela equivalente a
Tabela 16 para as coníferas? Monte a tabela, em caso afirmativo, ou
justifique, em caso negativo.

i
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47

? 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3. Tração
Conforme a direção de aplicação do esforço de tração, em relação às
fibras da madeira, pode-se ter a madeira submetida à tração paralela ou
à tração normal. A resistência da madeira a esforços de tração paralela
às fibras é muito alta, enquanto que a resistência à tração normal às
fibras é muito baixa e frequentemente desprezada. A resistência da
madeira a um esforço de tração aplicado em uma direção inclinada, em
relação às fibras, apresenta um valor intermediário entre as observadas
na tração paralela e normal.

ICÍ?
0
40
Tração paralela Tração normal
v. às fibras às fibras

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í
%
f
a
402 0459 5- Estruturas de Madeira

a) Tração paralela às fibras


Segundo a NBR 7190, da ABNT (2012), os esforços resistentes das
peças estruturais de madeira devem ser determinados com a
hipótese de comportamento elastofrágil do material, isto é, com um
diagrama “tensão X deformação” linear até a ruptura tanto na
compressão quanto na tração.
Assim, o Estado Limite (Último) de peças submetidas à tração
paralela às fibras é o de ruptura, na seção menos resistente, por
tensões de tração e as bases para o dimensionamento são as
estudadas em “Resistência dos Materiais”
/"Tensões normais uniformemente distribuídas
Efeito da I-
Força
NÿForça normal
\ <j =

%
Área da seção transversal
Normal (N)
normal (“sigma”)

Nmax a
> Segurança à ruptura Zÿ> atenal
N
A s
Resistência do material —
(à tração ou compressão) Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
48

!402 0459 5- Estruturas de Madeira

A descontinuidade do material, causada por furos ou cortes para


entalhes, impedirá a transmissão do esforço de tração, portanto, a
área da seção transversal a ser considerada deve ser a área efetiva
(descontados os furos e entalhes). Assim, o dimensionamento de
peças estruturais de madeira submetidas à tração paralela às fibras
pode ser feita aplicando-se o seguinte roteiro.

> Roteiro - Tração paralela às fibras


1 -Obter a força normal de cálculo (Nd), se necessário, traçando
o(s) diagrama(s) de força(s) normal(is).
2 - Obter a área da seção transversal da barra (A).
3 - Obter a área efetiva (Agf) de madeira, da seção transversal.
a) Se conhecida a ligação.
A = A — A enfraquecimentos
Na qual, em geral:
A = A faros + A entalhes
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i
!402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Furos para colocação de pregos e parafusos.


SEÇÃO A- A
A<
o I* Afeo = b.0
A furo
A<l
n Entalhes para colocação de dentes.

SEÇÃO A- A
A<l b
ei:
A entalhe
> A ill, = b.e

A<l
b) Se desconhecida a ligação.

Aef = 0,70.A
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í
49

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 - Obter a tensão atuante, de cálculo, máxima (otd).

CTtd =
Nd
Aef
5 - Verificar e concluir sobre a seção.
N
= , opcionalmente: = ? <1
Aef V Aef-Itoj

Resistência à tração paralela às fibras

H Se CTW« Vd (CTtdIfffl.d « 1) => a madeira resiste com


folga ao esforço, pode-se diminuir a seção.
n Se cytd>ftod (atd/ft0d> 1) => a madeira não resiste ao
esforço, é necessário aumentar a seção.
n Se crld=ft0 d(atd/ft0d = 1), mas ainda menor => a madeira
resiste, praticamente no limite, ao esforço, é a seção
ideal.
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í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 10 ->


Obter a seção da barra 1-3, da
tesoura esquematizada abaixo, construída com madeira de
uma folhosa da classe D30. Sabe-se que para facilidade na
montagem das ligações, a barra deve ter largura de 6,00 cm
e que os esforços característicos na barra (obtidos em Planos
Cremona) são os listados abaixo (positivos se de tração,
negativos se de compressão). Considere: edificação do tipo 2
(cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2), classe de umidade 1,
carregamento de longa duração e que, em princípio, não se
sabe qual a ação variável principal.
Peso próprio (telhas, madeiramento e ligações)-> 17000 N
Peso de água absorvida pelas telhas -> 2500 N
Vento de pressão -> 15000 N
Vento de sucção -1000 N
4
Note que o carregamento deve
1,20 m
ser considerado em conjunto.
,8
1,50 5 1,50 7 1ÿ50
._ 6,00 m _ Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
50

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Acompanhando o roteiro apresentado, obtém-se:
Ver roteiro
(página 48)

1 -Obter a força normal de cálculo (Nd), se necessário, traçando


o diagrama de força normal.
Os esforços característicos podem ser classificados como:
Permanente -> Peso próprio Ng= 17000 N
í Água -» Nq a = 2500 N
Variáveis -> \ Vento de pressão Nq VP = 15000 N
Vento de sucção Nq vs = -1000 N
Esforços solicitantes, como a forca normal, podem causar
ruptura de seções, portanto, causar um Estado Limite
Últimos. Estes estados são verificados com combinações
últimas, para o carregamento de longa duração
(carregamento normal) usa-se a Combinação Última Normal.

í
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! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Da existência de três carregamentos variáveis, um


caracterizando esforço de compressão e dois esforços de
tração, percebe-se, ao observar a expressão de Combinação
Última Normal, a possibilidade de três diferentes
combinações: 1) Ng e Nq Vs possibilitando Nd de compressão;
C. Última Normal 2) Ng, Nq a (como variável principal) e Nq Vp, fornecendo Nd de
(Página 25) tração; 3) Ng, Nqa e NqVp (como variável principal),
fornecendo outro Nd de tração.

Assim, devem ser obtidos esses três valores de Nd,


identificando a hipótese adotada, e: 1) se existir Nd de
compressão, com ele verificar a barra à compressão; 2) com
o maior valor obtido para Nd de tração, identificar a variável
principal assumida e verificar a barra à tração.

Como a direção das fibras da barra 1-3 (ao longo do


comprimento) é a mesma dos esforços Nd (nos três casos),
as duas verificações descritas acima devem ser feitas na
direção paralela às fibras.

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
51

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4- Procurando valores de compressão para Nd (-)


Nesta situação devem ser consideradas todas as cargas
permanentes (entram sempre) e apenas as cargas variáveis
C. Última Normal
com mesmo sinal de Nd (portanto, de compressão). Assim,
(Página 25)
aplicando-se a combinação obtém-se: Não existe
compressão na
N«-,=1,0.NIW+1,4.(N1.VS<_).0,75) => barra 1-3/

Nd(-) 1,00.17000 +1,4.[(- 1000)0,75] => Nd(-) '+15950 N

4- Procurando valores de tração para Nd (+)


Nesta situação devem ser consideradas todas as cargas
permanentes (entram sempre) e apenas as cargas variáveis
com mesmo sinal de Nd (portanto, de tração). Assim, existem
duas possíveis variáveis principais. Adotam-se, por hipótese,
as duas possibilidades e o maior valor de Nd será utilizado
no cálculo.

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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Hipótese 1 -> Assumindo a água como variável principal:


C. Última Normal
(Página 25)
N1(., = 1,4.Ng(-) + 1.4-(N„W+0,6.Nq,VP(-) )

Nd(-) = 1,4.17000 +1,4.(2500+0,6.15000) => Nd(+) = 37800 N

Hipótese 2 -> Assumindo o vento de pressão como variável


principal:

Nd(+) = 1,4.Ng(-) + 1,4. N .0,75 +0,5.Nqa(+))

Nd(_} = 1,4.17000+1,4.(150000,75+0,5.2500) => NdW= 41300 N


Portanto, deve-se assumir o vento de pressão como variável
principal e utilizar para dimensionamento da barra uma força
normal de cálculo, Nd = 41300 N, de tração.

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í
52

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Obter a área da seção transversal da barra (A).


Ver roteiro
(página 48)

C. Geométricas
(Anexo 1) h (mm)
A = b.h => A = 60.h mm"

6 cm =
60 mm

3 - Obter a área efetiva (Aef) de madeira, da seção transversal.


Para ligação desconhecida.

Aef = 0,70 .A => Aef = 0,70.(60.h) Aef = 42.h mnr

4 - Obter a tensão atuante, de cálculo, máxima (atd).

Nd 41300 983,33
= Tÿ => <?« = 42.h => = MPa
Aef h

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Verificar e concluir sobre a seção.


Ver roteiro
(página 48)

= Nd - ft0,d DICA -> Quando se carrega incógnita


Aef pode-se impor a solução ideal.

Para as condições especificadas no enunciado, a resistência da


C. da madeira
madeira esta tabelada, portanto:
(Página 44)
Folhosa classe D30 -> ft0d = 10,50 MPa
Assim:

Nd 983,33
=Tÿfto,d — < 10.50 => h > => h > 93,65 mm
Aef h 10,50
A solução ideal para o problema é a seção comerciai de largura
Seções comerciais
6 cm (dada no enunciado) e altura imediatamente superior a
(Tabela 1, página 4) 93,65 mm = 9,4 cm. Das seções encontradas no comércio,
recomenda-se:

cQtíjjzãra seção comercial 6cm x 12crn(vigota)I>


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i
53

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 11 -> Qual a máxima força normal de


cálculo, de tração, a que pode resistir uma peça de madeira
classe D60 (dicotiledônea), de seção 6,00 cm x 12,00 cm,
sendo que 3,00 cm de sua altura são utilizados em entalhes e
colocação de parafusos (figura abaixo)?. Considere: edificação
do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2), classe de
umidade 1, carregamento de longa duração e que, em
princípio, não se sabe qual a ação variável principal.

3
6 cm
3
SEÇÃO A- A
6 cm A
6 1—1y entalhe
-*-1,8 cm -d TESíI1,8 cm
12 cm oo x1,2 cm 12 cm jgxl,2 cm
A furo
<J
A

í
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1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 48)

Procura-se uma força de tração, a direção do esforço normal é


a mesma da barra da treliça, que é disposta ao longo do
comprimento (direção das fibras). Assim, o problema é de
tração paralela as fibras, portanto, pode-se acompanhar o
roteiro correspondente.

1 -Obter a força normal de cálculo (Nd), se necessário, traçando


o diagrama de força normal.

É a incógnita do problema => Nd = Nd N


2 - Obter a área da seção transversal da barra (A).

C. Geométricas 12 cm = -- -
(Anexo 1) 120 mm A = b.h => A = 60.120 => A = 7200 mm2

6 cm =
60 mm

í
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54

402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro


(página 48)

3 - Obter a área efetiva (Aef) de madeira, da seção transversal.


Para ligação conhecida.
A A—A
=n , com Aenfraquecmentos - Afiÿ + Aentalhes

No caso, observando-se a figura dada, tem-se:

Aÿo = b.0 => Afro =6.1,2 = 7,2 cm2 => Aíúro = 720 mm2
+ 2
A entalhe = b-e => A entalhe = 6.1,8 = 10,8 cm2 => Açntalhe = 1080 IM11

Aenfraq = b.(0+e) =>Aenfraq = 6.(12 +1.8) = 1&0 cmW Aenfraq =1800 mm2
Xi Altura utilizada

Aef = A - Aenfrsquecinentos Aef = 7200- 1800 => Aef = 5400 mm2

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i
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 48)
4 - Obter a tensão atuante, de cálculo, máxima (ctd).

Nd
=-7ÿ => = Nd MPa
Aef 5400
5 - Verificar e concluir sobre a seção.

Nd DICA ->
Quando se carrega incógnita
. — I'tO.d
Aef pode-se impor a solução ideal.
Para as condições especificadas no enunciado, a
C. da madeira resistência da madeira esta tabelada, portanto:
(Página 44)
Dicotiledônea classe D60 -> ft0d =21,00 MPa
Assim:

CTtd
Nd
, — ItO.d Nd < 21,00 =>Nd <21,00.5400=>Nd <113.400 N
Aef 5400
A máxima força normal de cálculo de tração, que poderá
ser usada, é Nd = 113.400 N.
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55

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Tração normal às fibras

Quando as tensões de tração normal às fibras puderem atingir


valores significativos, deverão ser empregados dispositivos que
impeçam a ruptura decorrente dessas tensões. A segurança das
peças estruturais de madeira, em relação a estados limites últimos,
não deve depender diretamente da resistência à tração normal às
fibras do material (NBR 7190, da ABNT (2012)).

Quando não for possível atender essa recomendação, a verificação


de peças fracionadas na direção normal às fibras pode ser feita de
maneira semelhante a apresentada para tração paralela, utilizando-
se a resistência de cálculo à tração normal às fibras (f®ÿ)-

c) Tração inclinada às fibras

Sempre que o ângulo entre o esforço aplicado e a direção das fibras


for superior a 6o, segundo a NBR 7190 da ABNT (2012), deve-se
considerar a correspondente redução de resistência.

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i
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

A NBR 7190, da ABNT (2012), recomenda a utilização da


expressão de Hankinson, apresentada a seguir, para obter a
resistência à tração inclinada às fibras.

J Resistência à tração inclinada

ft0,d-ft90,d'
ft“’d
ftod.sen2or + ft90 d. cos2 a — Resistência à tração paralela

/ Resistência à tração normal


Ângulo entre o esforço aplicado
e a direção das fibras.

Assim, a verificação de peças tracionadas em uma direção inclinada


às fibras pode ser feita de maneira semelhante a apresentada para
tração paralela, utilizando-se a resistência de cálculo à tração
inclinada às fibras (ftad).

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í
56

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 19 -> Obter a seção de uma barra da tesoura


de um telhado, construída com madeira de uma folhosa da classe
D60. Sabe-se que para facilidade na montagem das ligações, a
barra é composta por duas tábuas (ou sarrafos) de espessura 2,50
cm e afastados entre si de 6 cm, que os esforços característicos
na barra (obtidos em Planos Cremona) são os listados abaixo
(positivos se de tração, negativos se de compressão). Considere:
edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2), classe
de umidade 1, carregamento de longa duração e que, em princípio,
não se sabe qual a ação variável principal.

Peso próprio (telhas, madeiramento e ligações)-> 5577 N


Peso de água absorvida pelas telhas 726 N
Vento de pressão à barlavento 4946 N
Vento de pressão à sotavento 2003 N
Vento de sucção à barlavento -> -1740 N
Vento de sucção à sotavento -3342 N

Note que o carregamento deve

t
ser considerado em conjunto.
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1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 18 -> Obter a seção da barra 1-2 da treliça,


esquematizada na figura abaixo, construída com uma folhosa da
classe D30. Sabe-se que para facilidade na montagem das
ligações, a barra é formada por duas tábuas com 2,5 cm de
espessura cada. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2), classe de umidade 1 e carregamento de longa
duração.

5,00 m

Carga permanente
2
5,00 4 5,00 6 5,00»
41
10 kN 15,00 m
Carga variável (talha)
30 kN

> Exercício proposto 19 -> Obter a seção da barra 5-7 da treliça


esquematizada na figura acima, construída com uma folhosa da
classe D30. Sabe-se que para facilidade na montagem das
ligações, a largura da barra é de 6,00 cm. Considere: edificação do
tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2), classe de umidade 1
e carregamento de longa duração. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
57

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 18 -> Obter a seção da barra 1-2 da treliça,


esquematizada na figura abaixo, construída com uma folhosa da
classe D30. Sabe-se que para facilidade na montagem das
ligações, a barra é formada por duas tábuas com 2,5 cm de
espessura cada. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2), classe de umidade 1 e carregamento de longa
duração.
7-A
5,00 m
2
5,00 Ç 5,00
4-L
Carga permanente
10 kN
5,00
*15,00 m
*
Carga variável (talha)
30 kN

> Exercício proposto 19 -> Obter a seção da barra 5-7 da treliça


esquematizada na figura acima, construída com uma folhosa da
classe D30. Sabe-se que para facilidade na montagem das
ligações, a largura da barra é de 6,00 cm. Considere: edificação do
tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2), classe de umidade 1
e carregamento de longa duração. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
£
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 20 -> Um carpinteiro (inexperiente) utilizou dois


pedaços de tábua, de seção 2,5 cm x 30 cm, com 12 cm cada,
como cobrejuntas na emenda (figura abaixo) de uma barra
tracionada com 62000 N (valor de cálculo). Sabendo-se que: a
madeira é uma folhosa classe D40, a edificação é do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2), o carregamento é de longa duração
e a classe de umidade 1. A emenda resistirá ao esforço?
-Cobrejunta
Nd = 62000 N

12
4 O-
Parafuso de
1/2" (12,7 mm) 30 cm Nd = 62000 N
2,5 Direção
das fibras
> Exercício proposto 21 -> Na construção de um telhado, percebeu-
se que a madeira de uma das barras tinha 10° de inclinação das
fibras (defeito). Considerando os dados do “exercício proposto 19”,
será necessário substituirá barra?
58

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4. Compressão
Devido a anisotropia do material, a madeira tem comportamento distinto
quando submetida a compressão em diferentes direções, em relação às
suas fibras, assim deve-se estudar o fenômeno, em cada direção,
separadamente. Na figura abaixo são apresentadas peças de madeira
submetidas a compressão em diferentes direções.

Compressão
iaralela às fibra:
''''Compressão"
normal às fibras

/ÿõmpressãoÿx
(inclinada às fibras
í
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!
f
A
402 0459 5- Estruturas de Madeira

a) Compressão paralela às fibras


Considerando que a NBR 7190, da ABNT (2012), admite um
comportamento elastofrágil do material, ou seja, um diagrama
B “tensão X deformação” linear até a ruptura, tanto na compressão
quanto na tração, dois estados limites devem ser considerados:
> Ruptura, na seção menos resistente, Fr
8 por tensões normais de compressão Carga de ruptura
(ponto A, no diagrama “o x s”), de
Diagrama peças curtas;
“<r x s” /ÿRupturaÿv
For por compressão
/ paralela às
fibras
Carga crítica flI/
i! > Flambagem elástica (ponto B, no diagrama “a x s”),
de peças esbeltas;
Ui
Flambagem
elástica

FC;ff
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t
59

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

As bases para o dimensionamento são as estudadas em “Resistência


dos Materiais”
'Tensões normais uniformemente distribuídas
Efeito da
Força
NÿForça normal o
A- Área da seção transversal
Normal (N)
t •Tensão normal (“sigma”)

N
> Segurança à rupturacz£> crmáx = —
máx
~

Resistência do material-
(à tração ou compressão)
Nmáx
> Para evitar a flambagem cr
A s
Tensão crítica de Euler -

A tensão crítica de Euler, por sua vez, é obtida a partir da carga crítica
de Euler.
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t
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Carga crítica de Euler Momento de inércia


Tensão crítica de Euler

Módulo de
elasticidade
r.E.f TI2.RI \
FE'=
;r2.E.i2
E/l °cr = CTcr = Z.E
4 TC.
4-A 4
CTcr Á2
CTcr = ÍE
I
i2=-ÿÿ>i I
A = r í
Z
Área da seção Comprimento
A
VA
Raio de giração
índice de
esbeltez
transversal de flambagem

Os autores da NBR 7190 da ABNT (2012) não deixam claro qual o


módulo de elasticidade a ser utilizado no cálculo de <xcr
Considerando que: a flambagem corresponde a um Estado Limite
Último; a expressão geral de verificação (Sd < Rd), nesse caso, envolve
valores de cálculo; a resistência de cálculo (Xd=Kmod.Xk/yw) é corrigida
por um coeficiente de modificação e um de minoração, tem-se:

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t
60

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Módulo de elasticidade caracterlstico

=>
_ Kmodÿr:.E c0,k
Tzr.d
7T
,2 ÍÿNnod'
/wc Kc V /t A2

Coeficiente de Coeficiente de Módulo de elasticidade de cálculo


modificação minoração
Valor de cálculo da 7T .E c0,d
Valor caracterlstico da Tensão crítica de Euler ~~*crCr,d =
%
Tensão crítica de Euler
índice de esbeltez
A NBR 7190, da ABNT (2012), recomenda o dimensionamento à
flexocompressão de toda peça (comprimida) cujas imperfeições,
avaliadas pelo desvio do alinhamento na metade da distância entre
os “apoios” (f), supere:
í
> 300
-> Peças de madeira serrada ou roliça;
i
> 500
-> Peças de madeira laminada colada ou para escoramento
de fôrmas de madeira.
Distância entre “apoios” Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Os furos, para colocação de pregos ou parafusos, e os entalhes são


preenchidos por material tão resistente quanto a madeira, portanto,
transmitem o esforço de compressão e pode-se considerar a
totalidade da área da seção transversal (HELLMEISTER, 1977).
Assim, o dimensionamento de peças estruturais de madeira
submetidas à compressão paralela às fibras pode ser feito aplicando-
se o seguinte roteiro.

> Roteiro - Compressão paralela às fibras

1 -Obter a força normal de cálculo (Nd), se necessário, traçando


o(s) diagrama(s) de força(s) normal(is).
2 -Obter as características geométricas da seção de interesse
do problema, que são: a área da seção transversal da barra
(A) e o raio de giração mínimo (imin).

3 -Obter o comprimento de flambagem (L0) e o índice de


esbeltez máximo (A).

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t
61

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

/
Comprimento de flambagem

Raio de giração mínimo


Lembrete: L; = KE.L e À=
imm
A.< 140 índice de esbeltez
Coeficiente apresentado
na Tabela 17 (página 62) Distância entre “apoios”

OBS.: A NBR 7190, da ABNT (2012), proíbe o uso de peças


comprimidas, ou flexocomprimidas, com índice de esbeltez superior a
140.

4 - Obter as características da madeira: resistência de cálculo à compressão


paralela às fibras (fcod); módulo de elasticidade longitudinal de cálculo
(Eco,d); e a tensão crítica de Euler, de cálculo (crcrd).
Módulo de elasticidade de cálculo
n'Ec : .d
<Jcr,d =
índice de esbeltez

Tensão crítica de Euler, de cálculo


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í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 17 - Valores do coeficiente KE


I l Io II
T1 V77Á
*4

Modos de flambagem

Ã. 1
Valores de projeto para KE 0.65 0,80 1.20 1,00 2,10 2.40

Código das condições de extremidade

Rotação e translação lateral impedidas. Rotação livre e translações impedidas


translação vertical livre
Rotação impedida e translações livres
Rotação e translação vertical livres,
~4I translação lateral impedida ? Rotação e translações livres

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í
62

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Obter a tensão atuante, de cálculo, máxima (acd).


Na
CTcd =
A

6 - Verificar e concluir sobre a seção.


a) Verificação da resistência Resistência à compressão paralela às fibras

CTcd = = <1
A J-cO.d AJ-cO,d

b) Verificação da estabilidade Tensão crítica de Euler, de cálculo

NJ cr. N.
CTcd , , opcionalmente:
= —2-<crCT-d —— = -—- <1
A A.£7a
b) Conclusão
« Se acd«fc0|d e « acrd (crcd / fc0 d « 1 e acd / acrd « 1) => a
madeira resiste com folga ao esforço, pode-se diminuirá seção.
H Se acd>fcod ou acd>crcrd (acd / fÿ d > 1 ou acd/cjcrd> 1) => a madeira
não resiste ao esforço, é necessário aumentar a seção.

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

H Se acd fco,d e acd = ocrd ou ocd = fc0,d e ccd < acrd (acd/fco,d< 1 e
Rq,i CTcd ! cÿcr.d = 1 ou tfaj/fco.d =1 e CTcd / < 1), mas ainda menor =>
a madeira resiste, no limite, ao esforço, é a seção ideal.
Rq.m Exemplo de aplicação 13 -> Verificar a seção de um pilar, de madeira
>
maciça da classe de resistência D60 (folhosa), utilizado em uma ponte
Rg em viga contínua, de madeira laminada colada. Sabe-se que o pilar
tem 5 m de altura, seção 20 cm x 20 cm, é engastado na base e
articulado na viga contínua. As cargas aplicadas pela viga aos pilares
(reações), que causam compressão no pilar, são fornecidas abaixo.
Considere: a ponte construída de madeira laminada colada, sem
E revestimento, e o pilar de madeira maciça não classificada, classe de
E
o umidade 1 e carregamento de longa duração.
s Reação devido ao peso próprio (madeira) -> Rg = 34500 N
Reação devida à carga móvel Rq m= 210000 N
Reação devido ao impacto vertical -» Rqi = 95000 N
Note que o carregamento pode

J200 mm ser considerado separadamente.

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200
63

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 60)

As cargas aplicadas são de compressão e, construtivamente, a


direção do esforço normal coincide com a direção das fibras da
madeira (ao longo do comprimento). Portanto, o problema em
pauta é de compressão paralela às fibras.

