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Análise de legislação

1) Quais as condições do plano especial de recuperação judicial para as


microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previstas no artigo 71 da Lei
11.101/05?

Primeiramente, para prosseguir com o plano especial de recuperação dessas


empresas, devem ser atendidas algumas condições que são estabelecidas no artigo
supracitado. A intenção de apresentar o plano especial com as especificações do
artigo, deve ser indicada na petição inicial do pedido de recuperação judicial, de
acordo com o artigo 70, parágrafo 1°. O devedor deverá apresentá-lo no prazo da lei
para o plano comum, ou seja, 60 dias contatos da publicação da decisão que deferir o
processamento da recuperação judicial como preceitua o artigo 53 da referida lei.
No que tange as condições do plano especial o artigo 71 da Lei 11.101/05 predispõe:

 Inciso I - Créditos abrangidos na recuperação judicial: O procedimento de


recuperação judicial das ME e EPP é simplificado. Os credores que não prevêem
nenhum incidente I art. 71da lei, não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial
das ME e EPP.

 Inciso II - Condições de pagamento: Prevê parcelamento de até 36 meses, em


parcelas mensais e sucessivas acrescidas de juros equivalentes à taxa SELIC.
Percebe-se que o passivo das microempresas e as empresas de pequeno porte não
serão elevadas, sendo possível incluir somente até 36 meses, de modo que a parcela
seja possível de ser arcada pelo devedor e ao mesmo tempo ou credor tenha o seu
crédito satisfeito.

 Inciso III - Prazo de carência. O inciso III prevê um prazo máximo de carência de 180
dias, contados da distribuição do pedido de recuperação judicial, para o pagamento
da primeira parcela do plano especial. A lei entendeu que o prazo de 180 dias é
suficiente para que a empresa devedora em recuperação judicial se organize para
início do pagamento de suas dividas nos moldes que propôs no plano de recuperação
judicial.

 Inciso IV – Participação dos credores: Prevê a necessidade de autorização do


juiz, depois de ouvido o administrador judicial e o Comitê de Credores, para o
devedor aumentar despesas ou contratar empregados. A necessidade de autorização
judicial é justamente em proteção aos credores, tendo em vista que é feita uma
avaliação se o aumento das despesas e contratação dos empregados serão
necessários para o bom desenvolvimento da atividade comercial e consequentemente
auxiliar a empresa na recuperação judicial.

2) Considerado o que dispõe o artigo 74 da Lei 11.101/05, em relação ao pedido


de recuperação judicial de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, há a
possibilidade de convocação de assembléia geral de credores para deliberação?

Caso a ME e EPP optar pelo plano de recuperação judicial do art. 70 (plano


especial) não ficará condicionado à aprovação pela assembléia de credores, como
ficaria no procedimento normal da lei em caso de objeções de credores (artigo 56).

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