1 – Para o autor, há diferença entre ativismo e judicialização da política?
Qual seria essa diferença?
Judicialização significa que questões relevantes do ponto de vista
político, social ou moral estão sendo decididas, em caráter final, pelo Poder Judiciário. Trata-se, como intuitivo, de uma transferência de poder para as instituições judiciais, em detrimento das instâncias políticas tradicionais, que são o Legislativo e o Executivo.
A judicialização constitui um fato inelutável, uma circunstância
decorrente do desenho institucional vigente, e não uma opção política do Judicário. Juízes e tribunais, uma vez provocados pela via processual adequada, não têm a alternativa de se pronunciarem ou não sobre a questão. Todavia, o modo como venham a exercer essa competência é que vai determinar a existência ou não do ativismo judicial. A judicialização é um fato, uma circunstância do desenho institucional brasileiro. Já o ativismo é uma atitude, a escolha de um modo específico e proativo de interpretar a Constituição, expandido o seu sentido e alcance.
2 – Qual a posição do Autor sobre o Ativismo Judicial?
Ele faz algumas críticas quanto: à politica-ideológica (possibilidade de as
instância se sobreporem suas decisões às dos agentes políticos eleitos, gerando uma dificuldade contramajoritária); à capacidade institucional (envolve a determinação de qual Poder está mais habilitado a produzir a melhor decisão em determinada matéria); à limitação do debate (métodos próprios de argumentação e o conhecimento técnico não são acessíveis a todas as pessoas). Ele ressalta também a importância e limites da jurisdição constitucional nas democracias contemporâneas.
6 - Quais os problemas apontados pelo autor quando ele tenta descrever
o modelo real entre o direito e a politica que impedem uma separação rígidas entre esses conceitos?
A separação entre direito e politica tem sido considerada como essencial no
estado constitucional democrático. Na politica vigoram a soberania popular e o principio majoritário. O domínio da vontade. No direito, vigora o primado da lei e do respeito nos direito fundamentais. O domínio da razão. O direito é, na verdade, um dos principais produtos da politica, o troféu pelo qual muitas batalhas são disputadas. Em um estado de direito, a constituição e as leis, a um só tempo, legitimam e limitam o poder político.
7 - Qual o papel da opinião pública em questões jurídicas complexas,
segundo o autor? Segundo o autor, em uma democracia todo o poder é representativo, inclusive o que os juízes exercem. E, embora os juízes não tendo sido eleitos pelo povo, também atuam em nome destes e no interesse da sociedade, portanto, devem satisfações à população. A opinião pública é um fato extrajurídico relevante e significativo e, que através da participação e do engajamento popular influenciam e legitimam, dentro de certos limites, as decisões judiciais. Mas, uma decisão judicial não deve ser pautada através da opinião pública, por mais que o constitucionalismo democrático, no seu exercício de poder, envolva a interação entre as cortes judiciais e o sentimento social, o dever do juiz é a correta interpretação da Constituição e das leis somadas às vontades da sociedade, da imprensa e da opinião pública em geral. Por fim, significa dizer, que para Barroso, o Judiciário, no que tange às questões jurídicas complexas, não pode ser escravo da opinião pública, devendo preservar acima de tudo a legalidade e a razão quando não for possível acatar a vontade popular.