1 - Obter a força normal de cálculo (Nd), se necessário, traçando


o(s) diagrama(s) de força(s) normal(is).
Força normal, como qualquer esforço solicitante, pode levar
à ruptura, portanto, um Estado limite Último. Para verificação
desses estados são utilizadas Combinações Últimas. No
C. Última Normal
(Página 25) caso de carregamento de longa duração (situação duradoura
de projeto) utiliza-se a Combinação Última Normal.

Nd = l,30.Rg + l,50.[Rqm + 0,75.Rj =>Nd = 1,30.(34500)+ 1,50.[210000 + 0,75.95000] =>


\
Só ocorre se existir Rq m Nd = 466725 N
=> é variável secundária

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í
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 -Obter as características geométricas da seção de interesse do


problema, que são: a área da seção transversal da barra (A) e o raio
Ver roteiro
(página 60)

de giração mínimo (imin).

C. geométricas E A = a2 => A = 2002 => A = 40000 mm2


(Anexo 1) E
o
CM
a 200
=> => =57,74 mm
200
W“VT2 VÍ2

3 -Obter o comprimento de flambagem (L0) e o índice de esbeltez


máximo (X).

=> —S L0 = 4000 mm
Tabela 17 (KE) L0 = Ke.L L0 = 0,80.5000
(Página 61)
4000
=> Ã= => 1= 69,3
imin 57,74

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í
64

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 -Obter as características da madeira: resistência de cálculo à


Ver roteiro
(página 60)

compressão paralela às fibras (fc0d); módulo de elasticidade


longitudinal, de cálculo (Ec0d); e a tensão crítica de Euler, de
cálculo (ocrd).
C. da madeira
(Página 45)
Folhosa, classe D60 -> fc0,d = 21.00 MPa e E c0,d = 6003 MPa

n2 .Ec0:d —> _ ;T2.6003


=
69,32
=> (Jcrd = 12.34 MPa
Á2

5 - Obter a tensão atuante, de cálculo, máxima (acd).

Nd 466725 —> <7cd = 11,67 MPa


CJcd=ÿ
A
=> CTcd = 40000

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

6 - Verificar e concluir sobre a seção.


Ver roteiro
(página 60)

a) Verificação da resistência

Nd - -
>
°"cd = A ~
fcOd <rcd = 11,67 MPa < fc0 d =21,00 MPa ... OK!
b) Verificação da estabilidade
_ Nd crcd =11,67 MPa < aai = 12,34 MPa ... OK!
AA
- =>

c) Conclusão
A seção adotada para o pilar, por satisfazer as duas verificações,
Tabela 1
resiste aos esforços e pode ser utilizada.
(Página 4)
Deve-se notar que a seção adotada (20 cm x 20 cm) já é a ideal,
pois a seção comercial imediatamente inferior (15 cm x 15 cm) é
insuficiente, como se mostra a seguir.
Nd ;r.Ec0,d 466725 /T2.6003
CTcd=-rÿC7cr.d
A
=
Á2
=
150"
=
0.8.5000
0ÿ
2

íjcd = 20,74 MPa > <rai = 6,94 MPa ... Não OK! 150/ VÍ2
65

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 14 -> Obter a seção da barra de uma tesoura,


construída com madeira de uma folhosa da classe D50 e com 1,60 m
de comprimento (entre os centros dos nós). Sabe-se que para
facilidade na montagem das ligações, a barra deve ter largura de
6,00 cm e que os esforços característicos na barra (obtidos em Planos
Cremona) são os listados abaixo (positivos se de tração, negativos se
de compressão). Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2), classe de umidade 1, carregamento de longa
duração e que, em princípio, não se sabe qual a ação variável
principal.
Peso próprio (telhas, madeiramento e ligações)-> Ng = -25546 N
Peso de água absorvida pelas telhas ->Nq a = -3515 N
Vento de pressão à barlavento -*Nq’vPb = -16256 N
Vento de pressão à sotavento -> Nq VPs = -16593 N
Vento de sucção à barlavento -»Nq’VSb= 12102 N
Vento de sucção à sotavento -ÿNq VSs = 11918 N
Note que o carregamento deve
ser considerado em conjunto.
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t
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 60)

As barras de treliças podem ser tracionadas ou comprimidas e,


construtivamente, a direção do esforço normal coincide com a
direção das fibras da madeira (ao longo do comprimento).
Portanto, o problema em pauta é de tração ou compressão
paralela às fibras, dependendo do sinal de Nd obtido no primeiro
passo dos dois roteiros correspondentes.
Existe ainda a possibilidade da ocorrência dos dois problemas,
conforme a combinação de carregamentos utilizada.
1 - Obter a força normal de cálculo (Nd), se necessário, traçando
o(s) diagrama(s) de força(s) normal(is).
Força normal, como qualquer esforço solicitante, pode levar
à ruptura, portanto, um Estado limite Último. Para verificação
desses estados são utilizadas Combinações Últimas. No
caso de carregamento de longa duração (situação duradoura
de projeto) utiliza-se a Combinação Última Normal.

í
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66

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

A existência de diversas cargas variáveis, de diferentes


sentidos (sinais), permitem combinação de esforços sob
diferentes hipóteses.

a) Força normal, de cálculo, de tração -> Nd(+)


Constarão da combinação ->
Ng (entra sempre) e NqVsb
(mesmo sinal de Nd). Note que o outro esforço variável com
mesmo sinal de Nd, NqVSs, não pode ocorrer
C. Última Normal
(Página 25) simultaneamente com Nq.VSbi portanto, aplica-se apenas o
de maior valor absoluto.
Nd(+) = 1,00.N +1.40.Nq.VSb(-).0.75 X> NdM = L00.(- 25546)+ l,40.(l 2102)0,75
Não existe
tração na barra Nd(+) s -12839 N

b) Força normal, de cálculo, de compressão -> Nd(_)


Duas cargas variáveis, de mesmo sinal de Nd, podem atuar
simultaneamente (água e vento de pressão). Portanto,
deve-se avaliar as hipóteses de cada uma delas ser a

I
variável principal (Fq1 k).
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402 0459 5- Estruturas de Madeira

Constarão da combinação ->


Ng (entra sempre), Nqa e
Nqvps (mesmo sinal de Nd). Note que o outro esforço
variável com mesmo sinal de Nd, NqVPb, não pode ocorrer
simultaneamente com NqVPs, portanto, aplica-se apenas o
C. Última Normal de maior valor absoluto.
(Página 25)
Hipótese 1 -> Água é a variável principal, Fq1 k = Nqa
Nd(_, = 1.40.N (_j + 1,40.[n (_} +0.60.Nq.VPs(-) J

Nd(_> = 1.40.(- 25546) + 1.40.[(- 3515) + 0,60.(-l 6593)] Nd(_, s -50424 N


Hipótese 2 -> Vento de pressão (a sotavento) é a variável
principal, Fq1k= NqVPs
—s
Nd(-) = l,40.Ng(_) + 1,40.[n
q.'Ts(-) .0,75 + 0,50.Nq>1(_j]
N d(-) = 1,40.(- 25546)+ 1,40.[(- 16593)0,75 + 0,50.(-3515)] Nd(_} = -55648 N

Portanto, deve-se assumir o vento de pressão como variável principal e


utilizar para dimensionamento da barra uma força normal de cálculo,
Nd = 55648 N, de compressão.
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67

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 -Obter as características geométricas da seção de interesse do


problema, que são: a área da seção transversal da barra (A) e o raio
Ver roteiro
(página 60)

de giração mínimo (imin).


A = b.h —s A = 60.h mm2
C. geométricas
(Anexo 1)
E > Se h > 60 mm =>
£ 60
.c lram"VT2ÿ imm =17,32 mm
menor largura
\
4u > Se h < 60 mm
60 h r
. => imin = 0,289.h mm
*min
Vl2
3 -Obter o comprimento de flambagem (L0) e o índice de esbeltez
máximo (A.).
—> —>
Tabela 17 -KE = L0 KE.L =1,00.1600L0 L0 = 1600 mm
(Página 61)
OBS.: A barra da treliça é considerada com duas articulações, seus nós
permitem rotações e impedem translações. A rigidez da treliça impede as
translações em seu plano e os contraventamentos as demais.

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£
Ver roteiro
402 0459 5- Estruturas de Madeira
(página 60)
1600
> Se h >60 mm => 1ÿ = 17,32 mm => A = => Ã = 92,4
Â=
u —% 17,32
imin 1600 5536,3
> Se h < 60 mm => imin = 0,289.h mm =>Â = => Â
0,289.h h
4 -Obter as características da madeira: resistência de cálculo à
compressão paralela às fibras (fc0d); módulo de elasticidade
C. da madeira
longitudinal de cálculo (Ec0d); e a tensão crítica de Euler, de
(Página 45) cálculo (acrd).
Folhosa, classe D50 -> fc0d = 17,50 MPa e EcOd=5390 MPa

,T2.5390
> Se h > 60 mm => À = 92,4 “

92 ,4 2

(Jcr d = 6,23 MPa


,T2.E cO.d
O'er,d = —, 5536,3 TT.5 390
À2 -
> Se h < 60 mm =x> =
h

(55363/hf
h2 MPa

576.17
68

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Obter a tensão atuante, de cálculo, máxima (ocd).


Nd 55648
Ver roteiro
(página 60)

927,47
CTcd=-fL —S CTcd = 60.h MPa
A

6 - Verificar e concluir sobre a seção.


a) Verificação da resistência

N„ — 17,50 => h >


927,47
=> h >53,0 mm
=
“T
A
fc0,d
17,50
b) Verificação da estabilidade
927,47
> Se h > 60 mm =>
h
=> h>
6,23
=>

Nd h > 148,9 mm
CTcd=-TLÿCrcr =>
A 927,47 h2
> Se h < 60 mm => - => h3 >927,47.576,17 =>
h 576,17
1
''Fere a hipótese =A
h> 3/534380,39 => h>81,l mm
solução inadequada Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Conclusão
Verificações
Ver roteiro
(página 60)

53,0 mm
Resistência

:
O
148,9 mm
Se h > 60 mm O
Estabilidade 81,1 mm
Se h < 60 mm O Xpere hipótese
148,9 mm
Solução O

A solução mais adequada para o problema é uma peça de seção


Tabela 1 comercial de altura imediatamente superior a 148,9 mm e largura de
(Página 4) 60 mm. Ou seja:
Adota-se a seção 6 cm x 15 cm

> Exemplo de aplicação 15 -> Definir o valor do índice de esbeltez,


arredondado para a dezena inferior, para o qual a madeira não
classificada, de qualquer classe de resistência das folhosas
(dicotiledôneas), quando submetida à compressão paralela às fibras
chegue a rupturasem flambar.
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t
69

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Observando-se as expressões para verificação, dos problemas de
compressão paralela às fibras, percebe-se que as peças sofrerão
C. da madeira
ruptura, sem flambar, sempre que fc0 d < acrd.
(Página 45)
Por exemplo, para uma folhosa da classe D20, obtém-se:

Folhosa, classe D20 -> fc0-d = 7,00 MPa e Ec0 d = 2328 MPa

/T:.EC04 n1.EcO.d ff2.E d


fc0,d - Á< =>
-
A2 => => fc0,d
V.2328
À<
7,00
=> ÂZ57,3

De maneira análoga obtêm-se os resultados apresentados na


Tabela 18, para as demais classes de folhosas.

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t
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 18 - Valores do índice de esbeltez (Xcr) abaixo do qual as peças


comprimidas, de folhosas, chegam a ruptura sem flambar
Classe de fcO.d EcO.d
resistência (MPa) (MPa)
D20 7,00 2328 57,3
D30 10,50 3553 57,8
D40 14,00 4778 58,0
D50 17,50 5390 55,1
D60 21,00 6003 53,1
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa
duração; classe de umidade 1; madeiras não classificadas, que
possam ser enquadradas nas classes de resistência e caracterizadas
de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190 da ABNT (2011).
A partir dos valores apresentados na Tabela 18, pode-se concluir que as peças
comprimidas de folhosas serão rompidas, sem flambagem, sempre que o índice de
esbeltez não superar o valor crítico de A,cr = 50.

OBS.: As versões anteriores da NBR 7190 da ABNT (2012) (NB 11, de 1951; NBR 7190, de
1982; e NBR 7190, de 1997) consideravam para peças curtas o valor limite de A.cr= 40.
70

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Compressão normal às fibras


Os esforços resistentes correspondentes à compressão normal às
fibras, segundo a atual norma brasileira NBR 7190, da ABNT(2012),
devem considerar a extensão do carregamento, medida
paralelamente à direção das fibras (“a”, na figura abaixo). Além
disso, deve-se garantir que a configuração de equilíbrio não seja
alterada durante o carregamento. Por isso, recomenda-se uma
distância mínima, de 7,5 cm, da placa de distribuição às
extremidades da peça (“c”, na figura abaixo).
Placa de
distribuição F “c” suficiente “c” insuficiente
F F
A djst (contato)
v c

i
a 7 \
C
a 'ossíveis configurações'
c i ~-ÿ_de equilíbrio
c > 7,5 cm Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

O dimensionamento de peças estruturais de madeira submetidas à


compressão normal às fibras pode ser feita aplicando-se o seguinte
roteiro.

> Roteiro - Compressão normal às fibras


1 - Obter o esforço de cálculo, Fd.
2 -Determinar os valores de "a", "b" e "c" (definidos na figura
anterior).
Aproveitar para verificar, e corrigir, a distância construtiva “c”.
3 - Calcular a área de distribuição (Aÿ).

A<Hst =Acortato=a.b
4 -Obter a tensão atuante, de cálculo, à compressão normal
(°c90,d)-

=
A_
A&t

í
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71

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 -Obter o fator de correção (an), a resistência à compressão


normal (fc90d), e fazer a verificação.
/Extensão do\
carregamento, —
medida na
direção das
fibras Tabela 19 - Fatores de correção, an
va (cm) 1 2 3 4 5 7,5 10 a 15cm
an 2,00 1,70 1,55 1,40 1,30 1,15 1,10 1,00
OBS.: Para valores intermediários pode-se fazer uma interpolação linear.
Na prática, a favor da segurança, costuma-se utilizar o valor de “an”
correspondente a extensão imediatamente superior.
6 - Conclusão.
n Se crc90d « an.fc9o.d => a madeira resiste com folga ao
esforço, pode-se diminuirá área de distribuição.
n Se crc90d>an.fc90d=> a madeira não resiste ao esforço, é
necessário aumentara área de distribuição.
n Se ac90d = an.fc90d, mas ainda menor => a madeira
resiste, praticamente no limite, ao esforço, é a área de
distribuição ideal.

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 16 -> Quais as dimensões do


travesseiro (b e t na figura do detalhe de um dos apoios da
viga) para que não ocorra esmagamento por compressão
normal no apoio da viga esquematizada abaixo? Considere que
a madeira do travesseiro, de espessura 6 cm, seja uma
dicotiledônea da classe D30. Considere ainda: classe de
umidade 1 e carregamento de longa duração.
8800 N - Carga variável devido a uma talha Detalhe do apoio
e do travesseiro
0,85 N/mm - Carga permanente
(peso próprio) VIGA
— _yiGAj
SEÇÃO

í 300
6 cml
b=7
4 , TRAVESSEIRO XY
1=7
TRAVESSEIRO
J_I6 cm

A, PILAR PILAR
1
2000 2000
1 H
100 mm
4000 mm
h i Detalhe de um dos apoios da viga
Esquema estático e seção da viga
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í
72

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 70)

O enunciado explicita tratar-se de um problema de compressão


normal às fibras. Acompanhando o roteiro correspondente
obtém-se:

1 - Obter o esforço de cálculo, Fd.


A compressão normal no travesseiro é causada pelas
reações da viga, portanto:

Permanentes -> R2 =
2ÿ 0.85.4000
=>R2 =1700 N
2
=>RS
-
=
2
Diagramas de
E. S. (Anexo 2).
Variável (talha) -> Rq = => Rq = => Rq = 4400 N

Esforço de cálculo -> Fd = Rd = l,3.Rg +1,5.Rq


C. Última Normal
(Página 25) Fd = Rd = 1,3.1700+1.5.4400 => Fd=Rd =8810 N

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Determinar os valores de "a", "b" e "c“. Aproveitar para


verificar, e corrigir, a distância construtiva “c”.
Ver roteiro
(página 70)

Observando o detalhe do apoio, obtém-se:


100 mm

— — VIHAJ
yiGA
E extensão do carregamento
na direção das fibras = 100 mm

6 cmj
b=?
TRAVESSEIRO 16 cm E extensão do carregamento
normalmente às fibras = bmm

distância construtiva, do
h 1
/=? C = contato à borda, adotou-se =75 mm
PILAR PILAR o limite mínimo (... OK!) _
3 - Calculara área de distribuição (Adjst).

A<fet=A contato
= a.b = lOO.b mm2
4 -Obter a tensão atuante, de cálculo, à compressão normal
(CTc90,d)- -
A_ 8810 88.10
= => CTc90,d — MPa
Adist lOO.b
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73

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 -Obter o fator de correção (an), a resistência à compressão


normal (fcgo,d). e fazer a verificação.
Ver roteiro
(página 70)

Tabela 19 an - —
(Página 71)

Consultando as tabelas 19 (a = 10 cm)


crn = 1,10
C. da madeira
(Página 45) e 14 (dicotiledônea D30), obtém-se: fc90,d = 2-63 MPa
Da expressão de verificação, obtém-se:
.
JL <CCn.tc9Qà 88,10
= => <1,10.2,63 => b> 30,45 mm

6 - Conclusão.
O valor “b” corresponde a uma das dimensões da seção
Tabela 1
transversal do travesseiro, portanto deve-se escolher “b”,
(Página 4) imediatamente superior a 30,45 mm, a partir das seções
comerciais. Assim:

Seção comercial 5 cm x 6 cm -> b = 5 cm = 50 mm

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í
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Por outro lado, adotado o valor de “c = 7,5cm” o calculo de


“£” é imediato:
£ = a + 2.c => £ = 10 + 2.7,5 => £ = 25 cm = 250 mm

> Exemplo de aplicação 17 -> Indicar madeira (classe) conveniente para


resistir a compressão normal sob a placa de apoio (placa de distribuição) de
um trilho. O dormente tem seção 18 cm x 22 cm; a placa de distribuição tem
17 cm x 37 cm e seu centro dista 50 cm da extremidade do dormente; a
roda mais pesada, suposta agindo sobre meio dormente, aplica a carga de
160 kN. Considere, também: carregamento de longa duração; madeira não
classificada; classe de umidade 1; e desprezíveis as cargas permanentes.

I= F 160000 N
4= F 160000 N

BOLETO H
PLACA DE
ALMA.y>J DISTRIBUIÇÃO
MESA Esquema
d
m
17 cm
18 cm
de apoio dos
trilhos

í
37 cm
— i i 1 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
22 cm 50 cm
1
74

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 70)

O enunciado explicita tratar-se de um problema de compressão


normal às fibras e solicita a madeira (classe de resistência) a ser
usada. Acompanhando o roteiro correspondente obtém-se:

1 - Obter o esforço de cálculo, Fd.

Permanentes -> Fg=0N (são desprezíveis)

Variável (roda) -> Fq= 160000 N

Esforço de cálculo -> Fd = l,35.Fg+l,50.Fq


C. Última Normal
(Página 25)
Fd = 1,35.0+1,50.160000 Fd = 240000N
OBS.: Considerou-se Edificações Tipo 1
(carga acidental superior a 5 kN/m2)
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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 -Determinar os valores de "a", "b" e "c“. Aproveitar para verificar, e


Ver roteiro
(página 70)

corrigir, a distância construtiva “c”.


Observando o detalhe do contato madeira-placa, obtém-se:

extensão do carregamento extensão do carregamento


na direção das fibras = 37 cm b= normalmente às fibras = 17 cm

c = distância construtiva,
do_
50 - (37/2) = 31,5 cm > 7,5 cm ... OK!
contato à borda

3 - Calculara área de distribuição (Aÿ).

A<fct = Acontato = a.b => A*. =370.170 Adist = 62900 mm2

4 - Obter a tensão atuante, de cálculo, à compressão normal (aÿd).

Jd_ 240000
ac9<í,d = => ac90,d ~
=> £7c90 d = 3,82 MPa
A-dist 62900
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í
75

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Obter o fator de correção (an), a resistência à compressão normal


(fc9o,d). e fazer a verificação.
Ver roteiro
(página 70)

Fd
-
Tabela 19 an
Adist * aJc 90,d

(Página 71)
Consultando a tabela 19, página 72, para a = 37cm -> «n = l;00
Da expressão de verificação, obtém-se:
Jd_ 3,82 < l,OO.fc90 d => fc9o,d - 3,82 MPa
CTc90,d = <Qrn.fc90 d
-A-dist
6 - Conclusão.
A madeira adequada, para o dormente em questão, deve possuir
resistência de cálculo à compressão normal às fibras, não inferior
a 3,82 MPa. Consultando a tabela 16, da página 45, obtém-se:

C. da madeira Folhosas das classes


(Página 45) <=> D50 ou D60

OBS.: Não é permitida a utilização


de coníferas não classificadas.
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t
! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Compressão inclinada às fibras

Os esforços resistentes correspondentes à compressão inclinada às


fibras, segundo a atual norma brasileira NBR 7190, da ABNT (2012),
podem ser obtidos a partir da expressão de Hankinson, apresentada a
seguir:

Resistência à compressão inclinada


i
f<:0.d-fc90,d
c= fco,d-sen2Qr + fc90d.cos2ar — Resistência à compressão paralela

Resistência à compressão normal

Ângulo entre o esforço aplicado


e a direção das fibras.

A compressão inclinada tem interesse no cálculo de ligações por meio


de dentes e entalhes, que será apresentada adiante.

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t
76

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Exercícios propostos
proposto 22 -> Obter a seção da barra 1-2, da tesoura
> Exercício
esquematizada na figura abaixo, construída com madeira de uma
folhosa da classe de resistência D40. Os esforços característicos na
barra, obtidos em Planos Cremona, são os listados a seguir (positivos
se de tração, negativos se de compressão). Sabe-se que: a largura da
barra deve ser de 6,00 cm, para conveniência das ligações; o
carregamento é de longa duração; a madeira é usual, não classificada
e de classe de umidade 1; e, em princípio, não se sabe qual a ação
variável principal. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2).
Peso próprio (telhas, madeiramento e ligações) ->Ns = -17000 N
Peso de água absorvida pelas telhas ->Nq a = -2500 N
Vento de pressão “ÿNqvp = -15000 N
Vento de sucção Nq,VS = 900 N
4
\
\ 2 6 Note que o carregamento deve
1,20 m ser considerado em conjunto.
8
? 1,50 *1,50 \
1
y 1,50
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y 6,00 m

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 23 ->


Obter as seções das barras 1-2 e 6-8, da
treliça esquematizada na figura abaixo. A madeira utilizada é uma
dicotiledônea classe D30. Os esforços nestas barras podem ser
obtidos pelo método de Ritter. Sabe-se que: a largura da barra deve
ser de 6,00 cm, para conveniência das ligações; o carregamento é de
longa duração; a madeira é usual, não classificada e de classe de
umidade 1.
Carga permanente
(peso próprio)
1000 N 1000 N
Carga variável
2
C (vento)
2000 N
4 3
o E
o
Tt-
6 5
o

8 7*"_

1,50 m
í
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77

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 24 -> Qual a seção, de madeira falquejada, mais


adequada, para se extrair de uma tora com diâmetro mínimo de 22 cm,
para utilizar como um pilar, biarticulado, comprimido?. Nesta situação,
sendo a madeira uma folhosa da classe de resistência D40, e a altura
do pilar de 2,50 m, qual a máxima carga de compressão, de cálculo,
que o pilar pode resistir? Considere: carregamento de longa duração;
madeira é usual, não classificada; e classe de umidade 1.

> Exercício proposto 25 -> Qual a máxima carga comprimida de


cálculo em uma coluna, de madeira bruta, simplesmente engastada,
construída com uma dicotiledônea da classe de resistência D50, com
5,00 m de altura e diâmetros no topo de 33,5 cm e na base de
40,5 cm? Considere: carregamento de longa duração; madeira é
usual, não classificada; e classe de umidade 1.

> Exercício proposto 26 -> Estabeleça as dimensões do travesseiro de


apoio de uma tesoura, cuja reação vertical é de 15 kN, devido ao
carregamento permanente, e de 8 kN, devido ao carregamento

í
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

variável correspondente ao vento de pressão. Sabe-se que: não é


utilizada placa de distribuição; as espessuras, do banzo inferior da
tesoura e do travesseiro, são de 6 cm; a madeira utilizada é uma
folhosa da classe de resistência D30; o carregamento é considerado
de longa duração; a madeira é usual, não classificada, de classe de
umidade 1. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2).

> Exercício proposto 27 -> Em uma ferrovia, para trens cuja roda mais
pesada aplica 85 kN, não foram colocadas as placas de apoio, ficando
os trilhos diretamente apoiados nos dormentes, a 50 cm de sua
extremidade. Sabe-se que: os dormentes eram de uma folhosa da
classe de resistência D60, de seção 22 cm x 22 cm; a mesa (ou aba)
dos trilhos tinha 7,5 cm de largura. Considere que: a edificação é do
tipo 1 (cargas acidentais superam 5 kN/m2); o carregamento é de
longa duração; a madeira é usual, não classificada, de classe de
umidade 1; e as cargas permanentes são desprezíveis. Isto posto,
pergunta-se: "A falta das placas de apoio trouxe prejuízo à ferrovia,
devido ao esmagamento dos dormentes?". Justifique.

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
78

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 28 -> Verificar se é possível a utilização de um


travesseiro de apoio, construído com uma folhosa da classe de
resistência D30, para uma tesoura, cuja reação vertical é de 12000 N,
devido ao peso próprio, e de 4000 N, devido a ação de um vento de
pressão. As dimensões do travesseiro são apresentadas na figura
abaixo. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a
5 kN/m2); carregamento de longa duração; classe de umidade 1;
madeira usual e não classificada. Vento de pressão
(carga variável)
4000 N i
Peso próprio
(carga permanente)
12000 N 1-fr
TRAVESSEIRO 6 cml 77ÿ77777777777
i I
///////////////////////////
T 6 cm
12 cm c > 7,5 cm c > 7,5 cm
N
6 cm
H

PERSPECTIVA VISTA LATERAL VISTA FRONTAL

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 29 ->Se a madeira do nó de apoio de uma


tesoura, esquematizado abaixo, for uma folhosa da classe de
resistência D60, qual a resistência às tensões normais para absorver o
esforço de compressão aplicado pela barra do banzo superior ao
inferior? Considere: carregamento é de longa duração; madeira usual,
não classificada; e classe de umidade 1.

Banzo superior

90°
& S 20°

> Exercício proposto 30


vs/SSS/ÿs.//////

->
*
Banzo inferior

Se a inclinação da tesoura, do exercício


proposto 29, fosse 18° e madeira uma folhosa da classe de resistência
D50, qual seria a resistência às tensões normais para absorver o
esforço de compressão aplicado pela barra do banzo superior ao
inferior?
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í
79

1
402 0459 5- Estruturas de Madeira

5. Cisalhamento
O cisalhamento nas peças de madeira pode ocorrer na direção paralela
às fibras ou perpendicularmente a elas. O caso mais comum é o
cisalhamento paralelo às fibras. O cisalhamento vertical só acontece em
casos especiais, em geral fruto de falha no dimensionamento, pois
outras falhas ocorrerão antes dele. O cisalhamento perpendicular,
conhecido intemacionalmente por “rolling shear", é evitado pela prática
construtiva, que utiliza a madeira disposta longitudinalmente.

5??
. m my * — * t
Cisalhamento Ú3E
•aralelo às fibra:

:isaihamenti
vertical
,Cisalhamentò\
perpendicular:
(“rolling shear”)
í
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1
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Estados limites oriundos de tensões de cisalhamento, na direção paralela às


fibras, podem ocorrer em ligações por meio de dentes e entalhes ou em
vigas fletidas com elevados esforços cortantes. A verificação destes estados
limites será apresentada posteriormente no estudo da flexão e das ligações.
Cisalhamento
nas ligações

isalhamentò
Na flexão

Estados limites devidos ao cisalhamento perpendicular (“rolling shear”), não


são encontrados em estruturas de madeira, uma vez que construtivamente a
madeira é disposta longitudinalmente e, nesta situação, as tensões de
cisalhamento ocorrem predominantemente na direção paralela às fibras.

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
80

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Estados limites devidos ao cisalhamento vertical, em conjunto com forte


compressão normal, pode ser observado nos travesseiros de vigas
contínuas sobre os pilares. Este fenômeno é mais comum em vigas de
pontes e pode ser evitado com o aumento da espessura do travesseiro e
o alargamento do topo do pilar.

•jfiSS

fill |
l l il
Cisalhamento
vertical
t

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

6. Torção
A torção se caracteriza pela ação de um momento torçor e é pouco
conhecida em peças de madeira. A norma brasileira recomenda evitar,
construtivamente, a ocorrência de torção em peças de madeira, em
virtude do risco de ruptura por tração normal às fibras.

Torção na
madeira

Quando o equilíbrio do sistema estrutural depender diretamente dos


esforços de torção deve-se respeitar a condição:
Tensão de cisalhamento, de cálculo, devida a ação do
rT,d — fyO.d momento torçor, calculada segundo a Teoria da Elasticidade

Resistência, de cálculo, ao cisalhamento paralelo às fibras

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


í
81

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

7. Flexão
A flexão é caracterizada pela ação de momento fletor sobre a peça. A
existência de outros esforços solicitantes subdivide o estudo da flexão
conforme o esquema apresentado a seguir.
LEGENDA:
Flexão simples reta
M, Veu
M = Momento fletor;
Flexão simples N = Força normal;
Flexão simples oblíqua
(@) CMx, My, vx, vy ux , e uy
V = Força cortante;
u = Flecha;_
' Flexocompressão reta
N, M, V e u
Flexão i Flexocompressão
Flexocompressão oblíqua
(ExistejÃ) (@) N, Mx, My, Vx, Vy, ux e Uy
Flexão composta ( Flexotracão reta
(NÍO) | N, M, Veu)
Flexotracão
i Flexotracão oblíqua
(N>0) { N, Mx, My, VX) Vy, ux e uy

t
OBS.: Os índices x e y indicam flexão em
torno dos eixos x-x e y-y, respectivamente. Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

a) Flexão simples reta


A flexão simples reta se caracteriza pela ação de momento fletor em
torno de apenas um dos eixos principais de inércia, sem a presença
de esforço normal.
Cargas verticais, perpendiculares ao eixo da estrutura, produzem
momentos fletores, forças cortantes e deformação no material, o
que causa deslocamentos dos pontos da estrutura (flechas). Assim,
a flexão simples reta pode apresentar os seguintes estados limites:
Esmagamento da madeira
(/>
na borda comprimida. Compressão
ã
Ruptura, na transição

ll
&
(D
compressão/tração, por
cisalhamento. Cisalhamento.

LU Ruptura por tração na


borda tracionada. Tração

Estado Limite de Serviço


(utilização) -> Flecha excessiva. $ Deslocamento

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


t
82

*
402 0459 5- Estruturas de Madeira

As bases para o dimensionamento são as estudadas em “Resistência dos


Materiais”

Efeito do
Momento
Fletor (M)
{ Tensões normais linearmente distribuídasÿ
M Momento fletor
a = — -Y— Distância do ponto considerado
a

à linha neutra (CG)


Momento de inércia
-Tensão normal (“sigma”)
Resultante
das tensões G
0 M
Mmáx
> Segurança à ruptura EZÿ> crmix material
I
Resistência do material -
(à tração ou compressão)
/ÿ> Equação da Linha Elástica
Módulo de elasticidade v .Equação das flechas
Equação das momentos

> Segurança à deformação c) EJ.ÿ = -M vmàx = fÿcarreÿmerto)


Flecha limite-
(definida em normas) Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
1
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Efeito da
Força
cortante (V)
Tensões tangenciais parabolicamente distribuídas
cortante
_ V.S-— Momento estático (no corte)
a
b j .-ÿMomento de inércia ti
t Largura da seção (no corte)
Tensão de cisalhamento (“tau”)
T ii! v
Resultante das tensões T

Tensão de cisalhamento máxima Momento estático máximo


(ocorre no Centro de Gravidade - CG)
/
(corte no CG - meia seção)

> Segurança à ruptura "


<fmaterial
b.I
Resistência do material-
7ÿ
(à tração ou compressão)

> Segurança à deformação Usualmente desprezada


Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
83

402 0459 5- Estruturas de Madeira

Os estados limites últimos de esmagamento por compressão normal,


na região dos apoios, e de perda de estabilidade, na zona
comprimida, serão tratados oportunamente. Com estas omissões,
pode-se utilizar para a flexão simples reta o roteiro a seguir.
> Roteiro - Flexão simples reta
1 - Determinar: o momento estático (S), de meia seção, e o
momento de inércia (I), ambos em relação ao eixo central de
inércia perpendicular ao plano de ação do momento fletor
(ver figura abaixo). Obter, também, a largura da seção
transversal (b), no centro de gravidade, e as distâncias deste
às bordas comprimida (yc1) e tracionada (yÿ).

Plano de Eixo perpendicular ao plano de cargas, no


Borda comprimida CG => eixo em torno do qual ocorre a flexão
cargas
y ®cl,d

ma/ n S=SX.X e l=lx.x

NÍJ
X
ti
yt2 \
7l77ÿ7
z'_ aw Notação
Borda tracionada utilizada
SEÇÃO
y b x°t2,d

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Determinar: a resistência à compressão paralela às fibras, fÿ; a


resistência à tração paralela às fibras, fBid; a resistência ao
cisalhamento paralelo às fibras, fÿ e o módulo de elasticidade
efetivo à compressão paralela às fibras, Eÿgf.
Em geral, para madeira de folhosas, basta consultar a tabela de
valores de cálculo (Tabela 16, página 44).
3 -Obter os esforços de cálculo (Vd e Md) e a flecha de serviço
t =u
\ (Ud,uti)> apenas para ações de longa duração, considerando como
(flecha imediata) ) vão teórico o menor dos seguintes valores:
a) Distância entre eixos dos apoios;
b) O vão livre mais a altura da viga, se menor que 10 cm.
4 - Verificação da Tensão normal _
Em vigas de _ Md
a) Na Borda comprimida -> ‘Tu -—-Yd Vd
I
z
seção retangular
,estas expressões Md
Vÿão idênticaÿ/ b) Na Borda tracionada -> I

OBS.: Nas peças com fibras inclinadas de a > 6o, fc0C| fv0.d'fv90,d
fwa,d -
+ Wd-cos2«
(w~= c ouT) fw0d-sen2«
e fto.d devem ser substituídos por fcad e ftad, aplicando:
84

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 -Verificação da tensão de cisalhamento


regiloÿÿ.
dos apoios (zá2.h),
para considerar o efeito da
a) Na Prática r = <f (compressão normal, pode-se
b.I reduzir o efeito da força
cortante multiplicando-a
6 - Verificação da Flecha por “z/2.h”.
Flecha limite
Flecha efetiva
( ume =ug + ç/2.uq =udutt
Uef =ftme+"e=(l + (S>Ui tme

t ( uc = =
Flecha imediata
Coeficiente de fluência
Flecha devida à fluência (Tabela 20, página 84)
As flechas
/ permanentes (ug) \ Nos vãos de vigas:
podem ser reduzidas \ u
com o uso de contraflecha £ A.
(u0), mas não se pode uta = h
300
considerar redução Em geral (uso
\ maior que 2/3.ug / da construção) Nos balanços:
\ (ABNT, 2012). y
ti
150 u
f1

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 20 - Coeficientes de fluência, $


Classes de umidade
Classes de carregamento
(1) e (2) (3) e (4)
Permanente ou de longa duração <0,80 2,00
Média duração 0,30 1,00
Curta duração 0,10 0,50
7 - Conclusão
M
TI
Se aci d<fc0(1, crt2d<ft0d , td<fv0,d , uef<U|im e pelo menos
uma delas muito próxima do correspondente valor limite
=> tem-se a seção ideal.
n Se ac1,d«fc0,d e ot2>d«ft0,d e td«fv0d e uef«uljm => a
madeira resiste com folga, pode-se diminuirá seção.
n Se ac1d>fc0d ou ot2id>fWid ou td>fv0d ou uef>u„m => a
seção não resiste aos esforços, deve-se aumentar a

í
seção.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
85

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 18 -> Qual a seção necessária a uma


viga de madeira falquejada, com 10 cm de largura, para resistir
ao carregamento indicado na figura abaixo? Considere:
edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2);
madeira de uma folhosa (dicotiledônea) usual, não classificada,
da classe de resistência D60; carregamento de longa duração e
classe de umidade 1.

-
5000 N (Variável talha)
5 N/mm (Permanente) SEÇÃO

A 2,00 , 2,00
m
100 mm
h=?

4,00 m

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
1 - Determinar: o momento estático (S), de meia seção, e o
Ver roteiro
(página 83)

momento de inércia (I), ambos em relação ao eixo central de


C. geométricas
inércia perpendicular ao plano de ação do momento fletor (ver
(Anexo 1)
figura abaixo). Obter, também, a largura da seção transversal
(b), no centro de gravidade, e as distâncias deste às bordas
Borda comprimida comprimida (yc1) e tracionada (yÿ).

-
5000 N (Variável talha) Plano de s=sx_x = b.h2 =>S =
lOO.h2
8 8
\ 1 5 N/mm (Permanente) cargas
1 S = 12,5.h2 mm3
y
uim Mim yci

*
yt2 =? b.h: lOO.h3
I =I =>i =
Eixo em 12 12
2,00/ 2,00 b -100 mm torno do
h H qual ocorre I= 8,3 3.h3 mm4
/4,00 m SEÇÃO
h 1 a flexão
Z b = 100 mm
Borda tracionada
Yà =y*2 =°>5h 01111
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
86

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Determinar: a resistência à compressão paralela às fibras,


fc0d; a resistência à tração paralela às fibras, ft0d; a
Ver roteiro
(página 83)

resistência ao cisalhamento paralelo às fibras, fv0d e o


C. da madeira
(Página 44) módulo de elasticidade efetivo à compressão paralela às
fibras, Ec0,ef.
fc0 d =21,00 MPa
ft0 d = 2 1,00 MPa
Dicotiledônea, classe D60 ->
fv0 d= 2.18 MPa

|Ec0ef = 12005 MPa


3 - Obter os esforços de cálculo (Vd e Md) e a flecha de serviço
(*ime —

a) Valores característicos

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í
í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 N/mm
> Carga permanente
5.4000
í
V?(no apoie) = V; =
2
=> V =10000 N
A 2000 , 2000 "T
pi: 5.4000
(no centre) = =>Mg Mg =10.000.000 N.mm
8 8
4000 mm
h 1
_ 5.pi4 5.5.400d 166663.916
Diagramas de ug(no centre) ~ >Ug ~
384.12005.(8,33.h3) u* = mm
E. S. (Anexo 2)
384.E.I h3
> Carga variável (talha)
5000 N
p

I
5000
V (no apoie) = — => V= => V =2500 N
2
£ Mq(no c entre) = — =>Mq =
5000.4000
2000 2000 ’T => Mq =5.000.000 N.mm
+ 4
4000 mm
h
Pi3 5000 .40003 66.665.566
uq(no centre) = _48 .12005 .(S,33.1i3 ) Uq
h3
tnir
48.E.I
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t
87

402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Valores de cálculo

> Estados Limites Últimos (Md e Vd)


Esforços solicitantes, como a momento fletor e força
cortante, podem causar a ruptura de seções e, portanto,
estados limites últimos. Estes estados são verificados com
C. Última Normal
(Página 25) combinações últimas. Nos carregamentos de longa duração
usa-se a Combinação Última Normal, aplicando-a obtém-se:
n Momento fletor (Md)

Md =l,4.Mg + l,4.Mq=>Md =1,4.10000000 + 1,4.5000000 => Md = 21.000.000 N.mm


n Força cortante (Vd)

Vd = l,4.Vg + l,4.Vq Vd =1,4.10000+1,4.2500 Vd =17500 N

> Estados Limites de serviço (udjUti)


Deslocamentos (flechas) excessivos podem causar a perda
de funcionalidade da construção, portanto, estados limites

i
de serviço (utilização).
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Estados limites de serviço (utilização) são verificados com


combinações de serviço. Nos carregamentos de longa
Ver roteiro
(página 83)

c. Quase Permanente duração usa-se a Combinação Quase Permanente (de


(página 29) serviço), aplicando-a obtém-se:
Talha é equipamento típico
n Flecha (uime = udutl)

166663.916
, de “oficina mecânica”

66.665.566 206663.255
mm
=>Uime = +0,6. -
h3 í? h!
4 - Verificação da Tensão normal
a) Na Borda comprimida

Md f
crcu=-r-ycIÿfco,d
21000000
.(0,5.h) < 21,00 => h >
21000000.0,5
h > 245,0 mm
=>
I (8,33.h3) 8,33.2 L00
b) Na Borda tracionada
Md
(Jt2:d=-rÁ-yt2ÿft04 =5.
21000000
(0,5.h)< 21,00 =>h>
21000000.0,5
h > 245,0 mm
I (8,33.h3) '
8,33.2100
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
88

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 -Verificação da tensão de cisalhamento


a) Na Prática
Ver roteiro
(página 83)

_vd-s 17500.(12,5 .h2) 17500.12,5


< 2,18 => h > => h > 120,5 mm
r
‘d ~

b.i £f- " 100.(8.3 3.h3) 100.8,33.2,18

Tabela 20 <(> - 6 - Verificação da Flecha Vãos de vigas uHm = £/300


(Página 84)
206663255 4000 (1+0,80)206663255.300
uef = (1+ < life, => (1+ 0,80).
h3
<
300
=> h*l 4000

=> h > 303,3 mm


7 - Conclusão
Para satisfazer simultaneamente todas as verificações:
Tensão normal r
_ . .. 245i0mm h>303,3 mm
B. comprimida- o-—-?-
_. . 245j0 mm
B. tracionada - o |- - Adotar seção de largura 10 cm (dado)
Tensão de cisalhamento c> 2—
5 mm
—— e altura superior a 30,3 cm, portanto:
! 303,3 mm
Flecha - Seção escolhida: 10 cm x 31 cm
303,3 mm
Solução Q

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Flexão simples oblíqua

A flexão simples oblíqua se caracteriza pela ação de momento fletor


em torno de um eixo qualquer, sem a presença de esforço normal.
Nestes casos é usual decompor o carregamento nos dois eixos
principais de inércia, assim, existirão dois planos de flexão.

Os estados limites são os mesmos observados na flexão simples


reta. Os estados limites últimos são: esmagamento por compressão
na zona comprimida (no caso, inicia-se em um ponto); ruptura por
tração na zona tracionada (no caso, inicia-se em um ponto); ruptura
por cisalhamento na transição compressão/tração (no caso, inicia-
se em um ponto). Ocorre também um estado limite de serviço
(utilização), o de deslocamento excessivo.
As bases para o dimensionamento são as estudadas em
“Resistência dos Materiais”.

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


í
89

I 402 0459 5- Estruturas de Madeira

CTX
Borda comprimida <ÿBorda fracionadaÿ»
£ -a
yc
y« --X X
D *ÿ"x,A
_ Mx •Yc Mx

Efeito dos --E£H


y
Momentos
Fletores 1 •m
"V
My
M V My
CTV,A =T—XC <Tyfi =T~Xi
X
rV X
Av—y Ivy-v
EP-
y.
h- H
Xt Xc
> Segurança à ruptura i N cr,mãx <?x +CJy aterial , opcionalmente:
Resistência do material-
(à tração ou compressão)
5: <1

t 402 0459 5- Estruturas de Madeira

No centro de
gravidade
Efeito

y ITx T
Vx
rx =
&
Vx-Sx_x
conjunto
&
#ÿ> b-Ix-x
TV
'y
1

Efeito das
1f
Forças Tx
cortantes

> Ty Vv.S y—y


y r>‘ h.Iy-y

> -
b
> Segurança à ruptura U = + r; <
Resistência do material 7
(ao cisalhamento)
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
90

4 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Mesmo vão nas xÿVãos diferentesÿX


vÿduas direções Vtjasduas direçõe§x

-0. &
Px Px
Deslocamentos
produzidos pelos
Momentos 0{ w
vN

uh
Fletores \\
Y*
V 'Vt X
\ pM


«s
Py Py

%
Deslocamento conjunto
> Segurança à deformação u= + uj; <ulmi ou não fica claro, melhor:
ux ux Hm e uy < uy h(n

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


l
4 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Assim, o dimensionamento à flexão simples oblíqua é semelhante


ao de flexão simples reta, entretanto será necessário obter as
características geométricas da seção e os esforços solicitantes de
cálculo em torno dos dois eixos de flexão. Em seguidas, as
verificações podem ser feitas como segue:

> Verificação da Tensão normal


a) Na Borda comprimida -> Usar a mais rigorosa das condições:
°My,d °My,d
X"Áumento dà\ + kM- <1 e kM- fc0,d <1 , onde:
resistência devido fcO•d fC0,d fcO.d
Vàplastificação/’ Hy,d
°Mx,d
u •Yd , °My,d “

ly-V
•Xcl e kM{= 0,7 em seção retangular;
kM = 1,0 nas demais seções.
b) Na Borda tracionada -> Usar a mais rigorosa das condições:
/ Em vigas de
seção retangular + kM- <1 e kM , onde:
iasta verificar um« ítO.d ftO.d fto,d ftM
das bordas /
= 0,7 em seção retangular;
•xt2 e kM = 1,0 nas demais seções.
_
°Mx,d •Yt2 , °My,d -
u kM
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
i
91

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

OBS.: Nas peças com fibras inclinadas


de a i 6o, fc0,d e froci devem ser d) fwa,d =
fw0,d-fw90,d
substituídos por fcad e ftad, aplicando: f,wsen2a+fw9oj-cos2«
(VV = C OlTT)

> Verificação da tensão de cisalhamento

A NBR 7190, da ABNT (2012), é omissa a respeito da verificação da


tensão de cisalhamento em vigas solicitadas a flexão simples oblíqua.
Souza (2009) conclui ser apropriado usar:

Ti = +ry,d . onde: rxd = e ryd =%A ->ÿ

iiiy-y

> Verificação da flecha


Segundo a NBR 7190, da ABNT (2012), a verificação da flecha pode ser
feita isoladamente para cada um dos planos de flexão. Quando o vão for
o mesmo, nas duas direções, Souza (2009) recomenda utilizar:
('Em x e y
_
Uef - Vux,ef + uy,ef uHm , lembrando que: uef = ume + uc = (l + 0)ume
Flecha devida Coeficiente de fluência
à fluência (Tabela 20, página 84)

402 0459 5- Estruturas de Madeira


cr
Observações
O comportamento elastofrágil da madeira, f

_____
interessantes
admitido pela NBR 7190, da ABNT (2012), não xlÿãtêriiTx
a é compatível com a aplicação de “kM”, nas elastofrágil
f equações apresentadas para verificação da
tensão normal nos problemas de flexão oblíqua. c
'"'MateriâT'
ilastoplástici Os autores da NBR 7190, da ABNT (2012), mantiveram as
8 expressões preconizadas pela NBR 7190, da ABNT (1997), que
admitia um comportamento elastoplástico da madeira. Ou seja,
Seção Tensões Um diagrama “tensão x deformação” linear até atingir o limite de
resistência, onde o material plastifica redistribuindo tensões para
fibras que ainda não atingiram esse limite.

1 pH
CTiim
Plastificação total
\
A redistribuição das tensões, após plastificação de algumas
fibras, aumenta a resistência da seção (denominador nas
referidas expressões). O coeficiente “kM” considera esse
acréscimo de resistência. Seções retangulares, completamente
Seção Tensões plastificadas, apresentam o dobro da resistência (kM =1/2 = 0,5).
CTlim
Os autores da NBR 7190, da ABNT (2012), consideraram
z plastificação parcial das seções retangulares (kM = 0,7).

yT " "

"CTiim Plastificação parcial


Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
92

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 19 -> Qual o máximo vão que pode ter uma
terça, de seção 6 cm x 16 cm, para um telhado com inclinação de 16°,
construído com madeira de uma folhosa da classe de resistência D40 e
telhas cerâmicas do tipo Romana. Sabe-se que a carga permanente
corresponde a uma carga uniformemente distribuída de 1245 N/m e o
vento de pressão a uma de 1040 N/m. Considere: edificação do tipo 2
(cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira usual, não classificada;
carregamento de longa duração e classe de umidade 1.

\16°,
1245 N/m
1040 N/m
Vento de
1040 N/mV"~1 pressão
16 cm
\ x
1245 N/m
XX\A Carga
permanente
6 cm /////////
Região
comprimida •• V Seção £=?
\> Posição
Região

í
deslocada
tracionada Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Dada a semelhança, pode-se adaptar o roteiro de flexão simples reta
Ver roteiro
(página 83)

para usar nos problemas de flexão simples oblíqua, apenas é


necessário obter as características geométricas da seção e os
esforços solicitantes de cálculo em torno dos dois eixos de flexão.
Finalmente, as verificações são feitas como apresentadas neste item.
1 - Determinar: os momentos estáticos (Sx_x e Sy_y), de meia seção, e
os momentos de inércia (lx.x e ly_y). Obter as dimensões da seção
C. geométricas
(Anexo 1) transversal (b e h), no centro de gravidade, e as distâncias deste
às bordas comprimida (xc1 e yc1) e tracionada (xG e yÿ).
b = 60 mm b.h2 60.1602
Sx-x = => Sx-x = => Sx_x =192000 mm3
y 8 8
E h.b2 160.602 Sy-y = 72000 mnf
E
Yci
Svv-y 8
=i> Sy-y
8
=>
§ X -x : b.h3 60.1603
II
Yt2
Ix-x => Ix_x =20480000 mm4
12 12
V _ lib3
— _ 1606°3
—*ÿ:
\*t X{2
T
y-y" => T
y-y- Iy_x = 2880000 mm4
12
-*l h— Xci
b = 60 mm h = 160 mm xcl -xt: -30 mm Yd = Yty = 80 mm
93

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Determinar: a resistência à compressão paralela às fibras,


Ver roteiro
(página 83)

fc0d; a resistência à tração paralela às fibras, ft0d; a


resistência ao cisalhamento paralelo às fibras, fÿ e o
C. da madeira
(Página 44) módulo de elasticidade efetivo à compressão paralela às
fibras, Ec0ef.

fc0 d = 14,00 MPa


ft0d = 14,00 MPa
Dicotiledônea, classe D40 ->
fv0 d = 1.63 MPa
Ec0,ef = 9555 MPa

3 - Obter os esforços de cálculo (Vx d, Vyd, Mx d e Myd) e as


flechas de serviço (uxjme e uyime, que correspondem a uxduti
® *-*y,d,uti)-
Inicialmente é necessário decompor o carregamento nos
dois planos de flexão.
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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Flexão em torno do eixo x-x


gx = g. cosa => gx = 1245. cosl6°=> gx = 1197 N/m =>
Vento de Carga
pressão permanente gx = 1,197 N / mm
1040 N/m \16°l 1245 N/m
16 cm qx = q => qx = 1040 N /m => qx = 1.040 N / mm

> Flexão em torno do eixo y-y


16° 'vi6 cm gy = g.sencr gy = 1245.senl6° => gy=343 N/m =>
Seção
gy = 0,343 N/mm
Não há carregamento variável neste plano de flexão.

a) Valores característicos

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í
94

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4- Flexão em torno do eixo x-x


> Carga permanente
Diagramas de
E. S. (Anexo 2)

1,197 N/mm P* 1.197J


Vÿ(no apoie) =ÿ 2 Vÿg =0,599i (N)
A Pi2 => Mxg = 1,197/
.£ (mm) A/no centre) =ÿ-
S 8 A* =0,1A2 (N.mni)
5.p/ 5.1,197/
uÿ/no centre) = => A = => A = (mn)
384.Ec0cfJx-x 384.9555.20480000 L2555.1CP
> Carga variável (vento de pressão)
1,040 N/mm v (no apoie) = — => vx,q =1ÿ
*q \q=0,52£(N)
minimum 2 2
A Aq(no centra = pi2 1,040 /
8 8
A,q =0,13/ (N.mni)
£ (mm)
i.p/ 5.1,040/ /
uxq(no centre) = =>A = 384 .9555.20480000 => A =1,445 LId3 (mn)
384 -EcO ef-Ix-j

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t
402 0459 5- Estruturas de Madeira
Diagramas de
4. Flexão em torno do eixo y-y E. S. (Anexo 2)

> Carga permanente


0343ÿ
0,343 N/mm
11111iiiiiii m
Vvg(no apoie) =ÿ Vy.« =
2 Vvg =0.1715/: (N)
A Pi2 0,343/
£=?
Ag(no centre) =>MyJ! = = 0,043/ (N.mrq)
8 8
5.p/ 5.0,343£t
Uy_g(no centre) = => A = 384.9555.2880000 => A =6J.616.1(J2 (mn)
384.Ec0_efJy-y

b) Valores de cálculo
4- Flexão em torno do eixo x-x

> Estados Limites Últimos (Mxd e Vxd)


Esforços solicitantes, como a momento fletor e força cortante,
podem causar a ruptura de seções e, portanto, estados limites
últimos. Estes estados, nos carregamentos de longa duração,
são verificados com a Combinação Última Normal, aplicando-a
obtém-se:

i
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95

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

tt Momento fletor (Mx d)


C. Última Normal
(Página 25)

M*d = 1,4-Mÿ + l,4.Mxq.0,75=>Mxd = l,4.(o,15i2)+l,4.(o,13.£2)o,75ÿ|Mxd = 0,347i2 N.mm

n Força cortante (Vxd)

Vxd = 1,4.VX g + 1,4.VX q.0,75 => Vxd = l,4.(0,599i)+l,4.(0,52.ÿ)0,75 => Vx d =1,3851N

> Estados Limites de serviço (uxd


Deslocamentos (flechas) excessivos podem causar a perda
de funcionalidade da construção, portanto, estados limites
de serviço (utilização).
Estados limites de serviço (utilização) são verificados com
combinações de serviço. Nos carregamentos de longa
duração usa-se a Combinação Quase Permanente (de
serviço), aplicando-a obtém-se:
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Flecha (uxime = uxdutj)


C. Quase Permanente
(página 29)

t
uX!Íme = ux,4uti = uxg+ÿ2.uxq => Ux,ine = +0,0.
1,2555.1o13 1,445 1.1013

\|>2 para o vento t mm


Ux.in, ='
1.2555.1013
4 Flexão em torno do eixo y-y

> Estados Limites Últimos (Myd e Vyd)


Esforços solicitantes, como a momento fletor e força cortante,
podem causar a ruptura de seções e, portanto, estados limites
C. Última Normal últimos. Estes estados, nos carregamentos de longa duração,
(Página 25) são verificados com a Combinação Última Normal, aplicando-a
obtém-se:
n Momento fletor (Myd)

Myj = l,4.H g + l,4.M> q.0,75 => Myd = l,4.(o,043i2)+l,4.0.0,75 => |Myd =0,0602i2 N.mm
Sem carregamento variável neste plano de flexão Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
96

? 402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Força cortante (Vyd)


C. Última Normal
(Página 25)

Vy d = l,4.Vy + 1,4.V .0,75 => V d = 1,4.(0,1715.ÿ)+ 1,4.0.0,75 Vyd = 0,2401 .£ N


Sem carregamento variável neste plano de flexão

> Estados Limites de serviço (uy>diUtí)


Deslocamentos (flechas) excessivos podem causar a perda
de funcionalidade da construção, portanto, estados limites
de serviço (utilização).
Estados limites de serviço (utilização) são verificados com
combinações de serviço. Nos carregamentos de longa
C. Quase Permanente
(página 29) duração usa-se a Combinação Quase Permanente (de
serviço), aplicando-a obtém-se:
n Flecha (Uyÿ — uyd ljtj)

Uyine=Uy,g+M
t
\ine=UyAuti=Uy,g+V'2-Uy,q Uy,ime mm
6,1616.1012
Sem carregamento variável neste plano de flexão
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i
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 83)
4 - Verificação da Tensão normal

Lembrete: Sãá
X a) Na Borda comprimida -> Usar a mais rigorosa das condições:
diferentes as °My,d
fC0,d
i- <1 e Ki- < 1 , onde:
verificações na f"cO:d *cOj
flexão oblíqua/
°Mx,d
U
aMy,i
Iv-v {
kM = 0,7 em seção retangular;
-Xcl e kM = 1,0 nas demais seções.

Portanto:
_ Mx,d 0,347i2 e
°MM => °Mx,d - 80 => °Mx,d - MPa
Ix-x 20480000 737752
My.d 0.0602Í2
30 =>
e MPa
°My,d ~ •xcl °My,d - “

ly—y 2880000' 1594684

+ kM. ‘Vd <1


•£2/737752 + 0,7. i2jl594684 < 1=> í <3214 mm
fc0,d 14,00 14,00

vM +
£2/737752 + f/1594684 <!=>£< 2980 mm
fcO,d few 14,00 14,00
97

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Deve-se admitir a mais rigorosa das condições, portanto: t < 2980 mm


Ver roteiro
(página 83)

b) Na Borda tracionada -> Usar a mais rigorosa das condições:


°My,d
+ kM- <1 e kM- < 1 , onde:
f,0,d ftO.d ft0,d
Mv,d
Ix-x
•y,2 ’
Ivy-y
•X,2
e{ kM = 0,7 em seção retangular;
kM = 1,0 nas demais seções.

Em vigas de seção retangular í < 2980 mm


basta verificar uma das bordas

5 - Verificação da tensão de cisalhamento

_ Yi,d'Sx-x _Vy,d-S>-y
rd = ,d •o,d
- onde: rxd
b-Ix-x
e ry.d
h-Iv.
Portanto:
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

rx,d
_ X,d-SX-x => rx,d =
(1.384.Q.192000
=>
Ver roteiro
(página 83)

í
rx.d = 4624 MPa
Wx-x 60.20480000

V,d-Sv—y (0,2401.C).72000 í
rv.d = => ry,d = => xy,d - MPa
hiy-y 160.2880000 26656
2 2
í í
rd - -\jrx,d + — + < 1,63 => í < 7426 mm
4624 26656,
6 - Verificação da Flecha
:m x e y
Uef = VUx,ef +u;y.ef - lV , lembrando que: uef = ume + uc = (1 + <p\uime

Flecha devida Coeficiente de fluência


à fluência (Tabela 20, Página 84)
Portanto:

Ux,ef = tt + </>U x .'.me => Ux,ef = (1+ 0,80)


e mm
1,2555. 1013 6,975.1012
IA
uy ef = (1 + 0).uy,ime => Uy ef = (1+ 0,80). mm
64616.1012 => Uy,ef =
3,423.101;
98

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Uef = VUx,ef +u;y.ef — Ulim


t
2

+
t
Ver roteiro
(página 83)

<
t
6.975.1012 3,243.1012 300

t t 2.9407.1012
=> 2,9407.10a < 300 => í<\ t < 2140 mm
300
7 -Conclusão
Tensão normal
B. comprimida/
/ 2980 mm
—- o
I
2980 mm O vão livre da
B. tracionada L —-I o
7426 mm terça deve ser
Tensão de cisalhamento <>ÿ
no máximo de
2140 mní
Flecha\- 0 v 2,14 m.y
2140 mm
Soluçãó. ó
OBS.: Este exemplo foi resolvido imaginando-se carregamento apoiado nas terças sem
qualquer ligação ou atrito. Na prática não é o que acontece. As ripas são pregadas aos
caibros e estes às terças, o que confere uma enorme rigidez à flexão em torno do eixo
y-y, de forma a se ter flexão quase que exclusiva mente em torno do eixo x-x. Este fato
permite a utilização de vão muito superior ao obtido (aMxd < fc0d => (. < 3213 mm e
uxe( < JT/300 => í < 3267 mm).

i 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Flexotração simples ou oblíqua


A presença de um esforço normal de tração em um problema de
flexão, caracteriza a flexotração. As bases para o dimensionamento
são as estudadas em “Resistência dos Materiais”.

y N y
B
y B
My

xjt] x °N
l:xlr°k=YJ--yt 'Mx
x

y!
CTMy
I
N Mx Mv
y <%=— y x7xc
> Segurança à ruptura - + a\ix + , opcionalmente:
Resistência do material -
(à tração) _ &X _j_ - <1
na região
comprimida são aliviadas
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tensão
99

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

O problema é semelhante aos demais problemas de flexão, embora,


em geral, seja dispensável a verificação na borda comprimida e a
verificação de tensão normal na tracionada seja ligeiramente diferente.

> Verificação da Tensão normal


Na Borda tracionada -> Usar a mais rigorosa das condições:

[
°~Mx.d , onde:
ftO.d ftO.d ft0,d &d
V
kM = 0,7 em seção retangular; Só na Flexotração oblíqua
kM = 1,0 nas demais seções.
dsiN
resistência devido
Nd Mx,d
•y.2 e o-M,d = .xt2
plastificaçãoÿx Aef U Vy
OBS.: Nas peças com fibras
ft0,d-ft90,d
inclinadas de a. > 6o, f® d deve ser LZ) ftad = —-;---2—
substituído por f,a d, aplicando: Wsen a + ft9o,d-cos" a
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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 20 -> O proprietário de uma oficina mecânica


resolveu instalar uma talha na barra 5-7 da tesoura de seu telhado. Para
o carregamento dado na figura a seguir, que forneceu os valores de
cálculo na referida barra, apresentados abaixo, verifique se a madeira
(classe de resistência D50) e a seção (6 cm x 16 cm) utilizadas são
suficientes. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores
a 5 kN/m2); madeira usual, não classificada; carregamento de longa
duração e classe de umidade 1.

•Força normal de cálculo -> Nd = 62435 N (de tração)


•Força cortante de cálculo -> Vd = 7000 N (no apoio)
•Momento fletor de cálculo -> Md = 5250000 N.mm (no centro)
OBS.: Os esforços na barra 5-7 foram obtidos, de maneira
simplificada, associando-se à barra uma viga simplesmente apoiada
nos nós 5 e 7. O esforço normal é obtido aplicando-se à treliça as
reações da viga.

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I
100

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

1500 N 600 N
3000 N 1200 N
3000 N
\ V / 1200 N

\ \ / /
2500 N 1000 N
450 N
450 N 450 N Vento de pressao

1
450 N 1 I 450 N

I i 1 I
400 N 400 N Àgua absorvida pelas
3700 N
3700 N 3700 N I telhas
3700 N 3700 N Cargas permanentes
3000 N <6 3000 NT
:.4

I <3> <S>' <z> <D © 1 <Q>


1,65 m

Reações da 5000 N,, 5000 N Carga da talha


viga associada (na treliça)
h
1,50.- 1,50, 1,50.t 1,50,i 1,50,1,50
9,00 m
h
1 10000 N
Carga da talha
(na viga associada)
Borda tracionada 0,75
i
1.50 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
Í
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 83)
Solução:
Dada a semelhança, pode-se adaptar o roteiro de flexão simples reta
(ou oblíqua) para usar nos problemas de flexãotração. No caso em
questão, a flexão ocorre apenas em torno de um eixo, portanto, um
caso de flexotração simples.
1 -Determinar: a área da seção transversal (A), o momento estático
C. geométricas
(S), de meia seção, e o momento de inércia (I), ambos em torno
(Anexo 1) do eixo de flexão. Obter a largura da seção transversal (b) no
centro de gravidade, e a distância deste à borda tracionada (yÿ).
Plano de
cargas A = b.h => A = 60.160 A = 9600 mm2

b.h2 60.16tf
s=sx_x S = Sx_x => S S = 192000 mm3
£ 8 8
£ yci
s x -X [
yj2
T _

T _ T _

T _ b.h3
— =>I =
60.1603 I= 20480000 mm4
ii 12
sz'

b = 60 mm yt, =80 mm
b = 60 mm Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
101

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Determinar: a resistência à compressão paralela às fibras,


fco.d (se necessário verificar a borda comprimida); a
Ver roteiro
(página 83)

resistência à tração paralela às fibras, ft0d; a resistência ao


C. da madeira
(Página 44) cisalhamento paralelo às fibras, fv0d e o módulo de
elasticidade efetivo à compressão paralela às fibras,
(se necessário verificar flecha).
fc0d = 17.50 MPa
ft0 d = 17.50 MPa
Dicotiledônea, classe D50 ->
fv0d= 1,91 MPa
Ec0ef = 10780 MPa
3 Obter os esforços de cálculo (Nd, Vd e Md) e a flecha de
serviço (uime= uduti)

Foram dados -> Nd =62435 N , Vd = 7000 N e Md = 5250000 N.mm


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í
Ver roteiro
402 0459 5- Estruturas de Madeira
(página 83)
Flecha excessiva não é indicativo de ruptura e, no caso em questão, não
há interesse na flecha da “viga associada” (entre os nós da tesoura),
mas sim na flecha da tesoura. Os dados são insuficientes para obter
essa flecha. Por outro lado, o interesse do proprietário é apenas verificar
se não ocorrerá ruptura ao utilizar a talha, portanto não será necessário
verificar a flecha.
4 - Verificação da Tensão normal
Na Borda tracionada -> Usar a mais rigorosa das condições:
Lembrete: São
diferentes as °Xtd °Mx,d °Mx,d\
1 e <1 , onde:
verificações na
f-tO.d ftO.d *' w ftO.d Ço.d
flexotração.

Verificações na
kM = 0,7 em seção retangular; Só na Flexotração oblíqua
Flexotração
kM = 1,0 nas demais seções.

c’kd -
Aef
Nd . =
Mÿ •yt2 e
iy.
~
H.
á-Xt2
Note que, nas seções retangulares, não é necessário verificar a
borda comprimida, pois Nd (de tração) alivia a tensão. _
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
102

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Portanto, no caso em questão (flexotração simples), tem-se:

_ Nd °Nt,d -
Nd _ 62435
=> crNtd = 9.29 MPa
Tração °Ntd (0.70.A)
paralela
(0,70.9600)
(ligação
desconhecida) Md _ 5250000 80
°1M4 = -r--yt2 =>
20480000
=> £TMd =20,52 MPa
I

°kd | °M,d <1 9,29 20,52


<1 => 1,70>1 ... NãoOK!
ftO.d f"tO,d 17,50 17,50

A tensão normal na borda tracionada


não verificada. Portanto, a talha não deve ser
é
instalada em uma barra da tesoura.

OBS.: Note que a força normal utilizaria 53% da resistência total,


enquanto que o momento fletor necessitaria 117% da resistência total.
Esse fato ratifica a idéia de que, em treliças, as cargas devem ser
aplicadas aos nós. A aplicação de cargas fora dos nós conduz a
dimensionamentos antieconômicos.
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í
402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Flexocompressão simples ou oblíqua


A presença de um esforço normal de compressão em um problema
de flexão, caracteriza a flexocompressão. As bases para o
dimensionamento são as estudadas em “Resistência dos Materiais”.

X y

i
My
A
' N n it _J

#
By
N
°X=T
A
y4::x+++
y,
BT
X
Mx
=7ÿ-yc
XX
BH
y
MH
X, xc
M
=7-xc
Ly—y

> Segurança à ruptura czj> - as + + °My - 4ÿ opcionalmente:


Resistência do material -
(à compressão) _ - <1
na região
tracionada são aliviadas
-\Dela tensão
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k
103

402 0459 5- Estruturas de Madeira

Embora, em geral, seja dispensável a verificação na borda fracionada,


além das verificações comuns aos problemas de flexão, nos problemas de
flexocompressão também é necessária a verificação de estabilidade. Os
problemas de estabilidade são indeterminados na teoria linear de primeira
ordem, por isso os autores de NBR 7190, da ABNT (2012), estabeleceram
um roteiro para essa verificação. Assim, pode-se aplicar o roteiro,
apresentado a seguir, para verificação de madeira à flexocomprressão.

> Roteiro - Flexocompressão (simples ou oblíqua)


1 - Determinar: a área da seção transversal (A); os momentos estáticos
(Sx.x e Sy.y), de meia seção; os momentos de inércia (lx.x e ly.y); e os
raios de giração (ix.x e iy.y). Obter, também, as dimensões da seção
transversal (b e h), no centro de gravidade, e as distâncias deste às
bordas comprimida (xc1 e yc1) e fracionada (xQ e yÿ).
2 - Determinar: a resistência à compressão paralela às fibras, fc0 d; a
resistência à tração paralela às fibras, fÿ (se necessário verificar a
borda fracionada); a resistência ao cisalhamento paralelo às fibras,
fvod; os módulos de elasticidades efetivo, Eÿef, e de cálculo, Eÿ,
ambos à compressão paralela às fibras.

í
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 - Obter os esforços de cálculo (Nd, Vxd, Vyd, Mxd e Myd) e as flechas de


serviço (ux ime e uyiime, que correspondem a uxd uti e uyiduti).

4 - Verificação da estabilidade (roteiro da NBR 7190, da ABNT (2012)).


a) Determinar comprimentos de flambagem (L0x e L0y) e índices de
esbeltezes (Aÿ e Ay).
Tabela 17 -KE
(página 61)
L0.X = KE.LX Lo.y - KE.Ly . 4=t-
Lo,
*x-x
e
Lp,y

OBS.: Existindo, em determinada direção, valores diferentes de


vão (Lx ou Ly), deve-se usar o mais desfavorável.
b) Obter as esbeltezes relativas (Are| X e Arei y).

Ael.x 71 ). Wk
_K_ e Aei.y
Á E7 , Noteque:
n 'ijjr VÿcoVÿcO k d

OBS.: para A.reijX < 0,3 e A,re|iV < 0,3, não ocorrerá instabilidade,
mas deve-se verificar a resistência (ir para o passo 5).
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104

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Obter os coeficientes kx e ky.


k,=0,5[l + AI-k«,,-0.3)+(ÿij] e k,=o4+A-(ÿJ.-0,3)+&U»)!]
Para madeira maciça serrada e peças roliças-> [A =°>2|
Para madeira laminada colada e microlaminada (LVL) -> \PC = 04|
Pcÿ> para peças de madeira serrada ou roliças
Se limitados os
alinhamentos -> ÍI500 para peças de madeira laminada colada
no centro do vão Consultar norma específica para escoramentos e
fôrmas de madeira

d) Obter os coeficientes kcx e kÿ.


1 1
e kcv = _
K + faJ ky+A/(kJ-Ure,J
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

e) Verificar a estabilidade -> Usar a mais rigorosa das condições:

°Kçd °Mx,d °Nc.d A


|
K í e <1 , onde:
X*"íçO d fcO:dv Mo.d V'W W

kM = 0,7 em seção retangular; Só na Flexocompressão oblíqua


kM = 1,0 nas demais seções.

daN
My.d
resistência devido
°N<;d T
-
Nd •Yd e = •Xci
'vàplastificaçãoÿ ly-y
A Ix-x
Observações
interessantes OBS.: Nas peças com fibras fc0,d-fc90,d
inclinadas de a > 6o, fc0 d deve ser fca>d = fcod-senÿ + fÿod-cos2»
substituído por fcad, aplicando:

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í
105

402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Verificação da Tensão normal


Na Borda comprimida -> Usar a mais rigorosa das condições:
°k<;d °Mx,d °My,d e °N<;d , onde:
+ 1
fC0.d fC0,d fcO, fcO,d V
kM = 0,7 em seção retangular;
L * w

Só na Flexocompressão oblíqua
kM = 1,0 nas demais seções.
daX Nd e •xci
resistência devido °N<;d - 7 •Yd
A
sÿplastificaçãoÿ
OBS.: Nas peças com fibras fç0,d-fc90.d
inclinadas de a > 6o, fc0 d deve ser fcad =
substituído por fcad, aplicando: fc0,d-Sen2« + fc90,d-COs2a
6 - Verificação da tensão de cisalhamento
_Vx,d-Sx-x r
_%4-Sy-y
rd - V rM + Ty,d - fvo.d , onde: rx,d
b-Ix-x
e
h.1
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

7 - Verificação da Flecha

Uef - +uy,ef - uHm , lembrando que: Uef =Ume+UC =(1+/)U,ime

Existindo vãos diferentes, melhor: Flecha devida Coeficiente de fluência


Ox,ef — 0X| |ím ® Oyef Uy |jm
à fluência (Tabela 20, Página 84)

8 - Conclusão

n Se todas as verificações forem satisfeitas e pelo menos uma delas se


encontrar muito próxima do correspondente valor limite => tem-se a
seção ideal.

n Se todas as verificações forem satisfeitas, mas se encontrarem muito


distantes do correspondente valor limite => a madeira resiste com folga
e pode-se diminuir a seção.

n Se pelo menos uma das verificações não for satisfeitas => a seção não
resiste aos esforços e deve-se aumentar a seção.

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í
106

1 >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exemplo de aplicação 21 -> Um galpão foi construído tendo tesouras


simplesmente apoiadas sobre pilares. As paredes eram formadas por tábuas
pregadas a estes pilares. Verificar se para os pilares pode
ser utilizada madeira de uma folhosa, da classe de
resistência D50, e seção 20 cm x 20 cm, sabendo-se que os
m T esquemas estáticos admitidos, o esquema de fixação das
paredes e os carregamentos, aplicados pela parede e pelas
reações da tesoura, são apresentados nas figuras a seguir.
Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores
Pilar
a 5 kN/m2); madeira usual, não classificada; carregamento
Tábuas de longa duração e classe de umidade 1.
da parede
3,00 m

£
E E
o o
co co
Esquema:
i
Esquema estáticos

í
I
construtivo Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 103)

15950 N 7950 N Observando-se os carregamentos, na


2100 N figura ao lado, percebe-se que as cargas
E verticais causam compressão no pilar e
E a carga horizontal flexão. Portanto, o
:
E E dimensionamento do pilar deve ser feito
8\ E E
O -o o à flexocompressão.
8 .2 8 1 - Determinar: a área da seção
8 transversal (A); os momentos
i=
C0 estáticos (Sx_x e Sy_y), de meia seção;
J/ss/s //£//
c
CD
os momentos de inércia (lx.x e ly_y); e
Seção Seção os raios de giração (ix_x e iy_y). Obter,
~]]200 mm ]j200mm também, as dimensões da seção
transversal (b e h), no centro de
200 200
gravidade, e as distâncias deste às
a) Carga b) Vento bordas comprimida (xc1 e yc1) e
permanente de pressão tracionada (x,2 e ye).

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
107

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

y
§
E
E
C. geométricas
(Anexo 1)

Observa-se, também, que a flexão ocorrerá apenas em


Ver roteiro
(página 103)

CD CN
torno do eixo y-y, ou seja, o problema é de
7D <S> ii flexocompressão simples.
O §> V ro
ro ro X(2 Xd A = a2 => A = 20tf A = 40000 mnr
K ° 200 mm
a3
sx-x = s y-y
sx-x =sy-y 2003 => Sx_x =Sy_y =1000000 min3
8 8
a4 200*
x-x y-y => Ix-x=Iy-y => IX_X=IV_V = 133333333mm4
22 12
200
iX-x = iS-v = —
rr => b-x íy-y => ix_x =iv-y =57,74 mm
Vl2 Ju
b= h = a => b = h = 200 => b = h = 200 mm

Xcl = Xt2 = Ycl = Yt2 = 2 => xci =xt2 =ycl =yt2 = 100 mm
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Determinar: a resistência à compressão paralela às fibras, fc0 d; a


C. da madeira
(Página 44)

resistência à tração paralela às fibras, ft0d (se necessário verificar a


borda fracionada); a resistência ao cisalhamento paralelo às fibras,
fvod; os módulos de elasticidades efetivo, Ec0ef, e de cálculo, Ec0d,
ambos à compressão paralela às fibras.

fc0d = 17,50 MPa

ft0d = 17,50 MPa

Dicotiledônea, classe D50 -> ( fv0d = 1,91 MPa

Ec0.ef = 10780 MPa

Ec0d =5390 MPa


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í
108

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 -Obter os esforços de cálculo (Nd, Vxd, Vyd, Mxd e Myd) e as flechas de


serviço (uxime e uwme, que correspondem a uxd utl e uyAuti).
Ver roteiro
(página 103)

a) Valores característicos
> Carga permanente
I
V-1 g
15950 N

15950 N Ng = 18150 N
$i E 1-1 T
N (N)
S
V (N) M (N.mm)
M
E
<J>
CO
VM = X,=°N
15950 N ~ E
E
E 5>{ O
£
z
o
' o
o
Mj. g = My g = 0 N.mm
O E CO
O
SN E
O TO

8 LUE 2 u*lg = Uy.g = 0 mm


//////

VÍ2 15950+0,90.3000 = 18150

Sem flexão => sem flechas (Eld2v/dx2=-M)


M Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
%
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Vento de pressão


Diagramas de
E. S. (Anexo 2)

l
7950 N

2100 N o
7950 N Nq = 7950 N
2100 N N (N) V (N) M (N.mm)
+1 S O

M CT>
s Yi,q = 0 N
7950 N E
E
2100 N o
o
© © Vyq=2100 N
o
n
E o = 0 N.mm
E TO q
O
E .2
s LU //////

.2 •y 2100.3000 = 6300000 My. q = 63 00000N.mm


V
L3
*0*
-y Flexão apenas em torno do eixo y-y ux q = 0 mm

PI3 2100.3000’
Uy,q => lVq = => u = 13.15 mm
3.10780.133333333
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í
109

402 0459 5- Estruturas de Madeira C. Última Normal


(Página 25)

b) Valores de cálculo
4- Compressão

> Estados Limites Últimos (Nd)


Esforços solicitantes, como a força normal, podem causar a
ruptura de seções e, portanto, estados limites últimos. Estes
estados, nos carregamentos de longa duração, são verificados
com a Combinação Última Normal, aplicando-a obtém-se:

Nd = l,4.Ng + l,4.Nq.0,75 =>Nd = 1,4.18150+1,4.79500,75 => Nd=33758N


\
Carregamento considerado em conjunto (carga permanente = telhas e madeira)

lFlexão em torno do eixo x-x


No caso só existe flexão em torno do eixo y-y, portanto:

> Estados Limites Últimos (Mxd e Vxd)


VXsd =0 N e M* d = 0 N.mrn

í
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402 0459 5- Estruturas de Madeira C. Última Normal


(Página 25)

> Estados Limites de serviço (uxdjUtj)


Ux,diUtí = 0 mm ou Ujjne = 0 mm

lFlexão em torno do eixo y-y

> Estados Limites Últimos (Myd e Vyd)


Esforços solicitantes, como a momento fletor e força cortante, podem
causar a ruptura de seções e, portanto, estados limites últimos. Estes
estados, nos carregamentos de longa duração, são verificados com a
Combinação Última Normal, aplicando-a obtém-se:

Myj = 1,4-My g + l,4.My q.0,75 =>Myid = 1,4.0+1,4.63000000,75=» =6615000N.mm

Vy d = 1,4.Vyg +1,4.Vyq.0,75 => Vy d = 1,4.0 +1,4.2100.0,75 Vy d = 2205 N


> Estados Limites de serviço (uyd Lítj)
Deslocamentos (flechas) excessivos podem causar a perda de
funcionalidade da construção, portanto, estados limites de serviço
(utilização). _ --
~ --; — - ---
(—
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
110

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira C. Quase Permanente


(página 29)
Estados limites de serviço (utilização) são verificados com combinações
de serviço. Nos carregamentos de longa duração usa-se a Combinação
Ver roteiro
(página 103)

Quase Permanente (de serviço), aplicando-a obtém-se:

UyÀuti = Uy,g +V/2-Uy,q li,.*,* =0+0.13,15 => Uy,d,uti = 0 mm

ou uv ime =0 mm
4 - Verificação da estabilidade (roteiro da NBR 7190, da ABNT (2012)).
a) Determinar comprimentos de flambagem (L0x e L0y) e índices de
esbeltezes (A* e Ay).

Tabela 17 - KE
L0x = KE ,LX => L0 x = 2,10.3000 => L0 x = 6300 mm
(página 61)
L0y = KE.Ly => L0y = 2,10.3000 => |L0 y = 63OO mm
6300
\ = 57,74 => A =109,1
*x-x
Lo JL- =
6300
=> K = 109,1
1Y-Y 57.74
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í
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 103)

b) Obter as esbeltezes relativas (A,re! x e A,reiy).

\
K.x 71_ í Ec0,k
~ "ÿtel,x _ I
• => 4el,x =
109,1 17,50
n 5390
=> Aeu = l,98
V * V Ec0.d
_ jW => KL y — ÒL I Vy- —
109,1 17,50
=> Vyÿ1’98
Ael,y 5390
71 LcO,k 71

Note que:
fc0,k/Ec0,k = fcoVÿco.d

c) Obter os coeficientes kx e ky.

kx = 0,5.[l + A-fôeu - 0,3)+ {Kj. Y ] => kx=0,5.[l + 0,2.(1,98-0,3) + (l,98)2]=> |kx =2,63
ky = 0,5.[l + Pc(K,y 0,3)+ (V j] => ky = 0,5.[l + 0,2.(l,98-0,3)+(l,98)2]=>
~
|ky =2,63
Madeira serrada, limitando 0 alinhamento no centro do vão em => A = °,2
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t
111

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Obter os coeficientes kcx e kcy.


Ver roteiro
(página 103)

1 1
kcx = =* kcx = => kcx = 0.23
K+ faJ 2.63 + - (l.98)2
1 1
kcy = => kcy = 0.23
ky + V(ky f ~
Urel.y)2 2.63 + A/(2;63 f — (1.98 y2

e) Verificar a estabilidade -> Usar a mais rigorosa das condições:

°Ncd QNM ,L
|
I<1 e <1 , onde:
kcx-fcO.d kcyfc0,d V írO fcO,d

kM = 0,7 em seção retangular;


kM = 1,0 nas demais seções. Só na Flexocompressão oblíqua

Nd
°Ncd A
. °Mx,d e O'My.d
IV_y
No caso, flexocompressão simples em torno do eixo y-y, a mais rigorosa
das condições será:
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i
402 0459 5- Estruturas de Madeira

| <1 , onde:
Nd
, e 3-•XC1
kcyfc0,d í:0,d A ly—y

Portanto:

Nd 33758
°Nc,d A
=> °Nç,d => o-y-cd = a85 MPa
A 40000

My,d 6615000

Iy-y CTMvd ~ 100 =>
o-Mvd = 4.96 MPa
133333333

0.85 496
<1 =» < 1 ==“ 0,21+0,28< 1 H0-49ÿ1 - 0K!
kyyÿcO.d fc0,d 0,23.17.50 17,50

O pilar não perde estabilidade

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í
112

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 - Verificação da Tensão normal


Ver roteiro
(página 103

Na Borda comprimida -> Usar a mais rigorosa das condições:


,2
°k<;d °Mx,d
I<1 e aMx,d\ , °My,d , onde:
+
í:0,d v
'

A. fc0,d -'fc, fcO.d


kM = 0,7 em seção retangular;
7
Só na Flexocompressão oblíqua
kM = 1,0 nas demais seções.
Nd M,y.d
°ÍM - .
A
e = •Xci
No caso, flexocompressão simples em torno do eixo y-y, a mais rigorosa
das condições será:
.2
Nd M.y,d
°N<;d 0My,d °My,d -Xcl
+ <1 , onde: °Nc,d ~
A
e
ly-:
Ç:0,d í:0,d
Portanto:
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i
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

_ Nd
A
A
=> _ 33758
40000
Ver roteiro
(página 103)

= 0,85 MPa

My,d 6615000
~ =*
‘V.d = 133333333100 => crMyd=4,96 MPa
Iy-y
,2 2
aN<;d 0.85 4,96
+ <1 =>| - 1=> 0,0023+0,2834< 1 =* |0,286<l| ... OKI
fC0,d 17,50, 17,50

OBS.: As expressões para verificação de estabilidade são mais rigorosas


que as de verificação de resistência. Assim, só faz sentido verificar a
resistência se Xre)>x<0,3 e Arely<0,3 (não ocorrerá instabilidade), ou se for
necessário verificar a borda tracionada (xc1 xÿ ou yc1 yÿ).
* *
6 - Verificação da tensão de cisalhamento
VM-S,-» -Ai'S y-y
n = TÍAÃJ £ fv»,d .°nde: Ti,d e
® r14 “
b.Ix-x h.1y-y
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í
113

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Portanto:
Ver roteiro
(página 103)

Yc,d-Sx-x 0.1000000
rx,d = =>
rx.d = 100.133333333 => rx d = 0 MPa
bIX-X
Vy.dH.S?-y 2205.1000000
ry,d = =>
V= 100.133333333 => ry d = 0.17 MPa
h.Ivy—y

*"d Vpid + — fv0,d rd = ry d < fv0 d => 017 MPa < 1,91 MPa ... OK!
0

7 - Verificação da Flecha Coeficiente de fluência ud uti


(Tabela 20, Página 84)

Uef - Vux,ef +uy,ef - llKm , lembrando que: Uef =Uime+Uc=(l+»Uime


\
Em x e y
Portanto:
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í
402 0459 5- Estruturas de Madeira Tabela 20 <(> - U|im Ver roteiro
(Página 84) (Página 84) (página 103)

Ux.ef = (1+mxjme => uxef = (1+ 0,8).0 => Ux,ef = 0 mm

Uy,ef = 0 + 0K,im< uy ef = (1+ 0.8 ).0 => uyef = 0 mm

i 3000
Nos balanços -> uto = —L
150
=> uta =
150
=> UHm = 20 mm

Uef => Uef = 0 0 mm <20 mm ... OK!


0 0

8 - Conclusão

Todas as verificações foram satisfeitas, portanto,


o pilar pode ter seção 20 cm x 20 cm e ser construído com
—— __rnadeira da classe de resistência D50.__
——
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í
114

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

e) Estabilidade lateral de vigas


A zona comprimida de uma viga fletida pode sofrer um fenômeno
parecido com a flambagem, ou seja, se a tensão atuante na borda
comprimida for elevada, a viga pode perder estabilidade lateral.

Movimento da seção
V
// Deslocamento
da zona comprimida poi
perda de estabilidade
fjrfrrn \.lateral da vigaÿ/

A verificação, quanto a estabilidade lateral, deve fazer parte de todo


problema de flexão, a exceção dos que garantem a estabilidade
lateral de maneira construtiva.
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í
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Os problemas de estabilidade são indeterminados na teoria linear


de primeira ordem, por isso os autores de NBR 7190, da ABNT
(2012), estabeleceram um roteiro para verificação da estabilidade
lateral, que admite uma viga cujas extremidades tem a rotação
impedida e com travamentos de distancia não maior queÿ-,.

Rotação das extremidades


impedidas pelos apoios 3
Dimensões
SET
a Í2<k
da seção

k k
A '
Ê3 h
r
h Maior distancia
Í2<k i entre travamentos

b Notação utilizada

-h
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ti
115

402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Roteiro - Estabilidade lateral de vigas


1 - Obter as dimensões da seção transversal (b e h) e o maior
espaçamento entre as barras de travamento (£-,).
2 - Determinar as propriedades de cálculo da madeira
utilizada, no caso: o módulo de elasticidade efetivo (Eÿf)
e a resistência à compressão paralela às fibras (fco.d)-
3 - Obter o coeficiente (3M, função da relação h/b, dado a seguir.

Tabela 21 - Coeficiente de correção, pM

h/b 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
PM 6,0 8,8 12,3 15,9 19,5 23,1 26,7 30,3 34,0 37,6

h/b 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

PM 41,2 44,8 48,5 52,1 55,8 59,4 63,0 66,7 70,3 74,0
OBS.: Valores intermediários podem ser obtidos por interpolação linear.
Na prática, utiliza-se o valor tabelado (de pM) imediatamente superior,
trabalhando-se a favor da segurança .

í
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 - Verificar a estabilidade lateral da viga.

íi< Ecoef
a) Se então: a viga não perde estabilidade lateral
b Pu fcO.d
Eçp.ef
b) Se > e a tensão normal foi verificada, então:
b Pu -fc0,d
b.1) Recupere (e verifique) o valor da tensão normal máxima na
borda comprimida.

crcl d = I .ycl < fc0 d (do problema de flexão)

b.2) Obtenha o valor limite dessa tensão para que não ocorra
perda de estabilidade lateral:

EçO.ef
=
V A.
i
í
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116

« 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b.3) Verifique a estabilidade lateral

n Se — °lim
EçO.ef
f
então:
A viga não perde
estabilidade lateral

A viga perde estabilidade


lateral deve-se aumentar
_ a seção da viga (b), ou
H Se <Tcl.d > então: aumentar o número de
f
pontos contraventados,
diminuindo o valor de
Neste caso o problema
precisará ser refeito.

> Dica -> Para definir a necessidade de contraventamentos laterais


é usual avaliar, sucessivamente, as seguintes hipóteses: 1) Não é
necessário contraventar 2) Um contraventamento no
centro (ÿ1=ÿ/2); 3) Um contraventamento a cada terço da viga
(£\=ÍIZ) etc..

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í
« 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 22 -> Seja a viga: simplesmente apoiada, com


4,00 m de vão; seção 6 cm x 16 cm; um carregamento permanente,
uniformemente distribuído em toda a extensão da viga, de 400 N/m; e um
carregamento acidental móvel (variável), concentrado, de 1000 N (homem
caminhando). Onde devem ser colocados contraventamentos laterais,
para evitar a perda de estabilidade lateral dessa viga? Considere:
edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira é uma
folhosa, usual e não classificada, da classe de resistência D30;
carregamento de longa duração e classe de umidade 1.

-
1000N (variável homem caminhando)
var. 0,40N/mm (permanente)

160mm Esquema estático

4000mm
m Seção
-
— do problema de
flexão

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117

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Sendo o interesse obter a posição dos contraventamentos
Ver roteiro
(página 115)

laterais, deve-se avaliar, sucessivamente, as hipóteses: 1) Sem


contraventamento {£\=£)\ 2) Um contraventamento no centro
{£ÿ<=£12); 3) Um contraventamento a cada terço da viga {£<=£IZ)
etc..
n Hipótese 1 - Sem contraventamento
1 - Obter as dimensões da seção transversal (b e h) e o maior
espaçamento entre as barras de travamento {£<).
Hipótese
b = 60mm, h = 160mm e £,í =£ => £.= 4000 mm
2 - Determinar as propriedades de cálculo da madeira
utilizada, no caso: o módulo de elasticidade efetivo (Ec0ef)
C. da madeira e a resistência à compressão paralela às fibras (fc0d).
(Página 44)
Ec0ef = 7105 MPa
Dicotiledônea, classe D30 ->
fc0d= 10,50 MPa
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i
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 115)

3 - Obter o coeficiente (3M, função da relação h/b, dado a seguir.


Tabela 21 - pM
Página 115 h _ 160
“ — = 2.67 => Da tabela 21ÿ A, =123
b 60 b
4 - Verificar a estabilidade lateral da viga.
L 4000
e
= 66.67
¥““60“ b í Eco,ef
21 >
Eco,ef 7105
=>
Ecoef =55,01
b Al -IcO.d
A4,,d 123.10,50 Al-lcO.d
L
Como deve-se retornar ao problema de flexão
b A1-fcO.d
b.1) Recupere (e verifique) o valor da tensão normal
máxima na borda comprimida.
A partir do problema de flexão simples reta, obtém-se:

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i
118

í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Seção
i=u=
b.h3
=> i=
60.1603 => 1 = 20.480.000 mm4
x x 160mm 12 12
h 160
Yci = => ycl = 80 mm
;y 2
m p.f; 0,40.400tf => Mg = 800.000 N.mm
Carga permanente Mg = => Mg =
0,40N/mm 8 8
PX 1000.4000
Mq = — =» M = => Mq = 1.000.000 N.mm
4 4
JF 4000mm
1
d Md = l,4.Mg +l,4.Mq => Md = 1,4.800000+1,4.1000000 =>
Carga variável Md = 2.660.000 N.mm
Posição crítica da carga móvel
(homem caminhando) 2660000 =10-39 MPa
CTcLd =—IT’-Ycl =* CTcl,d = 20480000 80 =>
I
1000N

Verifica a tensão

JF 2000
=3. C7dd =10,39 MPa<fc0d =10,50 MPa => de flexão

+ 2000 d Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


4000mm
H

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b.2) Obtenha o valor limite dessa tensão (C|im) para que não ocorra
perda de estabilidade lateral:
Ver roteiro
(página 115)

cO.ef 7105
akn ~ 0jfcn = 8,66 MPa
66.67.12,3
>1

b.3) Verifique a estabilidade lateral

>
<Tcl d = 10.39 MPae <7ÿ = 8,66 MPa

A viga perde estabilidade


lateral deve-se aumentar a
seção da viga (b), ou
Sendo > °Km então:
aumentar o número de
pontos contraventados,
diminuindo o valor de e
refazer o problema.

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í
119

« 402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Hipótese 2 - Um contraventamento no centro


Essa nova hipótese altera somente o valor de £•, (íÿ=í!2). Esta
alteração muda a resolução anterior no passo 1 (valor de £:) e
depois, já nas verificações, no passo 4 (valores de tÿb e CTHm).
Assim, o cálculo fica reduzido a:

Hipótese
l, - 2000 mm
i,í=en => A =4000/2 =>

lx _ 2000 e
— = 33.33 , como
Eço.ef _ 55,01 A Eco,ef
¥"60 b A¥c0,d k AffcO.d
A viga, sob essa hipótese, não perde estabilidade lateral ]<P
H Conclusão

--- --- %
Para evitar a perda de
estabilidade lateral, da viga em questão, deve-se colocar
-*
- ip travamento lateral no centr<ÿ_____—- -
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402 0459 5- Estruturas de Madeira

Finalizar
f) Exercícios propostos

> Exercício proposto 31 -> Calcular a carga nominal


permanente máxima (pgk), uniformemente distribuída,
que poderá ser aplicada a uma viga caixão,
simplesmente apoiada, com 4,00 m de vão, ®I EJ
solidarizada por pregos comerciais, n° 21 X 33, que o
possuem diâmetro de 4,9 mm e estão espaçados, T°
longitudinalmente, entre si de 20 cm. Sabe-se que não I -r-:' «í I
existe carga variável e que a seção da viga é a 11 cm
h H
esquematizada na figura ao lado. Considere: edificação
do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira de uma
folhosa, usual e não classificada, da classe de resistência D30;
carregamento de longa duração e classe de umidade 1.

> Exercício proposto 32 -> Se a viga, do exercício proposto 31, tiver


uma carga permanente de 3 N/mm, uniformemente distribuída, qual a
máxima carga variável, oriunda de uma talha, concentrada e aplicada
no meio do vão, que pode ocorrer?
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
120

402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 33 -> Verificar se uma viga, simplesmente


apoiada, de seção 6 cm x 16 cm, e 4,00 m de vão, é suficiente para
resistir a um carregamento permanente, uniformemente distribuído em
toda a extensão da viga, de 450 N/m e um carregamento acidental
móvel (variável), concentrado, de 1000 N (homem caminhando).
Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a
5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não classificada, da classe
de resistência D40; carregamento de longa duração e classe de
umidade 1.

y Exercício proposto 34 -> Em uma viga simplesmente apoiada, de


seção 6 cm x 16 cm, com 2,00 m de vão, é aplicado um
carregamento uniformemente distribuído, vertical, de 5000 N/m e uma
carga concentrada axial, de compressão, no apoio móvel, passando
pelo centro de gravidade da viga, de 10000 N. Sabendo-se que o
carregamento é considerado permanente (não existe carga variável), a
viga suporta o carregamento?. Considere: edificação do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira de folhosa, usual e não
classificada, da classe de resistência D60; carregamento de longa
duração e classe de umidade 1.

í
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402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 35 -> Qual a melhor seção, retangular, comercial,


de largura 6 cm, para solução do exercício proposto 33?

y Exercício proposto 36 ->Qual a melhor seção, retangular, comercial,


de largura 6 cm, para solução do exercício proposto 34?

> Exercício proposto 37 -> Em uma viga simplesmente apoiada, de


seção 6 cm x 16 cm e 2,00 m de vão, é aplicado um carregamento
uniformemente distribuído, vertical, de 5000 N/m e uma carga
concentrada axial, de compressão, no apoio móvel, passando pelo
centro de gravidade da viga, de 10000 N. Sabendo-se que o
carregamento é considerado permanente (não existe carga variável), a
viga suporta o carregamento? Considere: edificação do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não
classificada, da classe de resistência D50; carregamento de longa
duração e classe de umidade 1.

y Exercício proposto 38 ->Qual a melhor seção, retangular, comercial,


de largura 6 cm, para solução do exercício proposto 37?

í
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121

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 39 -> Uma viga simplesmente apoiada, de seção


6 cm x 16 cm e 1,50 m de vão, tem dois furos na seção central, com
1,50 cm de diâmetro cada. Esta viga foi submetida a um carregamento
composto por uma carga concentrada, vertical, aplicada no centro do
vão, de 1500 N e uma carga concentrada, axial, de tração, aplicada no
apoio móvel e passando pelo centro de gravidade da seção, de
35000 N. Sabendo-se que o carregamento é considerado permanente
(não existe carga variável), a viga suportará o carregamento?
Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a
5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não classificada, da classe
de resistência D60; carregamento de longa duração e classe de
umidade 1.

> Exercício proposto 40 -> Qual a melhor seção, retangular, comercial,


de largura 6 cm, para solução do exercício proposto 39?

í
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í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 41 -> Verificar se a viga simplesmente engastada,


de seção 10 cm x 30 cm e 1,50 m de vão, com o carregamento
indicado na figura abaixo, perde estabilidade lateral. Caso afirmativo,
onde deve(m) ser colocado(s) contraventamento(s)? Considere:
edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira
de uma folhosa, usual e não classificada, da classe de resistência D40;
carregamento de longa duração e classe de umidade 1.

5 N/mm - Carga permanente Seção

E
o
s
10000 N - Carga variável (talha
[ para erguer motores)

1,50 m 10 cm

í
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122

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

8. Ligações
Em geral os pontos mais fracos de uma estrutura de madeira são suas
ligações. Assim é muito importante o conhecimento adequado do
cálculo e dos esquemas construtivos utilizados nas ligações. Para se
evitar a introdução de esforços secundários, a ligação deve ser
Isimétrica] em relação ao plano médio da estrutura e, se possível, a
disposição dos elementos de ligação deve ser|centrada|
a) Tipos de ligações Cola
Parafusos Pregos P P
Força de
compressão
P 1
$
p IP

UUi
L
P.cos &QI X
R
Dentes e entalhes
* ®\® '
\ Área
PI2\ |P/2 p colada
.igações por I j !P/2
P/2 ]p P/2Í ÍP/2 |p
contato .igações por
' Ligações por penetração aderência
Resultante

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Ligações práticas (sem modelo de cálculo)


Algumas ligações utilizadas em estruturas de madeira não têm modelo de
cálculo definido, entretanto têm sido utilizadas por carpinteiros sem
apresentarem problemas para as estruturas e por isso tiveram sua
aplicação difundida.

Terça
Prego
\Terça :
Parafuso com
porcas e arruelas
Tesoura Tesoura Tesoura
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Cobrejunta Terça Terça Cobrejunta Apoio para


-h-
O / o o
O ? a Terça
Prego. Apoio para Terça
a Terça 1— ¥/ Ti
Prego Recorte na I IV
cobrejunta Prego U Cobrejunta
Tesoura Tesoura lesoura

Vista lateral Vista frontal Vista superior


Modelo 4
Ligações típicas para
emenda de terças
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í
123

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

modelo de cálculo, da ligação apresentada abaixo, não é definido para vigas


fletidas, embora para as peças tracionadas, segundo a NBR 7190, da ABNT
(1997), pode-se admitir 85% da resistência da peça maciça. A atual NBR 7190,
da ABNT (2012), é omissa a respeito.

b OBS.: As vezes a inclinação


da cunha é proibitiva.
L 1 <3> 10.b

Ligação colada em viga maciça fletida ou tracionada

Embora a atual NBR 7190, da ABNT (2012), seja omissa a respeito, a emenda de
uma das lâminas (tábua) de uma peça de MLC, pode ser feita de três diferentes
maneiras e, segundo a NBR 7190, da ABNT (1997), pode-se admitir uma redução
da seção resistente da lâmina, em função do tipo de emenda, dada por:

Aied=arAef { Emenda por entalhes múltiplos ("finger joints")


Emendas em cunha (inclinação 1:10)
Emendas de topo
ar= 0,90
ar= 0,85 curvatura
-> ar= 0,00 \
OBS.: O calculo da MLC é igual ao da madeira maciça, mas => Kmod3jÿ.Ce Ce C t
a atual NBR 7190, da ABNT(2012), altera sua resistência, ]_
conforme as características da peça, por meio do entalhe temperatura

! 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Emenda por entalhes múltiplos


/ (“fingerjoints”) Cola

/Ferramenta/
para execução
dos entalhesy
Emenda em cunha
múltiplos
/(inclinação >1:10) Cola

*>10.t
Emenda de topo Cola
Ligação
entre as tábuas de
uma peça de madeira
laminada fletida ou/
\ÿtracionada

Tábua extra para compensar


a emenda longitudinal
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í
124

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Ligações pregadas
De maneira geral, o cálculo de uma ligação pregada, segundo a NBR 7190
da ABNT (2012), pode ser feito segundo o seguinte roteiro:
> Roteiro - Ligações pregadas
1 - Identificar, adotando se necessário, as espessuras das peças da
ligação e através delas a espessura convencional “t” (ver figura
abaixo). Identificar, ou escolher, o prego a ser utilizado (ver tabela 22,
a seguir) e em consequência o diâmetro do prego “d” (para uso
estrutural 3 mm < d < t / 5).
OBS.: Deve existir pré-furação (dfuro < d). A penetração mínima do
prego deve ser 12.d, desde que inferior a espessura da peça.
(t4< t2)
Corte simples
% (t4=t2) 1(t4<t3)ÿ
-r-'U
-V
'V-I-
'Ih (U - t3)\J|ÿ
-V
Vr-

,d L Í4I
t
*4
li h •V *2 . Lft
*1 h. l2
íilJi
*v
(t4 =t3)
t é o menor l_*2 t é o menor t é o menor
valor entre valor entre t é o menor
valor entre |Kt é o menor
ti e t2 f
t,e U
(t4>12.d) % ir U e t2/2 valor entre
t2/2 e t4
(t4>12.d)
’I valor entre
ti,t2/2et3
Espessura convencional “t”

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 22 - Pregos comerciais


Características do pregoPregos Características do prego Pregos
Por por
Número Diâmetro Comprimento Número Diâmetro Comprimento
pacote pacote
Comercial d (mm) í (mm) Comercial d (mm) i(mm)
de 1 kg de 1 kg
12 x 12 1,6* 22 1970 20x30 4,4 69 99
13x15 2,0* 28 1430 20x36 4,4 83 91
14x 18 2,2* 36 895 20x42 4.4 96 76
15x18 2,4* 36 685 21 x 33 4,9 76 80
16 x 18 2,7* 36 520 21 x36 4,9 83 70
17x21 3,0 48 305 21 x45 4,9 103 56
17x24 3,0 55 285 22x36 5,4 83 63
17x27 3,0 62 226 22x42 5,4 96 51
18x24 3,4 55 211 22x45 5,4 103 49
18x27 3,4 62 187 22x48 5,4 110 45
18x30 3,4 69 175 22 x 54 5,4 124 34
19x27 3,9 62 152 24x48 6,4 110 34
19x30 3,9 69 133 24 x 60 6,4 138 27
19x33 3,9 76 122 25 x 60 7,6 138 24
19x36 3,9 83 109 25x72 7,6 165 16
* Não são utilizados em estruturas de madeira 26x84 7,8 190 14
125

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 -Obter a resistência de cálculo de embutimento (fÿd), da


madeira utilizada, na direção definida pelo ângulo a, entre a
direção do esforço e das fibras da madeira.
Tabela 23, abaixo

’ fe90,d'ÿe ®

'ÿe90:d Redefinido em relação


fen.d _ ao fe90d apresentado na
feod-seiror + fj90,d‘ cos a tabela 16 (página 44)

Tabela 23 - Valores do coeficiente ae para pinos (pregos, parafusos etc.)


Diâmetro P°l- 1/4” 3/8” 1/2" 5/8” 3/4" 7/8” 1” VÁ” VÁ” 13/4” 2” 3”
do pino cm á0,64* 0,95 1,27 1,59 1,91 2,22 2,54 3,18 3,81 4,45 5,08 £7,62

Coeficiente ae 2,50 1,95 1,68 1,52 1,41 1,33 1,27 1,19 1,14 1,10 1,07 1,00
* Só é válido para pregos
OBS.: Para valores intermediários recomenda-se utilizar, a favor da segurança, o
valor tabelado imediatamente inferior.
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i
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 - Obter o valor de cálculo da resistência de um prego a corte


simples, segundo o seguinte roteiro:
a) Obter o parâmetro, p , e seu valor limite, /3|lm , dados por:

t
e
fyd , na qual: fyd 600 MPa
A.=U5,
fea.d
Para pregos

b) Obter o valor de cálculo da resistência de um prego a


corte simples (Rvd1), por:
E o estado
limite último será
n Se RV(U=0,50.t.d.fead o embutimento
na madeira,/

d2 E o estado
n Se P> pÿ=> Rvdsl = 0,625 . •fyd limite último será a
Am lexão do prego

fvd > 600 MPa


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í
126

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 -Obter o valor de cálculo da resistência total de um prego


(Rvd), pela soma da resistência nos diversos cortes simples
(Rÿ 1) em que o prego atua. -
Número de cortes
R,d = n„.R vd I simples em um prego
Rvd -d,li
i=l

5 - Obter o número de pregos necessários na ligação (np).

npÿ Id Valor de cálculo do esforço a


ser transmitido pela ligação
Rvd
OBS.: 1) Emendas são consideradas duas ligações; 2) Usar
no mínimo 2 pregos por ligação; 3) Usar no máximo 8 pregos
por linha.
6 - Obter o número de pregos em cada face da ligação (npface).

np
Hp.face — Número de faces da ligação
nfaces

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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

7 -Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos


(figura abaixo), com todos os detalhes necessários à sua
compreensão (detalhamento).
I /
~T~ 1.5.d
/z. /
~f~1.5.d
~t~T T~l =1=1,5.d n.d n.d
n.d|n.d 4.d
1 =J 4.d 4.d

1,S.d 3.dj 1,5.d

Uii 1,5.d
/
-T t
in.din.di 7.d
3.d
1,5.d t
Pregos, cavilhas e
Hl, 4.d
n.d
4.d
parafusos ajustados
X 7/7ÿ
n.d 1,5.d
n= 6 ;i,5.d
Parafusos 7.d
n= 4
1,5.di i3.d 1,S.d

c
spaçamentos mínimos de pinos
(pregos, parafusos etc.)
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i
127

1 >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exemplo de aplicação 23 -> Dimensionar uma emenda pregada, em uma


barra de seção 6 cm x 12 cm. A barra é submetida a um esforço de cálculo
de 11200 N de tração (figura abaixo). Considere: edificação do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira é uma folhosa, usual e não
classificada, da classe de resistência D40; carregamento de longa duração e
classe de umidade 1.

Face
\\
Nd= 11.200 N Nd = 11.200 N E
l o
CN
U
v
6
Face
Nd= 11.200 N Nd= 11.200 N

* Face
I

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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 124)

1 - Identificar, adotando se necessário, as espessuras das


peças da ligação e através delas a espessura convencional
“t” . Identificar, ou escolher, o prego a ser utilizado e em
consequência o diâmetro do prego “d”.
Escolha det -> As 2 cobrejuntas devem transmitir a carga total => Devem
ter a área total pelo menos igual a da peça central =>
Definição de t Adotam-se 2 peças de seção 3 cm x 12 cm.
dprego — 3 mm
Página 124
Largura da cobrejunta ou
metade da largura da barra->
t = 3 cm = 30 mm
t = menor entre => t = 30 mm
Penetração* do prego
na peça central -> Mínimo = 12.d > 36 mm
Escolha do prego ->
Devem ser escolhidos o comprimento (£) e o diâmetro
do prego (d)
Se a corte simples ->£ = tcobrejunta+penetração* => C> 30 + 36 => t > 66 mm
Se a corte duploÿí > 2.tcobrejunta+bpeça centrai =>c* 2.30 + 60ÿ £ >120 mm

* Penetração mínima de 12.d


i
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128

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

(. > 30+12. d
Adotando ligação à corte simples (prego não “vara" a peça
central), tem-se:
Ver roteiro
(página 124)

í > 66 mm e 3 mm < d < — =>3 mm < d < — => 3 mm < d < 6 mm


5 5
T. de Pregos
(página 124) Assim, adota-se o Prego n° 20 x 36 => d - 4.4 mm e t = 83 mm

2 -Obter a resistência de cálculo de embutimento (fÿ), da madeira


C. da madeira utilizada, na
direção definida pelo ângulo a, entre a direção do
(página 44) esforço e das fibras da madeira.
Dicotiledônea classe C 40 -> fe0 d = 14,00 MPa e fe90 d = 3,50 MPa
-
Tabela 23 ae
(página 126) fe9o,d = fe9o,d => Cd = 3,50.2,50 => fe*90d = 8.75 MPa
Observa-se, do esquema da ligação, que esforço é aplicado
paralelamente as fibras, portanto, a = 0o. Portanto:

feO.d'C90,d 14,00.8,75
fea.d - =>
feo.d-sen'a + f*90, d' cos' a 14,00.sen:0 + 8,75.cos2 0
fea,d=feO,d=14ÿ0 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 124)

3 -Obter o valor de cálculo da resistência de um prego a corte simples,


segundo o seguinte roteiro:
a) Obter o parâmetro, p , e seu valor limite, pm , dados por:
t 30
4,4
=> P = 6,82

/L =1,25. f,
a.à
A. J-14,00
600
An =8,!8
Pr egos -> fyd > 600 MPa

b) Obter o valor de cálculo da resistência de um prego a corte simples


(Rvd.i), por:
f E o estado \
limite último será
n Como p<pÿ Rvd,i = 0,50.t.d.fead o embutimento
na madeira,/

Rvd,i = 0,50.t.d.fead => Rvdl =0,50.30.4,4.14,00 => Rvdl=924 N


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k
129

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 - Obter o valor de cálculo da resistência total de um prego (Rvd), pela


soma da resistência nos diversos cortes simples (Rvd1) em que o
Ver roteiro
(página 124)

prego atua.
Foi adotado corte simples do prego (passo 1) :=> ncs = 1
Rvd _ncs-Rvd,l => Rvd =1-924 => Rvd = 924 N

5 - Obter o número de pregos necessários na ligação (np).


11200
=> np > 12,12 => np = 14 pregos
nPÿ
Ryd '*-924-
OBS.: 1) Lembrar que uma emenda são duas ligações; 2) Para
garantir simetria da ligação é usual “arredondar” np para um múltiplo
do número de faces.
6 - Obter o número de pregos em cada face da ligação (npface).

"P 14
— => np,face=7 Pre§os
rÿp.face
* Hfaces => np,face —
2
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i
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Espaçamentos
7 - Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos
(figura abaixo), com todos os detalhes necessários à sua
Ver roteiro
(página 124)

(página 126) compreensão (detalhamento).


Na direção normal às fibras
Das arestas -> 1,5.d = 1,5.4,4 = 6,6 mm => pode-se adotar 10 mm = 1 cm
Entre pregos -> 3.d = 3.4,4 = 13,2 mm => pode-se adotar 50 mm = 5 cm
Na direção paralela às fibras
Da aresta interrompida -> 7.d = 7.4,4 = 30,8 mm => adota-se 40 mm = 4 cm
Entre pregos -> 6.d = 6.4,4 EE 26,4 mm => pode-se adotar 30 mm = 3 cm
Assim, a emenda pode ser detalhada como se apresenta na figura abaixo:
.4, 3. 3. 4. 4. 3. 3. 4.
Nd= 11.200 N 6 l JNd= 11.200 N £
o
rg
6 1
\
Prego n°20 x 36 363
28 cm
Nd= 11.200 N Nd= 11.200 N
i
130

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Ligações parafusadas
Segundo a NBR 7190, da ABNT (2012), o cálculo de uma ligação
parafusada pode ser feito usando o seguinte roteiro:

> Roteiro - Ligações parafusadas


1 - Identificar, adotando se necessário, as espessuras das peças da
ligação e através delas a espessura convencional “f” (ver figura
abaixo). Identificar, ou escolher, o parafuso (ver tabela 24) e em
consequência o diâmetro do parafuso “d” (para uso estrutural
9,5 mm <d <t/2).
>J[ÿ | Corte simples 1
£ 3 É ] /Espessura
E h *2
—Lt—1
M
*3 convencional
“t”
té o menor
t é o menor
valor entre
.. valor entre

ti et2 % if t-|, t2/2 e tj

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Tabela 24 - Diâmetros de parafusos comerciais, d


Pol. 1/4”* 3/8” 1/2" 5/8” 3/4" 7/8” 1” 11/2”
d cm 0,64 0,95 1,27 1,59 1,91 2,22 2,54 3,18
mm 6,4 9,5 12,7 15,9 19,1 22,2 25,4 31,8
* Não devem ser utilizados em estruturas de madeira.

2 -Obter a resistência de cálculo de embutimento (fÿd), da madeira


utilizada, na direção definida pelo ângulo a, entre a direção do esforço
e das fibras da madeira. -
Tabela 23, página 125

Cd = Cd - CM => Co,d ~ Ê

Redefinido em relação ao fe90d


Cd'Co.d
Cd - apresentado na Tabela 16 (página 44)
Cdsen2or + fCd- cos2 a
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131

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 -Obter o valor de cálculo da resistência de um parafuso a corte


simples, segundo o roteiro:
a) Obter o parâmetro, p , e seu valor limite, , dados por:

t
e fvd , na qual: fyd
/L=1,25,M MPa
fea.d
Para parafusos

b) Obter o valor de cálculo da resistência de um parafuso a corte


simples (Rvd1), por:
'
E o estado \
limite último será
H Se p<pÿ Rvd,i = 0,50.t.d.fead o embutimento
na madeira.

E o estado
d2
H Se p>PbD => Rvd.i = 0,625 . •fvd limite último será
Am / o de flexão do
parafuso
fvd > 250 MPa
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l
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 -Obter o valor de cálculo da resistência total de um parafuso (Rÿ,),


pela soma da resistência nos diversos cortes simples (Rvd j) em que
o parafuso atua.
N° de cortes simples
nc
em um parafuso
Rvd XRvd.li => Rvd n,R vd.l
i=l

5 - Obter o número de parafusos necessários na ligação (np).

Valor de cálculo do esforço a ser transmitido pela ligação


Rvd
OBS.: 1) Emendas são consideradas duas ligações; 2) Usar no
mínimo 2 parafusos por ligação; 3) Usar no máximo 8 parafusos por
linha.

6 - Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos (figura da


página 126), com todos os detalhes necessários à sua
compreensão (detalhamento).

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í
132

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 24 ->


O nó de uma tesoura (tipo Pratt), apresentado
na figura abaixo, tem sua diagonal ligada ao banzo inferior por meio de
parafusos. A diagonal é tracionada com uma carga de cálculo de 16800 N.
Considerando as dimensões apresentadas na figura abaixo, detalhar a
ligação. Considere: edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a
5 kN/m2); madeira é uma folhosa, usual e não classificada, da classe de
resistência D60; carregamento de longa duração e classe de umidade 1.
Montante é?
12 cm

Ar
16 ?> Plano de
TV Plano de
corte do corte do
_ parafuso parafuso
X40° b
51 — igação de um nc
16 cm
de tesoura Pratt
Banzo Inferior

í
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í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 130)

1 - Identificar, adotando se necessário, as espessuras das


peças da ligação e através delas a espessura convencional
Definição de t
(página 130)
“t” (figura da página 130). Identificar, ou escolher, o parafuso
(tabela 24, página 130) e em consequência o diâmetro do
parafuso “d” (para uso estrutural 9,5 mm < d < t / 2).
T. parafusos
(página 130)
Espessura das peças
da diagonal -> t = 3 cm = 30 mm
t = menor => t = 30 mm
Metade da largura da
peça do banzo inferior-ÿ b/2 = 6/2 = 3 cm = 30 mm

9,5mm<d<ÿ => 9,5mm<d<ÿ => 9,5mm<d<15mm => d = 12,7 mm

2 -Obter a resistência de cálculo de embutimento (fea,d). da


madeira utilizada, na direção definida pelo ângulo a, entre a
direção do esforço e das fibras da madeira.

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
133

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

C. da madeira
(página 44)
Folhosa da classe D60 -> fe0 d =21.00 MPa
Ver roteiro
(página 130)

efe90,d = 5,25 MPa

-
Tabela 23 ae
fj90 ,d 4, = 5,25. 1,68
(página 125) => => K 90,d = 8,82 MPa

Observa-se, do esquema da ligação, que esforço é aplicado pela


diagonal, a 40° com a direção das fibras, portanto, a = 40°. Portanto:
fe0,d-fe90,d 21,00.8,82
4d “ — => fe*,d =>
fe0d.seiror + f*90,d .cos a 21,00.sen240 + 8,82.cos2 40
4, =13,37 MPa
3 -Obter o valor de cálculo da resistência de um parafuso a corte
simples, segundo o roteiro:
a) Obter o parâmetro, p , e seu valor limite, , dados por:
t 30
P = 12,7 => p = 2,36
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í
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 130)

fvd 250
/L =U5J-r => A. =U25. 13,37
=> An =5,41
lea.d
Paraíltsos —> fyd > 250 MPa

b) Obter o valor de cálculo da resistência de um parafuso a corte


simples (Rvd1), por:
E o estado
limite último será
n Como p< /4 Rvd4 = 0,50.t.d.fead o embutimento
na madeiraÿ

R vd.l = 0,50.t.d.fead =>Rvd I =0,50.30.12,7.13,37 => Rvd,t = 2547 N


iV 4 -Obter o valor de cálculo da resistência total de um parafuso (Rvd),
pela soma da resistência nos diversos cortes simples (Rvd-1) em que o
parafuso atua.
Observa-se do esquema da ligação (ao lado),
que cada parafuso atua em 2 cortes simples.
=> ncs = 2
Cortes simples Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
%
134

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Rvd = ncs.RvdI => Rvd = 2.2547 => Rvd = 5094 N


5 - Obter o número de parafusos necessários na ligação (np).
16800
np> => np > 3,30 => np = 4 parafusos
Rvd 5094
6 - Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos,
Espaçamentos com todos os detalhes necessários à sua compreensão
(página 126)
(detalhamento).
Na direção normal às fibras
Das arestas 1,5.d = 1,5.12,7 = 19,05 mm => pode-se adotar 20 mm = 2 cm
Entre parafusos -> 3.d = 3.12,7 = 38,1 mm => pode-se adotar 40 mm = 4 cm
Na direção paralela às fibras
Da aresta interrompida -> 7.d = 7.12,7 = 88,9mm adota-se 90 mm = 9 cm
Da aresta interna -> 4.d = 4.12,7 = 50,8 mm => pode-se adotar 51 mm = 5 cm
Entre parafusos n.d = 4.d = 4.12,7 = 50,8 mm => pode-se adotar 51 mm = 5 cm

í
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í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Assim, a ligação pode ser detalhada como se apresenta na figura abaixo:

&
12 cm
16 &
W
Ar 6
v 40° 6

Wÿ±4.d = 50 mm 16 cm
- -ÿL --9ÿ\-r1,5.d = 20 mm

Parafuso passante
1,5.d =
7.d = d = Vi” = 12,7 mm
20 mm
90 mm

í
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135

1JJ. 402 0459 5- Estruturas de Madeira

e) Ligações cavilhadas

Cavilhas são pinos torneados de madeira resistente. As cavilhas,


segundo a NBR 7190 da ABNT (2012), devem ser feitas com
madeiras de folhosas da classe D60, ou com madeiras moles
impregnadas com resinas de modo a possuírem resistências
compatíveis com a classe D60.
A NBR 7190, da ABNT (2012), admite o uso de cavilhas estruturais
com os diâmetros de 16 mm, 18 mm e 20 mm. O diâmetro dos
furos, para instalação, deve ser o mesmo da cavilha.
Segundo a NBR 7190, da ABNT (2012), o cálculo de uma ligação
cavilhada pode ser feito usando o seguinte roteiro:

> Roteiro - Ligações cavilhadas

1 - Identificar, adotando se necessário, as espessuras das


Cola peças da ligação e através delas a espessura convencional
“f”(ver figura a seguir). Identificar, ou escolher, o diâmetro da
cavilha “d” (para uso estrutural 16 mm, 18 mm e 20 mm).
ú Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
i 402 0459 5- Estruturas de Madeira

| Corte simplêT í I

5 *2 Jl
t é o menor
*2 ti
t é o menor /Espessura
valor entre_
valor entre
t-j, t2/2 e tj
convencional
et2
1 1
OBS.: Segundo a NBR 7190, da ABNT (2012), cavilhas submetidas a um
único corte simples só devem ser utilizadas em ligações secundárias.

2 -Obter as resistência de cálculo da madeira utilizada nas cavilhas à


compressão, nas direções paralela (fcod.cav) e normal (fC90d,cav) às
fibras.
OBS.: As cavilhas, segundo a NBR 7190 da ABNT (2012), devem ser
feitas com madeiras de folhosas da classe D60, ou com madeiras
moles impregnadas com resinas de modo a possuírem resistências
compatíveis com a classe D60.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
136

1
402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 -Obter o valor de cálculo da resistência de uma cavilha a corte


simples, segundo o roteiro:
a) Obter o parâmetro, p , e seu valor limite, pm , dados por:

t
e
fc0d,cav
Am =
fc 90d,cav

b) Obter o valor de cálculo da resistência de uma cavilha a corte


simples (Rvd1), por:
E o estado x,
limite último será
n Se p<p,m => Ryd.l 0,50.t.dfc9odiCav o esmagamento
\da cavilhaÿ/

d2 /Sc. o estado
« Se P>(\n Rvd,i=°>50. Od:cav limite último será
Am o de flexão da
\ÿcavilha.ÿ/

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t
402 0459 5- Estruturas de Madeira

4 - Obter o valor de cálculo da resistência total de uma cavilha (Rvd), pela


soma da resistência nos diversos cortes simples (Rvd1) em que a
cavilha atua.
N° de cortes simples
“o
em uma cavilha
Rvd XR vd.li
i=l
R vd -R vd, 1

5 - Obter o número de cavilhas necessárias na ligação (ncav).

ncav Fd Valor de cálculo do esforço a ser transmitido pela ligação


Rvd
OBS.: 1) Emendas são consideradas duas ligações; 2) Usar no
mínimo 2 cavilhas por ligação; 3) Usar no máximo 8 cavilhas por
linha.

6 -Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos (figura da


página 126), com todos os detalhes necessários à sua compreensão
(detalhamento).

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


í
137

% >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exemplo de aplicação 25 -> Dimensionar uma emenda cavilhada, em uma


barra de seção 6 cm x 12 cm. A barra é submetida a um esforço de cálculo
de 11200 N de tração (figura abaixo). Considere: edificação do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira é uma folhosa, usual e não
classificada, da classe de resistência D40; carregamento de longa duração e
classe de umidade 1.

Face
\\
Nd= 11.200 N Nd = 11.200 N E
l o
CN
U
v
6
Face
Nd= 11.200 N Nd= 11.200 N

* Face
I

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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
1 - Identificar, adotando se necessário, as espessuras das peças da
Ver roteiro
(página 135)

ligação e através delas a espessura convencional “t”. Identificar, ou


escolher, o diâmetro da cavilha “d" (para uso estrutural d = 16 mm,
18 mm ou 20 mm).

Escolha det -> As 2 cobrejuntas devem transmitir a carga total => Devem
_ ter a área total pelo menos igual a da peça central =>
Definição de t Adotam-se 2 peças de seção 3 cm x 12 cm.
(página 135)
Espessura da cobrejunta-> t = 3 cm = 30 mm
=> t = 30 mm
t = menor entre / Metade da espessura
Ida
peça central -> t = 6/2 = 3 cm = 30 mm
Escolher o diâmetro da cavilha (d) -> d = 20 mm
Escolha da cavilha ->
2 -Obter as resistência de cálculo da madeira utilizada nas cavilhas à
compressão, nas direções paralela (fcodxav) e normal (fC90d,cav) às
fibras. As cavilhas devem ser de folhosas da classe D60, ou ter
resistência compatível com esta classe.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
138

i 402 0459 5- Estruturas de Madeira

C. da madeira Folhosa da classe D60 -> fc0d = 21,00 MPa e fc90 d = 5.25 MPa =>
Ver roteiro
(página 135)

(página 44) -- - - - — 5,25 MPa


fc0d>cav = 21,00 MPa e lc90d,cav

3 -Obter o valor de cálculo da resistência de uma cavilha a corte


simples, segundo o roteiro:
a) Obter o parâmetro, p , e seu valor limite, pm , dados por:
t 30
=>
20
P = 1,50
fc0d,cav '21,00
Am ~
Am = Am =2,00
fc 90d,cav 5,25

b) Obter o valor de cálculo da resistência de uma cavilha a corte


simples (Rvd1), por:
O estado
= 0,50.t.d.fc9Odcav limite último será o
n Como p<pÿ Rvdl de esmagamento
_da cavilha. i
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon 1

I 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Rvd,, = 0,50.t.d.fc90d,cav vd,l = 0.50.30.20.5,25 =>


Ver roteiro
(página 135)

Rvdl=1575 N

4 - Obter o valor de cálculo da resistência total de uma cavilha (Rvd), pela


n £ soma da resistência nos diversos cortes simples (Rvd1) em que a
o cavilha atua.
CN
Observa-se do esquema da ligação (ao lado),
que cada cavilha atua em 2 cortes simples.
=> ncs = 2
Rvd = ncs-Rvd,l => Rvd =2.1575 => Rvd = 3150 N
Cortes
simples
5 - Obter o número de cavilhas necessárias na ligação (ncav).

ncav li
11200
=> ncav — => ncav — 2,56 => ncav = 4 caviUias
Rvd 3150

OBS.: 1) Lembrar que uma emenda são duas ligações.


6 -Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos (figura da
página 126), com todos os detalhes necessários à sua compreensão
(detalhamento).
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
139

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Na direção normal às fibras


Das arestas -> 1,5.d = 1,5.20 s 30 mm
Espaçamentos
(página 126)

=> pode-se adotar 30 mm = 3 cm


Entre cavilhas -> 3.d = 3.20 = 60 mm => pode-se adotar 60 mm = 6 cm
Na direção paralela às fibras
Da aresta interrompida -> 7.d = 7.20 = 140 mm => adota-se 140 mm = 14 cm
Entre cavilhas -> 6.d = 6.20 = 120 mm => pode-se adotar 120 mm = 12 cm
Assim, a emenda pode ser detalhada como se apresenta na figura abaixo:
14 12 . 14 14 12 . 14 3 3
H H
Nd= 11.200 N T o o o o p=q E
Nd= 11.200 N
n
i
6 i
Q O i o o
3L tnd
i—i
Cavilha (£ = 12 cm e d = 2 cm) 6
40 cm
h
Nd= 11.200 N Nd= 11.200 N
4
*
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Corte para
f) Ligações com anéis metálicos
Anéis metálicos são peças cilíndricas, ocas, de diâmetro
facilitar relativamente grande. A NBR 7190, da ABNT (2012), admite o uso
instalação de anéis metálicos estruturais com diâmetros internos (d) de
e 64 mm e 102 mm e paredes de espessura (e) não menor que
— T 4 mm e 5 mm, respectivamente, sempre acompanhados por
d h
parafusos de diâmetros de 12 mm e 19 mm, respectivamente.

— A transmissão de esforços através de um anel metálico envolve


compressão na parede lateral do anel e cisalhamento na madeira
interna a ele.
Para instalar anéis metálicos é necessária
m

£
uma ferramenta especial, apresentada na
figura a seguir, que faz os sulcos onde são
encaixados os anéis metálicos na madeira.
í=
‘t
==A h
Anel
3
—»
:

2 ransmissão de esforços
,
Parafuso de
montagem
e d

7 jDorum anel metálico


Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
140

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Segundo a NBR 7190, da ABNT (2012), o


cálculo de uma ligação com anéis metálicos
Pino para
fixação no
mandril
pode ser feito usando o seguinte roteiro:

> Roteiro - Ligações com anéis metálicos


1 - Obter a inclinação entre o esforço aplicado o
o e
e a direção das fibras (a). Determinar a 6
resistência de cálculo da madeira ao
cisalhamento (fÿ), a compressão paralela
(fco,d)< a compressão normal (fcgo,d) © a
compressão inclinada (fcotd).
fçQ,d-fc90,d
fca.d - Facas que
fc0:d-sen2« + fc 90.d" cos2 a fazem os \JJ Pino guia
(diâmetro do
sulcos
2 - Escolher as dimensões do anel a ser parafuso)
utilizado, diâmetro interno (d), espessura Ferramenta para
da parede (e), profundidade de penetração preparar os sulcos de
na madeira (t) e altura total (h). scolocação dos anéis/

í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Lembrando que:
d -> deve ser 64 mm ou 102 mm;
e-> deve ser > 4 mm (se d = 64 mm) ou > 5 mm (se d = 102 mm);
parafuso -> de diâmetro 12 mm (se d = 64 mm) ou 19 mm (se d = 102 mm).
Sugere-se adotar:

fvo,d
j>
d di e d
4 fca,d

|h > 2.t + Ã]
m d2
U
t

;t
h
i
h1=ÿVd2-d2

Acréscimo de
V' :
altura devido a
[ÃTõ] A=
irregularidades

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t
141

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

- Obter o valor de cálculo da resistência de um anel a corte simples, dado


pelo menor dos seguintes valores: -
Resistência à compressão
7T.à , na parede do anel
R-anel — -I.M e t.d.fCQ:d
Resistência ao cisalhamento
da área interna do anel

4 - Obter o número de anéis necessários na ligação (nanéjs).


R Valor de cálculo do esforço a ser transmitido pela ligação
naneis. > —
-pj
-
•ÿanel

OBS.: 1) Emendas são consideradas duas ligações; 2) Para solidarização


de uma viga de seção composta, Fd corresponde a força cisalhante que os
anéis devem absorver. Momento estático
Número de anéis na seção
Momento de inércia

Fd = rd-Aÿ Fd =
Fd - Hjnns-Ranel
©*->} vd.s
I — aneis — naneis-F- anel => aneis —
/
aneis

/yds
anel

Espaçamento entre anéis Força cortante no trecho

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

5 -Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos (figura abaixo),


com todos os detalhes necessários à sua compreensão (detalhamento).
Posição relativa do corte, no
anel, para facilitar montagem
e o esforço aplicado "V
/
t 7/ /

k©-©-
0,75.d
0,75.d
e,V 0,75.d

1,0.d
|0,75.d
1,0.d
+ 'b
"V
°'fs
0,75.d 0,75.d
-
d = diâmetro interno do anel

v
/
7/
V
0,75.d 1,0.d / 1,0.d

0,75.d 0,75.d ©./-• [0,75.


br
d
<3
pi5.d_|_1,5.d_| TV

0,75.dl 0,75.d
- -
142

i
>
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exemplo de aplicação 26 -> O nó de uma tesoura (tipo Pratt) é apresentado


na figura abaixo. Verificar se é possível fazer a ligação da diagonal ao banzo
inferior usando anéis metálicos. Se possível, como seria essa ligação? A
diagonal é tracionada com uma carga de cálculo de 12000 N. Considere: as
dimensões apresentadas na figura abaixo; edificação do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira de folhosa, usual e não classificada,
da classe de resistência D50; carregamento de longa duração e classe de
umidade 1.
12 cm
fi3
3®x ,12 cm

B I He Nd = 12000 N
Ar ITV
2
Diagonal
.igação de um nc
de tesoura Pratt

16 cm

Banzo inferior prof. Qr Norman Barros Logsdon

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Espaçamentos
(página 141)

/
/
A atual norma brasileira permite o uso 7/
estrutural de dois anéis (diâmetros internos / 1,0.d
de 64 mm ou 102 mm). Além disso os
anéis devem ter seu centro afastado das 0,75.d
bordas como indica a figura ao lado. <07
•<y
Portanto, para o caso em questão, pode-se
usar anéis metálicos se:
160
16 cm > 1,0.d + 0,75.d => 160mm>lJ5.d => d < - => d < 91,4 mm
1,75
e
120
12 cm >0,75.d + 0,75.d 120mm>l,5.d => d< => d < 80 mm
1,5
Assim, os anéis de d = 64 mm podem ser utilizados nesta ligação, se a
resistência o permitir.
Aplicando-se o roteiro correspondente, obtém-se:

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


143

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira C. da madeira


(página 44)

1 - Obter a inclinação entre o esforço aplicado e a direção das fibras (a).


Ver roteiro
(página 140)

Determinar a resistência de cálculo da madeira ao cisalhamento (fv0d), a


compressão paralela (fc0d), a compressão normal (fcg0 d) e a compressão
inclinada (fcctd).
Ângulo entre a diagonal (esforço) e o banzo inferior (fibras) -> a = 40°

Folhosa da =>
classe D50 fv0d = 1,91 MPa , fc0d =17,50 MPa e fc90d =4,38 MPa
íçO.dÿcM.d 17,50.4,38
fc«,d = fcOA ~
fca,d =7,82 MPa
fc0d.serítf+fcMd.cosJtf 17,5 O.seif 40 + 4,3 8. cos 40

2 - Escolher as dimensões do anel a ser utilizado, diâmetro interno (d),


espessura da parede (e), profundidade de penetração na madeira (t) e
altura total (h).
Adota-se, para este caso, anéis com: diâmetro interno, d = 64 mm;
espessura, e >4 mm; e acompanhados por parafusos de 12 mm de
diâmetro.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
!
TV
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Para profundidade de penetração (t) e altura do anel, recomendam-se:


Ver roteiro
(página 140)

;r.64 1,91
t > ÍIM =>t> t > 12,3 mm => t = 1,5 cm = 15 mm
4 fca,d 4 ‘7,82
A=0
h > 2.t + A => h> 2.15 + 0 => h = 3,0 cin= 30 mm

3 - Obter o valor de cálculo da resistência de um anel a corte simples,


dado pelo menor dos seguintes valores:

_ ;r.64: ,
.
Ranel
!
•ÿ’ÿvO.d ——•1,91 => R and 61 II N
4 => Raad = 6144 N
Ranel = t.d.fcají => R and = 15.64.7,82 => R anel = 7507 N

4 - Obter o número de anéis necessários na ligação (nanéls).


12000
=> naneis >“

6144
=> nan«s L95 => =2 anéis
Ranel
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144

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira Espaçamentos


(página 141)
5 -Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos (figura abaixo),
com todos os detalhes necessários à sua compreensão (detalhamento).
Ver roteiro
(página 140)

Na direção normal às fibras


Da aresta não solicitada -> 0,75.d = 0,75.64 = 48 mm => pode-se adotar
60 mm = 6 cm
12 cm Da aresta solicitada -> 1,0.d = 1,0.64 = 64 mm =>
h pode-se adotar 100 mm = 10 cm
6
fi3
-iV
Parafuso
TV ,12 cm
Na direção paralela às fibras
Da aresta interrompida ->
passante 6 1,5.d = 1,5.64 = 96 mm =>
(d = 1,2cm) ,'6
adota-se 100 mm = 10 cm

iLi L 16 cm
[

4
-H*-
1,5-H*
1,5
3,0 cm
Anéis metálicos (d = 6,4 cm e h = 3,0 cm) Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
1 >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exemplo de aplicação 27 -> Uma viga bicircular, submetida a um


carregamento móvel, foi solidarizada por anéis metálicos de diâmetro interno
102 mm e espessura 6 mm. As peças roliças, que deram origem à viga,
possuíam diâmetro máximo (na base) de dmáx = 405 mm e mínimo (no topo)
de dmin= 355 mm. Conhecido o envoltório de forças cortantes (em valores de
cálculo), apresentado na figura abaixo, as características geométricas da
seção (em valor efetivo), S = 21548184 mm3 e I = 8188309924 mm4, e
sabendo que a madeira é de uma folhosa, usual e não classificada, da ciasse
de resistência D60, definir a altura e a distribuição dos anéis ao longo da
z r . viga. Considere carregamento de longa duração e classe de umidade 1.
o
00
CM
z
O
00
00
00
§
© uo
z
00
z
CM
O)
2
§
© Envoltório de máximos valores
CM
CO
co de cálculo da força cortante
z z z
§ CM § z
oo O o OBS.: O envoltório de um esforço
s o>
CD CD
CM
•o-
co
CO
z
o solicitante registra seu máximo
00 00 valor em cada seção da estrutura.
CM
•o-
0,80 0,80 0,80
4,00 m
0,80 0,80

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
145

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
C. da madeira
(página 44)
Ver roteiro
(página 140)

1 - Obter a inclinação entre o esforço aplicado e a direção das fibras (a).


Determinar a resistência de cálculo da madeira ao cisalhamento (fv0d), a
compressão paralela (fc0d), a compressão normal (fc90,d) e a compressão
inclinada (fcad).
Ângulo entre o esforço cisalhante (axial) e a direção das fibras -> \a = 0°
Folhosa da
classe D60 -> fv0d =2,18 MPa , fc0d= 21,00 MPa e fc90d = 5.25 MPa

2 - Escolher as dimensões do anel a ser utilizado, diâmetro interno (d),


espessura da parede (e), profundidade de penetração na madeira (t) e
altura total (h).
Os anéis têm: diâmetro interno, d = 102 mm; espessura, e = 6 mm
(e > 5 mm); e serão acompanhados por parafusos com diâmetro de
19 mm.

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


í
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Para profundidade de penetração (t) e altura do anel, recomendam-se:


Ver roteiro
(página 140)

K -d fyO.d 102 2,18


j> => t>-. —:— => t>8,3 mm =>
di e 4 fca.d 4 21,00
t = 1,0 cm = 10 mm
t
4- A h h>2.t + A, sendo:
"t
d2 hi = --Vdi “d2 h: = y Vd2 - d2 A= i-h.Vi-h,
2 2

No caso existem duas posições limites: nas extremidades da viga,


d1 = 405 mm e d2 = 355 mm; e no centro, d1 = d2 = dméd = 380 mm.
Deve-se utilizar o anel, cuja altura satisfaça as duas posições (maior
A), portanto: 1
h,i = .V4052 — 102 2 =196,0 mm

Extremidades h, =-.V3552
2
-1022 =170.0 mm
da viga

J +í
405
A= ] = 14,0 mm

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


t
146

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

h, = h, = -A/3802 -1022 = 183.0 mm


Ver roteiro
(página 140)

Maior dos dois


Centro
da viga
A=
ÍHO_183,OUM-183,O} 14,0 mm ... As 14,0 mm

h > 2.t + A => h> 2.10 + 14,0 => h>34,0 => h = 4,0 cm = 40 mm

3 - Obter o valor de cálculo da resistência de um anel a corte simples, dado


pelo menor dos seguintes valores:
;r.l022
Ranel _ . fvO.d Ranel -.2,18
„,0
=> R anel = 17813 N
4 Riffle! = 17813 N
Ranel = td-fca.d => R = 10.102.21,00 => R anel = 21420 N

4 - Obter o número de anéis necessários na ligação (nanéjs).


No caso, será usado um anel em cada seção (nanéls = 1) e deve-se obter o
espaçamento entre anéis ao longo da viga.
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
402 0459 5- Estruturas de Madeira Ver roteiro
(página 140)

O espaçamento entre anéis (4néis) em um ,Ranel


trecho de força cortante (Vd) constante será: -> laneis <•

aneis

vd.s
Admitindo-se um envoltório (superestimado) para força cortante (Vd),
como o representado abaixo, pode-se obter o espaçamento entre
anéis para cada trecho da viga, fazendo:
1
z
O
O
CO
CM
z
O |Z1
z
© í aneis -
-7
n •Ranel
aneis
17813 N

co
CO
o
co
o
CN O
V+S
CO © CO 05 CD /
CD r*rq
CN CO 21548184 mm3 8188309924 mm4
Z Z Z
o O o z
CM CO
CD
of O) CO 0 O
Z
00 CD CD
CM oo o Envoltório de
h CO o
X co CO
CM máximos valores de cálculo
da força cortante
0,80 0,80 0,80 0,80 0,80
4,00 m
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í
147

%- 402 0459 5- Estruturas de Madeira


Espaçamento entre anéis para cada trecho da viga

Trecho Vd 4néis
1,
4néis(2)
Ver roteiro
(página 140)

(mm) (cm)
0,00 m<x< 0,80 m 42300 160,0 16
0,80 m<x< 1,60 m 33840 200,0 20
1,60 m<x< 2,40 m 25380 266,7 27
2,40 m<x< 3,20 m 33840 200,0 20
3,20 m<x< 4,00 m 42300 160,0 16
<1) <2)
Valores calculados Valores adotados
5 -Desenhar a ligação, garantindo os espaçamentos mínimos (1,5.d = 15,3 cm
entre anéis), com todos os detalhes necessários à sua compreensão.
Assimetria (simetria de
posição com giro vertical)
i
Eo
Parafuso passante
(d = 1,9 cm)
in i
oo I
Anéis metálicos
15,1616,16,16,16, 20,20,20,20, 27 ,1ÿ.5 (d = 10,2 cm e h = 4 cm)
80 80 40
200 cm

í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

g) Ligações por meio de dentes e entalhes


Uma ligação tipica por meio de dentes e entalhes é o nó de apoio
de uma tesoura, onde o banzo superior (comprimido) se liga ao
banzo inferior (tracionado). Nesta ligação, apresentada em sua
forma geral na figura abaixo (à esquerda), o esforço de compressão
Nd, do banzo superior, transmite-se ao banzo inferior através das
componentes P1 e P2. Geralmente o ângulo entre as barras (y) é
pequeno e “P2" não tem valor elevado, entretanto é comum se fazer,
construtivamente, p=0°, como na figura abaixo (à direita), e então:
y = a, P2 = 0 e P1 = Nd.

Nd Á2 Nd y b

heIfTT? Nd.cosYÿ
X b
h
heirr
I
Hl
II\
*Mr
Nd.cosl£Hí-
I
rra er 0=90°, =a,
t P1 = Nde P2=0
Caso geral, /?/90° Caso mais comum, /?=9Õ0
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
148

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Dois estados limites devem ser verificados: 1) O esmagamento por


compressão inclinada às fibras, na “cabeça do dente” ou na área de
contato do dente com o banzo inferior, que definirá um limite para a
altura do dente “he”; 2) A ruptura por cisalhamento (ver figura
abaixo) e o consequente “escorregamento" da madeira do banzo
inferior, a frente do dente, que definirá um limite para a folga

e u
Folga insuficiente Folga suficiente

Ruptura por cisalhamento

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


í
í 402 0459 5- Estruturas de Madeira
Estudando o caso mais frequente (figura
ao lado), obtém-se;
N-
he ÉS
Nd y b A dente * fca,d AB.b
=>

CTco,i jjTB Nd.cos‘)ÿ h Nd Nd. coser


- í:a.d
he b h.fca,d
tf {1= 90°, 7=a, Lcoser
PrNdeP2 = 0 Onde: fc«,d =
<£isomais comum, (3=90° fc0d.sen2or + fc90d.cos2ír
_ _ Nd.cosy
A~ - fyO.d =>
Nd.cosy
- fcct.d => í> Nd.cosx
A cisalhante Lb bfy0.d

Para o caso geral (figura ao lado), o


\ p
\ cálculo de t não se altera, mas é
provocada por P (em vez de Nd), assim:
A
hei --- 4 Pi
Nd.cosY_
J1 1
Pj = Nd. cos(/ - er) e he >
Nd.cos(/- a), coser
bfCa,d
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
L 'Ia
Caso geral, (3/90°
149

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

A altura do dente “he” é limitada, pois diminui a área efetiva do


banzo inferior (tracionado). Usualmente limita-se he a 25% de h, ou
seja, he < h/4 (h = altura da seção do banzo inferior). Por outro lado,
o carregamento pode exigir he maior que este limite, causando a
necessidade de estudar dois novos problemas, apresentados nas
figuras abaixo.
Preqo Cobrejunta Nd

_
l\ > U2 Nd/
feir
~2 L

t2>t VISTA LATERAL

O uso de dois dentei


..
*
. (h/4<he<h/2)
/tj uso de dois dentè$\
VISTA SUPERIOR
e ligação complementar
V (he> h/2)
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% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

O cálculo de uma ligação por meio de dentes e entalhes, com todas as


variações possíveis, pode ser feito segundo o seguinte roteiro:

> Roteiro - Ligações por meio de dentes e entalhes


1 - Cálculo da altura do entalhe (dente) he e definição do problema.

a) Altura do dente he
n Se y*a, caso geral, então:

Nd.cos(/- cr) coser fç0,d-fc90,d


K* na qual: ícaA = fd>,d-sen2ar+fc90d.cos2 a
b.fcaid
n Se p=90°, o que é usual (caso mais frequente), então: y=a e,

Nd. coser fçQ,d-fc90,d


na qual: fcad =
b-fc«.d fc0d.sen2tf + fc90d.cos2or
b) Definição do problema

n Se h < .«Jjtfljzshse um dente de alturahg.


4 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
150

1
402 0459 5- Estruturas de Madeira

n Se h , utilizam-se dois dentes de altura


-<h,<-
e
~ cada.
4 2

h
utilizam-se dois dentes de altura cada e o restante
? .4
— da carga é absorvido por uma ligação pregada ou
parafusada.

Neste caso a carga absorvida pelos dentes, Rcd=2.Rcd1, será


utilizada para definir a folga ao cisalhamento t, e o restante da
carga, Fdcj=Nd-Rcd=Nd-2.Rcd1, será absorvida pelas cobrejuntas
de uma ligação pregada ou parafusada.

OCÂ e F'd.q — Nd Rcd - Nd 2.RC(U


Rcd = 2.R cd:l cos a
OBS.: Expressões válidas se p = 90° (caso mais frequente). No
caso geral altera-se a expressão de Rcd (basta trocar
cosa por cos(y-a).cosa, na expressão de Rcd>.

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í
402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Cálculo da folga necessária ao cisalhamento t.


/''ResistênciaX
ao cisalhamentoÿ
H Se , esta folga será: . paralelo às J
b-fvo*d fibras

n Se — < h -< — , utilizam-se dois dentes de altura cada e a


4
e
9 ’ 2
—> folga necessária ao cisalhamento é marcada

a partir do segundo dente, sendo que deve-se


garantir ao menos metade dela do primeiro
dente. Os valores destas folgas serão:

> a partir do segundo dente -> i í> Nd.cosf


b-fv0,d

> a partir do primeiro dente -> tx >


h-fvo.d 2
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
%
151

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

H Se
,
>
2 da carga é absorvido por uma ligação
h
h , utilizam-se dois dentes de altura —
4
cada e o restante
pregada ou
parafusada.
Neste caso a carga absorvida pelos dentes, Rcd= 2.Rcd1, será
utilizada para definir a folga ao cisalhamento í, e o restante da
carga, Fd cj=Nd-Rcd=Nd-2.Rcd1, será absorvida pelas cobrejuntas
de uma ligação pregada ou parafusada. Assim, os valores das
folgas serão:

a partir do segundo dente ->


Rcd-cos/
> k-fyO.d

> a partir do primeiro dente ->


Nas quais: a
Red _ 2-Rcd,l e Fd,çj - Nd Rcd - Nd 2.Rcd [
cosor
OBS.: Expressões válidas se p = 90° (caso mais frequente). No
caso geral altera-se a expressão de Rcd (basta trocar
cosa por cos(y-a).cosa, na expressão de Rcd).

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 - Cálculo da ligação pregada ou parafusada, se necessário.


Utilizar o roteiro específico, apresentado anteriormente.

4 -Desenha-se a ligação, com todos os detalhes necessários à sua


compreensão, permitindo sua construção (detalhamento).

> Outras aplicações

As ligações por meio de dentes e entalhes, também são utilizadas em


outras ligações de treliças. Em alguns casos, existe continuidade da
peça que recebe a ligação. Nestes casos o cálculo da folga necessária
ao cisalhamento é dispensado.

Apresentam-se, nas figuras seguintes, alguns nós típicos de treliças,


nos quais são aplicadas ligações por meio de dentes e entalhes, com o
objetivo de identificar os parâmetros utilizados no cálculo.

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
152

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira


p*90°

Nd
'V'

, Banzo
Superior Banzo
K1 0
Banzo
P=90° Superior Superior
y=a Montante
h.
Nd'
V â ""Detalhes de alguns nós de uma
tesoura, identificando os parâmetros:
Diagonal
Nd, y, a e he
Montante
Montante Montante
Diagonal Diagonal

Pÿ90‘
y=a
Zríhe
Banzo Inferior
D-ppi Banzo Inferior
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
í 402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exemplo de aplicação 28 -> Dimensionar e detalhar a ligação do nó de


apoio de uma tesoura, sabendo-se que a inclinação do telhado é de 17°, que
a peça do banzo superior tem seção de 6 cm x 16 cm e uma carga atuante,
de cálculo, de 68000 N de compressão, e que a seção da peça do banzo
inferior é de 6 cm x 16 cm (ver figura abaixo). Considere: edificação do tipo
2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira é uma folhosa, usual e
não classificada, da classe de resistência D50; carregamento de longa
duração e classe de umidade 1.

A6CíCV
Nd= 68000 N
7=17° •
6

16 cm

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


í
153

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Solução:
Ver roteiro
(página 149)

1 -Cálculo da altura do entalhe (dente) he e definição do problema.

a) Altura do dente he
n Adotando-se p=90° (caso mais frequente), então: y = a = 17° e,

Nd. coser
b-fca,d
. na qual: fcad =
fç0,d-Íc90,d
fco,d-sen2tf + fC9o,d- cos2 a
C. da madeira
Folhosa D50 -> fc0.d = 17>50 MPa e fc9o,d = 4.38 MPa
(página 44)

17,50.4,38
fca,d _ _
fco,d -seif a+ fC9o d coÿ cr
• 17,50.serrl7° +4,38.cos 17°

=> f«a.â — 13,90 MPa


68000. cosl7°
he> Nd.cos
a
=> he >
60.13,90
he >77,8 he = 80 mm
b.fca!d Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

I 402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Definição do problema
Ver roteiro
(página 149)

n Comparando-se he com h/4 e h/2 (onde h é a altura da barra


que recebe a ligação, no caso a do Banzo Inferior):

h 160
- = 40 mm
4 4 => - = 40 mm< he = 80 mm< - = 80 mm
h 160 4 2
- = 80 mm
2 2
D.
Neste caso (h/4 < he< h/2), utilizam-se dois dentes de altura
he/2 cada. Portanto:

Adotam-se 2 dentes de altura he = —



80
= 40 mm= 4.0 cm
2 2

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154

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

2 - Cálculo da folga necessária ao cisalhamento t.


Ver roteiro
(página 149)

H Para , utilizam-se dois dentes de altura he cada e a


— < he < —
4 2
folga necessária ao cisalhamento é marcada a partir do segundo
dente, sendo que deve-se garantir ao menos metade dela do
primeiro dente. Os valores destas folgas serão:

a partir do segundo dente -> £2-ÿ


Nd.cos/
> h-fyO.d
C. da madeira
(página 44)
Folhosa D50 -> fvM = l,91 MPa
68000. cosi 7o
£2=£> 60.1,91
t1-í> 567,4 mm=> t2 =í = 57 cm
£ 57
> a partir do primeiro dente -> A- => A - f-\ ~ cm

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

3 - Cálculo da ligação pregada ou parafusada, se necessário.


Ver roteiro
(página 149)

Neste caso (h/4 < he < h/2), não é necessária ligação complementar.

4 - Desenha-se a ligação, com todos os detalhes necessários à sua


compreensão, permitindo sua construção (detalhamento).
v:«4 ,16 cm

y 6
4,0 cml — i = 17°
16 cm
JL:

28,5 cm

57 cm
<- Cotas desnecessárias
? (£2 57 cm)
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
155

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

h) Exercícios propostos

> Exercício proposto 42 -> Dimensionar e detalhar a ligação do nó 1 da


Tesoura Howe, ambos esquematizados na figura abaixo, de um
telhado. Considere: as seções e forças apresentadas na figura abaixo;
edificação do tipo 2 (cargas acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira
de uma folhosa, usual e não classificada, da classe de resistência D50;
carreaamento de lonaa duração e classe de umidade 1.
6
8
Dimensões 6
<a '2
co
" em cm
3 7
1,50 - 1,501 1.50
1,50
9 1
1,501 1 W Banzo
superior
_ 9,00 m _
Nd = 58384 N \n
y= 20° g Banzo
H inferior
7 \
Banzo inferior

> Exercício proposto 43 -> O que resultaria se a madeira do exercício
proposto 42 fosse da classe D20?
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
i
! >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 44 -> Dimensionar e detalhar a ligação do nó 4 da


Tesoura Howe de um telhado. Utilizar, na diagonal, ligação por dentes e
entalhes e, no montante, ligação parafusada. Considere: as seções e forças
apresentadas na figura abaixo; edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2); madeira de c
folhosa, usual e não classificada, Terça Pi Terça .
da classe de resistência D50;
carregamento de longa duração
/ $6_A
•I lí II II
e classe de umidade 1.
6 i
v-' 56°
i$-í c
4 v
%
s o
(!) o f .6
E S
6
//
IO

1
CD
®p Nd = 4528 N >12 Diagonal
,5cíÿ1,50ÿ;1,50-1,S0Ífi ,5Cf11i1,50 0j
x2,5
Dimensões em cm
9,00 m x2,5
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
156

1>
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 45 -> Dimensionar e detalhar a ligação do nó 5 da


Tesoura Howe de um telhado. Utilizar, na diagonal, ligação por dentes e
entalhes e, no montante, ligação parafusada. Considere: as seções e forças
apresentadas na figura abaixo; edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não classificada, da
classe de resistência D50; carregamento de longa duração e classe de
umidade 1. (6)
4 8 £
Dimensões em cm x2,5 IO
61 1 12
CD

X2,5 .Zà.

<o
15 1,50 Íÿ,5ÿ,5(ÿ,5(ÿ,5(@1,50A
9,00 m
'ÿ'o Nd = 4528 N
6 r Diagonal
H
"
0)

c V
°'*o c
6 *
o
2 H
- •J
«10
H Banzo inferior
+’ 0I« c
o

6 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 46 -> O que resultaria se a madeira do exercício


>
proposto 44 fosse da classe D20 e a ligação do montante pregada?
Seria necessário aumentar a largura das peças do montante?

> Exercício proposto 47 -> O que resultaria se a ligação do montante


do exercício proposto 44 fosse cavilhada? Seria necessário aumentar
a largura das peças do montante?

> Exercício proposto 48 -> O que resultaria se a madeira do exercício


proposto 45 fosse da classe D20 e a ligação do montante fosse
cavilhada? Seria necessário aumentar a largura das peças do
montante?

> Exercício proposto 49 -> O que resultaria se a ligação do montante


do exercício proposto 45 fosse por anéis metálicos? Que dimensões
os anéis deveriam ter?

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


t
157

% >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 50 -> Dimensionar e detalhar a ligação do nó 6 da


Tesoura Howe de um telhado. Verificar a altura do dente no banzo superior e
calcular uma ligação parafusada para o montante. Considere: as seções e
forças apresentadas na figura abaixo; edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não classificada, da
classe de resistência D50; carregamento de longa duração e classe de
umidade 1.

40°|
I .
Ml'T-- /
Terça
6 a>
OJ \ 0o
& s
\I
c
c
\ § V/l6 o
2
St O
TO :o° n
Diagonal
© Nd = 16098 N

©. ©
E
x2,5
©.A. #1 61
x2,5
Dimensões em cm

1 ,5C@1,5(01,5cí7i1,50Í"9Í,5001,50 15
9,00 m Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
í
? >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 51 -> Dimensionar e detalhar a ligação do nó 7 da


Tesoura Howe de um telhado. Utilizar, nas diagonais, ligações por dentes e
entalhes e, no montante, ligação parafusada. Considere: as seções e forças
apresentadas na figura abaixo; edificação do tipo 2 (cargas acidentais
inferiores a 5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não classificada, da
classe de resistência D50; carregamento de longa duração e classe de
umidade 1.
.15 ©
x2,5 ©. © 0 E
Dimensões 61 © 12 ®-
CO
CD

em cm *2,5 ©A
A
1,50 1,50 lA7 J,50 1,5(01,50
3 5 9
Nd = 16098 N
6 9,00 m
6* o
c \ V2 V Diagonal

At#,
//

36°j
- 'ij
&
-
/ 36°
*6 R
A

*
Montante

«10 H Banzo inferior Banzo inferior


! 0I«
6 Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
158

402 0459 5- Estruturas de Madeira

> Exercício proposto 52 -> O que resultaria se a madeira do exercício


proposto 50 fosse da classe D20 e a ligação do montante pregada? Seria
necessário aumentar a largura das peças do montante?
> Exercício proposto 53 ->
O que resultaria se a madeira do exercício
proposto 51 fosse da classe D20 e a ligação do montante cavilhada? Seria
necessário aumentar a largura das peças do montante?
> Exercício proposto 54 -> O que resultaria se a ligação do montante do
exercício proposto 51 fosse por anéis metálicos? Que dimensões os anéis
deveriam ter?
> Exercício proposto 55 -> Dimensionar e detalhar uma emenda parafusada
na barra 5-7 da Tesoura Howe de um telhado. Considere: as seções e
forças apresentadas na figura abaixo; edificação do tipo 2 (cargas
acidentais inferiores a 5 kN/m2); madeira de uma folhosa, usual e não
classificada, da classe de resistência D50; carregamento de longa duração
e classe de umidade 1.
Banzo inferior 6
© 8
H

(D,
0
E

Nÿ= 43723 N
DI«
/ = 43723

t
Nd
\«TA,5d'? 1,5ÿ1,«SYsA,50A Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
9,00 m

1 >
402 0459 5- Estruturas de Madeira

Exercício proposto 56 -> Como ficaria a emenda do exercício proposto 55


se fosse cavilhada?
> Exercício proposto 57 -> Como ficaria a emenda do exercício proposto 55
se fosse por anéis metálicos?
> Exercício proposto 58 -> Uma viga de uma ponte, com a seção composta
da figura abaixo, foi solidarizada por anéis metálicos de diâmetro interno
102 mm e espessura 6 mm. Conhecido o envoltório de forças cortantes em
valores de cálculo (figura abaixo), definir a altura e a distribuição dos
anéis ao longo da viga. Considere: madeira de folhosa, não classificada,
da classe de resistência D60; o carregamento de longa duração e classe de
umidade 1.rÿi—i—i . m_ , _ _ _
IO

©i 04
2
O
CO
O)
04
©
2
O
<N
2

o"
co
Z
o
0$'
cg

ir>
E
o
a» co CO CM IO
z |S
o o o o
o
o <o
O)
IO
cg
CO -O) 04 <£>
/ÿEnvoltório da forçaTx
cortante de cálculo 25 25 H Seção
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
50 cm H
da viga
5,00 m
159

1
402 0459 5- Estruturas de Madeira

9. Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1951). NB 11 -
Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1982). NBR
7190 - Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1997). NBR
7190 - Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2012). NBR
7190 - Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004). NBR
8681 - Ações e segurança nas estruturas - Procedimentos. Rio de
Janeiro.
HELLMEISTER, J. C. (1977). Estruturas de Madeira. Escola de
Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. 2ed. rev. São
Carlos, SP. 1977. (Notas de Aula).

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon

402 0459 5- Estruturas de Madeira

HELLMEISTER, J. C. (1978). Pontes de Eucalipto Citriodora. São


Carlos. 1978. Tese (Professor Livre Docente). Escola de Engenharia
de São Carlos - Universidade de São Paulo.

SOUZA, R. P. de (2009). Sobre a Flexão Simples Oblíqua em


elementos estruturais de madeira. Orientador: Prof. Dr Norman Barros
Logsdon. Universidade Federal de Mato Grosso - Faculdade de
Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Cuiabá, fevereiro de 2009. 11 5f.
(Monografia - Engenheiro Civil)

í
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
160

402 0459 5- Estruturas de Madeira

ANEXO 1 - Características geométricas de seções planas


a) Seção retangular

iy A = b.h
4-
i b.h2 h.b2
i Sx-x y-y
8 8
h X...|CG.X
i b.h 3 h.bl
i / X -X / v-.v
12 12

y h b
iA - A iy-y
b VÍ2
h 1
menor / argura
i-min -
VT2
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Seção quadrada

A = a2
iy
3
a
I *x-x =Sy-y 8
a x 'CG X
i a4
I Ix-x =/
+
>->• 12
y
<2
a Ix-x x'min
h 1

Prof. Dr. Norman Barros Logsdon


161

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Seçào circular

7T.d~
iy A=
i
4
i
i dl
Sx-x =Sy-y
12
d X
— +iCG
-- X

I 7T.dA
i h-x =Iy-y
64
i
y d
d *x—x *min

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t
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Seção triangular

y b.h
A=—
2
i
i 4 2 h.b 2
I Sx r
X—X - — .b.h sy-y
81 24
i
h
X 'CG X
h.b 3
b.h3
h i /.r-.x / y-y
3 i 36 48
t
y
ix-.t
4l.h = 0,23 6.h iy-y
V6 b
b 6 12
\
hum = merior entre ix-.x e iy-y

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%
162

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

e) Seção semicírculo

TT.d ~
A=
.y 8

s>’->• dl
i
I Sx_x = 0,0085adl
X CG X 24
4.r
i
i
I 3.71
1x-x
n 8
— r4
/ y-y = *./*4
y 8
8 9.7T
d=2.r
ft-.t = 0,2643./* )->•
4

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t
1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

f) Seção setor circular


y
i 9 Sé?//K) A = —.r
tr 2
c= —3 ./*. 2
X 'CG X 9

a XwX
I
a I« s Cl — Cl =
2
— ./* 3 . Sé?// (/<) / Cl— Cl
4
-— .[w + Sé?//(iv)j
3 8
y
OBS.: w em radianos
4
8 r4
Ix-x =Io—o — . — .Sé?//
9 w
2 W,
9
/ y-y -—
8
\w — senMl

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t
163

I 402 0459 5- Estruturas de Madeira

Seção composta
Identificar os elementos, que compõem a seção composta, e obter, para cada
elemento, A; , 1;ÿ e I*

2 Adotar um sistema de eixos auxiliar OXY,


identificar, neste sistema de eixos, a Z**A*
posição do centro de gravidade de cada
elemento (x, e y) e obter o centro de
gravidade da seção composta por:
SA.
i=i
IA<
i=l

Q Em relação aos eixos x-x e y-y, que passam pelo centro de gravidade da
seção composta, calcular suas características geométricas por:

A= SAi Sx-x = y*. -A; (meia seção) Sy_y = Ax; A; (meia seção)
i=l i=l i=i

Ix-x = Z + Z Ay'Ai Vy = Z Vv + Z A ix-x =


i=l i=l i=l i=l
***
1min = menor entre ix_x e iy-y Sempre que existir ao menos um eixo de simetria
164

402 0459 5- Estruturas de Madeira

ANEXO 2 - Diagramas e fórmulas para o cálculo de vigas


a) Viga simplesmente apoiada - Carga uniformemente distribuída.

—-—
I *ÿ
yp = cte. _ pi
imuuufumuuui R=V
2
A
R 1
fa v-=p{rx)
Normal
*a Mmàx(no centro) = £áí
8
Cortante
v4Tm$rrrÿ
5.piA
vmáx(no centro) =
Momento 384.£.7

V -2.Í.X2 +x3 )
vx = —24.£.7 if3

parábola \
Mmáx Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
i
402 0459 5- Estruturas de Madeira

b) Viga simplesmente apoiada - Carga concentrada no centro.


P P
R=V=—
X 2
Pi
Mmáx (no centro) =-

£12 £12 , ( P.x


R
1 R
w
Mx (para x<—)v = —
Normal
*a
Mx(para x'Zÿ) =
Cortante Pi3
VH 1 1 1 leiTTTT vmwc (no centro) =
48.£.7
I I I 101 I I I 1 t P.x
Momento vx( para x< -) =
48.£.7
4<2-4.X2)
vx( para x > -) =
* 2
P ~

48.£.7 1
* hi2 - 4.(l - x)2 ]J
Mmáx Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
165

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

c) Viga simplesmente apoiada - Carga concentrada em qualquer ponto.


P.b
P Rx-Vx( máximo se a <b) = —
X P.a
R2 = V2(máximo se a>b)-—j-
A .... . P.a.b
a b Mmáx ( sob a c arg a)- ——
Ri + R2
C
1 P.b.x
Mx( para x < a) = —-
Normal

Cortante vmáx(ern x
_
Ja.(a + 2.b) se a>b)~

0 _ P.a.b.(a + 2.b}-)]3.a.(a + 2.b)


1 1 1 1 1 1 1 lei 1 1 m-v2 21.E.I.L
Momento
va(sob a carga) =
P.a2.b2
3.E.I.Í
P.b.x
vx(para x<a) =
6.E.I.Í
.(e2-b2-x2)
Mmáx
(
1 para
\,x. x>aj = .(2.í_x - x2 - a2 )
6.E.I1 * ’

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

d) Viga simplesmente apoiada - Carga uniforme parcialmente distribuída.

Rx = Vxí máximo se a <c) = .(2.c + b)


x Zí
I=
p cte.

R2 =V2(máximo se a>c) =
ZC

R't=
Normal
1
b
ri-MR2 Vx( para a < x <(a + b)j = Rx- p.(x -a)

*i
Mmáx(ern x = a + —) = R\. o +-
Cortante P 2.p

V i; .
Mx( para x < a) = Rvx
Momento
a + Ri
— Mx(para a <x< (a + b)j =
P

AI 'reta Mx(para x > (a + b)j = R2.(í - x)

parábola ' Mmáx


166

5 402 0459 5- Estruturas de Madeira

-
e) Viga simplesmente apoiada Carga unilòrme parcialmente distribuída em um extremo.

Rl = Fj(máximo) - 1—
21
.(2i - a )
p = cte.
R.-V
21
J.V
RIH-
Normal
L JR2 Vx (para
\r /
Mrnm(em
x<a) = Rx

-V = —;=T!-
i
- p.x

P 2-P
Cortante x < a) = Rx .x - p. —
x2
Mx(para

Xl I I I I I !<=>! I I I I I I kVo Mx(para x > a) = R2 -x)


Momento
Rj/P vx( para x < a) =
t
P-x
24.E.I1
.[a* .(21-a f - 2.a.x\(K -a)+ (.a' ]
reta
PÿU-x) [)
parábola Mmáx vx(para x>a) =
24E.I1 “
xl- lx2-a2}

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

f) Viga simplesmente apoiada - Carga uniforme parcialmente distribuída nos dois


extremos.
.a.(2.í-a)+ p2.c~
R,=VX = P\
X->P1= P2= cte. 21
h
muni
cte.
xraA R2=V2
_
2C
pva~

V*=Vx(para a< x<(a + b)j = J?, - p1.a


Ri '
9
1
b , c
jR2 Vz( para x<a) = R1- p1.x
Normal x > (a + b)) = -R2 + p2-(í - x)
Vx (para
*1 R{
Cortante Mmáx(em x = — se R-L<pi.a) = ——
P\ ~P\
R2 Rx
M„m( em x-í --
- se R-< < p->.c)= ——
Pi 2 P2
Momento
Ri'p. Mx(para x<a) = Rx.x - *
parábola \lx (para a<x<(a+ b)) = R\ .x- .(2x - a)

Mx(para x > [a+ b))= R2{í -x)- Pi-U-xf


2
167

5 402 0459 5- Estruturas de Madeira

g) Viga simplesmente apoiada - Duas cargas concentradas iguais e simetricamente


localizadas.

R= V =P
P P
x as c arg as) = P.a
Mmáx ( entre

Mx ( para x < a) = P.x


a b a
R 4- -‘ R
l Mx( para x> í-a) = P.(í- x)
Normal
Mx( entre as c argas) = constante = P.a
Cortante
P.a
vmàx(no centro) =
24.E.7
.(3.ÿ2 -4x2: )
Momento
IV P.x
vx (para x < a) =
6.E.I
.(3.Í.0 -3.a~ — x~ )

Mmáx vxf para a<x<(í-a))= 6P.I.(3i.x- 3.x2 -cr I

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í
% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

h) Viga simplesmente apoiada - Duas cargas concentradas iguais em qualquer posição.

P P Ri = Vx(máximo se a<b) = —Pí .((—a+b)


I-*- P
R2 =Vj(máximo se a >b) = — .((.- b+ a \
A A
b
Rt ——1 l R: V1=Rl-P =
Normal
*0 A/j( máximo se a<b) = Rx.a
Cortante

MS [ffiTn /V2 M2 (máximo se a> b) = R2.b

Momento x < a) = i?,.x


Mx (para
Mx (para a<x<(f. -b)) = Rx.x - P.(x -a)
M1 M2
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í
168

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

i) Viga engastada - Carga uniformemente distribuída.


R = V= p.C

,h-* —
,p = cte. H = 0 ( zero)
iinninmiinnuiii

1
t)
ÍR' M
Vx--p.x

_ p.f. 2
M = Mmca (no extremo fixo)
Normal 2
-*2. p.x~
Cortante
2

p.(f
Momento vmàx(no extremo livre) =
8.EJ
parábola xWlmáx
v -4ÿ3jc+3í4)
v, = — .(x4
24.E.I '
Prof. Dr. Norman Barros Logsdon
t
402 0459 5- Estruturas de Madeira

j) Viga engastada - Carga concentrada no extremo livre.


R = V =P
x
P H — 0 (zero)

H
Vx = cons tan te = -P
h 1
M = Mmáx (no extiemo fixo) = p.£
Normal

Cortante M x = -p.x

V
livre) =-
P.f.3
vmáx(no extremo
Momento 3.E.I

Mmáx
— .Í2.í3-3.f2.x + x3)
/
Vx =
6.E.I

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169

1 402 0459 5- Estruturas de Madeira

k) Viga engastada - Carga concentrada em qualquer ponto.

R= V=P
P H = 0 ( zero)
X Vx( para x < at = 0 ( zero)
H
Vx( para x>a) = -P

y
y
a t
1
b
}R M M = Mmco,{no

Mx (para
extremo

x <a) = 0 ( zero)
fixo) = Pb

Normal
Mx ( para x> a) = -P.(x - a )
Cortante
livre)-
Pb2 .(3.f.-b)
vmáx( no extremo

Momento
I V
vjsob a carga) =
py
i.E.I

3E.I
x Mmáx P.b2
vx (para x< a) = .(3.Í-3..X -b)
6.E.I
_P.((-x)2 ,(3.b
vx (para x> a) - (. + x)
6E.I

% 402 0459 5- Estruturas de Madeira

1) Viga simplesmente apoiada com una balanço - Carga concentrada no


balanço.
extremo do

í
P
R2 =Vl+V2 = — .{£ + a)
I—— y 2<1 '
v2 =p
Mmáxi em x = xl = 0) = Pa
Rtf L
ÍRÿa .
Mx( entre os apoios) =
. . P.a.x
-- -—

Normal balanço )=-P.[a -Xj)


Mxf no
P.at?
Cortante VmiJentre os apoios em x=—r
V2. 0 s' 9-43.EJ
Vvi 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 g 1 1 1 1 M 1 1 r = 0,06415
P.al2
Momento Mmáx E.I
PJCT

k vmàí no balanço em xi = a) = ——

v/ entre os apoios) =
3.El
{i +a\
P.a.x
6.EI.Í

vXi f no balanço) = ~~ {zai + 3.axi - .xf )

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